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Auto-retrato

24 de Outubro de 2013, 13:00 , por Fernanda Nagem - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Certa vez me perguntaram: quem realmente és?

A pergunta, dramática e profunda, mexeu com todos os meu sentidos

Pois até então tinha, por certo, ser como a água de um rio

Mas, pensando bem, nem o rio mais límpido e calmo, é totalmente transparente

Nele, além da própria água, existem rochas, pedaços de velhas árvores em decomposição, folhas secas

Ora recentes, hora elementos desse próprio rio, sua própria história

Sim, sou como um rio

Que apesar dos momentos turvos, como em dias de chuva, sou e serei sempre um rio

E não outra coisa

Pois, essência nunca muda

Serei sempre um rio

Onde quem olha vê, e não apenas olha, enxerga tudo o que ele pode e tambem não pode dar

E assim, como rio, preciso ser completada como rio, e não como se outra coisa fosse

Não posso dar frutos frescos, pois árvore não sou

Sou rio

Não será assim também com o céu, límpido e azul em tardes de outono, mas negro e chuvoso em tardes de verão?

E mesmo assim, não será sempre o mesmo céu?

Sou um rio, essa será sempre a minha essência

Corro sempre para algum lugar, para algum ponto

Me movimento, me renovo, sou límpido

Levo e trago

Dou e peço

Alimento e trago paz

Mas, se chuva cair, posso, por algumas horas ou dias, turvo ficar

Posso ultrapassar minhas próprias margens e tudo em voltar arrastar

Mas serei sempre rio

Que oferece peixe fresco e agua doce para beber

Mas não sempre

Pois sou parte da e a própria natureza

Como ela e tudo nela, tenho ciclos

Pois, para dar o melhor de mim

Preciso ser, em alguns momentos, o pior que posso ser

Essa e a própria renovação: a sintaxe dos opostos

A contradição que esta dentro de cada ser

Sou rio e como rio preciso que me olhem

Posso oferecer peixe e agua, e não outra coisa que minha essência não pode oferecer


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