É com imensa satisfação que divulgamos o segundo número da Revista Isegoria – Ação Coletiva em Revista. Acesse o Segundo Número AQUI. Este segundo número só foi possível graças ao trabalho de muitos colaboradores e colaboradoras que, de início, agradecemos de público.

A proposta da revista, desde a sua criação, é aproximar e divulgar trabalhos de pesquisadores e pesquisadoras das diversas instituições de ensino, pesquisa e extensão tanto do Brasil quanto de outros países. Este segundo número representa esse esforço e divulga excelentes frutos nesse sentido.

Os trabalhos publicados neste segundo número da Revista Isegoria completam reflexões teóricas das diversas áreas do saber científico e das distintas regiões do país, o que reforça a preocupação central desta com a diversidade e a pluralidade de ideias e reflexões.

Oito trabalhos integram essa segunda edição. As temáticas são: Economia     Solidária  e   Cooperativismo;   Desenvolvimento   Rural;  Políticas Públicas; Relacionamento Interpessoal; Estado e Sociedade e Teoria Sociológica. Elas são apresentadas por meio de lentes teóricas diversas, enriquecendo substancialmente as abordagens sobre tais temas.

O artigo “Inovação, cooperativismo e autogestão: da escola técnica aos centros de P&D e à universidade na trajetória da experiência de Mondragón” das autoras Alessandra B. Azevedo e Leda Gitahy, baseado em pesquisa de campo realizada em 2005 no País Basco, discute a relação entre autogestão, formação profissional e inovação tecnológica na trajetória da Mondragón Corporación Cooperativa e sua importância para o êxito dessa experiência, uma das grandes referências mundiais em cooperativismo. O estudo destaca, dentre outros elementos, como os processos educacionais e o conhecimento      tecnológico  foram    fundamentais   para   a constituição    e consolidação de MondragónCorporación.

Em “Política transversal de regulação do mercado oligopsônico de resíduos sólidos nos carnavais de Salvador de 2007 a 2012 por meio de um complexo de Economia Solidária” de Rilton Gonçalo Bonfim Primo, discute com profundidade a consistência da política pública de apoio às ações de reciclagem durante os carnavais de Salvador (2007 a 2012), enquanto estratégia de regulação do mercado oligopsônico dos resíduos sólidos, através do Complexo Cooperativo de Reciclagem da Bahia em face do caráter “glocal” das transformações do mundo do trabalho. A partir de uma abordagem sistêmica, recuperando o conceito de glocalização, o trabalho revela a capacidade de acuidade quanto às inter-relações de tendências exógenas e endógenas das dinâmicas locais, especialmente no ambiente cultural em que a reciclagem de resíduos sólidos toma lugar e ainda situa o debate sobre a economia solidária e cooperativismo neste contexto, revelando limitações e potencialidades futuras.

Já em “Relacionamento interpessoal e cooperação: um estudo de caso de uma cooperativa popular” de Raquel Ferreira Miranda e Agnaldo Garcia, os autores identificam, descrevem e analisam o relacionamento interpessoal a partir de dimensões como similaridade/reciprocidade, confiança, comunicação, conflito e satisfação com ênfase na cooperação interpessoal, como um aspecto central para a formação e o funcionamento de uma cooperativa. O estudo alerta para a problemática das cooperativas criadas a partir, e unicamente, do estímulo do poder público e sem a participação dos associados e da nocividade da ausência de um processo de formação continuada de seus integrantes, acarretando, dentre outros, o distanciamento entre a cooperativa pensada e a real; conflitos intra e intergrupais que, por sua vez, resultam na evasão de membros e dificuldades e entraves na comunicação e na condução do processo decisório/ autogestionário.

Em “Querer não é poder: uma abordagem alternativa para se pensar o recrutamento parlamentar nas comissões permanentes em assembleias legislativas”, de Thiago Rodrigues Silame, o autor aborda o recrutamento parlamentar para o sistema de comissões permanentes das casas legislativas estaduais. A abordagem realizada pelo autor é inovadora pelo fato de se considerar as preferências dos parlamentares com relação a sua participação, ou não, em uma dada comissão, trabalhando com a idéia de sinalização, ou seja, a de que os deputados ajustam suas preferências com relação ao capital político que possuem.

O artigo “A cadeia produtiva da mandiocultura no Vale do Jequitinhonha (MG): uma análise dos aspectos socioprodutivos, culturais e da geração de renda para a agricultura familiar", de Emanuel Fernando Maia de Souza, Marcio Gomes da Silva e Sandro Pereira Silva, analisa a dinâmica socioprodutiva em torno da cadeia produtiva da mandioca no território rural Médio Jequitinhonha em Minas Gerais. O estudo revela a grande importância desta cadeia e seus derivados para a geração de renda e garantia da reprodução social da agricultura familiar no território analisado, além de serem apontados também       os fatores que limitam o maior alcance econômico da mesma na região pesquisada, como: a precariedade de infraestrutura de beneficiamento e transporte; fragilidade organizacional dos agricultores locais; assistência técnica insuficiente; falta de chuva e acesso à água e a forte presença de minifúndios.

Em    “Território   e   estruturas    de   mercado      para    produtos tradicionais: o caso da produção familiar de cachaça no território Alto Rio Pardo (MG)” de Sandro Pereira Silva, o autor analisa a importância da cachaça, produto tradicionalmente enraizado no território Alto Rio Pardo, como a principal fonte de renda dos agricultores familiares dos municípios daquela região. Porém, revela o estudo que os agricultores familiares, com sua produção rústica e atomizada, ainda enfrentam muitas dificuldades para atenderem os requisitos de acesso aos vários mercados existentes para seu produto.

Já o artigo “Programa Interação Família-Escola: a importância da família e da presença do poder público” de Raphael Oliveira Reis aborda os principais   resultados   alcançados      pelo   Programa,    bem    como   seu funcionamento. O autor ainda realiza uma interessante reflexao sobre a interação família-escola, um dos pontos fundamentais, verificado pelo estudo, para o alcance dos resultados alcançados, além de apontar a importância da presença do poder público em prol de uma educação de qualidade.

Por fim, fecha essa edição a resenha crítica “Modernidade e reflexividade:      Anthony    Giddens    e    a   interpretação    do   mundo contemporâneo” de Fabrício Roberto Costa Oliveira e Arnaldo José Zangelmi. Nela, os autores discutem as importantes contribuições de Anthony Giddens a respeito da modernidade, abordando os conceitos centrais formulados por esse autor para a interpretação das mudanças na sociedade moderna, assim como algumas das principais críticas elaboradas por estudiosos acerca da teoria de Giddens.

Os trabalhos que integram esse segundo número podem ser acessados em Edição Atual, menu à esquerda.

                                                                   Desejamos uma ótima leitura a todas e todos!

Editores da Isegoria – Ação Coletiva em Revista