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Blog "vida quer viver!"

12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Daniel Tygel - | 1 pessoa seguindo este artigo.

Lagartas sempre são lagartas
Mas não serão lagartas para sempre...


Indígnate, ¡democracia real, ya!

30 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 22 comentários

Fonte: http://www.eltiempo.com/opinion/columnistas/otroscolumnistas/ARTICULO-WEB-NEW_NOTA_INTERIOR-9430844.html

Fonte das fotos: http://www.burbujasdeseo.com/2011/05/spanish-revolution-movimiento-15-m-indignate/

Spanish_revolution_burbujas_de_deseo_09

Una indignación colectiva, expresada en acampadas, concentraciones y protestas, ha puesto en jaque a la democracia española, amenaza con extenderse al resto de Europa y le ha dicho al mundo que hay una profunda crisis del sistema de representación. La gente, más que reivindicar cosas concretas o gremiales, quiere hacerse sentir, quiere ser tenida en cuenta, muchos están hastiados de mercado, de corrupción, de exclusiones.

Es imposible prever los alcances de esta revuelta, pero es fácil suponer que su incidencia irá más allá de alterar un resultado electoral. No es exagerado pensar que lo que ahora ocurre pueda llevar a un replanteamiento de las estructuras políticas y sociales de España y tal vez de Europa toda. Los manifestantes exigen "¡democracia real, ya!" Y esa es una expresión de alto contenido político.

Spanish_revolution_burbujas_de_deseo_06

Y no sólo protestan los jóvenes sin futuro, lo hacen los damnificados del modelo neoliberal, los profesionales sin oportunidades laborales, las gentes de todas las edades y condiciones, los desempleados sin ingresos y los empleados con salarios precarios, los trabajadores independientes, los adultos y los mayores. También los jubilados cuyas mesadas han sido recortadas; se ven hombres de corbata y jóvenes con rastas, madres con niños pequeños y abuelos que ayudan a atenderlos allí donde acampan. Es el despertar de una nación que parecía anestesiada. Los une una indignación colectiva y los anima la voluntad de darle un vuelco a un modelo sociopolítico y económico que no responde a sus exigencias ni a sus necesidades. Son una expresión del malestar  que hay en la sociedad española. El descontento es manifiesto y refleja una ruptura entre la ciudadanía y los poderes centrales, con un perfil novedoso, porque no está ligado a partidos políticos ni a los sindicatos.

El 15-M, los Indignados, los acampados o como se les llame, son hoy cientos de miles. Protestan en España y en muchas otras ciudades europeas, no se sienten interpretados por su gobierno ni por los políticos, no hay transparencia democrática, la corrupción campea, el desempleo afecta a 5 millones de personas, la edad de jubilación se alargó, los salarios se estancaron, el malestar creció, la protesta afloró y tiende a remover los cimientos de una democracia que se ha ido estrechando para amparar a los responsables de la crisis.

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Todo empezó un sábado en Reikiavik, en el otoño del 2008, cuando un islandés tomó su guitarra, empezó a cantar en una plaza y, micrófono en mano, convocó a quienes quisieran protestar contra el colapsado sistema financiero. Tímidos, pero rabiosos, se fueron acercando los primeros. El movimiento se llamó 'Voces del Pueblo' y al cabo de muchos sábados provocó la disolución del Parlamento, elecciones anticipadas, cesación de pago de una parte de la deuda externa, persecución a los banqueros que los habían arruinado y elección de una Asamblea de 25 personas para que elaborara una nueva Constitución. Estas voces del pueblo islandés sacudieron los cimientos del gobierno. Un poco después, las revueltas en el mundo árabe, contra las dictaduras y por la democracia, acaparaban la atención mundial. En España calaron estas ideas.  En una pancarta en la Puerta del Sol se lee: "España en pies, una Islandia es" y en otra dice: Todos somos Túnez, Egipto, Libia, Marruecos, Grecia, Yemen, Portugal, Francia, Reino Unido, Italia.

Las redes sociales juveniles españolas empezaron con el NO LE VOTES, le siguieron los movimientos AVAAZ y ACTUABLE, que instaron a respaldar solo las listas limpias, luego el 7 de abril aparecieron los JUVENTUD SIN FUTURO y todo se canalizó el 15 de mayo, cuando estalló la revuelta contra la dictadura del mercado, el estrecho bipartidismo, el poder financiero que los llevó a la bancarrota,  las listas electorales con candidatos imputados, el paro juvenil del 40 por ciento, los recortes sociales. Pero fundamentalmente reclaman democracia participativa y directa. Quieren, además, un referendo para votar Monarquía o República, adopción de la tasa Tobin, nacionalización de la banca rescatada por el gobierno, separación Iglesia-Estado y División de Poderes, cierre de centrales nucleares, reducción del gasto militar, cierre de las fábricas de armas y no participación en ningún escenario de guerra.

Es posible que en esta primavera estemos viendo nacer otra democracia, allí en el kilómetro cero de la Puerta del Sol, muy cerca del Congreso de Diputados, en el centro neurálgico de Madrid.

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Uma leitura sobre os posicionamentos do movimento de Economia Solidária a respeito do PL865

24 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 0sem comentários ainda

Recebi hoje pela manhã uma mensagem dos amigos Ary e Rosinha, perguntando-me as razões do posicionamento do movimento de Economia Solidária sobre o PL 865, em todo o Brasil. Fiz então uma resposta para contribuir com o debate, e decidi publicizá-la aqui (com a autorização de ambos). Fiquem a vontade para divulgar e adicionar comentários, críticas e novas perguntas.

Pergunta de Ary e Rosinha (25/05/2011)

"Querido Daniel,

Espero que estejas bem e na luta como sempre.

Recebemos por outra lista este lindo e inspirador texto que vc "canalizou".

Estamos tentando provocar um debate no nosso movimento sobre esta questão, a princípio em Prout reconhecemos a importância e validamos os empreendimentos por conta própria e empreendimentos familiares numa economia tri-dimensional, conforme Sarkar definiu. A pergunta seria: Nós deveríamos ou não estar próximo deste segmento para ajudá-los a se organizarem e caminharmos tod@s junt@s rumo ao nosso sonho?

Hoje, até Cuba já está reconhecendo este segmento e a sua importância para o bem estar da sociedade. Por que não estarmos juntos até conseguirmos realizar o nosso sonho de um Ministério da ES?

Na atual conjuntura este segmento está sendo hegemonizado pelos capitalistas, Por que não disputamos? Estes seres humanos precisam conhecer a beleza e a generosidade do nosso sonho, como vc tão bem expressou neste texto. Por que, não fazermos alianças? E libertá-los da prisão do lucro e da ganância, através dos princípios e valores da ES.

Meu querido irmão de caminhada, as dúvidas assaltam nosso espírito, temos poucas certezas e muitas dúvidas quanto a este debate. Mas, certamente a Conciência Cósmica, nos orientará no melhor para a humanidade.

Em divina amizade,

Ary e Rosinha"


Resposta e contribuição ao debate

Queridos Ary e Rosinha,

Em anexo estou mandando a vocês um documento com o conjunto de manifestações de fóruns e coletivos até o momento, e também o documento com a proposta que elaboramos da Secretaria Especial de Economia Solidária, que vc ajudou a construir. Também sugiro fortemente a leitura e assinatura da crônica "conversa de mulheres - crônica sobre ES e casamentos 'Arranjados'"

Escrevo abaixo algumas considerações e ponderações para ajudar no debate. Espero que ajude vocês nas reflexões e junto a seus pares e nos espaços em que vocês atuam:

1. Em nenhum momento, em nenhuma carta, em nenhuma manifestação, o movimento de ES está se colocando contra os pequenos negócios que estão hoje no que chamamos de economia popular: mercearias, mercadinhos, ambulantes, agricultoras/es familiares e/ou agroecológicos, artesãs e artesãos, negócios familiares, etc. Não é este o problema, e uma leitura deste tipo me parece equivocada. Assista aos vídeos da audiência pública nacional, e vc vai ver que, das falas dos 18 estados, a maioria, se não todas, falavam "não somos contra os microempresários, pelo contrário, temos muitas alianças a fazer!"

2. Há centenas de ações e programas direta ou indiretamente de economia solidária em 20 ministérios no governo federal. Leis e projetos de lei em dezenas de municípios e governos estaduais. Centenas de ações em governos municipais e estaduais. A secretaria especial de micro e pequena empresa será mais um destes espaços. Com certeza, temos que negociar lá ações e programas para a economia solidária, assim como já negociamos em outros espaços.

3. Ficamos muito mais "em casa" se a política de Economia Solidária estiver junto com políticas como as territoriais (da paz, da cidadania, da pesca), as de agroecologia, de mulheres, de povos e comunidades tradicionais, de agricultura familiar, de cultura livre e pontos de cultura, de soberania alimentar e nutricional, de alimentação saudável, de educação popular, de meio-ambiente, de agroextrativismo, de tecnologia social, de saúde mental, etc....

4. O nosso questionamento, que tem sido algumas vezes deslegitimado e desvirtuado, infelizmente, por causa de interesses que não são os do debate, mas sim de cargos e casuísmos, não é, portanto, com os pequenos negócios. Pelo contrário, amiga e amigo: acreditamos que a Economia Solidária tem um papel fundamental na organização da economia popular nos territórios, e também papel em outras áreas como nas finanças, nas políticas de desenvolvimento territorial, em processos de combate à miséria, no consumo responsável e na cultura da cooperação.

5. Qual o questionamento do movimento, então? Acho que o item do documento escrito por Ana e Diogo com contribuições para as audiências públicas do Nordeste ajuda a responder a esta pergunta: "O nosso questionamento é principalmente quanto à orientação política que hoje rege o campo das chamadas micro e pequenas empresas, que não são apenas os pequenos negócios não capitalistas, mas também são empresas com até 50 empregados! Sim, 50 empregados! A orientação política hoje das micro e pequenas empresas é ditada pelo "vença você mesmo", "você S/A", pela "competitividade", pelo individualismo e pela reafirmação de valores neoliberais e capitalistas, além de uma cultura de morte, que bem conhecemos e combatemos. Veja bem: se, por exemplo, propormos a mudança do nome da secretaria para "Secretaria Especial de Economia Solidária e Micro e Pequena Empresa", será a catástrofe da descaracterização: fóruns de MPE e ES, conselhos de MPE e ES, e então a ES ficará reduzida simplesmente a um aspecto meramente produtivista, identificado APENAS por ser "empreendimentos coletivos". A ES não é "empreendimentos coletivos", é muito mais que isso. Se fosse só isso, estaríamos alinhados à OCB, que tem a única função de defender a cooperativa e ponto final. A ES é um projeto de sociedade, uma escola para outros fundamentos sociais de organização da sociedade. Reduzi-la a um tipo de organização produtiva é o fim de um movimento social, econômico, cultural e político." (Documento de contribuição aos debates do Nordeste, de hoje também, de Ana e Diogo)

6. Vejam nossa proposta de Secretaria Especial de Economia Solidária, por exemplo: lá fizemos a seção "o desafio da organização da economia popular", e criamos, dentro da subsecretaria de desenvolvimento territorial, um departamento específico para os microempreendedores poderem se organizar. Notem que a proposta contempla, portanto, as microempresas como um dos atores no território, e a Economia Solidária como estratégia política para sua organização! Vejam o caso do Equador, vale a pena: o Equador cria uma secretaria de economia popular e solidária, e dentre os atores, pega os pequenos empreendimentos familiares e artesanais dentro da lógica do Bem Viver (Sumak Kawsay), da cooperação, do respeito ao meio ambiente! Fiz um texto sobre a lei de economia popular e solidária do Equador aqui, se quiser conferir: http://cirandas.net/dtygel/blog/a-lei-da-economia-popular-e-solidaria-do-equador-e-o-caso-do-brasil

7. Ou seja, o problema não é aliança com os pequenos. Isso temos sim que fazer, e há gente inclusive defendendo que este tema, junto com a territorialidade, seja discutido até mesmo na V Plenária da Economia Solidária! O problema é que os atores como CNI, SEBRAE e outros ideólogos da responsabilidade social empresarial e infelizmente do próprio governo federal tratam a questão como mais uma fronteira de avanço da lógica do atual sistema de egoísmo, individualismo, promoção da competição, e destruição das identidades locais!

8. Vejam que coisa linda está sendo esta afirmação da identidade da Economia Solidária! O governo está percebendo que não conhecia esta proposta, e está começando a desenhar até mesmo proposta de criação de um novo eixo temático no PPA, tudo isso graças à mobilização que o movimento está trazendo e à beleza das audiências públicas! A Secretaria Geral da Presidẽncia, na pessoa do Ministro Gilberto Carvalho, criou um GT de diálogo do movimento com a presidência que é permanente, e por isso vai além do PL 865. Além disso, apoiou a estratégia das Audiências Públicas Estaduais, dando tempo para que ocorram antes da relatoria do projeto na Comissão do Trabalho. No Congresso Nacional, temos uma comissão tripartite (SENAES, FBES e Frente Parlamentar de Economia Solidária) especialmente para tratar deste assunto. No dia 18 de maio, junto ao Grito da Terra, fizemos uma linda Ciranda na Esplanada!

9. Portanto, se for para a ES ir para este novo ministério para servir de vitrine de descaracterização da ES e ajudar a fortalecer uma lógica empresarial e patronal dos pequenos negócios, é o fim de tudo o que construímos até aqui nas políticas públicas! Não significa defender que fique no MTE, mas sim defender que acumulemos forças para enviar nosso PL da economia solidária na câmara e continuemos construindo por baixo, quem sabe uma secretaria especial de economia solidária, ou uma secretaria especial de desenvolvimento territorial, sustentável, diverso e solidário! É isso que é a economia solidária!

10. Infelizmente, a direção do Setorial do PT (certamente não é todo o setorial do PT, mas apenas algumas pessoas) não tem cumprido um bom papel neste processo, na minha opinião: está fazendo articulações de corredor, passando por cima de processos transparentes de diálogo e de construção coletiva e, o que é pior, tem sistematicamente deslegitimado as falas que vêm do movimento, desqualificando-as e dizendo que "não sabem o que querem", "são sectários", e tentando impor a sua posição ao movimento. Obviamente, o problema não é a posição em si, pois isso é parte da diversidade de opiniões, mas sim a forma como está sendo articulada ou construída: A principal lógica que está por trás é partidária, de cargos, pois o ministro seria do PT, e o ministro do MTE é do PDT. Ora, o movimento não é braço do PT, nem do PDT, nem de partido algum! E aposto que o próprio PT, pelos seus militantes, em suas bases, não concorda com o que estão colocando umas poucas pessoas nos corredores de Brasília, ou com a forma como estão articulando as coisas! Isso tem que ficar transparente, pois o debate seria muito, mas muito mais bonito e rico, se tivéssemos nas audiências públicas um jogo limpo, de respeito ao movimento, às pessoas que labutam no dia a dia fazendo a economia solidária. Esta manifestação está sendo muito linda, de baixo, e nunca a vimos antes. Se você visse a beleza que foi a audiência pública do dia 17, ou então a reunião interconselhos de ontem, com 400 conselheiras e conselheiros de dezenas de conselhos afirmando a Economia Solidária! Sim, conselheiros dos campos de saúde mental, catadores, quilombolas, mulheres, agroecologia, e tantos outros! É este campo de convergências que precisamos fortalecer, até mesmo para podermos chegar no ponto de força política para poder disputar com o modelo individualista e capitalista de desenvolvimento e assim conquistarmos os atores e atrizes da economia popular!

11. O processo de audiências públicas é uma estratégia ampla de diálogo, muito bonita, que está permitindo visibilizar propostas importantes da economia solidária e sua identidade, como o PL da Economia Solidária, a proposta de secretaria especial de economia solidária, e as resoluções da II CONAES. O próprio conselho, anteontem, tirou uma resolução muito boa, manifestando seu descontentamento com a forma como o PL 865 foi colocado, e perguntando à presidência: "quais são as justificativas para a presidência propor a ida da ES para junto da secretaria de MPE, se isso não foi deliberado em nenhuma resolução do conselho nem de nenhuma conferência?". Veja o quadro de Audiências marcadas nos estados: http://cirandas.net/fbes/quadro-de-mobilizacoes-nos-estados-sobre-politica-de-economia-solidaria-e-o-pl-865

São alguns elementos que coloco, meio no apressadilho, deste belo momento em que estamos vivendo. Estamos mostrando uma identidade aliada com os movimentos pela transformação social, que choram com o assassinato de Cláudio e Maria, e com as ameaças diretas que vivemos e sentimos no código florestal.

Vamos dialogar, vamos debater! Tudo o que o FBES quer, tudo o que o movimento quer, é o diálogo franco e aberto, e o respeito aos processos coletivos e à base. Viva a democracia!

Um abraço, com carinho e amizade,

daniel



Movimento de Economia Solidária em Brasília!

19 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 1Um comentário

Parabéns a todas e todos que participaram do momento histórico que foi a audiência pública nacional sobre o PL 865!!!!

As caravanas de 18 estados tiveram viagens longas, muitos de ônibus, conquistados pelos movimentos estaduais, e deram um show neste lindo dia 17 de maio, que ficará na história do movimento de Economia Solidária.

Falas encadeadas, de rara beleza, emoção, sentimentos, histórias de vida. Estamos falando de Economia Solidária. Vejam que palavra bonita.....

Dos fóruns estaduais, apenas empreendimentos falavam.

Falas na maioria absoluta de mulheres, com contundência, com argumentos, com demonstrações cabais, com alianças. Tiana na mesa numa fala brilhante, apaixonante, a única mulher numa mesa masculina, trazendo o olhar do cuidado e de outra lógica que vai muito além de pragmatismos programados em gabinetes fechados com ar condicionado longe das bases.

As falas dos integrantes das Federações de Micro Empresários (FEMICRO) demonstraram que eles começaram a entender as diferenças entre Economia Solidária e Micro e Pequena Empresa, e as falas do movimento de economia solidária em todo o momento ressaltaram que não são contra os micro e pequenos empresários, e por isso alianças serão positivas, mas definitivamente a secretaria especial de micro e pequena empresa não é a nossa casa.

Vamos firmes, com ânimo e tranquilidade para as próximas audiências, mostrar a nossa cara! Hoje, mais do que nunca, é preciso que cada empreendimento, cada trabalhador/a da economia solidária, diga quem é e o que faz, e o que a diferencia da micro e pequena empresa enquanto projeto de vida e de sociedade.

Parabéns! A audiência ainda por cima terminou brindada com uma linda lua cheia, cheia de emoções e alegrias!

Como disse a Deputada Luiza Erundina ao final da audiência: "A voz do povo é a voz de Deus: a base falou, e ela cuida da CAUSA".

Os vídeos estão disponíveis na seguinte página: http://tinyurl.com/audiencia-publica-865 .

Nem tenho palavras para expressar a beleza da marcha hoje (dia 18) pela manhã, em que centenas de companheiras e companheiros da Economia Solidária empunhavam suas bandeiras, e a grande bandeira, e davam um recado tão bonito de solidariedade e cooperação naquele ambiente difícil de Brasília. Ela se encerrou com a linda CIRANDA da Economia Solidária: 7 círculos concêntricos, ao som da Música da Ciranda da Economia Solidária tocada pelo grupo Mambembrincantes, do DF.

Tiana representou o movimento de Economia Solidária na reunião do Grito da Terra com a Presidenta Dilma Rousseff, e entregou o ofício solicitando uma audiência do movimento com a presidenta. As falas de Joana Motta nos atos na esplanada e na abertura do Grito da Terra foram também firmes e muito bem recebidas.

E o lançamento da Frente Parlamentar de Economia Solidária, que poderia ser o coroamento de ouro de tão bonitos dias, foi apenas uma demonstração de como é a ânsia de poder: Apenas o representante do FBES na mesa (Carlos Eduardo, conhecido como Tchê) lembrou do compromisso que foi lavrado publicamente no café solidário com parlamentares organizado pelo FBES em parceria com Erundina e Eudes no dia 22 de fevereiro com a presença de 16 deputados federais. Este compromisso era de que a Frente Parlamentar seria relançada como uma Frente Parlamentar com participação popular, ou seja, uma Frente Parlamentar cuja coordenação se daria de forma colegiada entre Parlamentares e Movimento.

Além disso não ter sido lembrado, infelizmente nenhum regimento foi discutido, e na pasta entregue aos deputados presentes havia apenas a proposta de emenda ao PL 865 do setorial do PT, que solicita a alteração do nome da nova secretaria para Secretaria Especial de Economia Solidária e Micro e Pequena Empresa, além de inserir os termos "e economia solidária" em várias das atribuições da nova secretaria, colocando a política de ambos os setores juntos. Não havia, nesta pasta, nem o PL da Economia Solidária (construído por 2 anos no Conselho Nacional), nem as emendas de retirada da Economia Solidária do PL 865 (assinados por 28 deputados e entregues no prazo oficial das emendas), nem o PL das Finanças Populares, entre outras leis de importância para o movimento de Economia Solidária. A emenda de retirada da ES do PL 865 só foi entregue já quando quase não havia deputados presentes, quando solicitamos à assessoria do Deputado Eudes que por favor providenciasse cópias.

Foi triste ver o processo de deslegitimação do movimento e dos posicionamentos partilhados de maneira tão bonita no dia anterior. Sempre esta insistência em dizer que o movimento de economia solidária não sabe o que está dizendo, que a posição não é correta, que só alguns iluminados (mais ou menos 5 ou 6) é que saberiam que o bom para a economia solidária é se juntar com a política de Micro e Pequena Empresa.

Muita gente saiu abatida deste espetáculo. Talvez fosse esse o objetivo?

O bom é que nada poderá tirar a beleza e diversidade do dia 17 de maio, em que os corações pulsaram, e o acúmulo de décadas de trabalho dos empreendimentos solidários, em todo o Brasil, pôde se colocar livremente, trazendo sua realidade e discussões!

Uma sugestão para quem esteve em Brasília: se possível, seria legal partilhar suas fotos e relatos sobre a audiência pública do dia 17, a marcha do dia 18, e os tantos momentos que vivemos, com fotos, impressões, avaliações e sentimentos.

ECONOMIA! É TODO DIA! A NOSSA VIDA NÃO É MERCADORIA!



A Lei da Economia Popular e Solidária do Equador e o caso do Brasil

11 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 0sem comentários ainda

Foi aprovada no dia 28 de abril a Lei de Economia Popular e Solidária e Finanças Populares e Solidárias do Equador.

Este fato é um estímulo e subsídio importantes para nossas audiências públicas e debates a respeito da Economia Solidária e seu horizonte de transformação, que no caso do Equador se chama Kumak Kawsay (Bem Viver), que posiciona a vida acima do lucro e do individualismo. Vejam algo sobre o Kumak Kawsay aqui: http://www.cimi.org.br/?system=news&eid=409 .

Notem que a lei incorpora num mesmo texto a regulamentação das organizações de finanças populares (como do PL proposto por Luiza Erundina) e a regulamentação da Economia Popular Solidária (na linha do nosso PL da Economia Solidária que o FBES submeterá este mês ao Congresso Nacional).

Outra observação interessante é que são definidos 4 formas de organização: Setores Comunitários, Associativos e Cooperativistas, assim como as "Unidades Econômicas Populares". As 3 primeiras são coletivas, e a última são individuais ou familiares, como artesãos, pipoqueiros, etc. Vejam que, com isso, não se entra no mérito das "micro e pequenas empresas".

É uma maneira direta de tratar de setores individuais e familiares do mundo da economia popular numa lógica distinta à lógica do "empreendedor individual" que está em voga para o governo brasileiro. É só ver a definição inicial, que claramente aponta a supremacia da vida sobre o lucro como horizonte e princípio da EPS.

No caso brasileiro, estas "unidades econômicas populares" costumam participar de fóruns de economia solidária, em especial artesãos e artesãs, mas não são considerados empreendimentos solidários, pois não são coletivos. Só passam a sê-lo quando estas unidades se associam para comercializar, comprar insumos ou produzir. Acredito que este debate é interessante para fazermos depois desta tempestade do PL 865, no futuro: como a Economia Solidária contribui e pode contribuir ainda mais na organização da chamada "Economia dos Setores Populares" de modo emancipatório e no sentido de fortalecer uma orientação de desenvolvimento territorial, sustentável e solidário?

Outro aspecto interessante é que os 3 tipos coletivos de organização são cadastrados via um sistema próprio de registro (ou seja, não é a junta comercial, mas uma junta da economia popular e solidária). Por fim, me chamou a atenção o "ato econômico solidário", que é uma espécie de "ato cooperativo" mais amplo, abrangendo todas estas opções de organização econômica solidária.

A lei está neste link abaixo. Vale a leitura!

Lei_de_EPS_e_Finanças_Solidárias_do_Equador_2011-05-11.doc

Apenas para dar um gostinho, tomei a liberdade de traduzir e reproduzir abaixo os 4 primeiros artigos da lei (definição, objeto e princípios). Os princípios são muito bonitos e afinados com os nossos da Economia Solidária do Brasil.

Ao final deste texto, reproduzo também alguns artigos e extratos da Constituição do Equador, que dão a base para esta lei.

Artigo 1.- Definição.- Para efeitos da presente Lei, entende-se por economia popular e Solidária a forma de organização econômica, em que seus integrantes, individual ou coletivamente, organizam e desenvolvem processos de produção, trocas, comercialização, financiamento e consumo de bens e serviços, para satisfazer necessidades e gerar renda, baseadas em relações de solidaridade, cooperação e reciprocidade, privilegiando o trabalho e o ser humano como sujeito e fim de sua atividade, orientada ao bem viver, em harmonia com a natureza, sobre a apropriação, o lucro e a acumulação de capital.

Artigo 2.- Âmbito.- Se regem pela presente lei, todas as pessoas físicas e jurídicas, e demais formas de organização que, de acordo com a Constituição, conformam a economia popular e solidária e o setor Financeiro Popular e Solidário; e, as instituições públicas encarregadas da reitoria, regulação, controle, fortalecimento, promoção e acompanhamento.

As disposições da presente Lei não se aplicarão às formas associativas sindicais, profissionais, laborais, culturais, desportivas, religiosas, entre outras, cujo objeto social principal não seja a realização de atividades econômicas de produção de bens ou prestação de serviços.

Tampouco serão aplicáveis as disposições da presente Lei aos mutuais e fundos de inversão, as mesmas que se regirão pela Lei Geral de Instituições do Sistema Financeiro e Lei de Mercado de Valores, respectivamente.

Artigo 3.- Objeto.- A presente Lei tem por objeto:

  1. Reconhecer, fomentar e fortalecer a Economia Popular e Solidária e o Setor Financeiro Popular e Solidário em seu exercício e relação com os demais setores da economia e com o Estado;

  2. Potencializar as práticas da economia popular e solidária que se desenvolvem nas comunas, comunidades, povos e nacionalidades (nações indígenas), e em suas unidades econômicas produtivas para alcançar o Sumak Kawsay;

  3. Estabelecer um marco jurídico comum para as pessoas físicas e jurídicas que integram a Economia Popular e Solidária e do Setor Financeiro Popular e Solidário;

  4. Instituir o regime de direitos, obrigações e benefícios das pessoas e organizações sujeitas a esta lei; e,

  5. Estabelecer a institucionalidade pública que exercerá a reitoria, regulação, controle, fomento e acompanhamento.

 

Artigo 4.- Princípios.- As pessoas e organizações amparadas por esta lei, no exercício de suas atividades, se guiarão pelos seguintes princípios, segundo corresponda:

  1. A busca do bem viver e do bem comum;

  2. A prioridade do trabalho sobre o capital e dos interesses coletivos sobre os individuais;

  3. O comércio justo e consumo ético e responsável:

  4. A equidade de gênero;

  5. O respeito à identidade cultural;

  6. A autogestão;

  7. A responsabilidade social e ambiental, a solidariedade e responsabilização; e,

  8. A distribuição equitativa e solidária de excedentes.

 

 

Extratos da Constituição do Equador

feito em 2009 e enviado à lista e-solidaria:

Amigas e amigos do e_solidaria,

estou sinceramente emocionado com esta lei aprovada no Equador (mandei a íntegra na última mensagem).

Partilho alguns poucos elementos da lei, para vocês verem. Só para ter uma idéia, o Equador se declara, POR LEI, LIVRE DE TRANSGÊNICOS! Vejam estes trechos que selecionei, abaixo. VIVA O EQUADOR!!


Artículo 3. Deberes del Estado.- Para el ejercicio de la soberanía
alimentaria, además de las responsabilidades establecidas en el Art.
281 de la Constitución el Estado ̧ deberá:
(...)
c) Impulsar, en el marco de la economía social y solidaria, la asociación
de los microempresarios, microempresa o micro, pequeños y medianos
productores para su participación en mejores condiciones en el proceso
de producción, almacenamiento, transformación, conservación y
comercialización de alimentos;

Artículo 13. Fomento a la micro, pequeña y mediana producción.-
Para fomentar a los microempresarios, microempresa o micro, pequeña
y mediana producción agroalimentaria, de acuerdo con los derechos de
la naturaleza, el Estado:
(...)
d) Promoverá la reconversión sustentable de procesos productivos
convencionales a modelos agroecológicos y la diversificación productiva
para el aseguramiento de la soberanía alimentaria;
(...)
i) Facilitará la producción y distribución de insumos orgánicos y
agroquímicos de menor impacto ambiental.

Artículo 14. Fomento de la producción agroecológica y orgánica.- El
Estado estimulará la producción agroecológica, orgánica y sustentable,
a través de mecanismos de fomento, programas de capacitación, líneas
especiales de crédito y mecanismos de comercialización en el mercado
interno y externo, entre otros.
En sus programas de compras públicas dará preferencia a las
asociaciones de los microempresarios, microempresa o micro, pequeños
y medianos productores y a productores agroecológicos.

Artículo 17. Leyes de fomento a la producción.- Con la finalidad de
fomentar la producción agroalimentaria, las leyes que regulen el
desarrollo agropecuario, la agroindustria, el empleo agrícola, las formas
asociativas de los microempresarios, microempresa o micro, pequeños y
medianos productores, el régimen tributario interno y el sistema
financiero destinado al fomento agroalimentario, establecerán los
mecanismos institucionales, operativos y otros necesarios para alcanzar
este fin.
El Estado garantizará una planificación detallada y participativa de la
política agraria y del ordenamiento territorial de acuerdo al Plan
Nacional de Desarrollo, preservando las economías campesinas,
estableciendo normas claras y justas respecto a la operación y del
control de la agroindustria y de sus plantaciones para garantizar
equilibrios frente a las economías campesinas, y respeto de los
derechos laborales y la preservación de los ecosistemas.


Artículo 19. Seguro agroalimentario.-El Ministerio del ramo, con la
participación y promoción de la banca pública de desarrollo y el sector
financiero, popular y solidario, implementarán un sistema de seguro
agroalimentario para cubrir la producción y los créditos agropecuarios
afectados por desastres naturales, antrópicos, plagas, siniestros
climáticos y riesgos del mercado, con énfasis en el pequeño y mediano
productor.

Artículo 26. Regulación de la biotecnología y sus productos.- Se
declara al Ecuador libre de cultivos y semillas transgénicas.
Excepcionalmente y solo en caso de interés nacional debidamente
fundamentado por la Presidencia de la República y aprobado por la
Asamblea Nacional, se podrá introducir semillas y cultivos
genéticamente modificados. El Estado regulará bajo estrictas normas de
bioseguridad, el uso y el desarrollo de la biotecnología moderna y sus
productos, así como su experimentación, uso y comercialización. Se
prohíbe la aplicación de biotecnologías riesgosas o experimentales.

Artículo 27. Incentivo al consumo de alimentos nutritivos.- Con el
fin de disminuir y erradicar la desnutrición y malnutrición, el Estado
incentivará el consumo de alimentos nutritivos preferentemente de
origen agroecológico y orgánico, mediante el apoyo a su
comercialización, la realización de programas de promoción y educación
nutricional para el consumo sano, la identificación y el etiquetado de
los contenidos nutricionales de los alimentos, y la coordinación de las
políticas públicas.

Artículo 28. Calidad nutricional.- Se prohíbe la comercialización de
productos con bajo valor nutricional en los establecimientos educativos,
así como la distribución y uso de éstos en programas de alimentación
dirigidos a grupos de atención prioritaria.
El Estado incorporará en los programas de estudios de educación
básica contenidos relacionados con la calidad nutricional, para
fomentar el consumo equilibrado de alimentos sanos y nutritivos.
Las leyes que regulan el régimen de salud, la educación, la defensa del
consumidor y el sistema de la calidad establecerán los mecanismos
necesarios para promover, determinar y certificar la calidad y el
contenido nutricional de los alimentos, así como la promoción de
alimentos de baja calidad a través de los medios de comunicación.


Além destes itens e outros, a lei também cria o Conselho Nacional de Soberania Alimentar, o Sistema, e a Conferência. Infelizmente o conselho é consultivo (nem tudo são flores)....

Abraços: este foi um bom jeito de encerrar este carnaval de 2009! Temos o que aprender com o Equador, definitivamente.

daniel tygel, 25 de fevereiro de 2009



Economia Solidária - o despertar de um novo movimento social

5 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 22 comentários

daniel tygel, 6 de maio de 2011

Eu estava no metrô de Brasília ontem, e de repente me veio um pensamento forte: "O movimento de Economia Solidária nasceu!", e senti uma grande alegria me tomar por dentro, e um desejo de escrever esta carta...

Comecei a ver as tantas pessoas, empreendimentos, organizações, redes, que estão construindo, há tantos anos, o embrião de outro(s) modelo(s) de desenvolvimento a partir das mais diversas práticas econômicas, políticas, culturais e sociais.

Vi a beleza dos empreendimentos, contra a corrente, se organizando em redes, centrais de comercialização, grupos de consumo, uniões representativas nacionais ou locais. Produzindo, vendendo, fazendo feiras, trocando, e muitas vezes passando inúmeras dificuldades para sobreviver, sem apoio algum, e mesmo assim militando, participando de encontros, reuniões de fóruns, assembléias, conferências. Cada empreendimento solidário, que se pauta pela partilha, pela cooperação, pelo respeito e pela inserção no território é um núcleo real, concreto, de transformação social.

Vi a beleza de pesquisadores e alunas/os universitárias/os, tentando quebrar o isolamento das universidades para dar um sentido maior à construção do conhecimento com a participação popular através de incubadoras e pesquisas inovadoras.

Vi a beleza do setor de igrejas, de tantas denominações, lutando contra um conservadorismo e alienação política nas estruturas eclesiais ou evangélicas, buscando dar um sentido político aos valores, místicas e parábolas bíblicas.

Vi a beleza das tantas organizações sem fins lucrativos, que abraçam a educação popular, educação do campo, a luta pela democracia, pelo meio ambiente, pela segurança alimentar e nutricional, pela justiça ambiental, e tantas outras, denunciando o atual modelo de desenvolvimento e se articulam com as mais diversas alternativas econômicas propositivas.

Vi a beleza das tantas pessoas que decidem entrar no poder público, assumir cargos de gestão, e travarem uma enorme luta dentro do governo municipal, estadual ou federal para poder fazer avançar políticas de apoio à economia solidária. E estas mesmas pessoas, gestores públicos, se organizando em rede para fazer parte também do movimento de economia solidária.

Vi a beleza dos vários movimentos afinados, especialmente o de mulheres, mas também os da cultura livre, da reforma agrária, de povos e comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais e tantos outros), da agroecologia, o movimento sindical de trabalhadores rurais e urbanos: quanta gente abraçando causas específicas e ao mesmo tempo buscando dar corpo a alternativas econômicas através da economia solidária, iniciando um processo importante de convergências entre movimentos, tendo o território como local de articulação, para além das setorialidades, e buscando articular a denúncia, a resistência e a construção de alternativas.

O movimento de Economia Solidária está mostrando sua cara, que tem várias cores e tons.

Está começando uma longa trajetória para sair da invisibilidade.

Está despertando!

O movimento conseguiu, nestes últimos 36 dias, afirmar que tem um horizonte político muito diferente do horizonte político defendido pelo SEBRAE, CNI e outros que pregam a necessidade de concorrência, isolamento, individualismo, competição e eficácia na maximização dos lucros, além de defenderem o atual modelo de desenvolvimento e de organização da economia e da sociedade.

O movimento conseguiu, nestes últimos 36 dias, afirmar que a Economia Solidária é diferente. Defende a mudança no modelo de desenvolvimento e de sociedade, para que seja pautada pela participação, democracia econômica, autogestão, cooperação, diversidade cultural, étnica e de gênero, pela territorialidade, e pelo cuidado com nosso meio ambiente.

Na próxima semana vamos começar as audiências públicas. Estou muito animado, e confiante quanto à sabedoria de todas e todos que estão na base e vão participar destas audiências.

Somos muito diversos, polemizamos muito, temos muitos conflitos internos. Mas esta diversidade é nossa força também: há os que puxam mais o econômico (como as uniões locais/nacionais), os que puxam mais o ideológico (como as universidades), os que puxam mais a reciprocidade e o comunitário (como as organizações de igreja progressista), os que puxam mais as questões de diversidade de gênero, raça e etnia, os que puxam mais o político. E todas estas dimensões estão, de alguma maneira, na alma de cada pessoa, de cada empreendimento, de cada trabalhador/a de empreendimento, de cada organização e rede.

E estão todas articuladas nos fóruns municipais, estaduais e nacional de Economia Solidária.

Esta é uma mensagem de amor: A todas e todos que estamos dando um salto histórico de despertar de um novo movimento social, muito especial, ainda com muitos desafios pela frente, mas que está caminhando e construindo sua autonomia e um jeito próprio de fazer política, a partir da produção, da atividade econômica, da união entre o econômico, o político, o cultural, o ambiental e o respeito à diversidade de gênero, raça e etnia.

"É muito fácil ouvir uma árvore que tomba. Mas ninguém ouve toda uma floresta a crescer." - provérbio africano.

Boas vindas ao Movimento de Economia Solidária!

E boas audiências a todas e todos!



As 1001 Estórias da História - Parte 4: A Oportunidade de Belo Monte e o PL865

5 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 1Um comentário

Há milhares de anos vivem povos indígenas na região da Volta Grande do rio Xingu. De repente, nos últimos 30 anos, o governo federal decide que ali é um bom lugar de montar uma hidrelétrica. A resistência das 17 etnias que serão diretamente ou indiretamente afetadas, incluindo ribeirinhos, é invisível pela grande mídia.

Até que esta resistência se transforma em protestos, mobilizações e atos mais contundentes, inclusive em Brasília. O governo afirma em alto e bom tom que não negociará a criação de Belo Monte. Pede que os índios aproveitem esta grande oportunidade, pois haverá 4 bilhões de reais de compensação na região.

A única coisa que os índios precisam fazer é abrir mão de sua história, identidade, cultura, terra e modo de vida.

Da Estória à História:

Os povos indígenas estão dizendo que esta troca não vale a pena, pois perder a identidade e a cultura é um preço muito elevado. E para o movimento de Economia Solidária, qual é o preço em termos de identidade para a oportunidade de unir, numa mesma política, a Micro e Pequena Empresa e a Economia Solidária?



As 1001 Estórias da História - Parte 3: Quem critica o assassinato de Bin Laden pelos EUA é a favor do terrorismo?

5 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 0sem comentários ainda

O movimento de direitos humanos dos Estados Unidos se manifestou contrário ao assassinato de Bin Laden, orquestrado pelo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A razão da manifestação é que a vingança não pode ser um método utilizado por um Estado Democrático. A organização rechaçou fortemente as comemorações e o Feriado Nacional criado em homenagem a um assassinato estatal.

A reação do governo foi forte: "Vocês então são favoráveis ao ato terrorista comandado por Bin Laden contra inocentes americanos!"

Da Estória à História:

O movimento de Economia Solidária afirmou que as políticas de Micro e Pequena Empresa não têm as mesmas finalidades que uma Política de Economia Solidária aprovada na II CONAES. E aí veio a reação forte, como na Estória: "Vocês então são favoráveis à manutenção da Economia Solidária no MTE!". Como está difícil debater...



As 1001 Estórias da História - Parte 2: O PL865 de Serra

5 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 22 comentários

Brasil. Primeiro de janeiro de 2011. José Serra, eleito Presidente do Brasil no segundo turno, toma posse.

Em 31 de março de 2011, o Presidente Serra encaminha ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 865/2011 (PL865), sem ouvir o movimento de Economia Solidária, nem a SENAES, nem qualquer outro ator da sociedade.

O PL865 propõe a criação da Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa (SEMPE). Segundo a proposta encaminhada à Câmara, esta nova Secretaria incorpora as atribuições da Economia Solidária que estavam no Ministério do Trabalho e Emprego, desfazendo assim a SENAES que lá estava. Além disso, incorpora as atribuições das Micro e Pequenas Empresas do Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC).

O FBES consulta suas bases sobre duas opções: 1. Retirada das atribuições da Economia Solidária deste PL 865 ou 2. Ver esta nova Secretaria como oportunidade e fazer emendas lá dentro para dar maior visibilidade à Economia Solidária como estratégia de Desenvolvimento Territorial, Sustentável, Diverso e Solidário. Em poucos dias, mais de 90% dos Fóruns, Redes e Entidades optam pela opção 1, e se articulam com vários outros movimentos sociais para lutar para evitar esta fusão.

O Setorial de Economia Solidária do PT se manifesta energicamente favorável ao movimento: "Não podemos fazer da Economia Solidária um instrumento do Capital defendido por este governo de direita!" afirma o Presidente da Setorial. A bancada petista no Congresso Nacional se posiciona frentemente contrário ao PL. O líder do PT na Câmara solicita mais tempo para que uma decisão destas seja realizada através de audiências públicas estaduais. Mas o líder do PSDB faz requerimento de urgência, a pedido do SEBRAE. Vendo que as condições de negociação estavam se estreitando, vários Deputados solicitam a retirada das atribuições da Economia Solidária do PL865, a pedido do movimento de Economia Solidária com apoio do Setorial do PT.

Da Estória à História:

Por que agora a Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa e o SEBRAE são uma grande oportunidade?



As 1001 Estórias da História - Parte 1: O PL865 que o movimento apoiou...

5 de Maio de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 0sem comentários ainda

Brasil. Primeiro de janeiro de 2011. Dilma Rousseff, eleita Presidenta do Brasil por grande maioria da população no segundo turno, toma posse.

Em 31 de março de 2011, a Presidenta recém-eleita encaminha ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 865/2011 (PL865), sem ouvir o movimento de Economia Solidária, nem a SENAES, nem qualquer outro ator da sociedade.

O PL865 propõe a criação da Secretaria Especial de Desenvolvimento Territorial, Sustentável, Diverso e Solidário (SEDTSDS). Segundo a proposta encaminhada à Câmara, esta nova Secretaria incorpora as atribuições da Economia Solidária que estavam no Ministério do Trabalho e Emprego, desfazendo assim a SENAES que lá estava. Além disso, incorpora as atribuições do Programa dos Territórios da Cidadania, dos Territórios da Paz, dos Territórios da Pesca, do PAA, do PNAE, do Programa Nacional de Resíduos Sólidos, da Agroecologia, e da Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional.

O FBES consulta suas bases sobre duas opções: 1. Retirada das atribuições da Economia Solidária deste PL 865 ou 2. Ver esta nova Secretaria como oportunidade e fazer emendas lá dentro para dar maior visibilidade à Economia Solidária como estratégia de Desenvolvimento Territorial, Sustentável, Diverso e Solidário. Em poucos dias, mais de 90% dos Fóruns, Redes e Entidades optam pela opção 2, solicitam um espaço amplo de debates e se articulam com vários outros movimentos sociais para iniciar um processo histórico de construção deste novo espaço.

 

Da Estória à História:

Será que o FBES simplesmente está reagindo à falta de diálogo do governo ou a diferenças profundas de projeto político entre Economia Solidária e as políticas de Micro e Pequena Empresa do MDIC?



Maio, nosso maio

30 de Abril de 2011, 21:00, por Daniel Tygel - 0sem comentários ainda

Linda animação, por Farid e amigos, totalmente realizada com softwares livres! Vamos nos lembrar das origens desse tal primeiro de maio?

Maio, Nosso Maio from farid on Vimeo.