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Cai o rei de ouros, cai o rei de copas, cai o rei de espadas...não fica nada?

27 de Maio de 2016, 11:40 , por Débora Nunes - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Sim, ficam ao menos dois contendores de peso: o nebuloso “mercado financeiro” e o emergente “povo brasileiro”.

Enquanto o sistema político se despedaça aos olhos de todos/as, causando náusea e preocupação, os dois polos de interesse citados acima vão se tornando os personagens principais da nossa história. O mercado financeiro está ganhando agora e é preciso que se entenda melhor essa turma que está dando as cartas no Brasil.  Ele é formado por pessoas e empresas que negociam no mercado de ações, de câmbio, de derivativos e todas as modalidades de negócio que têm o dinheiro como principal mercadoria. Quem domina o mercado financeiro são os BANCOS. Portanto, quando se fala de “interesses do mercado”, de que “o mercado está vigilante”, ou que “o mercado gostou das medidas”, está-se falando dos bancos, principalmente. É para esse público que fala o atual governo Temer. Em grande medida, os banqueiros também foram muito bem tratados pelos governos Lula/Dilma. O sistema político, e não apenas o brasileiro (vejam o caso exemplar da Grécia), vem sendo refém dos bancos e não trabalhando pelo povo, como deveria ser numa democracia.

Para quem pensa em banco principalmente como aquele lugar no qual temos contas, vamos lembrar alguns números: pagamos a eles, todos os anos, quase 50% do orçamento da nação, pois os bancos são credores das dívidas do Brasil. Sim, pense se você pagasse ao banco metade do seu orçamento só pra abater pequena parte de sua dívida e pagar os juros. Pena-se para que a Saúde tenha os 4% do orçamento atual, a Educação menos de 4% e a assistência social, 3%. Os bancos recebem 47% do total, segundo dados da Auditoria Cidadã da Dívida para 2015. E que bancos são esses que dão as cartas do “mercado financeiro” e dos governos? Citibank, HSBC, Itaú, Bradesco... sim, esses mesmos que estão por aí nas ruas...  Os mesmos que emprestam 100 e recebem 550 no final do ano. Eles nos roubam, e roubo é uma palavra leve para esse absurdo inaceitável.

E o povo brasileiro? Esse, que já foi “um punhado de ninguém”, para certos editorialistas da mídia nacional faz algumas poucas décadas, ainda é, para muitos, um “bando de pobres sem classe”. Mas o “povão” vem emergindo. Graças a medidas como as cotas nas Universidades, gente do povo está virando doutor. Graças à política de segurança alimentar do Bolsa Família, que faz chegar no máximo 240 reais no lar das famílias mais pobres, não se morre mais de fome nas secas do Nordeste, nem se trabalha por uma diária vil para alimentar a família no campo brasileiro. Graças à valorização do salário mínimo e aos avanços na legislação, as empregadas domésticas deixaram de ser mucamas e são cada vez mais valorizadas. Em todas essas políticas públicas os interesses do povão ganharam dos interesses monocórdios de quem tem muito dinheiro: ganhar mais. Ponto pro povo brasileiro na política.

O povo brasileiro também é a classe média cada vez mais mestiça e a elite branca e nem toda ela está envolvida até o pescoço com o mercado financeiro. Mesmo na classe média cuja maior ambição é se tornar parte da elite e repetir os ridículos e atrasados padrões de consumo dos ricos brasileiros, tem uma nova geração se mexendo e se rebelando, nas ruas, nas escolas e na internet. A sociedade brasileira ainda está amadurecendo politicamente e ainda se deixa enganar por psicopatas e ladrões que, como vimos, lotam a Câmara e o Senado. O povo ainda não questiona a fundo o sistema político que manipula a opinião pública pela grana e pela mídia e distorce os votos, mas aos poucos emerge como força política. Ele vai se inteirando do cenário de mando dos engravatados que ora são expostos em gravações e delações premiadas apocalípticas e vai amadurecendo.  Observando esse quadro como construção histórica que durará, é possível vislumbrar um cenário no qual os bancos pagarão sua dívida para conosco e o povo, mais educado, informado e em rede, será um sujeito histórico dono do seu destino.

Mas esse amanhã se constrói hoje: Fora Temer e sua corja golpista masculina e monocromática. Abaixo o golpe tecido nas sombras e que enganou a tantos e tantas que hoje caem em si. Que venha à luz, pelo povo nas ruas e nas escolas, pelos vídeos caseiros que mostram a resistência,  pela mídia ninja, pelo conversa afiada, pelo Brasil 247, pelo the intercept e outros blogs, sites, páginas FB que não descansam.

 


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