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Como lidar com conflitos? CONVITE!

7 de Setembro de 2016, 9:08 , por Débora Nunes - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Vivina Machado lançará seu precioso livro no dia 15/09, quinta, 19h, na livraria Leitura do Shopping Bela Vista. Tive o privilégio de escrever, junto com Suzana Moura e Valéria Gianella, o prefácio do livro que trata do desafio humano maior: lidar com conflitos como possibilidade de ampliação de horizontes e prática da amorosidade. O trabalho de Vivina traz pistas essenciais para o crescimento de cada pessoa e do coletivo. Veja abaixo um trecho do livro que só nos faz ter vontade de ler mais e mais... 

Obrigada, Vivina, por poder partilhar com você essa rica amizade que incita o crescimento mútuo.

Vivina Machado*

 

(Excerto Cap. I do livro de Oliveira Neta, Vivina Machado, DGCC - Diálogo e Gestão Criativa de Conflitos - um método centrado na complexidade do pensamento e simplicidade da ação)

Conta-se que no princípio havia uma única verdade no mundo. Entre o Orun, mundo espiritual e o Aiyê, mundo material havia um espelho. Daí é que, tudo que se mostrava no Orun materializava-se no Aiyê. Ou seja, tudo que estava no mundo espiritual refletia–se exatamente no mundo material. Ninguém tinha a menor dúvida sobre os acontecimentos como verdades absolutas. Todo cuidado era pouco para não quebrar o espelho da verdade. O espelho ficava bem perto do mundo material e bem perto do mundo espiritual. Naquele tempo vivia no Aiyê uma jovem muito trabalhadora que se chamava Mahura. A jovem trabalhava dia e noite ajudando sua mãe a pilar inhames. Um dia, inadvertidamente, perdendo o controle do movimento ritmado da mão do pilão, tocou forte no espelho que se espatifou pelo mundo. Assustada, Mahura saiu desesperada para se desculpar com Olorum. Qual não foi a sua surpresa quando O encontrou tranqüilamente deitado a sombra do Iroko . Olorum ouviu as descul 1 - pas da jovem com toda a atenção. Em seguida declarou que, daquele dia em diante não existiria mais uma única verdade no mundo. Declarou ainda: De hoje em diante quem encontrar um pedacinho de espelho em qualquer parte do mundo, estará encontrando apenas uma parte da verdade, provavelmente a sua verdade própria. Por que o espelho reproduz apenas a imagem do lugar onde ele se encontra (MACHADO, 2006).

Com este mito expresso os princípios do método DGCC - Diálogo e Gestão Criativa para lidar com Conflitos, por mim desenvolvido e aplicado por meio de workshops no Brasil e Canadá, com excelentes resultados, comprovados por pesquisa realizada com os participantes.

O “I” da “Inclusividade”

Olorum e a inclusividade: A inclusividade que, por ser inclusiva, inclui a pró- pria exclusão. Inclusividade – expansão e presente de Olorum que inclui várias verdades na verdade absoluta. “Assustada Mahura saiu desesperada para se desculpar com Olorum. Qual não foi a sua surpresa quando o encontrou tranquilamente deitado à sombra do Iroko.” Olorum, quando da quebra do espelho, incluiu este acontecimento – Mahura quebrou o espelho, incluiu uma nova possibilidade – daquele dia em diante haveria tantas verdades quantos pedaços de espelho fossem encontrados. Ao olhar a quebra do espelho e o como Olorum lidou com essa quebra, podemos ver que a inclusão expande, amplia, abre novas possibilidades. Com as inclusões, Olorum enriqueceu o mundo, simplificou, tornando-o complexo. Ao incluir, Olorum deu um presente – cada um quando encontrar um pedaço do espelho estará encontrando uma parte da verdade – , ao mesmo tempo ele também responsabilizou – estará encontrando, provavelmente, a sua própria verdade –, só que a própria verdade reflete apenas a imagem do lugar onde o espelho se encontra. Olorum inclui nas verdades de cada um a exclusão do mundo de uma só verdade. Ele cria em cada pedaço de espelho e, para cada um que o encontra, um mundo e uma verdade, e são essas tantas verdades que, ao serem incluídas, se constituem na verdade. Neste livro, a inclusão é constante presença. A autoinclusão, a inclusão do conflito, e a inclusão epistemológica: a escolha de um dos pedaços do espelho, na adoção da abordagem pós-positivista, eleita para o método. Ao mesmo tempo, o reconhecimento do positivismo, a sua inclusão, como um outro pedaço do espelho, fundamental para que a diferença se estabeleça e possa dialogar com essa mais recente abordagem. No método de comunicação, a inclusão se expressa na própria dialógica, numa linguagem inclusiva, na adoção do conflito como elemento cognitivo, de conhecimento, reconhecimento e aprendizagem. Conflito, de acordo com Maturana e Varela “é sempre uma negação mútua” (1998, p. 246). Essa é uma constatação da forma tradicional de lidarmos com o conflito. Eu nego o seu pedaço de espelho, a sua parte da verdade, e você nega a minha parte da verdade, negando o meu pedaço de espelho: eu nego você, que me nega. Da negação mútua, a dualidade, a dicotomia, a exclusão. Eu estou certa, você está errado e vice-versa.

No método, bebo da fonte de Varela e, inspirada por ele, conceituo diálogo como “reconhecimento mútuo”. Você reconhece o meu pedaço de espelho, e o fazendo reconhece que eu tenho uma parte da verdade, e eu reconheço a sua parte da verdade, reconhecendo o seu pedaço de espelho. Assim, os nossos pedaços de espelho se reconhecem como partes do grande espelho. E eu o reconheço, mesmo que discorde de você, mesmo que ainda não consiga ver refletido no seu espelho o peda- ço de mundo que ele me traz. Nesse reconhecimento eu amplio a minha visão de mundo porque agora eu incluo a existência do seu mundo e de tantos outros que possam existir, reconhecendo-os como parte do nosso grande espelho que foi espalhado. E esse reconhecimento se amplia, expandindo-se do eu-você para grupos, ideologias, países, continentes... no giro da roda...

O “I” da Incerteza

E onde está a incerteza? Um dos significados da palavra “incerteza” é falta de certeza, dúvida. Incerteza aqui tem o sentido de um questionamento, de uma atitude de permanente vigilância sobre a “tentação da certeza”, como Maturana e Varela falam amplamente no livro “The Tree of Knowledge – A árvore do conhecimento”. Assumo este princípio da incerteza como um estado de “suspensão” das certezas como verdade absoluta. Ora, como “tudo que se mostrava no Orun materializava-se no Aiyê. Ou seja, tudo que estava no mundo espiritual refletia-se exatamente no mundo material. Ninguém tinha a menor dúvida sobre os acontecimentos como verdades absolutas”. Quando o espelho é quebrado, a certeza se parte, se divide, e nessa divisão as certezas sobre os acontecimentos, como verdades absolutas, se vão. O que fica é a incerteza, porque o pedaço de espelho que encontro vai me mostrar uma parte da verdade . Dentro da “in-certeza”, uma parte da certeza, uma verdade localizada: “Por que o espelho reproduz apenas a imagem do lugar onde ele se encontra”. E quais são as outras verdades? Morin nos fala sobre a necessidade de enfrentarmos a incerteza, diz que “conhecer e pensar não é chegar a uma verdade absolutamente certa, mas dialogar com a incerteza [...] assim quando conservamos e descobrimos novos arquipélagos de certezas, devemos saber que navegamos em um oceano de incertezas” (MORIN, 2003, p. 59).

O princípio da incerteza no método DGCC é importante ao ajudar a abrir mão das certezas absolutas, da inflexibilidade, criando um campo para proliferação de possibilidades. Aquilo que tomo como sendo a (minha) verdade é uma das possíveis verdades e, portanto, a certeza que tenho é que essa verdade, como absoluta, é incompleta, incerta. A incerteza como caminho de busca de novas alternativas para conhecer, para o inesperado, para nos habilitar a interagir com flexibilidade; a incerteza como caminho para se comunicar, abrir o diálogo com o outro, pois é com ele que eu posso acessar as outras verdades, é com ele que essas outras verdades são mostradas, apresentadas, e é o encontro e o confronto com essas outras verdades que me possibilitam gerir conflitos, expandindo a visão localizada que possuo do meu pedaço de espelho-verdade, abrindo tanto mais o campo de visão quanto os tantos outros espelhos-verdades que me propuser a confrontar, a interagir, a dialogar. A incerteza impelindo a conhecer, ao saber navegar no oceano que Morin nos traz. E que venha Fernando Pessoa, para junto com ele podermos “cantapoemizar”...“Navegar é preciso, viver não é preciso...”

E vamos juntos navegando e encontramos Varela navegando conosco. E ele nos sussurra, junto com o barulho do mar, que “Ansiedade cartesiana” é um estado que nos assola. Ele nos diz que esta ansiedade é melhor colocada como sendo um dilema: ou temos um fundamento fixo e estável para o conhecimento, um ponto onde o conhecimento começa, está enraizado e repousa, ou não conseguimos escapar de algum tipo de escuridão, caos e confusão. Ou existe uma base ou fundamento absoluto, ou tudo desmorona (VARELA; THOMPSON; ROSCH, 1993, p.140). p.25

O estado de incerteza parece-nos destruidor, e por isso buscamos ansiosamente as certezas. O tempo em que “Ninguém tinha a menor dúvida sobre os acontecimentos como verdades absolutas” se foi com a quebra do espelho. O positivismo mostra suas fragilidades, inconsistências, incapacidades para ser a terra firme. O pós-positivismo ainda carece de chão, de lastro, de experiências. Tradicionalmente, buscamos um “ground” oscilando entre aquele que é interno, na mente ou externo, no mundo. As certezas da teoria, as incertezas da prática e vice-versa. As incertezas da mente, as certezas do corpo, a incerteza das emoções e assim sucessivamente.

O princípio da incerteza no método atua no sentido de que ele – método – seja apenas uma das possibilidades de re-vermos o conhecimento sobre a nossa comunicação, nosso comportamento, de refletirmos, de conhecermos técnicas que contribuam para uma mudança na forma tradicional de nos comunicarmos. O DGCC é apenas uma possibilidade! O princípio da incerteza é incluso no método, na atitude de firmeza para abrir mão das nossas certezas como redutoras de todas as outras possibilidades que possamos gerar. No método, a incerteza é um “ground”. “O mundo é outro agora. A minha verdade é apenas uma e tem tantas outras... e ao contrário de me deixar frágil, isto me deixa mais seguro”. Bira A. em entrevista sobre o método, tem vivido o método de comunicação dialógica e constata a existência de um tipo de “grounding” de “aterramento”, na incerteza. Ele diz que essa constatação na vivência do dia a dia abre novas possibilidades de interagir, de se relacionar, de se posicionar. Novas possibilidades de ser. Bira está tendo a coragem de navegar no oceano das incertezas como caminho, na certeza de ser.

(Bira A., 24 anos, professor de teatro, graduado pela UFBA, ex-educando do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia )

O “I” da Interdependência

Interdependência como capacidade de coexistir, sobreviver e viver uns com os outros. No grande espelho, Totalidade. Nos pedaços do espelho, Fragmentação. E a tensão se instala entre fragmentação e totalidade. Contradição que Capra, ao ser chamando para a roda, assim nos explica: À medida que a diversidade e a riqueza das nossas relações humanas aumentavam, nossa humanidade – nossa linguagem, nossa arte, nosso pensamento e nossa cultura – se desenvolviam. Ao mesmo tempo, desenvolvemos a capacidade do pensamento abstrato, a capacidade para criar um mundo interior de conceitos, de objetos e de imagens de nós mesmos. Gradualmente, à medida que esse mundo interior se tornava cada vez mais diversificado e complexo, começamos a perder contato com a natureza e a nos transformar em personalidades fragmentadas (CAPRA, 2007, p.229).

Viver a interdependência nos conecta com uma unidade. Na coexistência, a unidade. Na coexistência, a diversidade. O grande espelho é um só espelho. O grande espelho são os pequenos pedaços de espelho. Em cada pedaço de espelho existe o espírito do grande espelho. O grande espelho, ao se partir e continuar sendo um, nos brinda com o enigma do pedaço no todo e do todo no pedaço. Com tantos pedaços de espelho espalhados pelo mundo é preciso nos aproximar. Para re-conhecer a mim mesmo nos outros pedaços, porque um dia todos esses pedaços foram partes de mim. E o re-conhecimento se dá no convite para conhecer, para nos conhecermos.

No DGCC, o convite se efetiva ao compreendermos a interdependência, incorporando-a, corporificando-a, sendo ela, agindo nela, comunicando-nos nela, interagindo nela. O convite do método é ser interdependente na escuta, no silêncio, na fala do diálogo, no gerenciamento criativo de conflitos, nas tarefas que realizamos, nos relacionamentos, no comportamento, ser interdependente ao ser comunicante. O convite no método é para exercitarmos a autonomia, a responsabilidade conosco, com o outro, com a natureza, sendo codependentes. Isso nos pede, no entanto, que reformulemos conceitos, princípios, que acessemos outras dimensões de realidade, sendo inclusivos, incluindo a incerteza como nosso “grounding”, nosso aterramento. Capra nos ajuda ainda a entender essa proposta da incerteza como “grounding”:

"estendemos esta visão fragmentada à nossa sociedade humana, dividindo-a em tantas nações, raças, grupos, religiosos e políticos. A crença segundo a qual todos esses fragmentos – em nós mesmos, no nosso ambiente e na nossa sociedade – são realmente separados alienou-nos da natureza e de nossos companheiros humanos, e, dessa maneira, nos diminuiu" (CAPRA, 2007 p.312).

Acrescento que, além de nos diminuir, ela assusta e aí, de acordo com Varela, Thompson e Rosch “nosso impulso para nos agarrar a uma terra interior [...] é fonte de continua frustração” (1993, p. 141). Ele prossegue nos dizendo que se agarrar a uma terra exterior na forma de um mundo pré-dado e independente também é frustrante, para concluir que o agarrar-se a uma terra, ao “ground”, seja interior ou exterior, é fonte profunda de frustração e ansiedade. E Richard R , participante entre 5 - vistado, vem para nossa roda.

– Richard, você conheceu e experimentou o método na Welcome Home e o que mais lhe chamou à atenção nele? – “Vivenciar a interdependência me fez sentir mais espiritualizado e conectado não só com a minha compreensão individual, mas com a de todos os outros. Estamos aqui para ajudar uns aos outros e ter mais foco no amor, a interdependência ajuda a compreender, mas, sobretudo, colocar isso na prática.”. 

(Richard R., 46 anos, canadense, em processo de reabilitação na Welcome Home, instituição localizada 5 em Surrey, BC, Canadá onde fiz a residência social e cuja missão é reabilitar pessoas dependentes de drogas e na grande maioria, com pendência no sistema judiciário)

Richard faz uma conexão entre a interdependência e a espiritualidade, ele fala de um sentimento de re-conexão, uma reconexão necessária, que Capra nos lembra: “Para recuperar nossa humanidade, temos de recuperar nossa experiência de conexidade com toda a teia da vida. Essa reconexão, ou religação, religio em latim, é a própria essência do alicerçamento espiritual da ecologia profunda” (CAPRA, 2007, p.230). Ele fala da interdependência como princípio básico da ecologia, necessário 6 para construir comunidades humanas sustentáveis. Capra conceitua interdependência (2007, p.231) como dependência mútua de todos os processos vitais dos organismos; como natureza de todas as relações ecológicas. Para ele, entender a interdependência ecológica significa entender relações; nutrir a comunidade significa nutrir relações.

E para acessarmos o grande espelho precisamos nutrir relações, dialogarmos como seres interdependentes, co-dependentes. A interdependência se aplica desde a relação entre abordagens epistemológicas – positivistas, pós-positivistas –, na relação entre indivíduos, grupos até a relação entre países, continentes, enfatizando que essa relação possui suas extremidades: a dependência e a dominação, que são extremos respectivamente da negação de si mesmo e do outro, como sujeitos, e que são também trabalhadas no método. E nesse ponto chamo de volta Richard, que nos traz o amor como nosso foco, e coloco Richard e Maturana para falarem do amor. Maturana diz que “a palavra amor faz referência à emoção fundamental que funda o social”. Para Maturana, o social é uma dinâmica de relações humanas que se funda na aceitação mútua. Ele nos diz: “Se não há aceitação mútua e se não há aceitação do outro, e se não há espaço de abertura para que o outro exista junto de si, não há fenômeno social” (MATURANA, 2006, p. 47).

Este livro apresenta o DGCC, um método de comunicação dialógica que pede presença, inteireza, mesmo na fragmentação, que dialoga no re-conhecimento mú- tuo, que inclui as incertezas e que propõe que elas sejam um “ground”. Este método confia numa gestão criativa para lidar com conflitos, que assume a negação com integridade – re-conheço que estou lhe negando, negando essa situação e, ao re-conhecer eu a re-faço, na possibilidade de conhecer, re-conhecendo o que ainda não foi visto, sentido, olhado. Este método adota a interdependência, a nossa dependência mútua, como iluminadora de novas possibilidades, reconhecendo a existência de relações de dominação e dependência, em dimensões pessoais, grupais, comunitários, entre países e continentes.

Este método de comunicação dialógica é uma proposta para avançarmos nas relações de interdependência na co-dependência, no desejo e na esperança de que as configurações do nosso emocionar nos guiem para uma transformação social, para 7 um bem-estar material e espiritual, para que vivamos relações fundadas no amor, num “magnífico trabalho de arte dinâmica” (MATURANA, 2006, p.200), num emocionar que toda criação deseja evocar, num ato de criatividade responsável para vivermos como Homo sapiens amans .

Até agora falei da importância deste método, da posição dele e da minha posição ao expressá-lo, da visão de mundo contida nessa posição. Contei o mito do espelho e por meio dele expliquei sobre os 3 I’s – Inclusividade, Incerteza e Interdependência –, como princípios do método. E agora? Agora fico aqui pensando, imaginando se estou sendo clara, se nossa conversa “está rendendo”. E fico querendo interagir mais com você. Então lhe faço um convite: Coloque a sua atenção no seu corpo. O que você está sentindo? Como esta conversa está sendo registrada no seu corpo? Onde será que estas palavras estão tocando você? Que sentidos elas causam? Como está sendo a nossa comunicação, como está nosso relacionamento? Estará sendo este relacionamento uma comunicação dialógica?

 


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Temáticas, Comunicação

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