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Da alma sem pressa

11 de Setembro de 2016, 14:15 , por Débora Nunes - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Havia uma tribo na Índia que cuidava de um templo situado no meio da floresta onde moravam. Esse templo atraía peregrinos todos os anos que só conseguiam chegar ao local com a ajuda de membros da tribo, que conheciam bem os caminhos da mata. A cada ano eles esperavam os caminhantes em local situado na fronteira da floresta e os ajudavam a carregar suas bagagens e chegar ao seu destino. Conta-se que a líder dos peregrinos ficou encabulada com o fato de que a cada quarto de hora os guias da floresta paravam e assim obrigavam os peregrinos a pararem. Como queriam chegar logo, todos se perguntavam para que aquelas paradas, mas não ousavam questionar para não embaraçar os anfitriões. Ao chegarem ao destino, foram recebidos pela tribo que os convidou para uma grande comemoração ao deus comum e essa foi a oportunidade para que a líder dos peregrinos perguntasse ao líder da tribo: “honrado chefe, eu gostaria de saber se causamos muito cansaço aos membros de sua tribo que nos acompanharam”. Ao que o chefe respondeu “Porque, cara amiga?”. A líder dos peregrinos comentou “Talvez nossas bagagens estivessem muito pesadas pois eles paravam no caminho a cada quarto de hora”. O chefe respondeu "de modo algum, nossa tribo ajuda os peregrinos a carregar suas bagagens deste sempre, somos fortes e isso não nos cansa". E porque tantas paradas então? pergunta a líder dos caminhantes. O chefe, olhando o horizonte, respondeu “Esse é um hábito antigo de meu povo. Quando vamos com pressa, paramos de tempos em tempos para que nossa alma não se perca de nós”.

Essa história indiana, contada por Siddhartha (líder do Fireflies Ashram e  membro da rede Diálogos em humanidade) na formação dos voluntários do Brechó EcoSolidário de 2013 marcou muitas das pessoas presentes e ficou ancorada em meu coração. 

 


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