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Novos modelos políticos: é preciso crer para ver

31 de Agosto de 2015, 17:02 , por Débora Nunes - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Claro que há saídas para a crise política atual e para a crise da democracia representativa em geral. Quem estuda história sabe que a solução para um tempo de crise já está em gestação, só que poucos vêm. Os chineses até associam crise a oportunidade, pois a criatividade e a visão se aguçam quando os velhos modelos caem. Só acreditando que as soluções existem podemos buscá-las e perceber seu poder transformador. Como disse o mestre ao discípulo que perguntava como viver nesse inferno: “procure o que, no inferno, não é inferno, e faça-o crescer” (Ítalo Calvino, “As cidades invisíveis”).

Pesquisando experiências de economia solidária (com seu comércio justo, suas finanças solidárias, suas moedas sociais, sua produção cooperada), assim como experiências de alianças cidadãs de todos os gêneros, vivências de moradores de ecovilas e ecobairros, de cidades em transição, o exemplo do fórum social mundial, de softwares livres e grupos cooperativos de todo tipo, encontrei caminhos. Ivan Malcheff e eu escrevemos o livro “Os novos coletivos cidadãos” para dar luz a esses novos modelos políticos que são também novos modelos de vida em comum (tenha acesso ao livro aqui).

Como tudo na vida, essas empolgantes novidades, caracterizadas pela partilha do poder, pela autogestão, pela busca de coerência entre o que se diz e o que se faz, tem muitos problemas. Fizemos um esforço, no livro, para entender e apoiar essas sementes do futuro, para ajudá-las a crescer. Há em comum, entre os que vivem novas lógicas de ação política, de consumo, de produção, mas também de discussão e aprendizado, de produção artística, etc, uma alegria simples. Aquela alegria que se aproxima do conceito de Gandhi de felicidade; “quando o que penso, o que faço e o que digo estão em harmonia”. Reclamar do mundo não traz alívio à nossa angústia, reinventá-lo no nosso universo pessoal, sim. Estar em rede com um monte de gente que se reinventa é um ato político que definirá o futuro. Mais que isso, é um gesto de bem viver agora.


Categorias

Software, cultura e conhecimentos livres, Produção, comercialização e consumo, Consumo ético e solidário, Comércio justo e solidário, Política

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