Resoluções da conferência nacional de economia da cultura de Osasco - CARTA DE OSASCO - 25 DE NOVEMBRO DE 2010
31 de Março de 2011, 21:00 - sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
CARTA DE OSASCO - 25 DE NOVEMBRO DE 2010
Com o objetivo de promover a discussão e proposição de Políticas Públicas, à luz de práticas da Economia da Cultura e Economia Solidária, a Prefeitura do Município de Osasco, através da Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão - Programa de Economia Popular e Solidária, Secretaria da Cultura, Ministério da Cultura e o Ministério do Trabalho e Emprego e a Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária, realizaram nos dias 24 e 25 de novembro de 2010 a Iª CONFERÊNCIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA DA CULTURA.
O evento contou com a participação de mais de 500 (quinhentas) pessoas da cinco regiões do país, entre Gestores Públicos, Pesquisadores, Estudantes, Artistas, produtores culturais, representantes de Organizações Sociais e Trabalhadores da Economia Solidária.
Após dois dias de intensos debates e discussões foram aprovados na planaria final, os seguintes encaminhamentos;
Cultura, recurso amplo, é forma de expressão dinâmica, não fixa: a cultura esta. È necessário definir para operacionalizar (gavetas). Ao fazê-lo devemos ter em contar a necessidade de integrar para constituir um todo, porém esta integração, este todo não pode desconhecer, ignorar as características regionais, os aspectos locais. Importante metáfora: as gavetas e a cômoda – há diversos tipos de gavetas (recorte) e cômodas (todo).
PROPOSTAS DELIBERADAS:
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHADOR DA ARTE E INCUBAÇÃO DE EMPRENDIMENTOS DE CULTURA
- Criar mecanismos de incentivo, valorização e reconhecimento da dignidade dos trabalhadores da cultura e arte;
- Criação de um piso nacional de remuneração dos trabalhadores da cultura, para prestação do serviço nos governos federal, estaduais e municipais;
- Instituição de um Serviço Nacional de Formação de Empreendedorismo Cultural e Comercio Justo;
- Inclusão de outras classes artísticas, além dos artesãos, no micro-empreendedor individual, aumentando o teto de faturamento mensal.
- Apoio ao projeto de lei Pró-cultura, que estabelece novas formas de fomento democráticas á cultura brasileira;
- Incentivar as incubadoras independentes de empreendimentos solidários de cultura
- Reconhecer o trabalhador de arte como trabalhador autônomo; X
- Realizar estudos, pesquisas e diagnósticos sobre as indústrias criativas;
- viabilizar o suporte de comunicação à grupos artísticos cooperados ou associados visando acesso à produção e difusão da arte e cultura
- criação de editais para fornecimento de estruturas para mostras, festivais e eventos de difusão e fruição cultural.
- desenvolver processos de articulação e incubação de economia solidaria da cultura, além do modelo vinculado ao poder público e universidades;
- realizar conferências municipais de economia solidáaria da cultura, como forma de difusão e construção deste modelo;
- realização estudo de metodologias de incubação para empreendimentos solidários de cultura e arte;
- Desenvolver tecnologias de compartilhamento, formação administrativa , jurídica e financeira para empreendimentos solidários de cultura e trabalhadores de arte;
- Construir políticas públicas democráticas de cultura, sem mercantilizar o movimento, ou deixar os movimentos culturais dependentes do recurso público.
Gerais;
- Criação um cadastro nacional de trabalhadores da cultura e arte;
- Investir em pesquisas da diversidade e pluralidade cultural brasileira
PROPRIEDADE INTELECTUAL E DIREITOS AUTORAIS.
- Reforma da legislação autoral; permitindo o maior acesso a livre exibição e utilização dos bens culturais, ampliando o uso democrático dos mesmos;
- Fomento aos modelos de negócios abertos, relação direta entre o artista e o público;
- Difusão das informações sobre direitos autorais, inclusive dentro de movimentos e coletivos, como por exemplo, debates em universidades;
- Fomento as mídias alternativas como meio de propagação democrática da cultura;
- Apoio à difusão e uso de softwares livres;
POLÍTICAS PÚBLICAS
É importante Definir (operacionalizar) →Integrar→Regionalizar (não isolar) garantir Acesso à tecnologia e ao contato com o outro( Choque de cultura)
Garantir a Arte como expressão cultural: criar, recriar, propor, reconhecer.
CADEIA PRODUTIVA COMO CONCEITO CENTRAL=NORTEADOR x
- Ter critérios para estabelecer o modelo de formação/capacitação adequado à ECOSOL
- Estruturar a Economia Solidária da Cultura:
- Fomentar os conselhos em nível municipal, estadual e federal.
- Garantir intercâmbios/trocas de experiências – (re) conhecer, integrar.
- Currículo escolar que reconheça, valorize e incorpore a cultura cidadã, do bem viver, alimentar.
- Incentivo á sistematização das experiências de ECOSOL da cultura
- Definir critérios diferenciados de seleção /contratação de grupos culturais, valorizando a economia solidária da cultura
- Garantir que os pontos de cultura tenham acesso à formação e capacitação solidária.
- Garantir acesso dos pontos de cultura ao usufruto de seu trabalho=remuneração acesso
- Integração das políticas públicas
CULTURA DIGITAL E COMUNICAÇÃO
- Incentivar a constituição de redes solidárias entre as experiências de moedas sociais.
- Apoio à regulamentação da internet: "Marco Civil da Internet"
- Plano Nacional de Banda Larga universal, pública e gratuita.
- Política de Formação para uso de TICs (tecnologias de informação)
- Política Ambiental associada ao desenvolvimento econômico de uma cadeia produtiva de reciclagem de resíduos eletrônicos.
- Fomento ao Software livre: educação, desenvolvimento tecnológico, utilização no Governo e Autarquias.
- Fomente à utilização de protocolos e padrões tecnológicos livres e abertos.
Propriedade Intelectual e Direitos Autorais: política de fomento de acesso, circulação de bens culturais.
-Fomento à utilização de licenças autorais alternativas, sobretudo para bens (científicos e culturais) financiados com recursos público.
-Criação de políticas de fomento à produção cultural de empreendimentos solidários.
-Avançar no marco regulatório das Comunicações = democratizacao dos meios de comunicação.
-Apoio às resoluções das Conferencias Nacionais da Comunicação e Cultura
-Políticas de Estimulo à formação técnica/profissional para a área cultural
-Políticas de Estímulo à EduComunicaçao no universo escolar.
-Fomento à pesquisa, ensino e extensão universitária, desenvolvimento tecnológico e social nas Universidades, articulando o campo da cultura e ensino superior.
-Políticas de fomento às redes e cadeias produtivas no âmbito da economia solidária da cultura.
-Políticas de fomento à diversidade cultural e promoção da igualdade racial, gênero e sexualidade. Combate ao racismo, homofobia;
FINANÇAS SOLIDÁRIAS, REDES E COMERCIALIZAÇÃO:
1- Estímulo a implantação de Bancos Comunitários de Desenvolvimento (BCDs) voltados para o fomento da produção cultural, especialmente através da sua interface com os Pontos de Cultura e com os arranjos criativos locais (ACS), numa perspectiva de articulação de redes de colaboração solidária tanto em nível local quanto regional e nacional;
2- Ampliação de espaços públicos de formação dos profissionais da cultura no campo da economia solidária (o que implica a construção de uma agenda específica de trabalho voltado para o fortalecimento da economia solidária da cultura);
3- Criação de Centros de Referência em economia solidária da cultura, enfatizando atividades em 03 eixos de intervenção: a) formação, b) incubação de empreendimentos de cultura, c) espaço para exibição e comercialização de produtos culturais;
4- Constituição de marco legal voltado para o fomento à produção cultural de forma coletiva, associada e com propriedade comum dos meios de produção;
5- Mapeamento de empreendimentos no campo da cultural, enquanto mecanismo de potencialização de informações fundamentais ao processo de fomento de redes, arranjos e cadeias produtivas no âmbito da economia solidária da cultura;
COLETIVOS E REDES
- Fomentar a implementação de moedas solidárias, laboratórios sociais. e ecotécnologia
Imstituir mecaninsmos de comunicação e animação desta rede de trabalho.
Fomentar alternativas de redes independentes que estejam em busca de sustentabilidade
Nos programas governamentais já existentes implementar processos de acompanhamento, otimização dos processos burocraticos e garantir formas de avaliação além de ampliar o diálogo entre sociedade civil e governo para pautar agendas programáticas públicas.
Fomentar projetos integrados entre redes de economia solidária e cultura.
Sistematização e difusão das iniciativas de rede de ecosol e cultura
Implementar formas de processos públicos de seleção de projetos com inovação metodológica
Dar continuidade à programas de Orçamento Participativo
Ter como critério o investimento de recursos e seleção em profissionais locais
Fomento à pesquisa fora das universidades
Criar formas de reconhecimento e legitimação de redes, empoderando-as para assumir programas na cultura e economia solidaria.
Fomento à redes em escala Nacional e Local.
Empoderamento e formação de gestores públicos e independentes
Gerar cultura de paz
Fomento à pesquisa e desenvolvimento de novas metodologias e tecnologias sociais de trabalho e criação
Rever processos de distribuição de recursos públicos
Fomento ao resgate e preservação da cultura tradicional
Acompanhamento e avaliação presencial de projetos e programas, garantindo a publicização das sistematizações e resultados
Fiscalização dos projetos e programas financiados com recursos públicos
Garantir fundos para cultura nacional, estadual e municipal
Radios comunitarias como estratégia de comunicação, educação e difusão local em rede.
Fomentar redes comunitarias presenciais e/ou virtuais.
ETNO DESENVOLVIMENTO:
Se constrói a partir da integração de três dimensões interligadas entre si:
Cultura
Território
Identidade
A partir desse fundamento (tríade) básico, pode-se traçar estratégias para efetivação de política públicas em Economia Solidária da Cultura- Etnodesenvolvimento
Construção de Políticas públicas se direcionam a partir de três eixos:
1)Formação:
-associação e cooperativismo: com diferenciação entre indígenas da cidade meio rural.
.capacitação para elaborar projetos.
-Cadeias produtivas/redes
-Publicização e informação –rede e cultura digital
-Controle social, organização e participação popular
2)Participação
- criação de conselhos, fóruns, seminários
- encontros regionais, estaduais e federal
- criação de centro público
3)Comercialização
- produto com identidade étnica
- respeito às diferentes economias
-selos de economia solidária e outras políticas de controle
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