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A construção de eco aldeias sustentáveis e possível? Como? Quando? Donde? Por quê?

24 de Julho de 2015, 18:07 , por carlos enrique giambiaggi machado - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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A construção de eco aldeias sustentáveis e possível?

Como? Quando? Donde? Por quê?

 

-Tenho 53 anos de caminhada. Sou formado em eletromecânica ,e como técnico construtor, ofício que exerço em eco e bioconstrução (construção sustentável). Os aconteceres de mia vida levaram-me a interessar-me e participar em práticas da que considero a verdadeira economia solidária, (que e aquela que resgata a dignidade de ser construtores de nosso próprio bem-estar), assumindo parte ativa em os processos de fundação de instituições sociais, com capacidade de ser ferramentas de transformação e melhoria das condições de vida como a Mutual e a Cooperativa , trabalhei em projetos de estruturação social e econômica de aldeias ou comunidades onde o reconhecimento dos valores e capacidades endógenas convertiam-se no eixo de articulação da produção. Transitei pelos caminhos da nossa Sul América, emigrei, e procurei experiencias neste campo em a Europa “Latina”. Em mia longa caminhada me desconstruí e me construí novamente, me reconheci como terapeuta holístico, recebi terapias alternativas e aprendi a praticá-las. Faz dois anos cheguei ao Brasil, onde fui confrontado com uma aspiração latente: a de unir-me ou participar no processo fundacional duma aldeia com vocação terapêutica, organizada, aberta, não-dogmática, laica, eco consciente, e de visão holística compartida, nos seus moradores. Porquê ?-acredito na ideia de uma comunidade terapêutica organizada na forma de uma eco aldeia. Porque?-acredito que o ser humano está enfermo em diversos aspetos; que esta enfermidade se manifesta no campo social, econômico, produtivo, educativo, e físico, este ser “enfermo” agride e condena ao esgotamento e à morte toda a vida que o rodeia, e para se curar ele necessita interagir duma forma vocacionada em a própria cura, reconstruindo o relacionamento vivencial integral, reconstruindo sua relação com o meio ambiente, reconstruindo sua relação com o reino animal e vegetal, reconstruindo integralmente a relação com o seu ser espiritual.

Minha vocação e minha visão não e a de retirar-me a um “monastério” onde junto com outros mais ou menos “iluminados” fechar-nos no dogma ou no rito. Minha vocação é a de contribuir com o exemplo de vida possível ,integradora ,evoluída, respeitosa, confiante, autossuficiente, com lugar de expressão para os mais velhos, e de formação para os mais novos.

Acredito, produto de meu caminhar, que em solidão é impossível fazer de nossa vida individual uma coisa útil objetivamente, para a tarefa enorme da cura, e assim na necessidade de associar-nos com outras pessoas em convívio ativo aparece consequentemente a figura da aldeia ou eco aldeia pois não tenho outra forma de nomear a essa reunião de pessoas habitando e convivendo sobre uma porção de terra.

Assumo o desafio de interagir com seres em diferentes estados evolutivos com diferentes estados de consciência, fazendo da força do amor e da pratica do amor ao próximo e a mim mesmo as ferramentas fundamentais de convívio.

Assumo o desafio de contribuir para conciliar a dimensão material com a dimensão espiritual.

 

Voltando sobre o tema da eco aldeia ou dessa associação de pessoas, advirto que a intenção carece de sustento se não se estabelecem a trama de convênios que determinem os direitos, as obrigações, os compromissos e os benefícios. Também deve-se observar a condição de sustentabilidade ecológica, a viabilidade econômica e o serviço social.

Nossa ideia sobre esta aldeia es aplicar o sistema de economia solidaria proposto por Ivan Kurtz na sua tésis social chamada “ a comuna restaurada” que fundamenta a transformação das propriedades individuais em propriedade coletiva ou comunal, em um processo longo de mais de 20 anos. Isto defende o direito de posse daqueles que vivem cuidam e produzem sobre a terra que contem a aldeia (comuna) e as fontes produtivas.

Nessa proposta se criam duas figuras legais, a Mutual que será a que reúne e administra os fundos para comprar e equipar essa terra, ou seja, para adquirir a posse legal e bens de capital e uma Cooperativa que terá o compromisso contratual de reembolsar à Mutual o capital nela investido.

De forma que a partir dessas duas figuras legais (pessoas jurídicas) possa, por fim, (re)surgir a terceira figura: a Comuna ou comunidade orgânica (organizada).

A devolução do mútuo ou dos capitais investidos será devidamente atualizada, mas sem juros, porque, do contrário isso não seria um mútuo. Isto de forma parcelada por longo período de tempo, de forma que a devolução do mútuo possa servir na prática como um complemento previdenciário privado do investidor.

 

Em línea com as experiências construtivas de mia vida e de esta visão filosófica compartida com Kurtz, proponho a aqueles que se disponham a avançar na realidade abandonando a retórica virtual:
1) A partir ao estudo das características da terra proposta para aldear, em quanto a seus potenciares econômico produtivo, a morfologia do terreno, sua condição respeito da logística, seu vinculo com o entorno social e sua integração ao sistema ecológico, elaborar um projeto de implantação.
2) Chamar logo à  integração do grupo de aspirantes, com uma proposta concreta, mais aberta a ser  complementada.
3) Essa proposta deve conter explicitamente a relação a ser assumida com a propriedade.
4) Essa proposta deve propor explicitamente a integração e relação com o necessário capital de inversão produtiva, locativa e de giro;
5) Essa proposta deve propor atividades econômicas e produtivas que fazem a auto sustentabilidade.

 

Para apoiar essa ideia e tirá-la do campo retórico estamos dispostos no pessoal a um considerável aporte econômico neste fundo Mutual.

Chamamos a quem tiver terras para povoar sustentavelmente, comunizando-as, que as aplique, as invista, pelo seu valor coletivamente acordado, junto conosco no fundo solidário que propomos.

Nessa forma simples os proprietários não arriscam a propriedade que continuará sua até o reembolso integral do investido, para, por fim ser comunal.

Esta proposta também tem lugar para aqueles que por circunstâncias da vida desejam integrar o projeto e não disponham de capital ou terras, mas que assumam a participação cooperativa plena.

Feita esta exposição de propósitos, fico a espera das necessárias perguntas e respostas de vai e vem que surjam em vocês.

Enrique Giambiaggi . 12/07/2015 Jaraguá do sul SC.


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Temáticas, Redes/Cadeias, Agricultura Familiar