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12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | 1 pessoa seguindo este artigo.

Escolha Vegan

31 de Outubro de 2013, 12:58, por Rede Guandu - 0sem comentários ainda

Temos o prazer de apresentar como mais novo produtor/parceiro da Rede Guandu: “Escolha Vegan”. Os mesmos serão responsáveis pelo fornecimento de deliciosos hambúrgueres e alfajores veganos.

Para melhor conhecer e entender um pouco mais sobre “Escolha Vegan”, tivemos um papo com Alex Peguinelli, um dos responsáveis pelo sucesso e surgimento do mesmo.

Rede Guandu:

Gostaríamos de saber um pouco sobre como surgiu a ideia do “Escolha Vegan”, como vocês conheceram a Rede, porque decidiram oferecer seus produtos nesse sistema e o que mais você nos quiser contar sobre o movimento vegano aqui de Piracicaba.

 

Alex Peguinelli :

Então, o “Escolha Vegan” surgiu para que, primeiramente, pudéssemos fazer um certo tipo de ativismo pelos direitos animais, já que acreditamos que os animais humanos não deveriam ter nenhum direito sobre a vida de outros seres, sejam eles animais humanos ou animais não humanos. Pensamos em aliar essa maneira de fazer ativismo com uma maneira de pagarmos nossas contas; então decidimos mostrar para as pessoas o quão gostoso, fácil, barato e prático é se tornar vegano.

Nos aproximamos da rede por utilizar o espaço para eventos como o hardcore solidário, que reúne sempre bandas de cidades diferentes, inclusive de fora do país, uma palestra, comida vegana, etc.

Não existe um movimento vegano, existe um movimento pela libertação animal, que enxerga os animais não-humanos capazes de sentir, ou seja, que tenham senciência*, como sujeitos de direito; o veganismo é uma prática dessa teoria da libertação animal.

 

Senciência* “Capacidade de um animal não-humano de sentir prazer e dor, manifestando felicidade e sofrimento; incluindo seus anseios, sonhos, pensamentos e lembranças”.

 

Rede Guandu :

E qual a diferença entre movimento vegano e movimento pela libertação animal?

Vimos um post do ”Escolha Vegan”, no Facebook, dizendo no cardápio que vocês fizeram um “hambúrguer de carne de soja de frango”. Ficamos curiosos para saber o por quê de usar esse nome. É pra atrair os consumidores pra um sabor já conhecido?

 

Alex Peguinelli :

Na verdade, só existe o movimento pela libertação animal, se tornar vegano é uma prática dentro desse movimento. Posso fazer uma analogia pra ficar mais fácil; existe o movimento negro, não o movimento anti-racismo, não ser racista é uma prática do movimento negro, ou, existe o movimento feminista, então não ser machista é uma prática desse movimento. Tornar-se vegano é aplicar a teoria dos direitos animais, a teoria da libertação animal; na prática, você não se torna vegano pra ficar mais saudável, ou pra colaborar com a preservação do meio ambiente, você não se torna vegano por dó dos animais, mas sim por respeito, por acreditar que os animais não-humanos não pertencem aos animais humanos, e nada justificaria sua exploração.

 

 

Deixamos aqui, os nossos sinceros agradecimentos a todos os responsáveis e colaboradores da “Escolha Vegan”, bem como ao Alex Peguinelli, pelo depoimento prestado à Rede Guandu. Entendemos que é de valiosa importância termos um parceiro que compartilhe dos mesmos ideais e princípios de um verdadeiro consumo sustentável e responsável e que, sobretudo, leve tão a sério temas como estes.

 

Para comprar os produtos “Escolha Vegan” acesse : http://www.terramater.org.br/compras/.



O Leite e o Desenvolvimento Local

23 de Outubro de 2013, 18:29, por Rede Guandu - 0sem comentários ainda

Encontrar o Leite UHT nas prateleiras do mercado a 3 reais, intriga quem compra e limita o acesso de muitos brasileiros a esse alimento. Por outro lado, a experiência de organização cooperativa dos agricultores da Serra de São Pedro é capaz de manter, durante o mesmo período, o leite à R$ 1,95 por meio de circuitos curtos de comercialização. Além dos preços de venda, a cadeia de leite e derivados no Brasil apresenta diferenças significativas em relação ao preço pago ao agricultor, quando comparamos cooperativas e grandes empresas.

As contrariedades enfrentadas por agricultores e consumidores no caso do leite são consequência do que vem ocorrendo com o sistema agrícola e alimentar a nível mundial. A expansão de poucas empresas da indústria agroalimentar concede a elas o poder de decidir o que, como e onde produzir e qual será o preço de compra, pago ao agricultor, e de venda, pago pelo consumidor.

Não é difícil conceber que a lógica de funcionamento destas corporações nada tem que ver com a preocupação de praticar um preço justo de venda, com o consumidor, e de compra, com o agricultor. Como empresas de capital aberto, lhes interessa gerar lucro a seus investidores para atrair mais capital e expandir-se no mercado. Portanto, esse modus operandis busca satisfazer aos acionistas e não aos agricultores e/ou consumidores, objetiva o lucro em carência do bem-estar social.

No Brasil, o mercado de leite é conceituado como oligopólio, onde poucas corporações controlam a maior parte do leite produzido. Mas, por que controlam? A maior proporção do leite brasileiro, 58%, provém da agricultura familiar, mas os laticínios (unidades de processamento) estão nas mãos de grandes empresas – entre elas a Nestlé. Dessa forma, controlam o mercado ao apropriarem-se do bem produzido pelos agricultores, acumulando grande quantidade do leite e distribuindo por meio dos supermercados, de modo a centralizar poder para determinar os preços de compra e venda.

Enquanto o processo de globalização e concentração se expande sobre o sistema agroalimentar, iniciativas de cooperativas e de circuitos curtos de comercialização surgem contra esse modelo hegemônico. Na região de Piracicaba, o laticínio da Cooperativa de Agricultores do Município de São Pedro – COOPAMSP – beneficia agricultores e consumidores e, ainda, distribui o leite em escolas e outras instituições regionais. Durante o ano, o sistema de cooperação garante os preços fixos pagos aos agricultores e, consequentemente, estabiliza o preço de compra para os consumidores.

Quando comparamos os preços pagos pela COOPAMSP, um laticínio regional – do município de Brotas – e a média CEPEA dos preços no Estado de São Paulo, observamos que a cooperativa é a única a garantir os preços estáveis ao longo do ano, independente da oferta de leite no mercado, que é variável em função do regime hídrico. Essa estabilidade decorre da política da Cooperativa e da interação entre conhecimento e experiência coletiva dos agricultores do Alto da Serra de São Pedro, que se unem para realizar os trabalhos pesados de semear, picar e ensilar as matérias necessárias para enfrentar a baixa disponibilidade de água no inverno e, consequente, menor oferta de pasto aos animais.

Além do aspecto econômico, a experiência promove o emporamento dos agricultores, que participam das decisões sobre a produção, beneficiamento e comercialização de seu produto. E, ainda, utiliza de canais curtos de comercialização, incentivados por políticas públicas, como o PNAE e o PAA, e por iniciativas de consumidores locais, como a Rede Guandu de Consumo Responsável. Dessa forma, aproxima agricultores e consumidores, fornece alimento saudável à instituições regionais e diminui os custos energéticos e monetários de transporte.

Gabriel Colombo de Freitas
Luis Carlos Nascimento Júnior

GESP – Grupo de Estudos São Pedro – ESALQ/ USP



Rede Guandu no Sesc Sorocaba

9 de Outubro de 2013, 17:05, por Rede Guandu - 0sem comentários ainda

No mês de agosto aconteceu em Sorocaba uma mesa redonda entre grupos de consumo responsável, no quadro do programa “Alimento, alimento meu” proposto pelo Sesc Sorocaba e a Empório Produções (saiba mais aqui). Este programa visava trazer ao público questionamentos sobre a origem dos alimentos que chegam nas nossas mesas e sobre como são produzidos. Um primeira mesa redonda, à qual fomos convidados, discutiu o consumo responsável e uma segunda teve foco na comercialização de alimentos saudáveis, com a participação de cooperativas de produtores agrícolas.

Participaram da discussão alguns representantes locais dos grupos Garfos (Grupo da Articulação Regional da Feira de Orgânicos de Sorocaba), do movimento Slow Food e da Rede Guandu. A ideia foi expor as experiências de cada iniciativa e discutir a questão do acesso à alimentação saudável.

Logo no início da conversa, chegamos à um cenário comum: a alimentação tornou-se algo impessoal que, salvo ocasiões festivas e de encontros entre amigos, não têm tido a importância que deveria ter em nossas vidas. Não se sabe quem produz, da onde veio, se o preço é justo, se somos manipulados com tantas “holdings” de empresas que buscam um lucro máximo inalcançável e perdemos até a noção do que realmente compramos:   comida ou tempo?

Leandro Carmo, representando o Slow Food aqui em Piracicaba, explicou que a iniciativa “Slow” busca justamente contrapor essa inversão de valor  presente quando compramos um alimento num supermercado, quando comemos num fast-food. O que estamos comprando é na verdade o tempo que não temos para escolher nossos alimentos, para preparar nossa refeição. Através dos conceitos de alimento bom e limpo, e de preços justos (ou seja, remuneradores para quem vende e acessíveis para quem compra) o Slow Food vem resgatando sabores nativos esquecidos na memória popular, com auxílio de gastrônomos, acadêmicos, produtores e convívios que possibilitam a troca de experiências. Um exemplo prático da preservação dos sabores é a chamada “Arca dos Gostos”. É um catálogo que localiza, descreve e divulga alimentos e produtos com risco de extinção. Já ouviu falar de cambuci? Arroz vermelho, licuri, mangaba, umbu? Esses são algumas dos alimentos catalogados.

O Grupo Garfos é uma coletivo em Sorocaba que vem se articulando para organizar as Feiras Orgânicas em um só lugar, com uma gestão horizontal que busca a disseminação dos conhecimentos e práticas da produção local através do diálogo e das trocas. A concepção do Garfos partiu da demanda existente na cidade de pessoas em busca de alimentos orgânicos e da demanda dos próprios produtores para viabilizar o comércio. Atualmente o grupo têm feito reuniões abertas para todos aqueles que queiram contribuir com a iniciativa e já tem parceiros da região como o Instituto Physis, o grupo Semeando Encanto e facilitadores do Fórum Social de Sorocaba.

Na discussão sobre a Rede Guandu, um grupo de consumo e produção responsável sediada pelo Instituto Terra Mater, após um breve histórico desta iniciativa surgida da parceria pioneira com a Cooperacra (Cooperativa da Agricultura Familiar e agroecológica de Americana, saiba mais aqui), o foco foi na atuação presente da Guandu. O grupo conta hoje com aproximadamente 30 consumidores por semana (sendo no total mais de 300 consumidores cadastrados) e mais de 15 produtores e é coordenado por uma equipe gestora de voluntários e estagiários da ESALQ-USP. A Rede Guandu propõe, através da entrega de alimentos orgânicos e artesanais, um espaço de educação do paladar e de conscientização do ato alimentício.

Complementando a forma mais tradicional de contato direto entre produtor e consumidor que ainda é a feira, a Rede Guandu constitui uma alternativa de comercialização, pois sabemos que para o agricultor o trabalho na feira é grande, desgastante e exige tempo para que se forme a freguesia. Observamos que apesar de haver grande oferta desses produtores agrícolas, ocorreu um aumento na oferta dos produtos artesanais nos últimos tempos. Observamos também o comportamento dos consumidores no decorrer do tempo e estamos procurando saber o porque das flutuações dos consumidores que participam e compram na Rede Guandu.

Em breve, compartilharemos os porquês dessas e tantas outras perguntas que permeiam a rotina dos Grupos de Consumo Responsável. Adiante!

crédito fotos: Empório Produções