Entre outros objetivos, a atividade tinha como meta principal avaliar e propor estratégias de comercialização para os estados, em particular, e para a região como forma de integração, considerando a logística e o desenvolvimento local como base.

Os seminários regionais são um dos eixos do Projeto Nacional de Comercialização Solidária (PNCS). No próximo mês de julho está programado o seminário da região Sul, entre os dias 7 e 9, na cidade de Santa Maria-RS. Como preparação para os regionais, foram realizados (e ainda estão acontecendo) diversos seminários estaduais, dos quais foram indicados diferentes empreendimentos que praticam a Economia Solidária.

Em Bonito, a acolhida dos EES aconteceu na Central de Comercialização de Economia Solidária do Mato Grosso do Sul, na capital Campo Grande. Recepcionados(as) por Sebastiana Almire de Jesus, membro do Conselho Nacional de Economia Solidária (CNES) e da coordenação colegiada da Central, os(as) participantes foram apresentados(as) à dinâmica e à organização da Central, considerada a maior do país neste ramo de atividade, dentro na Economia Solidária. No local são comercializados produtos de 60 EES de artesanato, extrativistas e agroecológicos de 13 municípios, dentre eles projetos de assentamentos da reforma agrária e comunidades quilombolas e povos indígenas.

Ainda no dia 23/6, os(as) participantes seguiram em caravana para a cidade de Bonito-MS (a 258 quilômetros da Capital). O Seminário Regional teve como tema “Comercialização Solidária: uma estratégia em rede” e esse foi o debate da mesa de abertura, com a apresentação dos “Conceito e princípios do Comércio Justo e Solidário”, realizada por Fabíola Zerbini (Faces do Brasil) e da ”Comercialização em Mercado Institucional”, feita por Celso Arruda (Delegacia do Ministério do Desenvolvimento Agrário/MS).

Para Shirlei Silva, analista social do Instituto Marista de Solidariedade (IMS) e coordenadora do PNCS, “o primeiro seminário tem o compromisso de apontar novos rumos”. É um desafio coletivo e urgente, segundo ela, pautar a articulação do movimento de Economia Solidária. “Pode ser uma pequena semente no universo de ações necessárias ao movimento, mas é o início de algo novo, de um novo jeito de comercializar solidariamente. Cabe a nós fazermos diferente”, definiu.

Na mesa de abertura também estiveram presentes Noêmia Nogueira dos Santos (do Assentamento Santa Lúcia), Jessiel Moreira (secretário municipal de Produção – Bonito/MS), Paulo Henrique de Moraes (representando empreendimentos do Distrito Federal e entorno), Altamiro José Moreira (representando empreendimentos de Goiás), Rosângela Góes (representando empreendimentos do Mato Grosso) e Sebastiana Almire (representando empreendimentos do Mato Grosso do Sul).

FEIRA REGIONAL
Na mesma data do 1º Seminário foi realizada a Feira Regional de Economia Solidária na Praça das Piraputangas (Bonito/MS), com o tema “Saberes e Sabores para a Construção da Solidariedade. Um dos empreendimentos presentes no local foi o Pé da Serra, bastante conhecido na cidade e no estado por sua participação na cadeia produtiva da cana de açúcar.

Mas o maior destaque do Pé da Serra, localizado no Assentamento Santa Lúcia, é sua estruturação: ele é um empreendimento autogestionário composto por 36 famílias, que hoje dispõem de estrutura própria, composta de uma agroindústria para produção de conservas, geléias e produtos derivados da cana. A marca Pé da Serra ganhou o mercado de Bonito e está espalhada em mais de 50% dos estabelecimentos comerciais da cidade. Seus produtos também estão na Central de Comercialização de Economia Solidária em Campo Grande.

RODA VIVA
Uma das atividades do Seminário Regional foi a apresentação de experiências de comercialização desenvolvidas na região Centro Oeste, uma de cada estado e uma do Distrito Federal. Foi adotada uma dinâmica de entrevista coletiva, primeiro com os empreendimentos Central do Cerrado (DF) e Cooperativa Planta e Vida (GO) e depois com a Central de Comercialização (MS) e Coorimbatá – Cooperativa de Pescadores e Artesãos de Pai André e Bonsucesso (MT).

Os(as) participantes assistiram uma pequena apresentação inicial das experiências e ficaram livres para participar com perguntas diretas aos(às) representantes dos empreendimentos convidados. Com as informações coletadas, os estados se reuniram para discutir e apontar as estratégias de comercialização com maior possibilidade de adequação à sua realidade.