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12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | 1 pessoa seguindo este artigo.

A peste emocional tem cura

10 de Outubro de 2018, 3:24, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Conversa para salvar o brasil 

Consegui! A extrema indignação e raiva que senti ao assistir aquele vídeo grotesco e ler aquelas palavras de ódio foram sendo vencidas aos poucos com respiração e força interior. A sensação foi de vitória quando consegui responder à pessoa que o enviou com calma e educação, evidenciando a montagem e convidando-a a ver os fatos de maneira isenta. Não tenho a mínima ideia se ela vai ponderar algo sobre o que eu disse, mas tenho a clara ideia de que eu venci o clima que a extrema direita quer espalhar no Brasil. Mantive, com esforço, a minha paz de espírito e de algum modo reverti a situação, não aderindo à escalada de medo e ódio que só favorece o candidato da intolerância.

Para conseguir isso foi bom trazer à mente a máquina subterrânea, movida a muito dinheiro, que está produzindo esses vídeos e nas pessoas que estão sendo pagas para disseminarem essas mentiras. O fato da extrema direita quase ganhar as eleições brasileiras no primeiro turno está intimamente relacionado com a vitória de um homem desqualificado como Trump como presidente dos Estados Unidos. Está  vinculado à vitória do Brexit, quando, perplexos, ingleses e europeus viram a opção pela saída da Inglaterra da União  ganhar o pleito, com todas as consequências negativas para ambos lados. Esses fenômenos têm ao menos uma característica em comum: a manipulação das pessoas pelas redes sociais através de empresas contratadas para manipular emoções, estimulando o ódio.

Acredito firmemente que vamos vencer essas eleições conversando, argumentando, ouvindo e chamando as pessoas à razão e à convivência civilizada. Cada um e cada uma vencendo sua própria aversão e fazendo o que eles não esperam: sair da armadilha deles. Não convenceremos os que visceralmente estão a favor da barbárie, ou que terão vantagens com ela, mas faremos pessoas ao redor deles pensarem no que poderia acontecer se o Brasil se deixasse levar pelas fake news e absurdos do whatsapp e se tornasse um país armado, violento, racista, homofóbico e intolerante com quem pensa diferente. Eu mesma, uma moderada que fala e pratica a paz interior como caminho de transformação pessoal e do mundo, já fui agredida verbalmente nas redes sociais e ameaçada de exílio com uma passagem só de ida para a Venezuela. Imaginem os mais apaixonados... iriam ser torturados e fuzilados?

Sim, voltando à peste emocional e sua cura. William Reich viu o movimento de ódio se disseminando pela Alemanha na época de Hitler como uma espécie de doença contagiosa. Seus estudos sobre o comportamento mostravam como os humanos estão expostos a reações violentas em cadeia quando as condições são dadas. A raiva, a impotência, as dificuldades da vida e as repressões psicológicas, principalmente sexuais, são combustível para a peste emocional e sua disseminação. Como todo contágio, ele é mais provável em quem está mais debilitado. Observem em torno de vocês: as pessoas que mais disseminam o ódio não coincidem com aquelas que se sentem menos reconhecidas? Não são as que que não suportam que outras pessoas, sobretudo as mais pobres, usufruam de direitos como ir à Universidade e viajar de avião? Não são os conservadores empedernidos que querem controlar as escolhas libertárias dos outros?

Porém, se os que disseminam mentiras são milhares, os que “curtem” calados essas mentiras e votam na direita são milhões, como sabemos. Reich dizia que se a “peste” contamina tantos é porque todos e todas temos ódios e repressões que podem nos impedir de ver com clareza a realidade e, por exemplo, votar em um candidato desqualificado e cujo programa é o de favorecer as elites. Os nordestinos foram mais resistentes à onda contagiosa porque os efeitos das políticas sociais foram tão concretos que o senso de realidade foi mais forte. O caminho da cura para a peste emocional passa, num primeiro momento, por nós mesmos.

A pessoa a quem respondi no Facebook está comprometida racionalmente com o projeto da extrema direita ou está acometida dessa doença que incita o ódio pela manipulação da informação? Quando respondemos educadamente a uma montagem em vídeo, foto ou uma mensagem raivosa falada ou escrita estamos mostrando que existe um modo sadio de conviver. Isso bota água fria na fervura e, ao baixar a temperatura, dá tempo e condição para as pessoas que as seguem refletirem e deixarem de seguir os manipuladores. Acredito que se excluímos os que votam na extrema direita de nossos contatos e convívio deixamos campo livre para que a mentira se dissemine sem contestação, para que o ódio pareça ser o normal. Não é fácil a convivência com o intolerável verbal, mais esse intolerável ainda é verbal. Com os que mataram Marielle e Mestre Moa a mão da justiça tem que ser implacável.

Em uma semana não vamos curar as causas profundas da peste emocional, tanto as materiais quanto as repressões milenares, mas podemos reverter muitos votos com civilidade e convencer pessoas que se abstiveram no 1º turno a ir votar no 2º pra evitar o pior. Amenizaria muito o clima de raiva ao PT se o partido pedisse desculpas pelos erros que cometeu, mas ele ainda não o fez por uma visão antiquada – e muito masculina – de que nos fragilizamos quando reconhecemos erros. Que bobagem imensa. Os acertos do PT seriam muito mais valorizados se reconhecessem seus erros. Ok, eles ainda não o fizeram, mas em nossas respostas civilizadas aos ataques e em conversas privadas com familiares e amigos nós podemos fazer, ecoando a opinião de tantos petistas que se envergonharam com muito do que viram, mesmo tendo clareza de toda a manipulação da mídia e perseguição de certos juízes.

A peste emocional será vencida quando sairmos nós mesmos da intensidade emotiva contra pessoas do outro lado, mantendo nossa indignação e luta contra as ideias do outro lado. Venceremos quando conseguirmos fazer com que pessoas que não gostam do PT e de Lula, mas que prezam a democracia, se sintam motivadas a ir votar em Haddad. Venceremos  quando fizermos uma barreira de emoções positivas que impeça a peste de avançar e reduza seu campo de influência. Está nas nossas mãos, e não nas de Haddad ou do PT apenas, vencer a extrema direita. É imprescindível que a campanha desse excelente candidato organize a união da cidadania contra a ditadura, fazendo alianças sólidas e programáticas. Vamos assim corrigir as atrocidades cometidas pelos golpistas no campo legal, social e econômico. Vamos assim aprofundar a conquista de direitos já praticada até aqui e que transformou o Brasil num país respeitado. Respire, converse com sua família e amigos, vá pra rua, pro seu telefone ou seu computador, veja quem será a pessoa que testará sua paciência hoje e responda calmamente. Perdoe-se se não conseguir nas primeiras vezes. A causa é imensa e vale a pena. A peste pode ser vencida.

 



Só o amor pode vencer o medo

3 de Outubro de 2018, 10:05, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Medo e liberdade 460x283

Milhões de brasileiros, e sobretudo brasileiras, nos enchemos de alegria e emoção com as manifestações de 29.09.2018. O sentimento de estarmos juntos e sermos fortes contra o obscurantismo propiciava essa emoção prazerosa, essa euforia emancipada que a liberdade nos dá. As imagens inesquecíveis de uma das maiores manifestações feministas da história do mundo falam por si: milhões de pessoas desfilando em paz, cada uma portando em si mesma os traços de suas escolhas. Gente poeta e músico cantando suas rimas pela liberdade; gente preta ostentando sua cores, seus cabelos frizados, suas homenagens aos ancestrais; gente gay e sua bandeira multicolorida rindo e dançando pela euforia de serem quem são e se amarem sendo assim; gente de todo tipo se abraçando ao encontrar um companheiro ou companheira de lutas nesse Brasil que exigiu tanto de duas gerações pra restabelecer a democacia e sair da semi-escravidão. Lindo de ver pra nós que estamos nesse desafio cotidiano de sermos nós mesmos, de pagar o preço de viver como acreditamos ser o certo, de buscarmos profundamente a igualdade e a emancipação. Sobretudo nós, mulheres.

Mas como nos viram aqueles que ainda não declararam sua autonomia, nem sentiram o sabor da liberdade de serem quem são? Olharam pra nós com medo. Viram o perigo de que os valores tradicionais “da família” pudessem ser abalados inclusive em suas casas. Viram nossos sorrisos, beijos e abraços como “libertinagem” confrontando seus próprios desejos escondidos de serem espontâneos. Viram aquela massa de mulheres botando por terra o establishment, o “modo normal de ser”, como algo de desestruturador de suas vidas. Essa vida que buscam manter intocável, mesmo que doa, com medo da incerteza do novo, com medo da liberdade.

A liberdade causa medo porque significa também responsabilidade, significa ter que estar à altura do que virá, sem poder controlar.  A corrida em busca de um “pai severo” que livre os que têm medo da incerteza fez as intenções de voto para o candidato da direita subir. Os argumentos que envolvem o comunismo, a Venezuela, Cuba, os “ladrões do PT” são só uma desculpa, na maior parte das vezes. Muito pouca coisa, racionalmente, poderiam fazer as pessoas terem medo de um governo do PT, cujas escolhas de aliança com as elites foi oposta àquela de Chavez, de confronto total.

Quando uma criança tem medo de um monstro imaginário atrás da porta, o abraço da mãe, ou pai, é muito mais efetivo que a frase “não tem monstro nenhum, filho”. Não adianta argumentar racionalmente com esses que resolveram votar na extrema direita. É muito mais uma necessidade de se sentirem protegidos e amados, sem pagar o preço da responsabilidade pelos próprios atos. Não deixar que essa onda de medo atinja a nós mesmos e espalhar amor e acolhimento é nossa maior defesa agora. Reforçar o “campo mórfico” da compaixão em face do medo dos outros, vibrando empatia pelas fraquezas tão humanas de quem tem medo, é mais poderoso que esbravejar contra o que nos ameaça. Vamos conversar calmamente com quem está confuso, confiar nas vitórias que já tivemos até aqui e manter a paz de espírito para vencer. O que acontecer nos encontrará fortes e dispostxs a defender a liberdade, a igualdade e a fraternidade, valores universais destinados a ganhar, como nos mostra a História.

 



O paradigma quântico e a transformação do mundo

23 de Setembro de 2018, 2:26, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Observador quântico 

Débora Nunes

As afirmações da física quântica que trabalha o infinitamente pequeno parecem à primeira vista não fazer muito sentido quando olhamos o mundo na escala humana. Entretanto, essa nova base paradigmática que vai certamente organizar o entendimento humano sobre o mundo no futuro e talvez até mesmo do mundo infinitamente grande, o cosmos, está se tornando cada vez mais compreensível e essa é uma excelente notícia. O pensamento humanista e ecológico que combina a histórica busca por um mundo mais justo e mais democrático com o respeito à sacralidade da Natureza será grandemente beneficiado por esse novo paradigma e tentarei mostrar por quê.

Uma das bases da física quântica é que tudo é, ao mesmo tempo, matéria e energia. Foi dessa descoberta que nasceram todas as mudanças na física que vêm sacudindo a visão de mundo então estabelecida. Até aqui, tanto os historiadores tradicionais, que contaram a história dos vencedores, quanto os historiadores marxistas, que deram espaço aos oprimidos e explicam o mundo pela luta de classes, abordaram a história essencialmente pelo seu aspecto material. Uma história “quântica”, incoporaria a dimensão imaterial, energética, do mundo. Como exemplo, ela abordaria a influência do inconsciente coletivo nos processos históricos ou a tendência cósmica de  equilíbrio Yin – Yang. Em termos simples, equilíbrio feminino-masculino. Uma história contada pelo ponto de vista das mulheres, ou pelo ponto de vista do inconsciente coletivo, faz inteiramente sentido nessa abordagem quântica do mundo. Sendo construída como está sendo, será emancipatória e confortará nossos anseios de evolução humana. Continuemos.

Outra base importante da física quântica diz que o olhar do observador define a realidade.  Cientistas do porte de Werner Heisenberg, Eugene Wigner, Roger Penrose ou Erwin Schrodinger desenvolveram esse estranho aspecto quântico: O mundo é o que a gente vê. Até aqui a História foi mostrada como se as pessoas comuns tivessem um papel histórico quase irrelevante e essa afirmação diz que cada pessoa constrói o mundo com seu olhar. Isso quer dizer que as imensas forças econômicas e as estruturas sociais  que modelam o mundo não existem? Não, isso quer dizer que as pessoas precisam acreditar nelas para que existam. O dinheiro, esse imenso poder, nada mais é que uma crença, uma convenção, uma verdade intersubjetiva. Se deixarmos coletivamente de acreditar no valor de uma moeda, ela não valerá mais, isso é um fato histórico que aconte

ceu diversas vezes. Do mesmo modo, um general perverso só consegue afrontar cem recrutas armados porque eles acreditam que o general é poderoso. Eles e os oficiais que punirão os soldados se eles tentarem algo contra o general. Sim, o modo como olhamos o mundo é poderosíssimo.

Corroborando a importancia do Sr. João Ninguém ou da Sra. Maria Ninguém, tão caros ao pensamento da esquerda democrática, está o conceito físico de “salto quântico”. Aqueles mesmos elétrons que são matéria e energia ao mesmo tempo e que se configuram como realidade segundo nosso olhar - ou seja, são matéria no momento em que escolhemos olhá-los assim e são energia quando o vemos assim - eles “saltam” estranhamente. Os elétrons saltam de um orbital para outro quando recebem ou perdem energia. E seu salto pode acontecer com pequenas inserções de energia. Até aqui a História foi mostrada como se apenas as grandes forças tivessem possibilidade de fazer avançar o mundo – ou fazê-lo retroceder. Eis que a física quântica diz que uma grande mudança de estado não se dá necessariamente por um contínuo acúmulo de forças, mas pode ser uma mudança abrupta, complexa, que depende de muitas variáveis e que pode acontecer sem um “impulso maior”. Isso quer dizer que a qualquer momento eu ou você podemos fazer a diferença em uma mudança capital para o mundo, apenas porque somos “a gota d’água” que faltava pro salto histórico-quântico acontecer.

A essa responsabilidade histórica que cada pessoa tem para mudar o todo o físico indiano radicado nos Estados Unidos, Amit Goswami, deu o nome de “ativismo quântico”. Esse sábio que une conhecimentos do oriente e o ocidente nos fala constantemente de outra base conceitual quântica bastante “trivial” para o mundo da física. É sobre a existencia de universos paralelos. Quando o famoso elétron salta entre um orbital e outro ele simplesmente desaparece. Nenhum instrumento conseguiu localizá-lo até hoje, depois de mais de um século de descoberta desse fato e depois de um desenvolvimento tecnológico abissal. Os físicos comuns e as sumidades pioneiras do tipo Niels Bohr ou Max Plank concordam que o elétron está em outra dimensão, e inclusive hoje se sabe que essas dimensões imateriais são muitas. Voltando à História, isso quer dizer que ela também está conectada com dimensões ainda não conhecidas, pois se expressa através da matéria que por sua vez é feita de elétrons que são matéria e energia e que as vezes dão um passeio por outras dimensões. Como iremos contar a influência histórica dessas outras dimensões? O Universo material-energético teria seus desígnios? Quais seriam eles?

Traz-se agora um outro princípio quântico segundo o qual tudo é Um. Esse é um fundamento da ecologia e da percepção de que o que fazemos à Terra fazemos a nós mesmos. A realidade, além de interconectada diretamente, é também “não local” para a física quântica, ou seja, a conexão entre tudo que existe não é impedida pela distância. Tudo está, portanto, conectado e o movimento das asas de uma borboleta no Rio de Janeiro pode fazer chover em Pondicherry... pra ficarmos no Sul Global... Em termos históricos, Einstein poderia ter dito que todos os processos são globais e que cada indivíduo está conectado e interfere no todo. A construção da realidade inclui a vontade e ação de cada pessoa e um pequeno grupo pode propiciar um salto quântico, se as condições são dadas. Juntando a isso a ideia dos “desígnios do Universo”, pode-se olhar a História de diferentes maneiras e deduzir a direção que ela está tomando. Não seria a de um processo evolutivo espiralado, ou seja, com altos e baixos, em direção a mais igualdade e respeito aos direitos humanos, às minorias particularmente e uma maior liberdade de expressão das características de cada pessoa?.

Em tempos de avanço da extrema direita no mundo nem parece que estejamos evoluindo, mas a História não pode ser olhada apenas contingencialmente, há que olhá-la a longo prazo. Como Hitler e outros monstros, esses também estão condenados ao limbo da História, como o serão os que massacram Gaza neste momento. O que é interessante é que, se a História seria influenciada pelos desígnios do Universo, o livre arbítrio humano e a imaturidade da nossa espécie dentro da história cósmica pode nos levar constantemente a retrocessos. Em física quântica nada é certo, tudo são probabilidades e viver na incerteza é a arte das físicas e físicos e deveria ser a de nós todo.a.s., para evoluírmos. Mas isso é outra história, que implica indagar pra onde nos leva nosso próprio livre arbítrio aqui e agora.  Para a física quântica o real é o que  acontece quando todas as outras possibilidades de realidade colapsam, ou seja, não acontecem.  E o “colapso de possibilidades” de Amit Goswami e sua física quântica que impregna o dia-à-dia é construído pelo olhar e pela ação de cada pessoa.

Na medida em que esses conhecimentos quânticos sobre a natureza da realidade causem mudanças profundas no olhar humano sobre o mundo, tudo vai mudar. Uma imensa evolução aconteceu no Renascimento quando o racionalismo mecanicista de Decartes e Newton se tornou a visão do mundo hegemônica. Construímos o conhecimento laico independente do dogmatismo religioso, a democracia representativa, o capitalismo que, apesar de todos seus males, inventou pagar salários à classe trabalhadora, a independência das colônias, os direitos sociais e trabalhistas... Quando isso tudo está se desintegrando, um novo salto é necessário. Os novos marcos conceituais quânticos e seus elementos de criatividade podem abrir nosso imaginário sobre a interpretação da História nos ajudando a construí-la. Eles nos mostram que ela é uma construção coletiva onde nossos pensamentos, sentimentos e ações cotidianas são tão importantes quanto as velhas grandes forças históricas, que continuam agindo.

Dois grandes pensadores de esquerda que já se foram tinham um pensamento “quântico”, cada um a seu modo. Se “ futuro é uma astronave que tentamos pilotar”, como diz Toquinho, precisamos de mapas, mas também de saber onde queremos ir. Eduardo Galeano falava de ter clareza da Utopia que buscamos, que será cada vez mais aperfeiçoada e portanto, distante, mas será sempre nossa guia. Antonio Gramsci  nos dizia que para prever o futuro necessitamos olhar a realidade de forma objetiva e ter, ao mesmo tempo, um projeto que queremos ver triunfar (se não estaríamos levando em consideração apenas o projeto dos poderosos desse mundo). Edgar Morin, o grande pensador atual da complexidade, nos convida a superar a dualidade e pensar sempre, em face a qualquer realidade, a existência de uma terceira possibilidade (que ele chama de "terceiro incluído"). Na física quântica incluí-se o conceito de onda-partícula, ao lado da onda e da partícula. Morin diz que não podemos desprezar os movimentos periféricos, aqueles que acontecem nos subterrâneos da sociedade e considerar apenas as grandes forças, pois o improvável aconteceu muitas vezes e o que era marginal tornou-se inúmeras vezes trinfante.

Quero citar um mulher, e penso que cada pessoa que se compromete com a evolução do mundo deve sempre fazê-lo, contrariando a marca patriarcal que ainda existe na análise intelectual e destaco Mirra Alfassa, a "Mãe", que fundou Auroville, a maior comunidade alternativa do mundo atual, na India. Incluindo cada pessoa e a vibração que ela emite na transformação do mundo, ela diz: “Por milênios, desenvolvemos meios externos, instrumentos externos, técnicas externas de vida e, eventualmente, esses meios e essas técnicas estão nos esmagando. O sinal da nova humanidade é a inversão de perspectiva e a compreensão de que os meios internos, o conhecimento interno e a técnica interna podem mudar o mundo e dominá-lo sem esmagá-lo”.

Improváveis saltos quânticos em direção a mais democracia, ecologia e justiça são prováveis, mesmo em tempos sombrios como os que vivemos. São mais prováveis ainda se olharmos a História e identificarmos seus avanços, percebendo que em largos traços estamos indo em direção a uma civilização mais amorosa. Como já dizia Chico Buarque em sua infinita sabedoria, “a história é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente, todo aquele que a negue”, 

 

Esse texto foi publicado no jornal OUTRAS PALAVRAS. Se você quizer saber mais sobre o assunto, leia outros textos relacionados ao paradigma quântico que publiquei no meu blog e que estão linkados abaixo.

https://cirandas.net/deboranunes/blog/um-novo-jeito-de-ver-e-antever-o-mundo-o-paradigma-quantico-e-ecologico

https://cirandas.net/deboranunes/blog/cidades-do-futuro-novos-paradigmas

 

 



Cidades que mudam, gente que vive melhor

2 de Setembro de 2018, 12:07, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Cidades em transição A terra em minhas mãos julho 2016

Com grande lentidão, a compreensão da urgência de mudar a lógica da organização social, particularmente nas cidades, vem se aprofundando. Desde as primeiras reflexões sobre a finitude dos recursos da Terra, ainda nos anos sessenta do século passado, ao progressivo entendimento sobre os limites do crescimento econômico, até a tomada de medidas para diminuir o impacto da ação humana no planeta, foram-se algumas décadas. No novo milênio, ações se multiplicaram, mas atingem, por enquanto, pequeno número de pessoas. Conhecer melhor esses movimentos vanguardistas ajuda a disseminar experiências e a inspirar inovações. O movimento “Cidades em Transição” é um deles e seu foco é a melhoria da qualidade de vida urbana evitando o aprofundamento das mudanças climáticas em curso.

A ideia surgiu na pequena Totnes, na Inglaterra, em 2004, mesma cidade onde foi fundado o famoso Schumacker College, que ensina ecologia e novos paradigmas e homenageia o mentor da ideia “small is beautiful”. O professor de permacultura Rob Hopkins e seu amigo Naresh Giangrande convenceram conterrâneos a ajudá-los na iniciativa de transformar a cidade com discussões que aconteciam após sessões de cinema. Em 2006, o “Transition Towns Totnes” foi lançado como movimento que buscava reduzir drasticamente na cidade o uso de derivados de petróleo e todo tipo de emissão de CO2. Esse gás de efeito estufa é o maior inimigo do meio ambiente e sua emissão é uma consequência do uso excessivo de bens industrializados. As primeiras ações em Totnes foram a produção de alimentos orgânicos em hortas coletivas urbanas, a redução do consumo de energia e de água e a reciclagem de lixo na casa dos envolvidos.

Hoje o conceito de Transition Towns ganhou o respeito de instituições e governos e o movimento está implantado em 14 países. As Cidades em Transição mostram que as melhores soluções vêm do engajamento da própria população em mudar seu comportamento. Vê-se pequenas inciativas tendo grande impacto não só pelo menor desperdício e poluição, mas por envolver as comunidades em ações cooperativas que promovem amizades e sentimento de ser útil a si e ao mundo. A criação de jardins e pomares em terrenos abandonados, a organização do empréstimo de ferramentas e aparelhos de uso descontínuo, os mercados de bens usados, a produção de vegetais e frutas de forma cooperativa, a compostagem de resíduos orgânicos para produção de adubos para os jardins colaborativos, a organização de ateliers de consertos de bens e a criação de moedas locais são algumas das inciativas que ajudam a economizar dinheiro e a proteger a Natureza.

O envolvimento dos governos reforça as ações e lhes dá maior escala e maior impacto, como a construção de centrais de energia solar cooperativa, o desenvolvimento de redes de captação de águas de chuva em prédios públicos e privados, programas de consumo consciente em escolas e órgãos públicos, de reaproveitamento de alimentos em supermercado e feiras, de reflorestamento de nascentes, entre tantas outras iniciativas. Entretanto, sem o convencimento das comunidades, não é possível desenvolver soluções duradouras e os governos estão percebendo isso mais e mais, sobretudo os das pequenas cidades, como Totnes, onde tudo começou. A construção de cidades mais resistentes a crises econômicas e ecológicas, é um movimento horizontal, em que as pessoas se envolvem voluntariamente e acabam por reconfigurar a sociedade local e, consequentemente, por influenciar o mundo.

Rob Hopkins tornou-se uma referência, sobretudo após a publicação, que fez com Ben Brangwyn, do “Manual das Iniciativas de Transição”, no qual descreve como fazer coletivamente um plano de trabalho para desenvolver maior resiliência e solidariedade em cidades, bairros, coletivos. A resiliência (capacidade de um sistema em resistir a choques externos) consiste em construir maior autonomia das comunidades em face de dificuldades, e o Manual é facilmente acessível na internet, em várias línguas. Estudos mostram que todos os processos da Transição para modelos de vida mais ecológicos acabam por reforçar a economia do lugar, favorecendo empregos locais, melhorando a renda da comunidade e ajudando a superar a pobreza.

O movimento chegou ao Brasil em 2009 quando foram realizados “Treinamentos para a Transição” em vários estados. Com em outros lugares do mundo, as cidades e bairros que adotaram os objetivos do movimento estão trabalhando para mudar seu modelo de organização socioeconômico em direção a soluções mais sustentáveis e participativas. Isso implica, certamente, em resgatar o vínculo das pessoas com o lugar em que moram, mas também em buscar soluções para o desemprego e a violência, entendendo a complementaridade entre ações ambientais e sociais para o bem viver coletivo. O movimento segue tecendo sua história no âmbito nacional e, na dimensão internacional, a inclusão de experiências do movimento Transitions Towns no badalado filme francês “Demain” (“Amanhã”) contribuiu muito para sua divulgação. Como toda ação de inovação nesses tempos pré-colapso, inspirar é mais importante que conquistar novos adeptos, pois o que está em jogo é a construção de uma sociedade viável que depende de milhões de iniciativas de milhares de movimentos.

 

 



A morte e o colapso climático

8 de Agosto de 2018, 0:23, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Cremação 

Um interessante vídeo da geriatra Ana Claudia Quintana Arantes circulou recentemente. Ela observa que nós humano.a.s evitamos nos preparar para a velhice e a morte de modo estranho. Toda pessoa conhece alguém que envelheceu doente e, no entanto, a maioria não busca evitar esse sofrimento naquilo que é possível. Dra Ana Claudia constata que é  largamente conhecido que a má alimentação, a falta de exercícios físicos e as relações sociais e afetivas de má qualidade são causas de doenças nos idoso.a.s. Estranhamente, entretanto, adultos que prezam tanto por seu “sucesso” não pensam que seu modo de vida pode lhes trazer uma vida “derrotada” na velhice e passam longe do cuidado cotidiano que pode levar a um envelhecer enriquecedor e a uma morte digna.

O mesmo vem acontecendo com a humanidade inteira em relação ao colapso ambiental. As informações sobre as mudanças climáticas e suas causas estão sendo cada vez mais acessíveis, mas as pessoas podem ver por si mesmas que o clima mudou: secas e falta d´água como nunca antes, frios e calores estranhos para a estação e até tornados e terremotos já são vistos no Brasil. Sim, pessoas menos educadas e informadas podem até não saber a relação de causa e efeito entre comportamentos cotidianos e mudanças climáticas, mas você que está lendo esse texto sabe. De todo modo, os menos escolarizados são também os mais pobres e por isso consomem pouco e interferem menos na questão ambiental; são importantes na equação climática apenas pelo número, pois são maioria e assim impactam na destruição dos recursos naturais. Mas os mais educados e ricos não deveriam dar o exemplo?

Passei recentemente pela Bélgica, França, Inglaterra e Índia e fiquei chocada de ver que o quadro de inconsciência e desperdício de recursos está disseminado por todo lugar. O sentimento de urgência de mudança expresso por pesquisadores e movimentos da cidadania não contamina quase ninguém. Fazemos com o futuro da humanidade o que fazemos com nosso futuro individual: deixamos pra lá. Os alimentos industrializados que fazem a obesidade explodir ainda reinam e estar com uma garrafinha de refrigerante consumida aos milhões por dia na Terra não faz ninguém ficar envergonhado. O uso de descartáveis é tão absurdo que nossos descendentes olharão pra nós como cegos estúpidos; o desperdício de energia faria um observador extraterrestre dizer que somos completamente desarrazoados em face do que nos aguarda. A química que mata aos poucos as pessoas e os solos continua a se expandir. A futilidade da moda de objetos extravagantes e da tecnologia quase descartável com preços irreais ainda enche os aeroportos desse mundo incivilizado. O que estamos esperando pra mudar?

Para aqueles que ainda precisam de mais informações sobre a urgência de mudarmos, destaco duas: O movimento liderado pela secretária executiva da COP 21 - Paris, Christiana Filgueires, mostrando que se não mudarmos radicalmente o modo de funcionamento das sociedades até 2020, os esforços posteriores serão ineficazes pois o agravamento da crise climática será  irreversível. O último documento do IPCC, que congrega mais de dois mil especialistas em clima de mais de uma centena de países diz que sem reversões imediatas nas emissões (industrias, carros, desmatamento, plásticos) o aquecimento do clima esperado para 2100, já se avizinha em 2030. Isso significa que a floresta amazônica, por exemplo,  pode se tornar uma caatinga, que a comida ficará rara e cara e que a água será um item disputado, pra dizer o mínimo. Os adultos de hoje terão uma velhice ainda mais dolorosa e os jovens e crianças pagarão por nossa irresponsabilidade. Tá bom, tá bom desse papo chato de velhice e colapso. Você vai mudar de assunto e cuidar de sua vida, né?

Eu e muitos outro.a.s estamos cuidando da nossa: aprendendo a simplicidade agora antes que ela nos seja imposta;  cultivando alimentos mesmo que em pequena escala e buscando a terra como salvação, reflorestando-a e eliminando a química na produção de comida; implantando coleta de água de chuva e energia solar em casa (há maneiras simples e pouco onerosas de se fazer isso); evitando o uso de combustíveis fosseis e comprando o essencial, preferenciamente no comércio local e vindo de cooperativas; plantando árvores onde possível pra compensar o peso que somos para a Mãe Terra e buscando ser mais leves pra ela reciclando, fazendo compostagem e nutrindo o solo de jardins, hortas e pomares; buscando aprender a viver democraticamente e amorosamente em comunidade pois essa será uma saída importante pra enfrentar solidariamente os desafios que já estão chegando. Queremos uma velhice respeitável e uma morte digna e enquanto isso vivemos alegremente em paz com nossas consciências, construindo um mundo com outros valores e esperando que nossos neto.a.s tenham orgulho de nossas escolhas.

 



Êtes-vous un.e Écocitoyen.e?

17 de Julho de 2018, 5:43, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Logomarca esi 

Ce questionnaire est un outil que nous utilisons dans le processus de formation dispensée par l'École d'Écologie Intégrative. Il fait référence à vos pratiques et comportements quotidiens, ainsi qu'à votre vision du monde. Il est utile à toute personne qui veut évaluer son niveau de pratique de l'écocitoyenneté dans sa vie quotidienne. Questionnez-vous et planifiez votre transition vers une vie plus durable!

 1. Est-ce que vous faites habituellement un tri sélectif de vos déchets ?

  1. Oui, je réduis mes déchets autant que possible, je sépare complètement chaque matériau (verre, métal, papier et plastique) pour le faire recycler et je composte mes déchets organiques;
  2. Je sépare les déchets organiques de ceux qui sont recyclables, mais je devrais peut-être y prêter plus d'attention. Je composte moi-même les déchets organiques;
  3. J'aimerais collaborer aux programmes de recyclage des déchets, mais je ne me suis pas encore organisé.

 2. Comment gérez-vous votre consommation d'eau ?

  1. Je sais combien d'eau j'utilise (en volume/jour) ; j'ai réduit ma consommation lorsque je prends un bain, me brosse les dents, utilise le lave-vaisselle ou le lave-linge et fais le ménage, et je m'abstiens de gaspiller l'eau;
  2. J'ai déjà fait des efforts pour réduire ma consommation d'eau pour mon hygiène personnelle, j'utilise mes vêtements plus longtemps, mais je sais que je peux encore améliorer mon comportement;
  3. Je perçois l'importance et la symbolique de l'eau, mais je n'ai pas encore changé mes habitudes.

 3. Comment gérez-vous votre usage de l'énergie électrique ?

  1. J'ai mesuré ma consommation d'énergie en kWh/mois. J'évite de prendre des bains trop chauds et trop souvent. J'éteins les lumières ou les appareils électriques non-utilisés, que ce soit à la maison ou au travail. Je ne gaspille pas d'énergie;
  2. J'ai déjà progressé vers une meilleure conscience de mon usage de l'énergie électrique, mais je suis encore en train de changer mes pratiques;
  3. Quand je suis en contact avec des personnes ou des lectures qui ont un rapport avec la durabilité, je me sens impliqué, mais quand il s'agit de mon comportement quotidien, j'oublie.

 4. Quelles sont vos habitudes de consommation concernant les vêtements, chaussures et accessoires ?

  1. J'achète de nouveaux articles uniquement pour remplacer ceux qui ne sont plus utilisables et j'accorde la priorité à leur réparation et à leur relooking;
  2. J'achète parfois pour remplacer, pour avoir plus d'options convenables et pour avoir quelques nouveautés;
  3. C'est important pour moi d'être en harmonie avec l'atmosphère dans laquelle je vis et je renouvèle ma garde-robe pour rester à la mode.

 5. Quel est votre rapport à la nature ?

  1. Quand j'observe l'environnement, je perçois sans effort la présence d'insectes et d'oiseaux, si les plantes qui m'entourent ont soif, l'évolution des phases de lune, les petits changements quotidiens des saisons, les mouvements des nuages et des vents, etc;
  2. Quand je suis dans des moments de loisir et en vacances, je prends conscience de la nature qui m'entoure;
  3. Je suis un grand fan de la nature, mais la relation avec l'environnement naturel ne m'est pas familière.

 6. Comment vous connectez-vous avec votre propre corps ?

  1. Je pratique ma conscience corporelle quotidiennement, avec des méditations ou des pratiques de mouvement. J'observe ce que je mange et bois, je regarde régulièrement mon urine et mes selles, je suis conscient de ma relation avec le froid et le chaud, je ressens ce qui cause certains dysfonctionnements de mon corps, etc;
  2. Je pratique régulièrement des activités physiques, j'essaie de manger des aliments sains et d'éviter ce qui est malsain, mais ma conscience corporelle n'est pas continue dans le temps;
  3. Ma connexion avec mon corps n'est pas assez développée et j'ai des problèmes de santé dont je ne comprends pas les origines.

 7. Concernant votre empreinte écologique, de quelle façon compensez-vous l'utilisation excessive des ressources naturelles ?

  1. Je mesure annuellement mon empreinte écologique, je compense mes excès en plantant des arbres et j'essaie de m'entrainer à réduire constamment mes émissions de CO2;
  2. J'ai déjà mesuré mon empreinte écologique et pris des mesures pour la compenser, mais cette pratique ne fait pas encore partie intégrante de ma vie;
  3. L'idée de mesurer mon empreinte écologique et de la compenser n'est pas encore très claire pour moi.

 8. Quelle est votre perception de la crise climatique actuelle et comment concevez-vous votre propre avenir ?

  1. Je suis suffisamment informé, je suis conscient de la gravité de la situation et je me projette dans l'avenir avec une vie résiliente et écologique, expérimentant déjà, quand c'est possible, ce nouveau style de vie;
  2. Bien que je sois informé et conscient, je n'ai pas encore de projet personnel pour mon avenir qui intègre la dégradation de l'environnement;
  3. J'évite d'y penser, parce que j'ai le sentiment que l'information disponible n'est pas encore assez claire, ou lorsque je fais face à l'ampleur des problèmes je reste figé.

 9. Comment percevez-vous votre alimentation ?

  1. Me nourrir est l'action la plus régulière qui me relie à la Nature et au monde, je la pratique donc consciemment et rituellement. Je fais des choix qui respectent mon corps et les autres êtres vivants et j'honore ceux qui ont produit la nourriture;
  2. J'ai ralenti ma consommation d'aliments industrialisés, j'essaie de manger moins de produits contaminés et d'éviter la viande, de boire plus d'eau et d'être conscient de mon poids;
  3. Je sais l'importance de ce que je mange pour moi et pour le reste du monde, mais la force des habitudes détermine fortement mon alimentation.

 10. Quelle est votre attitude concernant l'achat et l'utilisation des objets en général ?

  1. J'ai conscience de la pression sociale pour la consommation et je n'achète que les choses qui me sont nécessaires. Je réduis la quantité d'objets en ma possession (donner, recycler ou mettre de côté ceux dont je n'ai pas besoin), et j'adopte un mode de vie plus simple en prenant soin et en réparant ce qui m'appartient, pour éviter le gaspillage;
  2. Je remarque que j'ai plus que ce dont j'ai besoin et par conséquent j'achète de moins en moins, je préfère réparer et recycler, j'utilise des sacs réutilisables, j'évite l'emballage, etc;
  3. Je sais qu'il y a des stratégies de marketing mises en oeuvre par la société capitaliste pour nous pousser à la consommation et j'essaie de lutter contre elles.

 11. Quel est votre mode de transport privilégié ?

  1. La marche est mon premier choix, lorsque c'est possible. J'utilise aussi le vélo, les motos et les transports en commun. Lorsque j'utilise une voiture, je recherche l'énergie la moins polluante, j'organise du covoiturage et je fais toujours mes achats à proximité;
  2. La voiture est mon principal moyen de transport, mais j'ai changé mes habitudes pour me déplacer de manière plus locale en évitant autant que possible les longues distances;
  3. J'ai conscience que je ne me déplace pas d'une manière durable, mais je n'ai pas encore réussi à changer ma routine.

 12. Comment organisez-vous votre habitat dans une perspective de durabilité ?

  1. J'utilise l'éclairage et la ventilation naturelle, je capte l'énergie solaire et l'eau de pluie, j'ai un jardin, je composte, je partage l'utilisation de la maison et les repas avec d'autres personnes pour réduire l'impact environnemental, etc..;
  2. Pour réduire progressivement l'impact environnemental de mon mode de vie dans ma résidence, j'ai mis en place des mesures, comme la réduction de ma consommation d'eau et d'énergie, la sensibilisation aux produits chimiques domestiques, etc;
  3. Je vis dans un logement conventionnel et j'ai de grandes difficultés à implanter un mode de vie plus durable autour de moi.

 13. Quel est votre niveau d'implication sociale ?

  1. Je suis engagé dans des mouvements et des organisations socio-environnementales et j'essaie aussi de donner l'exemple. J'aide les gens qui demandent des conseils sur leurs choix de vie;
  2. Je concentre mon attention sur mon propre exemple et, lorsque je le peux, j'aide les autres dans leurs choix de vie;
  3. J'ai conscience de l'urgence d'un changement à grande échelle au niveau social, mais la force des habitudes limite encore largement mon engagement.

 14. Quelle est votre compréhension de l'"écologie profonde", ou de la durabilité comprise comme le respect du sacré de la Nature ?

  1. Je perçois les éléments (eau, terre, feu et air) comme sacrés et tout ce qui m'entoure comme le fruit de la générosité de la Nature. En pratiquant le silence méditatif, je suis reconnaissant du privilège de partager cette abondance;
  2. J'ai changé mon comportement en étant plus attentif à la toile de vie dans laquelle je suis inséré, en comprenant l'interconnexion entre l'environnement physique et humain, en ayant plus de respect et en cherchant une plus grande conscience de soi;
  3. Je ne consacre pas beaucoup de temps à réaliser le miracle de la Nature à cause de mon rythme de vie effréné.

 15. Comment utilisez-vous votre temps ?

  1. Je suis conscient que ma durée de vie est limitée et j'utilise mon temps en fonction de mes priorités à court, moyen et long terme, afin de me réaliser pleinement en tant que personne et d'être utile au monde;
  2. J'essaie de diviser mon temps d'une manière plus équilibrée qu'auparavant, pour accéder à une meilleure qualité de vie, mais le temps semble m'échapper;
  3. Je sens que ma vie est dirigée par des forces extérieures, sans pouvoir faire ce que je voudrais vraiment chaque jour, mois et année.

 16. Quel usage faites-vous de vos loisirs et de vos vacances ?

  1. J'aime généralement passer mon temps libre dans des espaces naturels, découvrir de nouvelles initiatives et personnes du monde alternatif, et dépenser mon argent dans l'économie locale. Si possible, j'évite d'utiliser des avions, moyens non respectueux de l'environnement;
  2. Je cherche de nouvelles villes et endroits naturels à découvrir, où je peux me reposer et me libérer l'esprit. Quand c'est possible, j'aime aider l'économie locale et faire quelque chose pour protéger l'environnement local;
  3. D'habitude, j'aime aller dans des endroits où tout est bien organisé, où je peux faire du tourisme, me dépayser et vivre confortablement sans me soucier du quotidien. Cependant, je commence à m'ennuyer un peu parce que c'est presque toujours la même chose. 

 17. Concernant la façon dont vous utilisez votre argent:

  1. Je perçois l'argent comme une forme d'énergie qui peut renforcer ce que je veux voir se dérouler dans le monde, comme la solidarité et l'écologie. Ainsi, je privilegie les dépenses pour le commerce local, les coopératives, les marchés, les produits plus durables et biologiques et le paiement des services directement aux personnes qui sont ainsi nourries par mon énergie. J´ évite les centres commerciaux, les produits étrangers et les symboles de la consommation;
  2. Je cherche à dépenser mon argent pour des marques et des fournisseurs de services proches de mes valeurs, mais ces dépenses représentent encore une faible part de mon budget et je cherche à m'améliorer;
  3. Il est toujours difficile pour moi de prioriser les dépenses en tant que choix politique. Je suis toujours à la recherche du moins cher, du plus pratique, ou de ce qui est à la mode. L'idée de l'argent en tant qu'énergie de vie à partager continue de faire son chemin en moi;

 18. À propos de la gestion de vos finances:

  1. J'ai plus d´argent que ce dont j'ai besoin au quotidien, non pas parce que je suis riche, mais parce que j'ai simplifié ma vie en limitant mes besoins et que je peux me permettre des extra (un voyage, un achat, etc). Je réalise clairement qu'il ne vaut pas la peine de dépenser trop de temps pour gagner de l'argent, car le temps est notre plus grande richesse;
  2. Je commence à me rendre compte du mauvais rapport qualité-prix d'un mode de vie qui nécessite plus d'argent que ce que j'ai, ou de celui qui mise excessivement sur l'accumulation de l'épargne. Ma quête est de simplifier ma vie pour être plus heureux;
  3. Le besoin d’argent est pour moi une préoccupation permanente. Même en travaillant beaucoup pour gagnant plus d’argent, je n’en ai jamais assez pour payer ce que je veux acheter ou pour constituer une épargne qui me donnera un sentiment de sécurité;

 

Comment interpréter les résultats du questionnaire:

Traduisez votre réponse en chifres, comptez les points et voyez dans quelle catégorie vous vous trouvez.          A-1         B-3         C-5

Jusqu'à 35 points: Vous êtes une personne qui cherche à être écologique et à respecter la Nature dans vos actions quotidiennes et dans vos projets de vie. Votre conscience se révèle dans vos actions.

De 36 à 54 points: Vous apparaissez comme quelqu'un en quête de transformation, qui aspire à une vie durable et sereine. Votre sensibilité et votre raison se rapprochent.

Égal à ou supérieur à 55: Vous êtes conscient que les difficultés de la transformation personnelle bloquent toujours le changement de vos habitudes. La société et la planète ont besoin que vous accélériez votre rythme d'engagement écologique. Votre conscience se réveille.

 



Estágio no Sítio do Futuro em francês – Escola de Sustentabilidade Integral - maio 2018

14 de Junho de 2018, 19:56, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

 Nós na fita

Por Muriel Brossard e Débora Nunes

Durante a greve dos caminhoneiros, uma experiência diferente foi vivida por um grupo de mulheres francófonas de idade madura que, por cinco dias, estiveram no Sítio do Futuro, sede de campo da Escola de Sustentabilidade Integral. Afastadas do estresse e das dificuldades vivenciadas pela maioria dos brasileiros e propositadamente desconectadas da civilização dominante,  esse grupo viveu dias de verdadeiras paz, harmonia e alegria, mergulhadas na natureza esplêndida do circuito norte da Chapada Diamantina. Sobre o fato de que nesse momento o Brasil vivia um desabastecimento que nos fazia pensar em como poderá ser uma situação de pré-colapso ambiental, por exemplo, Liliane Mariano escrevia:

“Ter vindo o Sítio do Futuro nesse exato momento só confirma a necessidade de redescobrir o mundo a partir de novos paradigmas. Esse Sítio apresenta um caminho para o futuro (...) do nosso planeta nos mais diversos aspectos, a exemplo do material, cultural, espiritual.”

O espaço ainda está sendo arrumado, mas já oferece um conforto simples e suficiente para pessoas que estão virando as costas para consumismo. A rainha do lugar é a Natureza, com uma profusão de flores, árvores majestosas, riachos impetuosos e caminhos (enlameados) para passear sem ver carro nenhum.  Diferente de outras áreas rurais, são os cultivos em permacultura, os locais de reflorestamento e o jardim de PANCS (plantas alimentícias não convencionais), que mostram porque o Sítio é “do futuro”. Muriel Brossard, outra participante, testemunha:

“Os dias começavam cedo e progrediam com atividades variadas. Yoga e meditação, passeios, oficinas de arte reciclada, jardinagem, preparação das refeições com produtos da horta... As atividades da Escola visavam que o grupo aprimorasse o cuidado que se precisa ter uns com os outros, com o ambiente ao redor e consigo mesmo, para trilhar rumo a um estilo de vida mais sustentável. Atenção, sensibilidade e silêncio foram favorecidos pelo ambiente e pelo coletivo”.

 Conversas muito enriquecedoras entre as participantes  sobre suas vidas, sobre as relações interpessoais e sobre a sociedade em que se vive, foram acompanhadas de explicações sobre os novos paradigmas, e os modos de pensar (e atuar) no mundo. Laurence Allou expressou assim como viu a experiência:

 "Um estágio na Escola de Sustentabilidade Integral é tão surpreendente quanto deslumbrante! Surpreendente para mim porque aprendi muitas coisas e conceitos que me ajudarão a saber como defender a causa ecológica e a necessidade de fazer a Transição. Deslumbrante pela qualidade do lugar, a beleza da natureza, o calor dos participantes ".

As partilhas sobre experiências e interrogações pessoais deram oportunidade de refletir e fazer introspecções sobre a filosofia de vida e o desenvolvimento pessoal de cada uma. Foi salientada a importância de estratégias pessoais de desligar-se, como a busca de colocar-se em “modo avião” ou de experimentar “férias existenciais”, quando for necessário, para encontrar-se na vida. Rituais em áreas sossegadas permitiram que a cabeça se acalmasse e pudéssemos falar com nossa alma.

Podemos dizer que um estágio no Sítio do Futuro são como férias existenciais de alta qualidade, que fortalecem o corpo e a alma. No Sítio, ficamos bem perto dos elementos naturais. Tocamos e cheiramos a terra e a lama, sentimos o ar e o sopro da tempestade e as águas do céu nos abençoaram abundantemente, mas o sol cálido iluminou nosso caminho. Dessa vez faltou uma boa fogueira, mas quando a chuva passar e a lenha secar, faremos, pois todo mundo quer voltar...

  Suca e laurence preparando a mandala de flores do sítio               C481eb36 3d61 47d5 af02 b7b81f7d1367

 

 

Almoço no sítio

 

Agroforêt, souce de beauté et de santé



As entranhas do Brasil

3 de Junho de 2018, 10:37, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

 

Greve dos caminhoneiros 20152  

Estamos engolindo sapos há anos, e em algum momento iríamos ter prisão de ventre ou uma diarreia monumental. A greve dos caminhoneiros foi esse momento em que nossas veias pátrias, as estradas, colapsaram, deixando de irrigar nosso organismo já adoentado. Tudo de ruim veio à tona numa energia nauseabunda em que até marchas pela intervenção militar puderam ser vistas. Nossas entranhas ficaram à mostra, revelando suas sombras.

Os brasileiros e brasileiras estão fartos, tendo que aguentar o massacre diário de notícias ruins, da corrupção à violência, que dão ânsias de vômito. Temos que olhar pra cara de um presidente odioso, de ministros que dão náuseas, e de ver, ler e escutar uma mídia que dá raiva de tão parcial e ultrapassada. Poderíamos ter vivido uma greve geral dos lixeiros, ou um desabastecimento geral de água, ou qualquer coisa que nos fizesse encarar a energia parada e doentia que atormenta o Brasil. Foram os caminhoneiros que nos mostraram o quão mal estamos, mas que nos mostraram também sinais de esperança. 

A mídia ficou atarantada. Diante da maior desestabilização dos fluxos internos da história do Brasil, os pomposos analistas ficaram perdidos. Com seus esquemas de interpretação atrasados, estão desarmados para ver o mundo em tempos de ação em rede e fim dos esquemas centralizados de liderança, de intensa e instantânea conexão comunicativa e intersubjetiva. Sem saber tomar o pulso do país, os analistas atiravam às cegas, falavam de manipulação sem saber de quem exatamente, até que só restaram aqueles poucos ignorantes históricos, manifestantes saudosos da ditadura. Quem bom, nessa hora quase todo o espectro político e toda a mídia defendeu a democracia, o que é um avanço nesse país partido. 

Pra ir no ponto, no momento de incertezas em que vive o Brasil, nem mesmo os caminhoneiros tinham qualquer entendimento global ou controle da greve iniciada por eles. Por essa greve ser tido a capacidade de entrar na frequência energética de um país que está paralisado esperando uma eleição completamente confusa e indefinida, ela espelha nossas entranhas. Os efeitos que revela são desabastecimento de esperança e caos de interpretações, beirando ao desespero. O país enfim explodiu sua dor, como numa crise de choro ou agressividade que causa estragos mas dificulta que um câncer insidioso desenvolva-se silenciosamente no organismo sofrido. 

É a febre causada pelos sapos engolidos e remoídos, pelo ataque ao processo democrático que construímos com tanto esforço, do país que assistiu a uma calhorda parlamentar tirar da presidência uma mulher honesta e eleita e colocar um energúmeno estúpido e corrupto até a alma. De algum modo a cidadania brasileira percebeu que eram sadios esses doloridos dias em que tudo que é sólido desmanchou no ar, como as certezas cotidianas do botijão de gás no depósito ou das bananas frescas nos supermercados. O apoio à greve dado pela imensa maioria da população brasileira, mesmo protestando contra seus excessos, foi um bom sinal de maturidade.

Ultrapassamos esses fatos tumultuosos com grandes perdas mas com a resiliência adulta de quem se recompõe após um grande tropeço. Esses dias de desabastecimento apontaram novas possibilidades de vida com menos carros, menos poluição, menos consumo e mais solidariedade. Caminhamos para a maturidade cívica e são poucos os que estão buscando salvadores da pátria, de farda ou civis. Nessa hora, o que nos resta de pessoas honestas na velha política fariam um grande favor à nação se pedissem desculpas por seus erros passados. Se os candidatos às próximas eleições se mostrassem humildes e reconhecessem as imensas dificuldades de governar esse país complexo e continental, dispondo-se a governar de modo mais participativo, honrariam essa maturidade que vem crescendo.

 



Are you an Eco-citizen? Questionnaire I, External Ecology

16 de Maio de 2018, 17:26, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

 A terra em minhas mãos julho 2016

Are you an Eco citizen?

This questionnaire is a tool that we use in the training process provided by the School of Integrative Ecology.  It refers to your daily practices and behaviors, as well as your vision of the world. It is useful for anyone who wants to assess their level of eco-citizenship practice in their daily life. Ask yourself questions and plan your transition to a more sustainable life!

 

Do you usually sort your waste separately?

  1. Yes, I reduce my waste as much as possible, I completely separate each material (glass, metal, paper and plastic) for recycling and I compost my organic waste;
  2. I separate organic waste from recyclable waste, but perhaps I should pay more attention to it. I compost organic waste myself;
  3. I would like to collaborate in waste recycling programs, but I have not yet organized.

 How do you manage your water consumption?

  1. I know how much water I use (in volume/day); I have reduced my consumption when I take a bath, brush my teeth, use the dishwasher or washing machine and clean, and I don't waste water;
  2. I have already made efforts to reduce my water consumption for personal hygiene, I use my clothes longer, but I know that I can still improve my behavior;
  3. I perceive the importance and symbolism of water, but I have not yet changed my habits.

 How do you manage your use of electrical energy?

  1. I measured my energy consumption in kWh/month. I avoid taking baths too hot and too often. I turn off unused lights or electrical appliances, whether at home or at work. I don't waste energy;
  2. I have already made progress towards a better awareness of my use of electrical energy, but I am still changing my practices;
  3. When I am in contact with people or readings that have to do with sustainability, I feel involved, but when it comes to my daily behavior, I forget.

 What are your consumers habits regarding clothing, shoes and accessories?

  1. I buy new items only to replace those that are no longer usable and I give priority to their repair and makeover;
  2. I sometimes buy to replace, to have more suitable options and to have some new features;
  3. It is important for me to be in harmony with the atmosphere in which I live and I renew my wardrobe to stay fashionable.

 What is your relationship with nature?

  1. When I observe the environment, I normally perceive the presence of insects and birds, if the plants that surround me are thirsty, the evolution of the moon phases, the small daily changes of the seasons, the movements of clouds and winds, etc;
  2. When I am in moments of leisure and vacation, I become aware of the nature that surrounds me;
  3. I am a big fan of nature, but I am not familiar with the relationship with the natural environment.

 How do you connect with your own body?

  1. I practice my body consciousness daily, with meditations or movement practices. I observe what I eat and drink, I regularly look at my urine and stools, I am aware of my interaction with the cold and the hot, I feel what causes certain dysfunctions in my body, etc;
  2. I exercise regularly, try to eat healthy foods and avoid unhealthy foods, but my body consciousness is not continuous over time;
  3. My connection with my body is not developed enough and I have health problems whose origins I do not understand.

With regard to your ecological footprint, how do you compensate for the excessive use of natural resources?

  1. I measure my ecological footprint annually, balance my excess by planting trees and try to train myself to constantly reduce my CO2 emissions;
  2. I have already measured my ecological footprint and taken measures to offset it, but this practice is not yet an integral part of my life;
  3. The idea of measuring my ecological footprint and compensating for it is not yet very clear to me.

 What is your perception of the current climate crisis and how do you see your own future?

  1. I am sufficiently informed, I am aware of the gravity of the situation and I project myself into the future with a resilient and ecological life, already experimenting, when possible, this new lifestyle;
  2. Although I am informed and aware, I do not yet have a personal project for my future that incorporates environmental degradation;
  3. I avoid thinking about it, because I have the feeling that the information available is not yet clear enough, or when I face the scale of the problems I remain frozen.

 How do you perceive your diet?

  1. Feeding myself is the most regular action that connects me to Nature and the world, so I practice it consciously and ritually. I make choices that respect my body and other living things and honor those who produced the food;
  2. I have slowed down my consumption of industrialized foods, I try to eat less contaminated products and avoid meat, drink more water and be aware of my weight;
  3. I know the importance of what I eat for myself and for the rest of the world, but the strength of my habits strongly determines my diet.

 What is your attitude towards buying and using objects in general?

  1. I am aware of the social pressure for consumption and I only buy the things I need. I reduce the amount of items in my possession (donate, recycle or set aside those I don't need), and adopt a simpler lifestyle by taking care of and repairing what's mine, to avoid waste;
  2. I notice that I have more than I need and therefore I buy less and less, I prefer to repair and recycle, I use reusable bags, I avoid packaging, etc;
  3. I know that there are marketing strategies implemented by capitalist society to push us to consumption and I try to fight against them.

 What is your preferred mode of transportation?

  1. Walking is my first choice, when possible. I also use bicycles, motorcycles and public transport. When I use a car, I look for the least polluting energy, I organize carpooling and I always do my shopping nearby;
  2. The car is my main means of transport, but I have changed my habits to travel more locally, avoiding long distances as much as possible;
  3. I am aware that I am not moving in a sustainable way, but I have not yet managed to change my routine.

 How do you organize your habitat in a sustainable way?

  1. I use natural lighting and ventilation, I collect solar energy and rainwater, I have a garden, I compost, I share the use of the house and meals with other people to reduce the environmental impact, etc;
  2. To gradually reduce the environmental impact of my lifestyle in my home, I have implemented measures, such as reducing my water and energy consumption, raising awareness of household chemicals, etc;
  3. I live in conventional housing and have great difficulty establishing a more sustainable lifestyle around me.

 What is your level of social involvement?

  1. I am involved in socio-environmental movements and organizations and I also try to set an example. I help people who ask for advice on their life choices;
  2. I focus on my own example and, when I can, I help others in their life choices;
  3. I am aware of the urgent need for large-scale social change, but the strength of my habits still largely limits my commitment.

 What is your understanding of "deep ecology", or sustainability understood as respect for the sacred of Nature?

  1. I perceive the elements (water, earth, fire and air) as sacred and everything around me as the fruit of Nature's generosity. In practicing meditative silence, I am grateful for the privilege of sharing this abundance;
  2. I have changed my behavior by being more attentive to the web of life in which I am inserted, by understanding the interconnection between the physical and human environment, by having more respect and by seeking a greater awareness of myself;
  3. I don't spend much time realizing Nature's miracle because of my busy lifestyle.

 How do you use your time?

  1. I know my life well and I use my time according to my short, medium and long term priorities in order to realize myself fully as a person and to be useful to the world;
  2. I try to divide my time in a more balanced way than before, to allow a better quality of life, but time seems to escape me ;
  3. I feel that my life is directed by outside forces, without being able to do what I really want every day, month and year.

 How do you use your leisure time and holidays?

  1. I generally enjoy spending my free time in natural spaces, discovering new initiatives and alternative people, and spending my money in the local economy. If possible, I avoid using aircraft that are not environmentally friendly;
  2. I am looking for new cities and natural places to discover, where I can rest and free my mind. When possible, I like to help the local economy and do something to protect the local environment;
  3. I usually like to go to places where everything is well organized, where I can go sightseeing, change of scenery and live comfortably without worrying about everyday life. However, I'm getting a little bored because it's almost always the same thing.

 

Logomarca esi

How to interpret the results of the questionnaire: 

Translate your answer into a metric assessment, add the points and see in which category you are in.   

1o. – 1 point      2o. – 3 points    3o. – 5 points  

 

Up to 30 points: You have shown yourself like a person who seeks sustainability and respect for Nature in your daily actions; 

From 31 to 50 points: You have shown yourself to be someone in search of transformation, who strives for a sustainable life; 

Equal to or greater than 51: You are aware that difficulties of personal transformation are still blocking the change of your habits. Society and the planet need you to accelerate your pace of ecological engagement.

 

SECOND WAY - Seeing the process => How to interpret the results of the questionnaire

(A) ALPHA - I see a certain stability and balance in myself. There is little questioning of my life context (Alienation or harmony?);

(B) BETA - I feel sporadic restlessness and live with questions about my life context (Need for adjustments?);

(G) GAMA - My restlessness is generating discomfort, but my understanding of the need for change is only mental and I carry on doing everything the same;

(D) DELTA - I feel I'm at a moment of crisis and a paradigmatic leap into action, because my understanding already includes my heart;

(NA) NEW ALPHA - I've achieved new stability after transformation. As this deepens, new challenges will probably arise.

 



No princípio eram as Deusas

8 de Maio de 2018, 9:46, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

 Venus von willendorfYemanjá negra   Yemanjá branca 

Nos quatro cantos do mundo, as primeiras divindades eram mulheres: Pótnia, Astarte, Ísis, Amaterazu, Nu Gua. Nas antigas sociedades, elas representavam o começo e o fim de tudo. Hoje, ajudam a entender o passado remoto dos homens.

 (Texto publicado na revista Superinteressante, em 31 jul 1988)

As divindades femininas: No princípio, eram as deusas

Maria Inês Zanchetta

Em Çatal Huyuk, na Turquia, a estatueta de uma mulher sentada num trono e ladeada por duas panteras, em cujas cabeças ela coloca as mãos, sugere ao mesmo tempo a imagem da mãe e da senhora da natureza. Suas formas generosas — quadris largos e seios grandes— reforçam ainda mais essa idéia. O nome da figura feminina é Pótnia, a deusa de Çatal Huyuk, a mais antiga cidade que se conhece do período Neolítico, cerca de 10 mil anos atrás. De Pótnia nasceram outras divindades femininas também adoradas pelos homens pré- históricos. Sua estatueta, esculpida por volta de 6500 a.C., foi uma das muitas encontradas na Europa e no Oriente Médio, algumas mais antigas, do Paleolítico Superior (de 50 mil a 10 mil anos atrás).

Essas descobertas levaram historiadores e arqueólogos a sugerir que, bem antes de venerar deuses masculinos, os antepassados do homem teriam adorado as deusas, cujo reinado chegou até a Idade do Bronze, há cerca de 5 mil anos. Não se sabe a rigor o exato significado daquelas estatuetas, até porque pouco ou quase nada se conhece dos costumes dos homens pré-históricos. Mas não resta dúvida de que por um bom tempo as deusas reinaram sozinhas, deixando os poderes masculinos à sombra. Em seu livro Um é o outro, a filósofa e professora francesa Elisabeth Badinter tenta explicar a supremacia feminina a partir do que se supõe teriam sido as relações entre homens e mulheres naquelas épocas distantes.

A idéia é que o homem do Neolítico—ao contrário dos seus antecessores do Paleolítico, que eram caçadores, e dos seus descendentes da Idade do Bronze, guerreiros—dedicava-se à criação de rebanhos e à agricultura. Ou seja, já não era necessário arriscar a vida para sobreviver. Nesses tempos relativamente pacíficos, em que a força bruta não contava tanto como fator de prestígio e as diferenças sociais entre os sexos se estreitavam, é bem possível que deusas—e não deuses—tivessem encarnado as principais virtudes da cultura neolítica.

Entre as centenas de estatuetas encontradas, algumas têm em comum os seios fartos e os quadris volumosos como Pótnia. Talvez a mais famosa seja a Vênus de Willendorf, encontrada às margens do rio Danúbio, na Europa Central. Nela, os seios, as nádegas e o ventre formam uma massa compacta, de onde emergem a cabeça e as pernas — na verdade, pequenos tocos. Igualmente reveladora é a Vênus de Lespugne, descoberta na França: embora mais estilizada, guarda as mesmas características de sua irmã de Willendorf.

Mas, das esculturas pré- históricas encontradas até hoje, são raras as que apresentam os traços femininos tão exagerados — o que dá margem a um debate sobre o que significava afinal a figura feminina (devidamente divinizada) nos primórdios das sociedades humanas. Os historiadores tendem a achar que os primeiros homens a viver em grupos organizados davam mais importância à sexualidade feminina do que à fertilidade, embora não seja nada fácil separar uma coisa da outra. No entanto. a imagem à qual acabaram associadas foi a da maternidade. Há quem não concorde. “Traduzir o culto dos ancestrais às deusas como simples exaltação à fertilidade é simplificar demais”, comenta a historiadora e antropóloga Norma Telles, da PUC de São Paulo, que estuda mitologia praticamente desde criança. “Na realidade, a deusa não é aquela que só gera. Ela é também guerreira, doadora das artes da civilização, criadora do céu, do tecido e da cerâmica, entre muitas outras coisas.”

De fato, em muitos mitos, a deusa aparece como quem dá o grão aos homens, e não apenas no sentido literal de nutrição. Assim, por exemplo, Deméter, venerada pelos gregos como a deusa da colheita, ajudava a cultivar a terra — arar, semear, colher e transformar os grãos em farinha e depois em pão. Deméter ensinava ainda os homens a atrelar as animais e a se organizar. Os gregos explicaram a origem do mundo com outro mito feminino: o da deusa Gaia. Doadora da sabedoria aos homens, ela limitou o Caos—o espaço infinito—e criou um ser igual a ela própria: Urano, o céu estrelado.

Pouco depois, Eros, símbolo do amor universal, fez com que Gaia e Urano se unissem. Desse casamento nasceram muitos filhos e, assim, a Terra foi povoada. A crença de que o Universo foi criado por uma divindade feminina está presente em quase toda parte.

Ísis, a mais antiga deusa do Egito, tinha dado a luz ao Sol. Na Índia, Aditi era a deusa-mãe de tudo que existe no céu. Na Mesopotâmia, Astarte, uma das mais cultuadas deusas do Oriente Médio, era a verdadeira soberana do mundo, que eliminava o velho e gerava o novo. Essa idéia aparece com clareza nas efígies datadas de 2 300 a.C., que mostram Astarte sentada sobre um cadáver. Também para os chineses foi uma deusa—Nu Gua — quem criou a humanidade. Seu culto apareceu durante o período da dinastia Han (202 a.C.-220 d.C.). Representada com cabeça de mulher e corpo de serpente, a venerável Nu Gua encarnava a ordem e a tranqüilidade.

Os chineses dizem que, cavando barro do chão, ela moldou uma figura que, para sua surpresa, ganhou vida e movimento próprio. Entusiasmada, a deusa continuou a moldar figuras, mas a natureza mortal de suas criaturas a obrigava a repetir eternamente o trabalho. Por isso, Nu Gua decidiu que os seres deviam se acasalar para se perpetuarem—daí também ela ser considerada pelos antigos chineses a deusa do casamento. Do outro lado do mundo, na América pré – colombiana, os astecas tinham em Tlauteutli sua deusa da criação. Para eles, o Universo fora feito de seu corpo. Os maias tinham igualmente sua deusa-mãe. Era Ix Chel. De sua união com o deus Itzamná nasceram os outros deuses e os homens.

Com o passar do tempo, deuses e homens passaram a dividir com as deusas o espaço no Panteão, o lugar reservado às divindades. Para Elisabeth Badinter, isso acontece quando a noção de casal vai deitando raízes nas sociedades. Pouco a pouco, da Europa Ocidental ao Oriente, “reconhece-se que é preciso ser dois para procriar e produzir”, escreve ela. Mas o culto à deusa – mãe ainda não é substituído pelo do deus – pai. O casal divino passa a ser venerado em conjunto. As deusas só serão destronadas com o advento das religiões monoteístas, que admitem um só deus, masculino. Com a difusão do cristianismo, as antigas deusas são banidas do imaginário popular.

No Ocidente, algumas acabaram associadas à Virgem Maria, mãe do Deus dos cristãos, outras se transformaram em santas. Mas outras ou foram excluídas da história ou acusadas pelos padres de demônios e prostitutas. As deusas das culturas indo-européias tinham em comum o poder de criar, preservar e destruir—davam a vida e recebiam de volta o que se desfazia. Esse aspecto destrutivo das divindades femininas foi o mais atacado pelos inimigos do politeísmo. A suméria Astarte, por exemplo, não escaparia à ira nem dos profetas bíblicos nem dos primeiros cristãos: para uns e outros, ela era a encarnação do diabo.

No império babilônico, Astarte foi venerada sob o nome de Ishtar, que quer dizer estrela. Nos escritos babilônicos, ela é a luz do mundo, a que abre o ventre, faz justiça, dá a força e perdoa. A Bíblia, porém, a descreveria como uma acabada prostituta. A importância dada ao lado violento, destrutivo, talvez explique por que a deusa hindu Kali Ma aparece no filme de Steven Spielberg, O templo da perdição, como a encarnação da violência. Ela é a sanguinária figura em nome da qual se matam e torturam adultos e se escravizam crianças.

No entanto, para os hindus, mais especialmente para os tantras — adeptos de uma derivação do hinduísmo —, Kali é a deusa da transformação e nesse sentido mais filosófico é que ela é destruidora, da mesma forma como a passagem do tempo destrói. Representada como uma mulher negra com quatro braços e uma serpente na cintura, pode aparecer também com um colar de crânios no colo e uma cabeça em cada mão.

Em seus templos, espalhados por toda a Índia, realizavam-se sacrifícios de búfalos e cabras. “Para os orientais, Kali é a desintegração contida na vida, visão essa que nós ocidentais não temos”, interpreta a antropóloga Norma Telles. Se Kali foi vista como deusa sanguinária, outras divindades compensavam tanta violência. Sarasvati, a deusa dos rios, era para os hindus a inventora de todas as artes da civilização, como o calendário, a Matemática, o alfabeto original e até os Vedas, o texto sagrado do hinduísmo.

Também na América pré-colombiana, sobretudo entre os astecas, o culto às deusas e deuses incluía muitas vezes sacrifícios humanos. A deusa Tlauteutli é um bom exemplo. Um dia, os deuses descobriram que ela ficaria estéril, a menos que fosse alimentada de corações humanos. Na verdade, os astecas tinham uma visão apocalíptica do mundo: se não alimentassem a deusa, a Terra se acabaria.

Mas, à medida que começava a crescer o culto à deusa da maternidade, Tonantzin, diminuía o interesse dos astecas pelos deuses aos quais se faziam sacrifícios sangrentos. Mais tarde, com a chegada dos conquistadores espanhóis, Tonantzin foi identificada com a Virgem Maria. Isso acabaria acontecendo também com a deusa Ísis. Cultuada no Egito e no mundo greco – romano, ela representava a energia transformadora. Casada com o deus Osíris, morto pelo próprio irmão, Ísis não sossegou enquanto não lhe restituiu a vida. A lenda conta que as enchentes do Nilo eram causadas pelas lágrimas da deusa que pranteava a morte do amado. Por isso, as festas em sua homenagem coincidiam sempre com a época das cheias. É evidente que, ao festejá-la, os egípcios comemoravam a generosa fertilidade do rio Nilo. Nos primeiros séculos cristãos, Ísis passou a ser identificada com Maria.

Já a deusa Brighid, cultuada pelos celtas, ancestrais dos irlandeses, foi transformada pelo cristianismo em Santa Brigida. A veneração daquele povo por Brighid era tanta que ela era chamada simplesmente “a deusa”. Dona das palavras e da poesia, era também a padroeira da cura, do artesanato e do conhecimento. As festas em sua homenagem se davam no dia 1º de fevereiro, antecipando a chegada da primavera. Na história cristã, a santa nasceu no pôr-do-sol, nem dentro nem fora de uma casa, e foi alimentada por uma vaca branca com manchas vermelhas. Na tradição irlandesa, a vaca era considerada sobrenatural.

Antes mesmo da chegada das religiões monoteístas, os mitos dizem que o convívio entre deuses e deusas começou a se tornar difícil e a igualdade dos poderes divinos começava a ficar abalada. Assim, por exemplo, Amaterazu, a deusa japonesa do Sol, de quem descendiam os imperadores, não se dava muito bem com o deus da tempestade. Conta a lenda que certo dia ele foi visitar os domínios da deusa e acabou por destruir seus campos de arroz. Furiosa, Amaterazu resolveu vingar-se trancando-se numa caverna — o que deixou o mundo às escuras. Depois de um tempo, como ela não saísse da caverna, uma multidão de deuses e deuses menores decidiu armar uma estratégia para convencê-la a mudar de idéia. Assim, colocaram diante da caverna um espelho que refletia a imagem do deus da tempestade, como se ele estivesse enforcado numa árvore, e começaram a dançar.

Atraída pela música, a deusa decidiu sair para ver o que acontecia. Ao deparar com a imagem no espelho ficou feliz e voltou ao mundo. Com isso, tudo se normalizou e os dias continuaram a suceder às noites. Outro exemplo dos conflitos entre as divindades é o caso da deusa grega Deméter e seu marido Hades, o deus do mundo dos mortos. Eles começaram a brigar pela guarda da filha Perséfone e a questão só foi resolvida com a mediação de Zeus, o deus supremo do Olimpo. Salomonicamente, ele determinou que a menina ficasse com cada um seis meses por ano. Das deusas veneradas no mundo antigo, não houve tantas nem tão famosas como as da mitologia greco – romana. Afrodite (Vênus, em Roma) talvez fosse a mais popular de todas, por encarnar o amor e as formas belas da natureza.

Já Ártemis (Diana) era a caçadora solitária, senhora dos bosques e dos animais. Seus lugares preferidos eram sempre aqueles onde o homem ainda não tinha chegado. Atena (Minerva) protegia a cidade, as casas e as famílias. O predomínio que as divindades femininas exerceram ao longo do tempo levou alguns pesquisadores do século XIX a supor que na pré-história as mulheres detiveram alguma forma de autoridade política. Não há registros arqueológicos que confirmem isso — hoje os especialistas não admitem que tenha existido alguma sociedade cujo controle estivesse com as mulheres. Mas também é certo que nos tempos pré-históricos, quando era outra a divisão social do trabalho, as mulheres tinham um papel preponderante na luta pela sobrevivência do grupo. É impossível saber com exatidão quando e por que deixou de ser assim. De uma coisa, porém, não se duvida: foram os homens quem primeiro traçaram a mitologia das deusas.

A primeira mulher de Adão

Segundo uma antiga lenda, a primeira companheira de Adão não foi Eva, mas uma deusa chamada Lilith—”monstro da noite”, para os antigos hebreus—que brigou com Deus e por isso foi transformada em demônio. Na verdade, o castigo maior que Ihe impuseram os sacerdotes foi excluí-la dos relatos bíblicos da criação do mundo. Lilith, versão hebraica de uma divindade babilônica, sinônimo de “face escura da Lua”, não se dava bem com Adão. Certo dia, cansada de desavenças, Lilith abandonou o marido e foi para o mar Vermelho, onde passou a viver entre demônios, com quem teve vários filhos.

Inconformado, Adão foi pedir a interferência de Deus. Este determinou então que Lilith voltasse imediatamente para casa. Mas ela recusou-se e foi condenada a devorar todos os seus filhos. Não bastasse, passou a ser considerada um demônio igual a outras deuses do mundo das trevas. Por tudo isso, no folclore judaico, cada vez que morria uma criança, dizia-se que Lilith a tinha levado. A lenda de Lilith perdurou entre os judeus pelo menos até o século VII.

 

Para saber mais:

Nas montanhas dos deuses

(SUPER número 10, ano 3)