Ir para o conteúdo
Mostrar cesto Esconder cesto
Tela cheia
Dsc 0082

Blog

12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | 1 pessoa seguindo este artigo.

Psicologia yóguica e os perfis psicológicos

12 de Junho de 2024, 10:49, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Resumo integrativo chacras

Resumo dos perfis pessoais a partir dos Chakras e das Gunas predominantes segundo a psicologia yóguica

 

Débora Nunes

A Psicologia yóguica é uma ciência em plena expansão, com cada vez maior número de interpretações que convergem e se diversificam. A metodologia do dr Vivekananda, traz dez aspectos a observar na evolução dos chakras segundo as gunas: 1) Nosso bem-estar físico; 2) Nossa vitalidade; 3) Nossa identidade; 4) Nossa percepção do mundo; 5) Nossas memórias; 6) Nossos Instintos 7) Nossos pensamentos; 8) Nossa intuição; 9) A qualidade de nossas emoções; 10) Nossos comportamentos. Assim, a cada estágio de desenvolvimento das gunas em cada um dos seis chakras mais “mundanos”  temos determinadas características pessoais. O Sahasara é um centro de energia de contato com a consciência cósmica e assim tem um dinâmica diferente de evolução, em uma dimensão muito mais espiritual do que psicológica.

A partir da observação dos dez aspectos citados acima e das três gunas evolutivas (Tamas, Rajas e Satwa), o método Rishi Vivekananda de psicologia yóguica traz oito padrões de desenvolvimento dos chakras (Tamásico, Tamásico-rajásico, Rajásico-tamásico, Rajásico, Rajásico-Sátivico,  Sátivico-Rajásico, Sátivico e Iluminado). No presente resumo da Psicologia Yóguica, trataremos apenas de três padrões básicos, correndo o risco de simplificações, porém tornando mais acessível a técnica para uma primeira abordagem. Como em todas as dinâmicas da sabedoria yóguica, não há avanço sem prática, assim convida-se a leitora e o leitor a aplicar em si estas características para descobrir seu perfil pessoal em cada chakra (Tamásico, Rajásico, Sátivico) e só depois tentar observar nos demais. Depois deste exercício, evidenciando que estamos sempre em evolução, com altos e baixos, é possível buscar no livro do Dr. Vivekananda, a abordagem mais detalhada dos oito padrões citados acima.

Identificar padrões é apenas o primeiro passo para a cura e a evolução e o yoga oferece técnicas meditativas, ássanas, pranayamas, mudras, bandhas e mantras para este processo, como citado no post anterior. É muito importante lembrar também que mesmo os estágios mais baixos de cada chakra podem ser estimulados à autocura. A plasticidade cerebral, reconhecida desde os anos 1960, mostra que a qualquer idade é possível evoluir, estimulando a neuroplasticidade para se criar percepções e memórias novas, assim como emoções e comportamento mais evoluídos. A observância dos mandamentos dos quatro tipos básicos do yoga (Raja, Karma, Bakti e Janana, a prática dos dos yamas e nyamas, relacionados aos comportamentos cotidianos e as práticas citadas acima, são parte do Yoga lifestyle, ou estilo de vida.

Complementarmente ao sugerido pela Psicologia yóguica do Dr Vivekananda, a técnica de criação da “Flor de mim”, desenvolvida como parte da metodologia da Escola de Sustentabilidade Integral -ESI, pode ser de grande ajuda para clarear as transições que a pessoa deseja fazer em sua vida. Trata-se de quatro mandalas diagnóstico desenhadas por cada pessoa, representando suas forças, fragilidades, ambições e necessidades, segundo suas quatro inteligências (emocional, mental, emocional e física). A “Flor de Mim” significa autoconhecimento e favorece o autogoverno e é baseada no “princípio SWAN”, de Swami Nijaranananda Saraswati, sendo Swan cisne em inglês, um animal que representa a evolução espiritual e cujas letras significam exatamente strenght (força), weakeness (fragilidade), ambitions (ambições) e needs (necessidades).  Outro passo complementar à promoção da harmonia e evolução dos chakras, é a meditação baseada em visualizações criativas que ajudam o processo de ativação de cada chakra.

 

A seguir, a descrição de cada Chakra e suas características evolutiva que podem sempre avançar.

 

O chakra  Mooladara

Palavras chaves: segurança pessoal, proteção

Tamásico: pessoas que vivem o Mooladara neste estágio têm o menor nível de segurança pessoal. Geralmente são pessoas que viveram traumas expressivos que lhes deixam em alerta e com medo, constantemente. Elas percebem o mundo como um lugar perigoso; seus pensamentos, constantemente hipervigilantes, esperam o pior; suas emoções expressam continuamente algum grau de medo e seu comportamento tende a buscar estar no controle de tudo para evitar situações que lhes parecem assustadoras. Em níveis mais evoluídos, como o Tamásico-rajásico ou Rajásico-tamásico, as características podem ser atenuadas e os traumas até serem inconscientes. Assim, tratamento psicoterapêutico para evidenciar os traumas e práticas yóguicas de relaxamento profundo como o Yoga Nidra são essenciais para a cura.

Rajásico: estas pessoas levam em conta sua segurança pessoal de maneira operativa. Percebem o mundo como um ambiente de oportunidades e buscam segurança financeira sem ambição excessiva e apego ao dinheiro (diferentemente da forma tamásica). A amplitude da percepção da segurança das pessoas com Mooladara rajásico incluem as relações, nutrindo os laços com a família e amigos, inclusive em seus empreendimentos, podendo ser bons provedores familiares e grupais, até mesmo de empregos. Outro aspecto do chakra Mooladara, a busca de segurança da espécie, faz com que o perfil rajásico possa relacionar-se com nutrir crianças, suas ou de outrem, de diferentes maneiras. Suas emoções sobre sua segurança pessoal são neutras e suas ações acerca de adquirir segurança monetária são honestas e focadas em si e nos seus.

Sátivico: a percepção do mundo das pessoas com Mooladara Sátivico é de que a prosperidade é a possibilidade de realizar sua missão no mundo e que ela está segura se está trilhando seu correto caminho (swadharma, em yoga). Embora aceitem sua condição de necessitadas de comida, abrigo e proteção física, e trabalhem por estas coisas, estas pessoas sentem-se sempre apoiados pela “graça divina”. Sua confiança se confirma em experiências recorrentes de “coincidências provedoras”: uma pessoa que ajuda na hora certa, um dinheiro que chega quando necessário, um problema que se resolve miraculosamente. Esta condição é difícil de ser percebida por quem não está neste estágio do Mooladara, assim é difícil explicar, mas para quem o experimenta, é uma evidência e gera natural generosidade com as demais pessoas.

Para além da psicologia yóguica do Dr Vivekananda, acrescento que a passagem de modos tamásicos aos rajásicos e até iluminados no Mooladara é favorecida pela conexão direta com a Mãe Terra. Contato com o elemento terra como a agricultura, a cerâmica, a colocação de argila no corpo (ingerida ou em emplastros) tendem a curar inseguranças e fazem crescer a confiança na providência divina e na abundância cósmica. A meditação cotidiana tem o mesmo efeito, particularmente se incluir a harmonização do chakra Mooladara por contração e relaxamento, visualizando uma luz vermelha de empoderamento e equilíbrio em seu papel. A recitação do mantra “Laaam” é recomendada por tradições yógicas ancestrais com a mesma intenção.

 

O chakra Swaddhisthana

Palavras chaves: alegria e sexualidade

Tamásico: pessoas com o Swadhisthana neste nível têm grande dificuldade de encontrar alegria no cotidiano e têm uma vida sexual muito pobre ou inexistente. Sua percepção do mundo é frequentemente negativa, assim como suas memórias mais recorrentes. Assim, sua visão de futuro tende a ser pessimista. Tudo isto tem a ver com uma baixa autoestima e tendências depressivas que podem levar inclusive a tentativas de suicídio. O Dr Vivekananda recomenda vivamente nestes casos as medicações antidepressivas ocidentais, reconhecendo que as técnicas yóguicas ajudam muito após superadas as situações agudas. Em níveis como o Tamásico-rajásico ou Rajásico-tamásico no Swadhisthana, mais evoluídos, observa-se atenuação destas características gerais, mas com tendência a diversos vícios, como busca desta alegria inalcançável. Técnicas de visualização criativa e relaxamento pelo Yoga Nidra são de grande ajuda, assim como ásanas de abertura vibracional.

Rajásico: esta característica no Swadhisthana predispõe as pessoas a verem o mundo de forma mais positiva e proativa e como uma oportunidade de prazeres. Elas buscam isto de muitas formas e tendem a ser bem-humoradas e a se darem momentos de alegria, pequenos ou grandes prazeres coridianos. No campo sexual, têm alta consideração pelo seu ou sua parceira.  A positividade do Rajas, no entanto, tem um problema: a percepção de que a fonte de apreciação da vida vem de fora de si mesmo, o que fragiliza a pessoa nos momentos em que as coisas não acontecem como esperam. A busca da interiorização oportunizada pelas diferentes formas de yoga tende a ser altamente positiva.

Sátivico: O Swadhisthana em estado Sátivico significa que a pessoa tem a alegria em si. Este estado interno de gratidão favorece naturalmente os acontecimentos externos, mas o estado Sátivico não busca a alegria externa pois ele já a encontra interiormente. Observa-se uma alta presença de carisma neste perfil pessoal, pois as pessoas gostam de estar na presença desta “bolha” de positividade e alegria, que vê o lado precioso da Vida todo o tempo, inclusive em quem a cerca. São pessoas inspiradoras, que ensinam os outros a viver melhor.

A plasticidade cerebral pode favorecer a passagem de modos tamásicos e rajásicos ao satívico e até iluminados no Swaddhisthana por rituais diários de gratidão. Ter um momento fixo do dia para lembrar de algo bom, belo e alegre que aconteceu, mesmo nos dias mais duros, ajuda o cérebro a sei conectar com a emoção da gratidão, que é essencialmente uma emoção alegre. No começo pode ser muito difícil, particularmente para pessoas com o Tamas muito desenvolvido, mas na medida que o ritual começa a fazer parte da vida, a dificuldade diminui, pois circuitos cerebrais novos com este conteúdo se desenvolvem.  O Swaddhisthana pode ser harmonizado na meditação diária visualizando uma alegre luz alaranjada na região do baixo ventre, fazendo contração e descontração dos músculos desta região e recitando-se o mantra Vaam.

 

O chakra Manipura

Palavras chaves: autoestima, capacidade de agir

Tamásico: A apatia é uma característica das pessoas com este perfil de Manipura. Tendem a ser inertes em face à vida, com nenhuma capacidade de realizar projetos. Isto se relaciona com a outra característica de Tamas neste chakra: a baixa auto-estima. O sentimento de contínua fadiga e a letargia são predominantes, levando a tendências depressivas. O yoga em geral tem excelente efeito nesta condição, porém é difícil a pessoa decidir por curar-se e engajar-se em práticas físicas exatamente pela inércia que lhes é predominante.

Rajásico: São pessoas ativas e corajosas, cuja vitalidade do Manipura flui e lhes permite agir em face ao que a vida requer. O lado obscuro do Rajas, entretanto pode levar-lhes a agir pelo ego e ambição, tendo seu próprio interesse omo o centro de suas ações. A competitividade pode ser também outra característica de seu comportamento, e o esporte de alto nível e outras atividades baseadas em “um ganha, outro perde”, como as atividades advocatícias, podem ser espaços privilegiados para pessoas com Manipura rajásico. O egocentrismo e a competitividade são características que não contribuem para bons relacionamentos humanos, assim este é um desafio para este perfil psicológico.

Satívico: pessoas com este perfil tendem a usar sua capacidade de ação em benefício de outras pessoas e do mundo de forma desinteressada. Sentem-se capazes de realizar aquilo a que se propõem, mas aceitam as dificuldades como parte do aprendizado necessário à evolução, pessoal e do Todo.   Observam com um sorriso a cadeia de coincidências que faz com que as coisas aconteçam por seu intermédio. Frequentemente se sentem como um instrumento de uma força maior que dirige suas ações, que lhes auxilia a bem cumpri-las.  Observam com um sorriso a cadeia de coincidências que faz com que as coisas aconteçam por seu intermédio.

A passagem de modos tamásicos aos satívicos no Manipura precisa de muita prática. Dar um passo de cada vez para que um projeto seja cumprido, não colocar objetivos muito altos para não voltar à inércia inicial. A visualização das coisas desejadas como se já tivessem sido realizadas é um motor vibratório para vencer o Tamas e ir adquirindo Rajas para chegar a Satwa. Para não passar pelo egocentrismo e competitividade de Rajas, é importante que o projeto pessoal (que deve incluir a evolução na vida cotidiana da própria pessoa) tenha também um aspecto de benefício ao mundo. No começo, para quem tem tamas em alto grau, realizar um projeto não é fácil, e um projeto desinteressado também, para quem tem rajas muito desenvolvido. As práticas do yoga e da meditação vão harmonizando o chakra, sobretudo se o Manipura é visualizado em sua potente luz amarela na região do umbigo na meditação diária, como um sol que ilumina o mundo e não apenas a si mesmo. O movimento de contração e descontração dos músculos da região do umbigo e a recitação do mantra Raam, ajudam também na busca da ativação deste chakra.

 

O chakra Anahata

Palavras chaves: amor e compaixão

Tamásico: a preocupação com outras pessoas neste nível do Anahata submerge na apatia. Assim, o isolamento emocional é uma característica que leva à não empatia pelos outros. A personalidade dos sociopatas é o típico exemplo do Anahata tamásico, quando não há envolvimento emocional positivo. Elevar a atividade do Anahata pela prática do yoga é assim uma necessidade imperativa em locais que concentram pessoas com esta característica, como nas alas das prisões para criminosos perigosos.

Rajásico: são pessoas capazes de amar e serem amadas e o amor é parte importante de suas vidas.  Este e o tema de todos os filmes e canções românticas. Neste ambiente preconiza-se que viver o amor é sempre um acontecimento para fora, em direção a alguém específico. É uma concepção de amor condicional, em que as pessoas acreditam que o amor é uma emoção que pode estar associada ao ciúme, à dependência emocional, ao ressentimento pelas desigualdades momentâneas no dar e receber, por exemplo. Na ausência de uma relação amorosa tipo casal, a pessoa se sente vazia, desamada, pois o amor incondicional, perene e aberto a tudo e todos não é sequer compreendido.

Satívico: as pessoas com Anahata neste patamar não precisam apenas de dar e receber compaixão e amor. Elas são compaixão e amor em essência e as pessoas ao seu redor sentem isto.  Quando elas entram em uma comunidade as animosidades se dissolvem e assim elas sempre parecem estar rodeadas de pessoas amorosas. O poder do amor de um Anahata satívico é tão forte que cada ser que se aproxima dele se modifica um pouco, ficando mais compassivo e amoroso.

 

A observação cotidiana do bater do próprio coração é uma prática com múltiplas consequências benéficas e uma delas é a atenção ao Anahata chakra. As sabedorias ancestrais dizem que fazemos crescer tudo aquilo a que prestamos atenção. Assim, o desenvolvimento do Anahata segue paralelo a um melhor conhecimento de como está funcionando nosso corpo, como fazem os médicos ao auscultar seu ritmo. O Anahata pode ser harmonizado na meditação diária visualizando uma alegre luz verde azulada na região do coração e recitando-se suavemente seu mantra Yaam.

 

O chakra Vishuddi

Palavras chaves: comunicação, expressão da missão de vida

Tamásico: a característica do Vishuddi tamásico é a reclusão. O isolamento de outras pessoas pela não comunicação, pode chegar ao extremo da paranoia, do contínuo sentimento de ser perseguido. Se em casos menos graves é possível elevar a atividade do Vishuddi com diferentes práticas do yoga, a paranoia exige intervenção medicamentosa.

Rajásico:  a comunicação neste estado do Vishuddi flui facilmente e são pessoas que gostam de falar e ouvir. Os relacionamentos fluem também neste patamar, em conversações sadias, porém, quando rajas é muito presente, a pessoa pode se tornar aquela que domina todas as conversações. Os aspectos sombrios de rajas, a ambição pessoal e o oportunismo, pode significar que as e os parceiros para estas conversações são escolhidos em função de interesses prévios.

Satívico: neste nível a comunicação flui em outro estado e o fluxo de palavras passa através da pessoa e não simplesmente saindo de seu cérebro através da boca.  Percebe-se intuição e a sabedoria na interação com pessoas inspiradoras que têm um Vishuddi satívico. Quando falam em público este sente que a Verdade está presente, que há coerência interna na pessoa que fala. É como comunicar-se com alguém que possui uma conexão maior.

 Desenvolver o Vishuddi em direção à harmonia satívica e a iluminação exige muito silêncio, mesmo este sendo o chakra da comunicação. É no silêncio que satwa se manifesta e que a comunicação se torna o que precisa ser. É na fala que vem da alma que a comunicação realmente se estabelece e conectar-se com a alma exige vazio de pensamentos. Práticas meditativas e exercícios que atingem o Vishuddi trabalham nesta direção, como engolir saliva de modo bem concentrado em sua passagem pela região do chakra, a visualizando de uma potente luz neon nesta região e na recitação do mantra Haam.

 

O chakra  Ajna

Palavras chaves: intelecto, intuição

Tamásico: As pessoas neste estado têm dificuldade para pensar com clareza. A inércia de Tamas impede a fluidez do raciocínio lógico e, menos ainda à sabedoria intuitiva. Em situações muito extremas isto pode ser diagnosticado com um retardo mental, mas outras inteligências seguem funcionando, como a do corpo, da alma e do coração. Porém, os ajnas tamásicos podem tornar-se adictos das pulsões negativas dos outros chakras (drogas, sexo, poder), por terem dificuldade de se auto restringirem pelo pensamento lógico.

Rajásico: A atividade intelectual destas pessoas está em grande forma e sua clareza e senso lógico são presentes em todas as atividades, porém poucas vezes elas conseguem realizar o que pensam. Como tudo em rajas, há uma tendência de funcionamento no nível do ego, portanto, é uma clareza mental que tende a ser usada para favorecer a si mesmo e a seus próximos. As pessoas em geral, para as quais são escritos os textos e produzidos os vídeos, filmes, músicas e outras dimensões da cultura intelectual, têm o Ajna rajásico. A sociedade ocidental, que valoriza muito o pensamento, estimula o rajas neste chakra, que é muito encontrado nos cientistas e empreendedores.

Satívico: Aqui se expressam com mais clareza os poderes mentais mais elevados. O intelecto se aproxima da sabedoria, como algo que canaliza saberes disponíveis na inteligência universal através da intuição. Aí podem se manifestar poderes psíquicos como a premonição, a telepatia, a clarividência, a capacidade de curar. Todas estas capacidades, como é típico da presença de satwa, são frequentemente usadas pelo bem dos outros e do planeta, muito mais do que para o benefício pessoal.

Para a evolução do Ajna em direção satívica, o lugar em que a pessoa evolui é muito importante. Buscar cercar-se de pessoas e ambientes que tenham as habilidades do chakra, a capacidade intelectual e intuitiva, é de grande ajuda (grupos de estudo e de meditação, pessoas com conversas instrutivas e inspiradoras, bons livros, filmes etc.). Quem tem muito tamas beneficia-se do estudo, das conversas inteligentes, mesmo como mero expectador. Quem deseja desenvolver sua intuição deve frequentar ambientes mais espiritualizados, onde esta é uma prática comum. É importante observar que estes ambientes, quando menos dogmáticos, entendem que cada pessoa tem a divindade em si e, portanto, pode desenvolvê-la. Assim, a presença de um mestre, sempre bem-vinda, será sempre a de quem facilita o caminho e nunca de quem dirige a vida do outro, como fazem os guias manipuladores.

Para concluir esta etapa inicial de aproximação da psicologia yóguica, é interessante conhecer o resumo citado pelo Dr Vivekananda, baseado em seus estudos do yoga e prática profissional e na classificação do psicólogo americano Abraham Maslow. Assim, o comportamento de uma pessoa harmonizada se situaria no nível do Vijnamaya Kosha (o corpo da sabedoria, que envolve o Annamaya kosha, referente ao corpo físico; o Pranamaya kosha, ao corpo energético; o Manomaya kosha, ao corpo mental). Esta classificação exclui o que o Yoga busca em última instância: o desenvolvimento do Anandamaya kosha, ou camada da plenitude ou da iluminação. Mas isto é outra história...

Pessoas já evoluídas seriam então aquelas objetivas, que percebem a realidade de modo claro, mas que toleram a incerteza; acolhedoras, que acolhem a si mesmo e aos demais como são; honestas, simples e bem-humoradas que constroem um cotidiano sóbrio e alegre; que não são autocentrados e trabalham para os outros em coisas que fazem sentido para si; são independentes e valorizam sua privacidade e autonomia; têm bons relacionamentos, profundos e satisfatórios, com um pequeno número de pessoas compatíveis consigo; comprometem-se com o bem estar de todos os seres, sendo empáticas e afetuosas; são inconformistas e resistem à aculturação de um modo de vida que não faz sentido para elas; são criativas e originais em seu pensamento e democráticas, pois valorizam os direitos das outras pessoas. Finalizando, poderíamos perguntar: estas características fazem sentido para você? Quais fazem sentido? Construa seu plano para chegar lá aonde a Vida é plena, pois você está em harmonia consigo mesma (o), como as outras pessoas e a Natureza.



Psicologia yóguica

12 de Junho de 2024, 9:57, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Resumo evolução yin yang chacras

Conceitos gerais e algumas práticas

Débora Nunes

O doutor Rishi Vivekananda, médico psiquiatra australiano vinculado à tradição de Satyananda (fundador da Bihar School of Yoga, uma das mais respeitadas escolas de Yoga da India, onde estudei em 2023), propôs uma síntese extremamente útil para quem quer se autoconhecer e evoluir. O resumo a seguir busca inspirar pessoas a conhecer seu livro[1], assim como as obras do inspirador guru Swami Satyananda Saraswati e de seu sucessor, Swami Niranjanananda Saraswati. Para situar leitoras e leitores ocidentais, há proximidades da abordagem da  psicologia yóguica  com Gustav Young, impulsionador no Ocidente de uma psicologia não materialista e Abrahan Maslow, com suas sínteses de tipos psicológicos. Minha própria prática de Yoga há mais de duas décadas, assim como a experiência com a “Meditação de harmonização dos chakras” que desenvolvi há muitos anos, ajudam na interpretação e nos exemplos e, espero, ajudem a tornar mais claras as complexidades da psicologia yóguica.

O yoga reconhece alguns padrões de realidade que foram utilizados na abordagem do doutor Vivekananda: os chakras, os sete principais centros de energia do corpo humano; os koshas, as cinco camadas do corpo humano; as gunas, ou graus de evolução de toda existência (inclusive humana) e os nadis, fluxos energéticos do corpo. Com base nestes padrões, e mais alguns códigos bem conhecidos de vida prática do Yoga, como os yamas e os nayamas, e as práticas corporais tais como os ássanas, pranayama, mudras, bandhas e shatkarmas, o Dr Rishi construiu, junto com sua experiência prática de 45 anos como psiquiatra e décadas como praticante do Yoga, um roteiro de autoconhecimento e práticas de autossuperação. Juntamente com a referência aos cinco modos mais conhecidos do Yoga, a Raja Yoga, a Karma Yoga, a Bhakti yoga e Jnana Yoga, a Psicologia yóguica é um rico caminho para se trilhar.

                                  

Comecemos por explicar melhor cada um dos termos citados em sânscrito: os Chakras, centros de energia do corpo humano situados ao longo da coluna vertebral, são sete (principais): Mooladhara, ou chacra Raiz ou Básico, situado no períneo e vinculado às necessidades de sobrevivência e autoproteção e à relação com a Terra; Swadhisthana  ou chakra Sacral ou Genésico, situado quatro dedos abaixo do umbigo, nas imediações do cóccix, rege o poder criador da energia sexual, a ancestralidade e a descendência; Manipura, ou chakra do Plexo Solar ou Digestivo, situado acima do umbigo e relacionado à auto expressão do indivíduo, ao seu poder pessoal; Anahata, ou chakra do Coração, situado no centro do peito e que relaciona-se à compaixão e ao desenvolvimento do amor em dimensão universal;  Vishuddi ou chakra Laríngeo, situado na garganta que representa a comunicação criativa da pessoa no mundo, alinhada com o propósito pessoal de serviço ao cosmos; Ajna ou chakra do Terceiro Olho, situado entre as sobrancelhas e relacionado com a inteligência integrativa, racional e intuitiva ao mesmo tempo; e por fim, o Sahashara chakra da Coroa, situado acima da cabeça e que representa a transcendência, o canal de comunicação com o divino

O segundo padrão de realidade humana reconhecido no Yoga são os Koshas. Dentro da concepção yóguica de que cada pessoa possui um Atma, equivalente à Alma no mundo ocidental, que é parte da emanação divina que tudo une, os koshas são camadas em torno desta alma dentro do complexo corpo-energia-mente. Existem cinco camadas: o Annamaya kosha, referente ao corpo físico; o Pranamaya kosha, ao corpo energético; o Manomaya kosha, ao corpo mental; o Vijnamaya kosha, ao corpo de sabedoria e o Anandamaya kosha, ou camada da plenitude ou da iluminação.  Cada pessoa tem uma preponderância de sua consciência em uma destas camadas.

O terceiro padrão de entendimento do mundo a partir do Yoga são as Gunas. Desde o clássico indiano Bhagavad Gita, o próprio Krishna descreve com as Gunas as qualidades de todas as criaturas da Natureza: Sattwa, pureza; Rajas, paixão e Tamas, inércia. Ele descreve que a qualidade Sattwa influencia a pessoa em direção à pureza, contentamento e sabedoria; a qualidade Rajas influencia a pessoa em direção à busca de satisfação de seus desejos e a qualidade Tamas influencia a pessoa em direção à inércia e à ignorância. Todas as Gunas estão presentes em todos as pessoas em determinado período e situações.  Olhando de forma mais ampla, as Gunas Rajas e Tamas podem ser vistas de forma menos negativa. O dinamismo e a entusiasmo de Rajas podem ser usados para nobres propósitos, assim como a estabilidade e o não julgamento de Tamas, mesmo que por ignorância, podem ser também construtivos.

O quarto padrão de realidade observado no Yoga é a existência dos canais de energia, os Nadis, ao longo da coluna vertebral. Existem três Nadis: um, situado à direita da coluna, Pingala, vinculado ao sol e ao masculino; outro, situado à esquerda da coluna, Ida, vinculado à lua e ao feminino, e um Nadi central, Sushuma, que se ativa quando Ida e Pingala estão harmonizados. Enquanto Sushuma está situado ao longo da coluna em linha direta, Ida e Pingala fazem uma espécie de zig-zag ou espiral ao longo da coluna. Para o Yoga, ainda, Sushuma é o caminho da Kundalini, a serpente que representa e evolução da conciência, que nasce no Mooladara chakra e percorre Sushuma até chegar ao Sahasrara, à iluminação.

Estes padrões de entendimento da pessoa vão constituir a base da compreensão das personalidades segundo a psicologia yóguica. Na proposta do Dr. Vivekananda, na medida em que deciframos a nós mesmos, o Yoga propõe caminhos evolutivos através do estilo de vida yóguico. Neste yoga lifestyle há regras de conduta como as auto restrições dos yamas, que são a não violência, a expressão verdadeira de si, a honestidade para com os outros, o desapego à matéria e prestígio e o autocontrole dos desejos. Já os niyamas são os códigos pessoais, como a pureza e ordem no campo mental e físico, o contentamento e aceitação do que é, as práticas de austeridade (jejum, silêncio, solidão, abstenção, etc),  a auto-observação das forças, fragilidades, necessidades e ambições que se carrega e o cultivo da fé em uma inteligência maior que tudo rege em benefício da evolução pessoal e coletiva.

 O estilo de vida yóguico é também o exercício dos mandamentos das cinco principais yogas: o Raja Yoga, o Karma Yoga, o Bhakti Yoga, e o Jnana Yoga. O Raja Yoga, que, pode-se dizer, rege o comportamento cotidiano, cultiva a presença em toda a ação, auto-observando-se através dos códigos do yamas e niyamas citados anteriormente. O Karma Yoga, que rege principalmente o trabalho, baseia-se no serviço ao mundo com grande eficiência e presença, seguindo nosso Sankalpa, nossa missão no mundo. O Bhakti Yoga, ou yoga de devoção e a doação de si ao propósito maior, busca desenvolver a fé, uma fé não religiosa que é focada em algo que faz sentido pra nós e que honramos dentro da compreensão da nossa unidade com o divino. O Jnana Yoga, que foca no conhecimento, envolve o contínuo aprendizado sobre nós mesmos e sobre o mundo, buscando a consciência maior e a imersão na sabedoria universal.

Outro caminho evolutivo da psicologia yóguica do Dr Vivekananda são as práticas físicas, todas derivadas das indicações da tradição de Satyananda e da Bihar School of Yoga. Um caminho exemplar e universal é recomendado para encontrar o equilíbrio: Entre as centenas de ásanas do Yoga, por exemplo, destaca-se como prática diária o Pawanmuktassana e o Suryanamaskara, por suas capacidades de integrar todo os sistemas do corpo. O Pawanmuktassana envolve exercícios para desenvolver a flexibilidade de todas as articulações, com atenção ao ponto em movimento e à respiração e pequenas pausas entre um exercício e outro. O Suryanamaskara, poderoso exercício devocional de saudação ao Sol, regula Ida e Pingala e ativa o sistema dos chakras, vitalizando o corpo, a mente e o sistema energético.

Ainda nas práticas físicas estão as limpezas corporais (Shatkarmas), onde destacam-se a lavagem das narinas, a lavagem do estômago e a lavagem intestinal periódica. Nos exercícios respiratórios, alguns Pranayamas, são destacados: a observação da respiração natural; a respiração yóguica; a respiração pela garganta (Ujjayi); a respiração alternada das narinas (Nadi Shodana); a respiração forçando o abdômen (Kapalbhati) e a respiração do som das abelhas (Bharamari). Em relação aos Bandas (contrações), a recomendação principal é o Moola Bandha, ou contração do períneo e sobre os Mantras, a repetição do Aum ou Om, e o mantra com respiração So-Ham. Em termos de práticas meditativas, a Yoga Nidra é destacada, em sua prática completa de 30 min. Todas as práticas citadas precisam ser orientadas por pessoa treinada até que a pessoa adquira autonomia. Nos atendimentos profissionais de psicologia yóguica, outras práticas corporais podem ser acrescentadas, segundo os perfis e necessidades pessoais.

A seguir, no próximo post, iremos resumir as formas de identificação dos perfis pessoais segundo os Chakras e as Gunas predominantes, continuando a compreensão da psicologia yóguica, a partir dos conceitos aqui citados.

 

[1] VIVEKANANDA, Rischi (2005). Practical Yoga Psychology. Munger: Yoga Publications Trust

 



Cidades do Futuro: caos ou renascimento?

18 de Março de 2024, 10:50, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

 Cidades do futuro

Quando os sinais do aquecimento global se tornam cada vez mais evidentes, quem mora nas cidades sofre ainda mais. O calor insuportável é um dos sinais mais fortes e as pessoas buscam defender-se como podem. O ar-condicionado virou sonho dourado para poucos e quem fica de fora deste privilégio recebe uma cidade ainda mais quente pelo efeito destes. O “salve-se quem puder” é a ação típica do modelo de sociedade individualista em que vivemos. Quando se combinam o aumento do nível do mar em cidades praianas ou ribeirinhas, a ocorrência de eventos climáticos extremos, sobretudo secas e inundações, a carestia dos alimentos por causa de mudança do regime de chuvas e estiagens no campo, a poluição do ar por químicos e microplásticos, a perspectiva de novas pandemias etc.. a perspectiva é o caos, mas um renascimento pode ser possível.

Não faltou aviso nos últimos 40 anos, mas os apelos da ciência foram ignorados. A persistência de cientistas em estudar o fenômeno das mudanças climáticas traz análises cada vez mais sofisticadas, previsões cada vez mais palpáveis e um tempo de mudanças cada vez mais próximo. Muito do que era previsto para 2100 é agora previsto para 2030! As e os profissionais da cidade, em muitos casos, continuam ignorando a questão e os problemas parecem grandes demais para terem solução. Juntam-se aos desafios já conhecidos e para os quais muitas soluções foram propostas e poucas efetivamente implementadas e têm-se um panorama devastador. Com a desigualdade se espraiando pelo mundo, até no Norte global, e com a fragilização dos Estados, cada vez mais endividados, como vislumbrar soluções abrangentes e inclusivas vindas dos Estados nacionais e das municipalidades?

Para citar alguns exemplos, como passar de uma mobilidade urbana atravancada, excludente, cara, perigosa e poluente para outra fluida, barata, segura, cooperativa e não poluente? Como passar de uma gestão de resíduos que enfrente a cultura do desperdício, a poluição e o alto custo de processamento dos resíduos urbanos, para uma situação de consumo sóbrio, reciclagem e produção de insumos a partir da coleta seletiva? Sobre o abastecimento de combustíveis nas cidades, como passar de carestia, insustentabilidade pela emissão de CO2 pelo uso do petróleo e poluição, para um contexto de moderação, cooperação, regeneração e inovação integrada das energias renováveis no quotidiano? Sobre como lidar melhor com os alimentos, como passar da baixa qualidade dos ultraprocessados, da carestia, da contaminação química e emissão de CO2 na agricultura altamente motorizada, para a agroecologia da abundância, da economia solidária, dos produtos orgânicos e da regeneração ecológica? Como passar de um abastecimento de água cada vez mais incerto, com altos custos de despoluição e contínuo desperdício, para soluções baseadas na moderação, na captação de água de chuva, na regeneração de mananciais e na cultura de sacralidade da água, mãe da Vida?

Quando pensamos sobre estas perguntas – e outras afins - vemos que não há respostas em grande escala na visão de mundo hegemônica que produz as estruturas culturais, socioeconômicas e políticas em que vivemos. Albert Einstein já dizia que “Os problemas significativos que enfrentamos, não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criamos”. Isto nos leva a pensar que uma mudança de cultura é essencial e isto poderia começar nas Universidades, onde os profissionais da cidade são formados. Enquanto urbanistas, arquitetos, sociólogos e geógrafos acompanham a perplexidade da cidadania em geral em face das mudanças climáticas e suas graves implicações para a vida nas cidades, tudo parece sem solução. Uma nova cultura precisa ser criada para superar a visão de mundo hegemônica que também é majoritária nestas profissões: o paradigma cartesiano e mecanicista, que é descrito aqui. Em uma nova visão de mundo, vislumbram-se caminhos.

Para as pessoas nos pontos de ônibus, ou seja, a maioria da população, é demais preocupar-se e pensar soluções para as mudanças climáticas.  É como uma família pobre que já tinha grandes problemas e enfrenta uma pandemia, perdendo fontes de renda e entes queridos. Para não repetir esta crueldade histórica, cabe aos urbanistas mostrar soluções, ainda que estas sejam apenas de monitoramento, adaptação e mitigação, já que não há mais como retroceder nos processos de mudança do clima. Certamente as cidades precisarão mudar muito e uma parte delas, infelizmente se tornará inviável. Isto é particularmente verdadeiro para cidades que ficam em áreas inundáveis à beira mar ou rios, ou as grandes metrópoles que têm dependência excessiva de insumos vindos de fora sem possibilidades de se reconverterem para mais autonomia.

Olhando o contexto global, é preciso ter em conta também a fase ultra concentradora de renda do capitalismo financeiro que faz com que pessoas como Elon Musk tenham muito mais dinheiro do que a maioria dos Estados do mundo. Isto é tão mais grave pelo fato dos Estados serem devedores destes super ricos e portanto terem se tornado reféns do sistema financeiro. Isto explica em parte a paralisia geral da sociedade humana em face da emergência climática. Esperar soluções apenas via políticas públicas por municipalidades, estados e União seria ingênuo neste contexto. Soluções urbanísticas para as mudanças climáticas têm que ser criativas, colaborativas, regeneradoras, em rede, referenciadas por uma visão de mundo holística e ecológica onde a adultez de cada pessoa é estimulada para fazer face ao caos de modo comunitário. Indivíduos, entidades públicas, coletivos, empresas, movimentos sociais fazem parte da teia de soluções para que as cidades possam renascer.

E então?

Uma esperança pode vir da ideia de que do mesmo jeito que a maioria das pessoas não é suicida, a humanidade também não o será. Ou de que com o fundo do poço se aproximando, daqui a menos tempo que antes, o pior terá passado.  O realismo, que deve ser parceiro do otimismo, nos lembra o peso da cultura do individualismo, da desigualdade, do materialismo e da infantilidade das soluções rasas, fúteis e de curto prazo para problemas que são vistos sempre como sendo causados “por outros”. Este realismo nos lembra que vivemos numa sociedade que achou que os recursos da Terra eram inesgotáveis e que ainda não arregaçou as mangas pra ajudar a Natureza a se recuperar. Nos lembra que o lucro ainda é o indicador central da economia e que a propriedade individual de bens é ainda associada fortemente ao bem-estar – como no caso dos ar-condicionados. Ou, ainda mais amplo, que uma sociedade patriarcal baseada na dominância masculina, que é competitiva e hierárquica e dificilmente saberá ter uma visão suficientemente larga da democracia para convocar todas as pessoas para que juntas, salvem as cidades.

É de se concluir, portanto, que as possibilidades do caos se instalar são grandes. Que as soluções políticas de extrema direita com líderes fortes (e mentirosos) que se dizem capazes de mudar uma realidade cada vez mais atroz (e que por isto são chamados de “mitos”) tendem a se espraiar. Que as guerras tendem a se acirrar até pelo medo que se espalha. O chamado à paz, à ação conjunta, a mudanças de visão de mundo em direção à ecologia, à sobriedade, à participação cidadã corresponsável pelas soluções para todes, à igualdade de gênero e de oportunidades ainda é ouvido por uma minoria, infelizmente. Mas se haverá caos, e ele já é observado em larga escala, é histórico que haverá também o pós-caos, o pós- capitalismo, o pós-tudo. E o renascimento virá exatamente das pessoas que estão encarando os problemas e imaginando e praticando soluções. Estas revoluções tranquilas ainda têm pequena escala, mas vão se mostrar cada vez mais essenciais como sementes plantadas por quem vê que o mundo muda porque o vemos de forma diferente e agimos em acordo.

Quem hoje produz soluções como as ecovilas, a agroecologia, a permacultura, a economia solidária, a educação para a igualdade, a comunicação não violenta, o vegetarianismo e veganismo e as muitas formas de sobriedade feliz, estão plantando sementes. Assim como, nas cidades, os que focam nas energias renováveis como a solar, na agricultura urbana, na captação de água de chuva, na coleta seletiva com compostagem, reciclagem e reuso, nos sistemas alternativos de saneamento, nos orçamentos participativos, na participação cidadã para o pensar e agir nas cidade, nas caronas solidárias, na troca ou compra coletiva de bens, nos sistemas monetários alternativos, na propriedade coletiva de insumos não cotidianos (como ferramentas, impressoras, veículos), os ecobairros e as cidades em transição e tantas soluções mais, são sementes do futuro urbano.

Para que os profissionais da cidade saiam da negação e do sentimento de impotência, é necessário lhes conceder o direito de sonhar, o dever de estudar soluções práticas, reais, cotidianas que enfrentem os problemas das cidades. E que as pratiquem eles mesmos e elas mesmas. Que saiam do paradigma de que o Estado é solução para tudo e pensem em soluções nas quais a cidadania seja ativa e, colaborativamente, co-responsavelmente, enfrente os problemas. Ao mesmo tempo, e complementarmente, que não abandonem a exigência de que o Estado cumpra seu papel para solucionar problemas urbanos. Que estes profissionais criem soluções inovadoras de políticas públicas e sejam incansáveis batalhadoras e batalhadores pela sua implementação.

E para ir mais longe, porque não aprender a projetar eco-cidades participativas e solidárias? E imaginar a cultura alternativa que estaria dando suporte a estas mudanças de modos de viver urbanos? A utopia como horizonte é mais do que nunca necessária, como diria Eduardo Galeano, pra nos dar direção para onde ir. A autotransformação como base para novos mundos é um potente meio de mudar a cultura, enquanto o contexto cultural hegemônico ainda negar a necessidade urgente de mudar de paradigma, de valores e jeito de viver. Cedo ou tarde o óbvio será reconhecido. Cada pessoa que sai do modo de vida hegemônico, dos modos de pensamento e ação tradicionais, deixa de ser parte do problema e torna-se parte da solução. Cada pessoa que muda seu jeito de viver em direção a um modo sustentável, democrático e justo é uma semente para outro amanhã, e uma impulsora das mudanças nas instâncias coletivas, nas prefeituras das cidades, nos Estados. Enfrentar o caos para poder renascer é tarefa de muitos, inclusive minha e sua. Aqui e agora.

 



Economia Solidária: breve aproximações do conceito e história

8 de Março de 2024, 14:45, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

 Por Débora Nunes

O conceito de Economia Solidária surgiu na França nos anos 1990, dentro de uma discussão maior acerca das transformações econômicas do final do século XX, em que, ao crescimento econômico vertiginoso não correspondeu um aumento generalizado do bem-estar dos homens e mulheres, mas, ao contrário, um aumento do desemprego e da exclusão social. Outros conceitos, mais conhecidos que Economia Solidária, se desenvolveram dentro de uma lógica de questionamento da economia liberal (século XIX) e neoliberal (século XX), mas também de interação com ambas, a exemplo de Terceiro Setor, Economia Social e Economia Popular. Como esses quatro conceitos são muito próximos e podem ser confundidos na prática, utilizaremos as definições de França (2001) para avançarmos em seguida na conceituação de Economia Solidária.

Segundo França, o Terceiro Setor seria o “universo do privado, porém público”, que aparece  num contexto anglo-saxão, onde predomina a idéia da filantropia para fazer face aos problemas sociais e onde, particularmente nos EUA, a ação redistributiva das organizações sem fins lucrativos é paralela à ação estatal nesse campo. A Economia Social é formulada em um contexto europeu, no qual o Estado-Providência é a base do enfrentamento dos problemas sociais e onde se desenvolve uma economia com fins sociais baseada em grandes fundações, associações e cooperativas, que atuam hoje, segundo França, como ‘‘apêndice do Estado”. Já a Economia Popular seria oriunda do contexto latino-americano, tendo tênue fronteira com a economia informal e se constituindo em “formas de sobrevivência da população mais pobre”, em que o registro da solidariedade está na base das atividades econômicas, praticamente como um prolongamento da solidariedade familiar ou comunitária.

A Economia Solidária tem afinidades com os conceitos anteriores, mas também particularidades que a afirmam como conceito e prática particulares. Consistiria, ainda segundo o mesmo autor, em “iniciativas apoiando-se sobre atividades econômicas para a realização de objetivos sociais que concorrem a ideais de cidadania”. Ela tem herança histórica comum com a Economia Social, ou seja, européia, e dá ênfase especial ao aspecto democrático da organização do trabalho, em que predominam o estatuto associativista e, em alguns casos, o cooperativista. As iniciativas de Economia Solidária articulam a dimensão econômica, social e política em uma só ação coletiva e são experiências que se abrem para o espaço público, no sentido da busca de transformações sociais amplas.

Nessa busca de transformações sociais gerais baseadas em iniciativas particulares, o movimento sindical brasileiro produziu uma visão particular e esclarecedora sobre a Economia Solidária ao  afirmar: “Não se trata somente de gerar oportunidades de trabalho e renda. Trata-se de construir novas relações sociais baseadas nos valores da solidariedade e da cooperação, que fortalecem a participação do cidadão na sociedade” (Revista Debate Internacional – CUT, 2000).  Nesta idéia de construção de “novas relações sociais” está embutida a reorganização de um projeto de transformação social através da mobilização da sociedade civil, que se traduz tanto do ponto de vista da mudança do modelo político, visando à superação da democracia representativa em busca da democracia direta/participativa, quanto da mudança do modelo econômico visando reverter prioridades do Estado e incorporar critérios sociais à  idéia de eficácia econômica.

Com o intuito de contribuir para uma compreensão mais precisa do que diferenciaria a Economia Solidária de outras iniciativas no mesmo campo econômico e social, foram  levantados (consultando-se materiais de divulgação de inúmeras experiências que reivindicam o conceito) alguns princípios que podem ser observados como norteadores dessas iniciativas e que ajudam a caracterizá-las, mesmo que não estejam presentes em todas elas:

  • motivações de justiça e solidariedade em todas as atividades implementadas e vividas coletivamente, tanto nas de produzir e consumir  bens e serviços, como nas de distribuí-los  e comercializá-los;
  • referências de êxito distintas daquelas do capitalismo, já que a reciprocidade e a fraternidade nas relações interpessoais são almejadas;
  • processos de autogestão e autonomia, implicando lógicas de participação e estímulo ao engajamento;
  • criatividade e soluções alternativas  face aos problemas e negócios implementados, visando à inovação tecnológica, gerencial e de relações humanas;
  • preocupação com o meio ambiente e com um progresso sustentável para a geração seguinte, preservando os meios naturais hoje existentes.

 

Economia Solidária: apreendendo seu contexto

 

A partir desses referenciais gerais e antes de abordar a experiência concreta que tentaremos descrever e analisar, passaremos a discutir o contexto em que surgiu este conceito. Por que a expressão “Economia Solidária” surgiu no final do século XX, fazendo renascer antigas utopias? Há aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais a serem observados, que, mesmo sendo imbricados, podem ser desdobrados com o intuito de propor um melhor entendimento do fenômeno. Do ponto de vista econômico, observa-se uma vinculação com o aumento do desemprego; do ponto de vista político, com o enfraquecimento da idéia de um Estado do Bem-Estar Social; do ponto de vista social, com a intranqüilidade que representa a junção dos dois problemas citados, e do ponto de vista cultural, com pretendidas modificações identitárias que estariam em gestação no momento.

 

Grande parte dos países do mundo — como é o caso brasileiro — passaram a apresentar altas taxas de desemprego ao longo da década de 90[ii].  Tais índices são contemporâneos de uma economia globalizada, gerida numa ótica de livre comércio  radical. A globalização liberal, mesmo não sendo uma novidade, foi atualizada na última década pelas operações on-line, que multiplicaram o alcance dos contatos internacionais, favorecendo o mundo das finanças e a deslocalização das empresas, fatores que, por sua vez, realimentam as origens do desemprego. Há uma certa convicção, entre muitos autores que se debruçam sobre o tema, de que os empregos eliminados ao longo do processo de reestruturação produtiva e de crise econômica das últimas décadas do século XX dificilmente retornarão, a menos que ocorra um expressivo crescimento da atividade industrial e dos serviços. Por isso, tem surgido com alguma expressão a idéia de que se deve buscar ocupação e não necessariamente emprego, trazendo à tona a discussão sobre alternativas de organização dos trabalhadores por uma via autônoma e solidária como as iniciativas de Economia Solidária, capazes de melhorar as condições de vida da população envolvida.

 

           Concomitante a isso, tem-se a crise do Estado de Bem-Estar que veio aprofundar o difícil quadro social da nossa época. Esta crise é advinda da situação falimentar de muitos estados nacionais, mas também da intensa campanha ideológica feitas nas duas últimas décadas pelos arautos do neoliberalismo. O esvaziamento do modelo de políticas sociais intensivas de caráter público desmonta uma das soluções antes vistas como possíveis para as crises periódicas do capitalismo. Certamente o esvaziamento desta alternativa, a falta de perspectiva de retomada de políticas de pleno emprego ou de redução do desemprego no curto prazo teriam permitido o fortalecimento de uma certa tendência, em particular de solidariedade. Junta-se a isso a importância cada vez maior que a organização da sociedade civil, de forma autônoma — nem via Estado, nem via mercado —,  vem tendo, e vê-se o surgimento de práticas de solidariedade civil, que, mesmo não sendo novas na história, tomam outro significado e dimensão neste momento.

         

A essas questões econômicas, políticas e sociais junta-se uma dimensão cultural que poderia ser entendida como pano de fundo de todos os fatores citados anteriormente. Desse ponto de vista, a Economia  Solidária seria um renascer de utopias e de práticas que vêm dos  primórdios da humanidade e atravessam toda a história humana: o que Marx e Engels chamaram de “comunismo primitivo”; as corporações profissionais da idade média; as organizações  pré-sindicais do tipo guildas; as experiências ditas de “socialismo utópico”, de Saint Simon, Owen e Fourier; os diversos tipos de cooperativas de produtores, chegando às comunidades hippies de “paz e amor” e às comunidades esotéricas da atualidade. Em todas essas experiências, que embora tão diferentes procuram estabelecer uma produção coletiva com base na solidariedade, podem-se identificar elementos do que estamos chamando hoje de Economia Solidária.

 

Dentro dessas experiências que podem ser consideradas “antepassadas” da idéia atual de Economia Solidária,  os ideais socialistas — de propriedade coletiva e emancipação humana dos valores de competição e exploração ­— são, sem dúvida, uma contribuição das mais importantes. A diferença principal entre a prática real do socialismo vivido no século XX e as demais experiências citadas é que no campo socialista se tentou estipular uma tática e uma estratégia para generalizar a proposta numa escala nacional (e mesmo internacional), enquanto as outras experiências foram implementadas de forma pontual. Esse processo de generalização se baseou na tomada do poder político liderada por um partido e na manutenção desse poder via um Estado socialista. Na tentativa de generalização de uma prática, feita de forma impositiva, o socialismo real deixou subjacente a idéia de que os fins justificam os meios. O fracasso das experiências do socialismo real significou uma fragilização dos meios utilizados e, também, dos fins, levando aqueles que lutaram por essa idéia de volta a uma encruzilhada, a partir da qual é necessário reconstruir o caminho.

 

O ressurgimento, na atualidade, dessa idéia antiga de uma Economia Solidária parece estar vinculado também ao processo de hiperdesenvolvimento dos valores capitalistas: a propriedade, o individualismo e a competitividade. Ao chegar ao paroxismo do consumo e ao reino da propaganda, da mercantilização de todos os aspectos da vida humana, da competição exacerbada, da corrida contra o relógio, a sociedade demonstra a vacuidade desses valores como fundadores das personalidades através das doenças ditas “modernas”: stress, depressão, síndrome do pânico, anorexias, etc. Para muitos, este sentimento de  inadequação se manifesta também sob a forma de um vazio existencial angustiante.

 

A reação social a esse estado de coisas vem se dando pelo ressurgimento do ideal de solidariedade, retomando-se bandeiras históricas. Resgatam-se valores da Revolução  Francesa, liberdade, igualdade e fraternidade, e o ideário socialista do homem como capital mais precioso, mas com uma compreensão nova. A idéia de uma nova espiritualidade, que implica a busca de uma harmonização pessoal com o universo e com os outros,  é a novidade. Todos os rebeldes de antes precisaram romper com a espiritualidade porque ela era manipulada pela religião como instrumento de poder. Num momento em que na maior parte dos países do mundo  já se completou a desvinculação Igreja-poder, via Estado laico, a espiritualidade toma um aspecto de escolha pessoal, que não precisa mais ser contestada quando se questiona o status quo. Dessa forma, ela pode revelar todo seu potencial revolucionário de busca de uma existência plena, já que é impossível haver harmonização pessoal junto com miséria, violência, desigualdade e injustiça.

Certamente a idéia de um “homem novo” não é privilégio dos tempos atuais. Os ideais republicanos e socialistas falavam de um  homem novo, solidário, que seria forjado, socialmente, pela razão. O “homem novo” de hoje seria forjado, ao mesmo tempo, por arranjos sociais novos, mas também por uma espiritualidade revalorizada, definidora da “Era de Aquários”. Certamente, no mundo hipermercantilizado em que vivemos, esta “espiritualidade revalorizada” é vendida na lojinha da esquina, mas é também acalentada com sinceridade e vigor por muitos dos novos rebeldes, adeptos da busca de um mundo novo, gerido participativamente e baseado numa Economia Solidária (BOFF, 2001).

Tudo isso soa romântico diante da força do capital, dos interesses financeiros, da política manipulada, da corrupção, da ignorância e da miséria que se perpetua para grande parte dos humanos. Talvez, diante da magnitude da tarefa de transformação social, apareça a consciência de que, para os que se opõem a este estado de coisas, resta a velha e boa guerra de guerrilhas: pequenas ações — locais e globais — que vão minando o grande exército. A diferença é que esta imagem “guerreira” vem também incorporando, pouco a pouco, a busca da vivência da amorosidade, da vinculação dos ideais globais de solidariedade à prática cotidiana de compartilhar, e de novas lógicas que vão além da racionalidade instrumental analítica. Nesta luta, ou neste desafio, melhor dizendo, ao mesmo tempo em que cada desafiante se contrapõe a um estado de coisas de forma firme, racional, inteligente, se propõe também a mudar a sociedade de forma doce, relacional e espiritual. 

É neste contexto que entram a idéia e as práticas da Economia Solidária, que têm se mostrado uma das  contestações mais interessantes ao modelo econômico atualmente vigente, pois questionam, na sua própria existência cotidiana, as bases do modelo excludente que deu origem à pobreza e exclusão. Sua principal força talvez seja o exemplo "subversivo" de atuar na economia sem submeter-se aos princípios capitalistas de competitividade exacerbada e lucro privado, dentro de uma lógica de cooperação.  Busca-se a origem grega da palavra “economia”, que não está na idéia de negócios, como hoje, mas de resolução de problemas domésticos (oikonomia de oikos, casa), o que remete a um entendimento da economia mais voltado para a sobrevivência  e para o bem-estar da humanidade (ARRUDA, 2000). Por outro lado, a literatura aponta também que até hoje essas práticas têm pequeno alcance e são carregados de voluntarismo. Algumas polêmicas são encontradas na literatura acerca da origem e destino das práticas de Economia Solidária. Para alguns elas são vistas como uma alternativa objetiva (SINGER, 1999) de estruturação socioeconômica para a humanidade. Outros questionam se elas seriam uma tentativa de  "controle político dos miseráveis"  ou, ao contrário, uma "utopia experimental" (VAINER, 2000).

 

É pensando que essas experiências podem gerar sobretudo outras formas de relações econômicas e humanas, marcadas pela solidariedade, e que elas possam significar “sementes (que) começam a se impor quando ainda o velho é quantitativamente dominante”  como diz Milton Santos (2000) em um texto-testamento —, que propomos estudá-las em profundidade — tanto as de cunho micro com as macro — para compreender melhor sua dinâmica interna e seu alcance socioeconômico.

 

[i] Para maior aprofundamento desses conceitos ver texto de FRANÇA, Genauto: “Esclarecendo terminologias: as noções de terceiro setor, economia social, economia solidária e economia popular em perspectiva”, na publicação acima indicada.

[ii] Nas categorias desemprego e subemprego, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou, em seu relatório de 1999, uma cifra de aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo, um número que vem crescendo a uma média anual de cem milhões de pessoas.



Visitando o novo mundo: Purna Ananda

12 de Dezembro de 2023, 15:43, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Visão purna anandaGalpão purna ananda

Purna Ananda: Yoga e Ecologia

A ecovila Purna Ananda Ashram Ecovila Integral, ou fazenda Plenitude, localizada em Vassouras, RJ, surgiu em 2010, no interior da Associação Nacional de Yoga Integral (ANYI). Horivaldo Gomes foi o fundador da ANYI que difunde este tipo de yoga da vida cotidiana, concebida pelo mestre indiano Sri Aurobindo e desenvolvido pela francesa Mirra Alfassa, fundadora de Auroville-India, maior ecovila do mundo. Com sua companheira Tat Radha Prem e pessoas da associação, Hori, como era carinhosamente chamado Horivaldo Gomes, que já deixou este mundo, fundou a comunidade intencional que, como Auroville, é baseada na busca da realização, na vida concreta, de valores espirituais como paz, liberdade, amor, respeito, harmonia, plenitude, irmandade, solidariedade.

Os documentos da Associação citam a Visão e Missão de Purna Ananda:

Missão:
Aprender e ensinar o respeito e a responsabilidade com os seres, a terra e o Divino. Estimular o autoconhecimento e a descoberta de uma consciência que permita o convívio em harmonia entre as pessoas e entre o indivíduo com o meio ambiente. Incentivar o desenvolvimento sustentável atuando na economia e na educação da sociedade local. 

Visão:
Viver plenamente cada momento e cada sentimento. Amar, ouvir, entender, compartilhar e compreender cada ser vivo. Ingerir apenas alimentos puros, sem derrame de sangue. Encher a terra de alimentos saudáveis e promover a fartura.


Para comprar a terra e realizar o sonho da comunidade intecional, o grupo original chamou novas pessoas a entrarem na construção coletiva. A escolha foi por uma antiga fazenda de cavalos de 97ha, bem degradada e situada a 1,5 km do centro de Vassouras. A terra pertence à associação e cada associado pode adquirir o direito de uso e cuidado de uma ou mais glebas de 900m2. Da área total, cerca de 50 ha são reserva natural. Cerca de 50 pessoas constituíram a associação, mas nem todas são envolvidas diretamente com a ANYI, o que caracteriza, como em Piracanga e em Auroville, uma comunidade espiritual e uma comunidade ecovileira convivendo. 

O Ashram e a Ecovila se organizam segundo quatro princípios: ecologia, educação, espiritualidade e Harmonização integral. Diversas ações individuais e coletivas vêm sendo realizadas pelos associados e colaboradores para alcançar estes objetivos. Na Ecologia praticam-se a agroecologia e silvicultura sustentável, o reflorestamento, a bioconstrução, promovem-se as energias limpas a redução e o tratamento adequado dos resíduos e a conservação da biodiversidade. Na Educação estimula-se a educação artística e a expressão corporal, a educação ambiental, etc. A Espiritualidade expressa-se pelo templo Ecumênico com espaço de meditação e práticas do Yoga para o auto aperfeiçoamento. A Harmonização integral se materializa pelas terapias holísticas como Reiki, Acupuntura, Cromoterapia, Aromaterapia, Jin shin jyutsu, Shiatsu, Yogaterapia, etc.

Com muita perseverança, investimento e trabalho coletivo em reformas e melhorias, a sede da fazenda tornou-se a "Casa Mãe", com a cozinha comunitária da comunidade e área para atividades espirituais, funcionando também como centro de terapias integrais. A "Casa Filha" é uma estrutura menor que recebe visitantes para pernoite e o grande galpão onde antes ficavam os cavalos hoje é um centro de eventos internos e externos, como a tradional festa de Natal onde a comunidade recebe famílias das comunidades vizinhas.

Desde o início a comunidade estabeleceu uma governança democrática e também dinâmicas econômicas solidárias. Um fundo financeiro coletivo vem servindo para a construção de residências, para a melhoria da infraestrutura do lugar e recentemente também para a instalação de uma central de energia solar. As reuniões da comunidade para tomar decisões incorporam a inteligência do coração, para auxiliar a mente a ir no bom caminho da amorosidade e facilitar a convivência. Várias técnicas de superação de conflitos são experimentadas nestas reuniões já que o desafio de viver em comunidade é um projeto visionário que destoa completamente do mundo externo, que foca prioritariamente nos interesses e visões individuais. Purna Ananda, como todas as ecovilas, vem buscando meios de fazer da vida comunitária harmoniosa uma escolha de vida benéfica para todes, sabendo de antemão que estão criando cultura de um novo mundo.

 

 

 

Aurobindo, mirra e débora20221217 181450



Êtes-vous en bonne santé integrative? Questionaire II - ESI, ecologie intérieure

13 de Novembro de 2023, 9:17, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

 Logo esi

Chaque question a une réponse qui cherche à être la plus favorable à votre santé et à votre bien-être, ce qui revient à un bon alignement personnel. Situez-vous face à la question et à la réponse proposée, sur la base des références qui suivent, en comprenant votre processus de transformation personnelle vers l´auto-gouvernance de votre bien être.

Pour répondre, utilisez l’échelle suivante, qui essaye de voir le processus de changement:

(A) ALPHA – Il y a une certaine stabilité et equilibre. Peu de questions à propos de votre contexte de vie (alienation?).

(B) BETA – Vous ressentez parfois un malaise, une interrogation sur votre contexte de vie (besoin d´ajuster quelque chose?)

(G) GAMA - L’agitation génère un inconfort, mais la compréhension du besoin de changement n’est que mentale.

(D) DELTA - C'est le moment de crise et  du saut paradigmatique dans l´action car la comprehension inclut deja le coeur;

(NA) NOUVEAU ALPHA – Une nouvelle stabilité suite à des trasnformations. Les nouveaux défis de l'approfondissement sont attendus.

 

1 - A propos de votre santé physique. Dans une vision holistique de la vie, inconfort et maladie sont associés pour indiquer où et comment vous devez changer. Cette observation fait-elle partie de votre vie?

Rep. Oui, je comprends en profondeur et pour cela je pratique une auto-observation quotidienne de mon corps (douleurs, posture, yeux, ongles, peau, digestion, appétit et comportement général). Je sais que ce sont des signes de changement, je perçois mes faiblesses et mes forces, les respecte et cherche des transformations.

Votre situation actuelle: ______________________________________________________________________

 

2 - Sur la quantité, la qualité et les types d'aliments que vous consommez quotidiennement:

Rep. J'essaie de faire de ma nourriture mon médicament, en donnant la priorité aux fruits, aux légumes, aux thés, aux grains entiers et aux noix, en évitant les viandes et les produits industriels.

Votre situation actuelle: _______________________________________________________________________

 

3 - Sur le suivi des déchets corporels comme indicateurs de santé:

Rep. Je suis attentif (ive) à la quantité, à la qualité, au timing et au rythme de mes déchets (urine, fèces, menstruations, mucosités, etc.) et j'essaie de comprendre ce qu'ils révèlent , quand quelque chose sort de l'ordinaire.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

4 - La colonne vertébrale conserve l’axe physique et subtil de votre corps. Cherchez-vous à être aligné?

Rep. J'exerce chaque jour ma posture pour la renforcer, j'observe et comprends mes tendances au désalignement et j´essaye d´être en alerte pour l'aligner à nouveau;

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

5 - Suivez-vous la quantité et la qualité du sommeil que vous avez chaque jour et cherchez-vous à l’équilibrer?

Rep. Oui, je cherche à dormir dans des conditions favorables pour une bonne nuit de sommeil et à dormir chaque jour le nombre d heures dont mon corps a besoin.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

6 - Le rythme d'activité et de repos, qu'il soit mental ou physique, est l'une des clés de la santé. Est-ce que vous respectez vos limites?

Rep. J'essaie de ralentir ma vie, de résister aux pressions extérieures et de trouver un équilibre entre le repos, les activités intellectuelles, créatives et physiques, pour équilibrer les enérgies Yin-Yang, d'action et de réceptivité.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

7 - Votre poids est un autre indicateur de la santé et de la forme physique de votre mode de vie. Comment vous trouvez-vous?

Rep. Je connais les mesures de la normalité du poids et les utilise comme référence. Je respecte cependant mes particularités génétiques et mes goûts personnels.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

8 - Vos habitudes d’exercice physique font partie de votre relation avec votre corps. Comment êtes vous dans cela?

Rep. Je fais de l'exercice, de préférence à l'extérieur, tous les jours, pour améliorer la tonicité et la souplesse de mon corps, en surveillant ma respiration et mon état d'esprit.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

9 - A propos de votre santé psychique. La fluctuation des émotions est un processus naturel de la vie, mais il existe des processus de désalignement personnel qui se manifestent par une certaine constance dans certaines émotions. Avez-vous souvent remarqué ce que vous ressentiez?

Rep. Je les observe toujours et j'essaye de me soigner. J'essaie de regarder ma vie avec un certain recul, en comprenant que le monde réel est comme une pièce de théâtre dans laquelle chacun joue son rôle. Mes adaptations et insuffisances par rapport à ce rôle sont des ressources pour mes émotions et je cherche à me soigner.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

10 - Les comportements quotidiens indésirables sont révélateurs de l'apprentissage qui reste à accomplir, car savoir et ne pas faire, ce n'est pas encore savoir. Comment vous trouvez-vous généralement par rapport à cela?

Rep. Je cherche à vivre selon la devise de Gandhi, en essayant d'être ce que je veux voir dans le monde et en sachant que la cohérence entre ce que je pense, ce que je dis et ce que je fais est une source d'équilibre et de joie.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

11 - À propos des relations interpersonnelles, qui reflètent votre personnalité et ont une incidence sur votre qualité de vie. Prenez-vous soin que vos relations soient saines?

Rep. Je cherche à cultiver des amitiés qui me soutiennent et me font grandir et essaie de rendre mes relations familiales

enrichissantes pour moi et pour les autres, en activant une empathie e respectant mon ancestralité et mes descendants. Dans mes environnements de sociabilité, je cherche à pratiquer la complémentarité et la coopération afin que tous gagnent les uns avec les autres.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

12. Pour le savoir traditionnel et pour d'innombrables érudits de l'esprit humain, comme Jung, les rêves sont révélateurs de l'âme. Observez-vous vos rêves?

Rep. J'essaie de me souvenir tous les jours de mes rêves et de voir leurs qualités (agréable, désagréable, cauchemars, inexistence de rêves, etc.). Lorsque cela est possible, j'essaie de les décrire par écrit, en cherchant à les comprendre dans l'immédiat et dans leur chaîne à long terme.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

13 - Percevez-vous la relation entre l'apparence et l'organisation de votre environnement materiel (à la maison, au travail, etc) et de votre vie intérieure? Cherchez-vous à agir dans ce domaine?

Rep. Oui, j'essaie de garder mon cadre de vie organisé. Puisque je comprends que tout est interconnecté, je cherche à utiliser l'organisation externe comme une aide à mon développement personnel et à inspirer cet alignement pour apporter des changements à mon environnement.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

14 - Votre santé mentale résulte d'une hygiène constante. Vous prennez soin de ce qui nourrit votre esprit?

Rep. J'évite les excès d'informations négatives, les soucis et les pensées excessives, ainsi que les personnes et les situations qui me stressent et consomment mon énergie mentale et spirituelle.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

15 - Les activités que vous exercez au quotidien nourrissent ou épuisent votre corps. Comment est votre alignement personnel dans ce domaine?

Rep. Je cherche à ce que mon travail / mes études et mes activités quotidiennes en général soient alignés sur ma mission dans le monde (sankalpa). J'ai constamment le sens de l'utilité personnelle / professionnelle, je me sens libre et avec la possibilité de créer mon destin avec joie.

Votre situation actuelle: _______________________________________________________________________

 

16 - Votre relation à votre propre avenir peut être une source de bien-être ou de tristesse. Comment vous projetez-vous?

Rep. Je me sens à l'aise, car je suis clair(e) dans mon processus d'évolution personnelle et mes projets futurs incluent la joie de la cohérence croissante entre ce que je suis et ce que je veux être, en faveur d'être une personne âgée en paix. Je réalise que je pacifie et rend de plus en plus subtil mon énergie personnelle et ainsi je contribue à la paix dans le monde.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

17 - A propos de votre santé spirituelle. Vous intégrez-vous dans votre quotidien le temps d´être en contact avec la dimension subtile de votre existence?

Rep. Tout au long de la journée, j'ai de petits rituels liés à la dimension subtile de la vie et une routine quotidienne bien établie de silence intérieur (méditation, contemplation, yoga, etc.).

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

18 - Les peurs obsessionnelles sont l'opposé de l'abandon aux desseins de l'Univers qui sait ce qui est le mieux pour vous à long terme et comment encourager au mieux votre apprentissage. Voyez-vous votre relation avec vos peurs?

Rep. Pour moi, la peur est à la fois le conservateur de l'intégrité physique et l'instrument de l'esprit pour garder le contrôle. J´observe et cherche à guérir mes peurs avec plus d'abandon et de confiance, chaque jour.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

19 - Votre relation à vous-même est l'une des composantes majeures de votre bien-être. Que ressentez-vous sur ce point?

Rep. Je suis en paix avec moi-même, cultivant mon estime de moi avec acceptation, pardon et regard bienveillant. Em même temps, je cherche à être meilleur(e) aujourd'hui que je ne l'étais hier, pour moi-même et pour le monde.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 

20 - Sur les marques que vous laisserez dans le monde apres votre mort...

Rep. Je fais de la mort un alliée, attentif à l'héritage que je vais laisser et j'ai le sentiment d'être sur le bon chemin, cherchant à faire de mon mieux et à faire partie de groupes qui tentent de contribuer à un monde meilleur.

Votre situation actuelle: ________________________________________________________________________

 



Questionnaire II - Happiness and Coherence, Internal Ecology

29 de Setembro de 2023, 15:20, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Esi english capa artigo

 

Internal Ecology: Questionnaire for the governance of one's own wellbeing

To each question there is an answer that seeks to be the most favorable to your health and wellbeing. See how you position yourself in regard to the question and the proposed answer, understanding your process of self-transformation as continuous, each state giving rise to new moves. This is a document under construction, so, in the end, try to contribute to improve the questionnaire, drawing on your own daily experience and views. Thank you.

 

To answer, use the following scale: 

(A) ALPHA - I see a certain stability and balance in myself. There is little questioning of my life context (Alienation or harmony?);

(B) BETA - I feel sporadic restlessness and live with questions about my life context (Need for adjustments?);

(G) GAMA - My restlessness is generating discomfort, but my understanding of the need for change is only mental and I carry on doing everything the same;

(D) DELTA - I feel I'm at a moment of crisis and a paradigmatic leap into action, because my understanding already includes my heart;

(NA) NEW ALPHA - I've achieved new stability after transformation. As this deepens, new challenges will probably arise.

 Questionnaire from alpha to new alpha

I - About your body consciousness: physical health. 

  

 I - In a holistic view of life, discomforts and diseases are allies to indicate where and how you have to change. Is this observation part of your life?  

 

Answer: Yes, I deeply understand and therefore I practice a daily self-observation of my body (pains, posture, eyes, nails, skin, digestion, appetite and general behavior), being aware that it expresses signs of change. I perceive my weaknesses and strengths, and I respect them and try to change.

Your current state in this regard: ______________

 

 II -  About the quantity, quality and types of food that you consume daily:

 

Answer: I seek to make my food my medicine, prioritizing fruits, vegetables, teas, whole grains and nuts, avoiding meat and industrialized products.

Your current state in this regard: ________________

 

 III - About body waste monitoring as indicators of your health:

 

Answer: I am attentive to the quantity, quality, time and rhythm of my residues (urine, feces, menstruation, catarrh, etc.) and try to understand what they reveal when I notice something uncommon.

Your current state in this regard: ________________

 

 IV - The spine keeps the physical and subtle axis of your body. Do you seek to be aligned?

 

Answer: I exercise my posture daily to strengthen it, I observe my tendencies of misalignment and I am always attentive to return to align it.

Your current state in this regard: ________________

 

 V - Your physical exercise habits are part of your relationship with your body. How are you on this? 

 

Answer: I exercise, preferably outdoors, every day, to strengthen my body and improve my flexibility, paying attention to the breathing and my state of mind.
Your current state in this regard: ________________

 

 VI - Your weight is another indicator of health and your way of life. How do you find yourself?

 

Answer: I know the measures of normality of weight and I use them as reference. I respect, however, my genetic particularities and personal taste.

Your current status in this regard: ________________

 

 VII The rhythm of activity and rest, be it mental or physical, is one of the keys to health. Do you respect your limits?

 

Answer:  I try to diminish the rhythm of my life, resisting external pressures and try to balance intellectual, creative and physical activities with rest, to balance the Yin-Yang energies, of receptivity and action. 

Your current state in this regard: ________________

 

 VIII - Do you follow the quantity and quality of sleep that you have every day and try to balance it?

Answer: Yes, I try to sleep in favorable conditions for a good night of sleep and sleep daily the hours that my body needs.

Your current state in this regard: ________________


II – Emotional awareness: psychic, emotional and relational health.

 

  I -  The fluctuation of emotions is a natural process in life, but when it becomes too intense and extreme, it can lead to a strong personal misalignment that is manifested by certain constancy of specific emotions. How do you manage your emotions?

 

Answer: I always observe them and try to heal myself. I try to look at my life with some distance, understanding that the real world is like a play in which each one plays his role. My adjustments and inadequacies to this role are sources for my emotions that I try to heal.

Your current state in this regard: ________________

 

  II - The undesirable daily behaviors are indicative of the learning that remains to be completed, because knowing and not doing is not knowing yet. Do you consider your thought and actions coherent?

 

Answer: I try to live according to Gandhi's motto, trying to be what I want to see in the world and knowing that the consistency between what I think, do and say is a source of equilibrium and joy.

Your current state in this regard: ________________

 

 III - Interpersonal relationships reflect your personality and impact on your quality of life. Do you take care so that your relationships are healthy?

 

Answer: I try to cultivate friendships that support me and make me grow and I try to make my family relationships be enriching for myself and for the others, activating the empathy and honoring both my ancestors and descendants. In my social environment, I seek complementarity and cooperation, so that everyone wins with each other. 

Your current state in this regard: ________________

 

 IV - For traditional knowledge and for countless scholars of the human mind, such as Jung, dreams are revealers of the soul. Do you observe your dreams?

 

Answer: I try to remember my dreams daily and see their qualities (pleasant, nightmares, inexistence of dreams, etc.). When possible, I try to describe them in writing, trying to understand them individually immediately and in their chain in the long term.

Their current state in this regard: ________________

 

 V - Do you perceive the relation between the appearance and organization of your material environment (in your house, work…) and your inner life and seek to act in this field?

 

Answer: Yes, I try to keep my life environments organized. As I understand that everything is interconnected, I try to use the external organization as a help for my personal development and to inspire in this alignment to make changes in my surroundings.

Your current state in this regard: ________________

 

III- Consciousness and mental health

 

  I - Your mental health is the result of constant hygiene. Do you take care of what feeds your mind?

 

Answer: I avoid excess of negative information, worries and excessive thinking, as well as people and situations that stress me and consume my mental and spiritual energy.

Your current state in this regard: ________________

 

 II - The activities that you exercise in the day to day feed or deplete you. How is your personal alignment in this field?

 

Answer: I seek that my work/study and my daily activities in general are aligned to what is my mission in the world (sankalpa). I constantly have a feeling of personal/professional usefulness, I feel free and with the possibility of creating my destiny with joy.

Your current status in this regard: ________________

 

 III- Your relationship with your own future can be a source of well-being or sadness. How is it? 

 

Answer: I feel calm because I have clarity about my personal evolution process and my future plans include the joy of the increasing coherence between what I am and what I want to be, favoring an old age in peace. I realize that I feel more peaceful and that my personal energy is more and more subtle, contributing to peace in the world. 

Your current state in this regard: ________________

 

IV- Consciousness and spiritual health

 

  I - Do you incorporate in your daily routine time to be in contact with the subtle dimension of your existence?

 

Answer: I have small rituals along the day, related to the subtle dimension of life and I also have an established daily routine of inner silence (meditation, contemplation, yoga, etc).

Your current state in this regard: ________________

 

  II - Obsessive fears are the opposite of surrendering to the designs of the Universe, which knows what is best for you in the long term and how best to favor your learning. Do you realize your relationship with your fears?

 

Answer: For me, fear is at the same time the enabler of physical integrity and the instrument of the mind to keep in control. I observe and seek to heal my fears with more surrender and confidence every day.

Your current state in this regard: ________________

 

 III - Your relationship with yourself is one of the greatest components of your wellbeing. How is this? 

 

Answer: I'm at peace with myself, I cultivate my self-esteem with acceptance, forgiveness and a friendly way of looking at others. At the same time, I try to be better today than I was yesterday, for myself and for the world.

Your current state in this regard: ________________

 

 IV - What do you think about the traces that you will leave in the world when you go from here? 

 

Answer: I make death an ally, attentive to the heritage I will leave and I have a feeling of being on the right path, trying to do my best and be part of groups that try to contribute to a better world.

Your current status in this regard: ________________

 

 

 

 



Los 4 elementos, autoconocimiento y evolución

30 de Agosto de 2023, 8:18, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Grupos   4 elementos forças e desafios

Débora Nunes

(Traducción Carlos Jara)

Las tradiciones chamánicas de diversos orígenes, así como la astrología, trabajan con los cuatro elementos que componen la Vida en la Tierra (Fuego, Agua, Aire y Tierra) como una forma de buscar el autoconocimiento y la superación. Otras tradiciones, como la china, incluyen el metal y la madera como explicaciones de la realidad, otras incluyen el éter como quinto elemento... Es importante decir que no hay una elección correcta o incorrecta en el número y tipo de elementos definidos para interpretar el mundo, son solo elecciones que dependen del contexto. Lo importante es que estas referencias pueden ayudarnos a tener una visión más integradora del mundo y así contribuir a nuestra interiorización y evolución como personas e incluso como especie humana.

En la Escuela de Ecología Integral, la elección de los elementos Fuego, Agua, Aire y Tierra se conecta con la tradición chamánica brasileña y sudamericana en general, como una forma de conectarse con la Red de la Vida.  Así, los cuatro elementos están vinculados a las cuatro inteligencias (del alma, el corazón, la mente y el cuerpo) y ayudan en la búsqueda de una mayor armonía y coherencia entre lo que queremos sentir, pensar y hacer. La percepción de la fortaleza o debilidad de los elementos en uno mismo no es solo un camino hacia el autoconocimiento y la superación, sino también una forma de estimular la interacción comunitaria, ya que pertenecer a un elemento es una forma de formar grupos de discusión, trabajo y ayuda mutua en la comunidad ESI.

Según las diferentes tradiciones, cada elemento tiene aspectos y desafíos favorables. Estas tradiciones difieren poco entre sí, pero lo importante es establecer claramente cómo se está interpretando cada elemento para que el concepto común nos permita intercambiar. En la lógica de los nuevos paradigmas, las verdades existen como interpretaciones compartidas que constituyen un espacio común de conocimiento y vida. De esta manera, puedes interactuar con otros espacios compartidos de interpretaciones del mundo en una lógica de complementariedad en lugar de confrontación. Una suma de verdades diferentes está más cerca de la complejidad de la realidad que las verdades conflictivas que mutilan la realidad. Aquí, una vez más, buscamos practicar la noción de un paradigma holístico y complejo, que puede combinar libremente influencias de diferentes tradiciones (china, ayurvédica, chamánica, etc.).

En astrología, el Fuego y el Aire son elementos Yang masculinos relacionados con la penetración, la actividad, la energía, la expansión y la comunicación. El agua y la tierra son elementos femeninos Yin relacionados con la aceptación, la introspección, la fertilidad, el mantenimiento y la practicidad. Los arquetipos Yin y Yang, siempre complementarios, son fuerzas de la naturaleza que, cuando se equilibran, constituyen coherencia y armonía. En ESI, cuando trabajamos en los elementos vinculados a su energía primaria, femenina o masculina, los caminos hacia la armonización interna se vuelven más claros. A continuación, explicaremos brevemente qué se entiende por los aspectos favorables y desafiantes de cada elemento y cómo armonizarlos. En nosotros mismos y, por lo tanto, en el mundo, como explica la física cuántica.

Para el Fuego, que representa la inteligencia del alma, tenemos vigor, determinación, entusiasmo, coraje, persistencia y aspiración espiritual como impulsos positivos del elemento. Un exceso de fuego trae impulsividad, necedad, ira e irritación y una gran susceptibilidad que conduce al conflicto. El elemento puede armonizarse mediante estimulación o enfriamiento elegido conscientemente, dependiendo de su exceso o carencia. Para aquellos que necesitan estimular su Fuego interior, recomendamos, por ejemplo, el contacto consciente con el elemento: velas, hogueras, exposición al sol. Para calmar el Fuego interior, dependiendo del caso, recomendamos el contacto ritualizado con la Tierra, es decir, en su plena presencia: plantar, caminar sobre el suelo, modelar cerámica, entre muchas otras acciones. Una curación que representa el elemento es la transmutación que permite de lo que desarmoniza el Ser, como escribir una carta para desahogarlo y quemarlo para que los sentimientos se transmuten.

Los aspectos favorables del Aire, que representa la inteligencia de la mente, son la independencia, la claridad mental a la hora de expresarse, la cordialidad, la perspicacia y la fluidez. Sus desafíos son la inestabilidad, la propensión a mentir, la irresponsabilidad y el habla inconsciente. Para equilibrar el Aire, también es posible utilizar el Agua de una manera ritualizada, donde cada gesto se hace con profunda atención. Bañarse, beber agua, lavarse las manos y regar las plantas, por ejemplo, permiten el contacto ritualizado con el agua. Dependiendo del contexto, la persona y la situación, otros elementos pueden ayudar a neutralizar o mejorar el elemento en cuestión. Una sanación que representa el elemento Aire es la posibilidad de conectarse con la sabiduría universal, la mente cósmica, a la que se accede a través de la respiración consciente o la meditación.

Los aspectos favorables del Agua, que representa la inteligencia del corazón, son la propensión a la serenidad, la moderación y la modestia y la capacidad de devoción. Cuando el agua está desequilibrada, se puede observar depresión, indiferencia, cobardía y desánimo. Una sanación que representa el elemento Agua es la posibilidad de una conexión profunda con las emociones a través del llanto, agua a la que se puede acceder cuando se evoca el sufrimiento para comprenderlo y superarlo. El fuego se puede utilizar para ayudar a equilibrar el elemento Agua, en contacto ritualizado como se sugirió anteriormente. Al igual que con todos los demás elementos, la creatividad de cada persona para ritualizarlo permite un número infinito de procesos de curación. Lo más importante de todo es la "presencia", el estado de conciencia atento al momento presente en el que se practica el contacto con el elemento. La fuerza que moviliza la sanación y evolución de cada Ser es la INTENCIÓN puesta en la realización del ritual.

Los aspectos favorables de la Tierra, cuando se equilibran en el Ser, son la estabilidad, la fiabilidad, el realismo, el anclaje en la realidad, la capacidad de alcanzar metas y materializar sueños. Cuando este elemento está desequilibrado, plantea los desafíos del materialismo, la superficialidad, la inconsciencia, la estrechez de miras y el comportamiento prejuicioso. El desequilibrio del elemento Tierra se puede tratar con la ritualización del aire, pranayamas (ejercicios de respiración), paseos al aire libre con atención a la respiración, etc. Una sanación que representa el elemento Tierra es la posibilidad de sentirte apoyado por la Madre Tierra, cuando trabajas junto a ella, cultivando una maceta, un jardín, una plantación.

Tierra y Fuego y Aire y Agua son polaridades que pueden identificarse fácilmente como complementarias, corrigiendo las fallas y excesos de cada uno. Sin embargo, dependiendo del contexto, el exceso de un elemento, la Tierra por ejemplo, puede ser suavizado por rituales con Aire, pero también con Agua, con Fuego, y así es para todos los elementos. La complejidad de la Vida nos dice que las simplificaciones y dualidades son didácticas y nos ayudan a decidir qué dirección sanadora seguir, pero no pueden ser tan estrechas como para hacernos negar otras posibilidades que reflejan la complejidad de la realidad. El equilibrio integrador de todos los elementos, como nuestras inteligencias espirituales, emocionales, mentales y corporales, requiere un enfoque integral e inclusivo.

Los elementos inspiran y organizan la metodología ESI. A las personas en los grupos de formación se les pide que elijan entre los cuatro elementos los dos que más los representan, según las descripciones anteriores. Se sugiere que cada participante utilice los desafíos de cada elemento para identificarse. A diferencia del mundo de egos inflados en el que las personas solo enfatizan sus cualidades cuando se presentan, en los grupos ESI se les invita a compartir sus vulnerabilidades. Al hacer esto y escuchar a otras personas que también lo están haciendo, se crea inmediatamente una atmósfera de empatía que es mucho más constructiva e impulsa transformaciones.

La contraseña para el estado de ánimo con el que elegir los elementos es la idea de que "nuestros defectos son las exageraciones de nuestras cualidades", por lo que cada persona está invitada a mirar sus desafíos con compasión por sí misma. Naturalmente, la misma compasión se establece con los otros participantes. También es parte de la metodología para alentar a las personas a darse cuenta de sus aspectos favorables vinculados a sus elementos favoritos y a estar agradecidos por ellos. Estimular la conciencia de los talentos y desafíos de cada persona y emprender la búsqueda de la transformación de manera colectiva fortalece el desarrollo personal y grupal, acelerando la Transición hacia comportamientos más coherentes.

Los intercambios entre participantes vinculados a un mismo elemento, o a elementos complementarios, sirven para aportar mayor claridad a la hora de elaborar el Plan de Transición, en el que se fijan metas a alcanzar en la búsqueda de una mayor coherencia personal entre lo que se hace, se dice, se piensa y se aspira. A lo largo del proceso formativo, compartir profundiza los lazos interpersonales, favoreciendo el sentimiento de pertenencia a una comunidad intencional, un grupo de personas que conocen sus desafíos para evolucionar y que están en búsqueda concreta, paso a paso, de esta evolución. Este colectivo de Transición cocreado significa apoyo y aliento para actitudes cada vez más profundas y coherentes que conmocionan el entorno externo, que está conectado con viejos valores de egoísmo, consumismo, falta de responsabilidad y juicio. La comunidad intencional se convierte así, para cada persona, en un nuevo ambiente y estimulante externo que fomenta la responsabilidad hacia el Todo, la compasión, la autenticidad y la simplicidad.

 

 



The four elements, self-knowledge and evolution

29 de Agosto de 2023, 15:09, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

4 elements

Débora Nunes

Shamanic traditions of various origins, as well as astrology, work with the four elements that make up Life on Earth (Fire, Water, Air and Earth) as a way of seeking self-knowledge and self-overcoming. Other traditions, such as the Chinese, include metal and wood as explanations of reality, others include ether as the fifth element... It's important to say that there is no right or wrong choice in the number and type of elements defined to interpret the world, they are just choices that depend on the context. The important thing is that these references can help us to have a more integrative view of the world and thus contribute to our internalization and evolution as people and even as a human species.

At the Integral Ecology School, the choice of the elements Fire, Water, Air and Earth connects with the Brazilian and South American shamanic tradition in general, as a way of connecting with the Web of Life.  Thus, the four elements are linked to the four intelligences (of the soul, the heart, the mind and the body) and help in the search for greater harmony and coherence between what we want to feel, think and do. The perception of the strength or weakness of the elements in oneself is not only a path to self-knowledge and self-overcoming, but also a way of stimulating community interaction, since belonging to an element is a way of forming discussion, work and mutual help groups in the ESI community.

According to different traditions, each element has favourable aspects and challenges. These traditions differ little from one another, but the important thing is to clearly establish how each element is being interpreted so that the common concept allows us to exchange. In the logic of the new paradigms, truths exist as shared interpretations that constitute a common space of knowledge and life. In this way, you can interact with other shared spaces of interpretations of the world in a logic of complementarity rather than confrontation. A sum of different truths is closer to the complexity of reality than conflicting truths that mutilate reality. Here, once again, we seek to practise the notion of a holistic, complex paradigm, which can freely combine influences from different traditions (Chinese, Ayurvedic, Shamanic, etc.).

In astrology, Fire and Air are masculine Yang elements related to penetration, activity, energy, expansion and communication. Water and Earth are feminine Yin elements related to acceptance, introspection, fertility, maintenance and practicality. The Yin and Yang archetypes, always complementary, are forces of nature which, when balanced, constitute coherence and harmony. In ESI, when we work on the elements linked to their primary energy, feminine or masculine, the paths to inner harmonisation become clearer. Below we will briefly explain what is meant by the favourable and challenging aspects of each element and how to harmonise them. In ourselves and thus in the world, as quantum physics explains.

For Fire, which represents the intelligence of the soul, we have vigour, determination, enthusiasm, courage, persistence and spiritual aspiration as positive impulses of the element. An excess of fire brings impulsiveness, foolishness, anger and irritation and great susceptibility that leads to conflict. The element can be harmonized by consciously chosen stimulation or cooling, depending on its excess or lack. For those who need to stimulate their inner Fire, we recommend, for example, conscious contact with the element: candles, bonfires, exposure to the sun. To calm the inner Fire, depending on the case, we recommend ritualized contact with the Earth, i.e. in its full presence: planting, walking on the ground, modeling pottery, among many other actions. One healing that the element represents is the transmutation that it allows of what disharmonizes the Being, such as writing a letter to vent and burning it so that the feelings are transmuted.

The favorable aspects of Air, which represents the intelligence of the mind, are independence, mental clarity when expressing oneself, cordiality, perspicacity and fluidity. Its challenges are instability, a propensity to lie, irresponsibility and unconscious speech. In order to balance Air, it is also possible to use Water in a ritualized way, where every gesture is made with deep attention. Bathing, drinking water, washing hands and watering plants, for example, allow for ritualized contact with Water. Depending on the context, the person and the situation, other elements can help neutralize or enhance the element in question. One healing that the Air element represents is the possibility of connecting with Universal wisdom, the cosmic mind, accessed through conscious breathing or meditation.

The favorable aspects of Water, which represents the intelligence of the heart, are the propensity for serenity, moderation and modesty and the capacity for devotion. When Water is out of balance, depression, indifference, cowardice and discouragement can be observed. One healing that the Water element represents is the possibility of a deep connection with emotions through crying, water that can be accessed when suffering is evoked in order to understand and overcome it. Fire can be used to help balance the Water element, in ritualized contact as suggested above. As with all the other elements, each person's creativity in ritualising it allows for an infinite number of healing processes. The most important thing of all is "presence", the state of awareness attentive to the present moment in which contact with the element is practiced. The force that mobilizes the healing and evolution of each Being is the INTENTION put into performing the ritual.

The favorable aspects of Earth, when balanced in the Being, are stability, reliability, realism, anchoring in reality, the ability to achieve goals and materialize dreams. When this element is unbalanced, it poses the challenges of materialism, superficiality, unconsciousness, narrow-mindedness and prejudiced behavior. The imbalance of the Earth element can be treated with the ritualisation of Air, pranayamas (breathing exercises), outdoor walks with attention to breathing, etc. One healing that the Earth element represents is the possibility of feeling supported by Mother Earth, when you work together with her, cultivating a pot, a garden, a plantation.

Earth and Fire and Air and Water are polarities that can easily be identified as complementary, correcting each other's faults and excesses. However, depending on the context, the excess of one element, Earth for example, can be softened by rituals with Air, but also with Water, with Fire, and so it is for all the elements. The complexity of Life tells us that simplifications and dualities are didactic and help us decide which healing direction to follow, but they cannot be so narrow as to make us deny other possibilities that reflect the complexity of reality. The integrative balance of all elements, such as our spiritual, emotional, mental and bodily intelligences, requires a comprehensive and inclusive approach.

The elements inspire and organise the ESI methodology. The people in the formation groups are asked to choose between the four elements the two that most represent them, based on the descriptions above. It is suggested that each participant use the challenges of each element to identify themselves. Unlike the world of inflated egos in which people only emphasise their qualities when presenting themselves, in ESI groups they are invited to share their vulnerabilities. By doing this and listening to other people who are also doing it, an atmosphere of empathy is immediately created which is much more constructive and drives transformations.

The password for the state of mind with which to choose the elements is the idea that "our defects are the exaggerations of our qualities", so each person is invited to look at their challenges with compassion for themselves. Naturally, the same compassion is established with the other participants. It is also part of the methodology to encourage people to realize their favorable aspects linked to their favorite elements and to be grateful for them. Stimulating awareness of each person's talents and challenges and undertaking the search for transformation in a collective way strengthens personal and group development, accelerating the Transition towards more coherent behaviors.

The exchanges between participants linked to the same element, or to complementary elements, serve to provide greater clarity when drawing up the Transition Plan, in which goals are set to be achieved in the search for greater personal coherence between what is done, said, thought and aspired to. Throughout the training process, sharing deepens interpersonal bonds, favoring the feeling of belonging to an intentional community, a group of people who know their challenges in order to evolve and who are in concrete pursuit, step by step, of this evolution. This co-created Transition collective means support and encouragement for increasingly profound and coherent attitudes that shock the external environment, which is connected to old values of egotism, consumerism, lack of responsibility and judgment. The intentional community thus becomes, for each person, a new environment and external stimulant that encourages responsibility towards the Whole, compassion, authenticity and simplicity.



How to access the subtle field?

26 de Março de 2023, 9:50, por Débora Nunes - 0sem comentários ainda

Mãos de luz

by Débora Nunes

(translated by Ruby Collins)

If this question resonates with you, you are probably already aware of the power of the energy field that connects and surrounds us, as well as the material field that manifests itself in objective reality. Reality is not just matter, it is also energy and information. We are bathed in this subtle, energetic and informational field, and like a fish in water, we do not see the water. To feel and sense this subtle field, we need to open up, to reconnect, to ourselves, to others, and to living things, human and non-human. Here are some simple practices to open ourselves to the subtle field. Like any practice, their effects may take more or less time, and require training. We can count on the group's enthusiasm, on the egregore, to train us.

 

1 - Becoming aware of our intuition

Let's start by slowing down, taking the time to observe our intuition, this privileged way of getting in touch with immaterial reality. Although it is a more than proven human potentiality, most people have not yet developed it sufficiently, or do not trust it, probably because the dominant vision of the world is materialistic, focused on the rational, which does not encourage us to develop our intuition. Let's take the time to observe our relationship with our intuition, when was the last time it helped us, saved us from an unfavourable situation, or gave us clues to better understand a concrete problem, a concrete situation? When was the last time we regretted ignoring it? By paying more attention to our intuition, day after day, we open up a pathway to the immaterial world. The more we pay attention to our intuition, the more we have access to the subtle field.

 

2 - Practice meditation

This ancient technique sharpens our intuition, calms our mind and allows access to other intelligences. Through these other intelligences, we can penetrate more deeply into our understanding of the world, we can re-unite with the world, within us and around us. Our intelligence expresses itself in many ways, but the culture in which we live privileges the mental, rational, logical intelligence. Without knowing it, without realising it, we cut ourselves off from our intuition, from our creativity, from all our resourceful capacities and subtle potentials. Reduced to the rational mind, our spirit is diminished. When you practice meditation regularly, if possible every day, even if it is only for a few minutes at first, choosing the meditation techniques that seem most appealing to you, you open yourself to the subtle field. To begin with, you can simply re-centre yourself, concentrating on something specific, such as the rhythm of your breathing, an auditory guide, the beating of your heart, a mantra... Of course, your mind will not stop. This is not bad: when you realise that you have attached yourself to a thought, you can refocus on your breathing or your auditory guide.... Just by being aware that you have lost focus, you have developed your ability to concentrate. Gradually, you will learn to clear your mind: you pay less and less attention to the thoughts that cross your mind, and more and more to the subtle field. This state allows you to sharpen your creativity and listen more clearly to the messages of the Universe.

 

3 – Regularly connect with Nature

Nature absorbs disturbed energies and releases them as positive energy. Nature soothes the mind and senses and renews health. From and in Nature, through its immense abundance, we receive everything we need and thus open ourselves more easily to Gratitude, a powerful portal to joy. The contemplation of Nature in its infinite beauty, from the microscopic dimension to the majestic mountains, rivers, forests, skies and seas, and ourselves, brings the perception of the force of Life, of the sacred. The four elements are present in Nature - fire, water, air and earth - and they constitute everything and reveal the deep meaning of this whole (mind, emotions, thoughts and physical body), giving meaning to the paths we take. In Nature, with the richness and mysteries of the mineral, plant, animal and human kingdoms, we can only but honour the subtle force that animates it and feel the enchantment of the Living.

 

4 - Open your mind to new paradigms

In the dominant vision of the world, we think of ourselves as separate, denatured. We focus on having, on material possessions, and on doing: doing well, giving pleasure... In an integrative vision of the world, confirmed by recent discoveries in quantum physics, evolutionary biology, complexity, integral history.... The new paradigms - which can be called holistic, ecological, systemic, integrative, quantum - understand the world as a great network of matter, energy and information in which everything is interconnected. When your mind goes beyond the separating, distorting view that sees only what can be measured, it realises that the energy field is as real as the material field, and is composed of vibrations and information, sometimes formalised, sometimes informal. When your mind grasps matter and energy simultaneously, to the Yin and Yang, you are connected to the Web of Life. You can then realise that thoughts, emotions and intentions are powerful vibrations and information that interfere with the material world. When your mind opens to the perception of the subtle field it integrates the mental intelligence (objective and intuitive) with the intelligence of the heart (subjective and emotional) and the body (which informs us, even when we don't know how to listen to it). Unconsciously, our mind has always known that everything is One. With a little practice, this perception becomes conscious and begins to guide our lives.

 

5 - Listen to your heart

A few times a week you can stop and simply observe your heartbeat. This physical voice of the heart stimulates you, connects you to the vibratory waves and energy within you, and allows you to connect to what your inner voice is saying, in the intimacy of your Being. In time, you will become aware of the inner conflicts between mental logic, the reasons of the heart and the information of the body. Gradually you will realise that even when the mind doubts, the heart and body know. This does not mean that rationality is of little use, only that it is limited because it is less integrative. In some complex situations, the heart knows definitively, even without logical reasoning. It is a subtle and superior knowledge, integrated and integrative, aligned with the wisdom of the Universe. From this practice of listening, both physically and subtly to the heart and body, it will be more and more natural for you to follow what you feel, what you sense to be the best way. It will be possible to overcome the contempt that materialistic society has for the wisdom of the soul that expresses itself through the heart and intuition, regarding them as naive or idealistic. No great evolutionary change in human history has been made without the intelligence of the heart.

 

6 - Take care of your verticality, align your spine straight

 In the physical realm, our spine is the vertical structure of the body. When you keep it aligned and flexible, you promote the functioning of all your organs, as well as the proper flow of air and blood. Furthermore, in the subtle field, your spine is your axis of connection with Earth and Heaven, with the sacred feminine and masculine. Maintaining your axis, your verticality, your alignment, your flexibility, starting with your spine, is to allow you to adapt to the ups and downs of life. It is also to allow your chakras, those subtle energy centres located in its axis, to function freely, without blockages or pressure, thus allowing the cosmic energies to communicate with us through the voices of the soul. An aligned and supple spine contributes to elegance and longevity and allows the life force, the Chi, to flow. This freely flowing life force supports our healing power through the energy of our hands, gives clarity to our thoughts and openness to our heart, and supports the vigour of our aura, which at the same time protects us and energises our influence in the world. Everything flows better with an aligned spine, whether in the energetic or the material realm.

 

7 - Cultivate self-discipline, practice with vigour

Practices of all kinds require time and regular practice. Rituals are useful for this. They allow you to build new habits, new skills...

This is also the case for spiritual practices. The less you are used to them, the more helpful the rituals are, and the more you practice them, the more powerful they become. Whether it is the prayers and candles of Catholicism's holy days, the festivals, sacred feasts and forbidden foods of Judaism, the reading of the Qur'an and the fasting of Ramadan in Islam, the eating of sacred plants and vision seeking in shamanism, or the dances and songs of Candomblé, every spiritual practice recommends precepts that facilitate access to the subtle world. In our practices, which are spiritual and secular, i.e. without dogma or religious structures, each of us is responsible for our own discipline, our own self-discipline. The more regular your practices, the more anchored your rituals are, the more you open up to the subtle world. This is also true for a community: it strengthens itself by creating common rituals, by synchronising practices, thus nourishing an egregore, a common and subtle whole in which personal energies reinforce each other. Without regular practice, each person can experience occasional flashes of understanding of the subtle world, but not access, in an evolutionary and perennial way, to an ever greater consciousness.

 

8- Let yourself be open to the subtle and realise that all that is to be, is and will be.

Our verticality, alignment, flexibility, and states of relaxation and contemplation promote connection with that which transcends us. This transcendence allows a state of unconditional acceptance and access to a greater wisdom, the universal wisdom, which cannot be clearly manifested when we are in a state of anxiety, tension or accelerated mental activity. To open to the subtle is to feel and sense that life has its evolutionary reasons, even when we cannot yet perceive them.

Say "Yes to Life", by observing and welcoming what is happening, in and around you, by surrendering completely. The more you are grateful for what is, the more you do what is in your power to make things happen as you wish - the more you let go of things, the more you mobilise the Universe to make every situation, every event, every being work for you. Wishing, taking action and letting be that which must be is a sign of maturity that welcomes Universal Wisdom. And she knows how to give back what we give her. Asking, giving, receiving and giving back is sharing the abundance that the universe and life offers us.

 

How to access the subtle field?

  1. Slow down, take the time to resynchronise, to observe what is
  2. Open your body, align your spine
  3. Open your heart, welcome your emotions, appreciate the information they offer us about our needs and our deepest intentions
  4. Open your mind, let your thoughts pass, welcome and appreciate your intuitions
  5. Open your mind: everything is already there, in the making. What do I want to nourish and develop, what nourishes and develops me
  6. Opening up to oneself, opening up to others, opening up to life, human and non-human