Programação de Economia Solidária e Comércio Justo e Solidário em Rondônia

Fonte: Instituto Marista de Solidariedade

Cerca de 60 empreendimentos da agricultura familiar e empreendimentos econômicos solidários de outros segmentos reuniram-se, de 06 a 09 de outubro, na Praça Madeira Mamoré, na capital Porto Velho, durante a Feira Estadual de Economia Solidária de Rondônia. O público conheceu a diversidade da produção da agricultura familiar, que ofereceu desde verduras e legumes orgânicos até material de limpeza e artesanato. Paralelo a Feira, momentos de formação com painéis sobre Produtos Orgânicos, Produtos Agroecológicos e Certificação pelo Sistema Participativo de Garantia.

Dentro da programação dos eventos de Economia Solidária, destacou-se, ainda, no dia 08 de outubro (sábado), o Seminário do Sistema Nacional do Comércio Justo e Solidário de Rondônia, uma realização do Instituto Marista de Solidariedade (IMS) e Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes / MTE), com apoio do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), Faces do Brasil e a parceria local da Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS).

O seminário contou com a participação de 35 pessoas, entre expositores e integrantes do Fórum Municipal de Economia Solidária de Porto Velho. Os participantes conheceram o histórico e a atual conjuntura do Comércio Justo e Solidário no Brasil e debateram as questões mais importantes para construção do Sistema no estado.

Já no dia 10 (segunda-feira), a assessora do IMS, Cláudia Lima, realizou visita e aplicação do questionário sobre o Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário (SCJS) no empreendimento Casa de Crioula, grupo selecionado em edital para compor o SCJS. Durante todo o dia foi construído o retrato da comercialização do empreendimento, especificando seus principais produtos e mercados. A visita estendeu-se ao ponto fixo da Casa de Crioula, situado no Mercado Cultural, no Centro de Porto Velho. No local, uma diversidade de biojoias, artesanatos, fitoterápicos e produtos alimentícios de empreendimentos econômicos solidários de Rondônia. A assessora visitou ainda, como última atividade, a oficina de produção de biojoias do empreendimento.

Cidade de Jacundá, Pará, inaugura Banco Comunitário

Por Antônio Barroso

Uma nova moeda corrente foi lançada na cidade de Jacundá, estado do Pará, no dia 09 de setembro passado. O Sabiá, que começa a circular no bairro Alto Paraíso, é uma moeda do Banco Comunitário Paraíso, criado com a finalidade de fomentar a economia local. Um Sabiá equivale a um Real e somente agentes credenciados são autorizados a receber o novo dinheiro.

Fonte: Joãozinho FSJ

"Bancos comunitários são serviços financeiros solidários em rede de natureza associativa e comunitária, voltados para a geração de trabalho, emprego e renda com utilização de sua própria moeda social, na perspectiva de reorganizar as economias locais, tendo por base os princípios da economia solidária", explica Maria Dalva da Cruz Luz, geógrafa e especialista em Economia Solidária da Amazônia.

Este Banco Comunitário possui uma visão de uma política de crédito estruturada e implantada gerando mais e melhores oportunidades de acesso ao mercado de trabalho com mudança de valores e hábitos referentes aos princípios básicos de economia solidária: democracia, dedicação, compromisso, coletivismo, ética, inclusão social, transparência entre outros, incentivando e envolvendo todos paraisences na busca de uma melhoria da qualidade de vida, desenvolvendo a comunidade nos seus aspectos sociais, culturais, tecnológicos, econômicos e ambientais com sustentabilidade", cita a vice-prefeita Maria de Jesus.

Conforme cartilha explicativa, os créditos em consumo são concedidos em moeda social sem juros, de forma a propiciar uma sinergia entre os créditos produtivos concedidos e os créditos de consumo. E a aprovação dos créditos solicitados ao banco ocorre com o aval das pessoas da comunidade, que conhecem quem está solicitando o crédito, e com a participação dos trabalhadores do banco no Conselho de Análise de Crédito (CAC).

Conforme explica Maria Dalva, a escolha da moeda social do Banco Comunitário Paraíso se deu dentro de uma consulta nas escolas do município de ensino médio e em toda a comunidade local. Foram lançadas quatro propostas: Açai, Jacundá, Tucunaré e Sabiá, a votação para escolha do nome foi realizada em todas as escolas municipais, estaduais e na comunidade paraisence. A moeda Sabiá foi eleita com 38% da votação. A justificativa do nome sabiá é devido ao rio que banha a comunidade ter o nome de sabiá, e que foi de fundamental importância para o início da organização comunitária, mas atualmente, este rio se encontra com diversos impactos ambientais.

Bairro - No que se refere a história da comunidade, o bairro Alto Paraíso surgiu através de uma ocupação da população que não possuía casa para morar. A comunidade não dispõe de serviço bancário local, as pessoas se deslocam cerca de 2 quilômetros até o centro da cidade para resolver as atividades bancárias. Atualmente, o bairro possui 10.530 habitantes, dados do IBGE 2010. A renda per capita da comunidade paraisence é entre R$ 300,00 e R$ 545,00, ou seja, cerca de um salário mínimo. A comunidade possui escolas municipais de ensino fundamental menor, posto de saúde entre outros serviços públicos. No que se refere ao lazer contam com uma praça e quadra de esporte. No bairro existem 10 igrejas de várias denominações e 150 estabelecimentos comerciais de pequeno porte e de segmentos variados.

O banco foi inaugurado na tarde de sexta-feira, 9, e está localizado no bairro Alto Paraíso. Com a presença de Antonio Haroldo Pinheiro Mendonça, diretor de fomento secretaria Nacional de Economia Solidária /Ministério do Trabalho e Emprego; Gilvan Clebe Sales do Nascimento, Coordenador do Instituto Capital Social da Amazônia- ICS; Rosinete Souza De Oliveira, diretora presidente do Fórum Nacional de Desenvolvimento Integrado Sustentável e Solidário - FNDISS; Renan de Freitas, Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa - SEBRAE/Jacundá; Miguel Joaquim da Silva Neto, presidente da Associação dos Moradores do Bairro Alto Paraíso - AMBAP; Zaqueu Catarino, coordenador do BC; deputado federal Miriquinho Batista; vereador Lindomar dos Reis Marinho; Maria de Jesus da Silva, vice-prefeita de Jacundá;