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Notícias da Economia Solidária na região

12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Fonte: site do FBES (www.fbes.org.br)

III Seminário e Feira de Economia Solidária da Região Centro Norte do Tocantins

19 de Junho de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Fonte: Josiel ([email protected])

Entre os dias 22 e 25 de junho acontecerá o III Seminário e Feira de Economia Solidária da Região Centro Norte do Tocantins, cujo tema é "Em busca de um mundo mais justo, solidário e sustentável".

Acesse a programação do evento no site do FBES em www.fbes.org.br/?option=com_docman&task=doc_download&gid=1409&Itemid=99999999



Fórum Amapense de Economia Solidária (FAES) aprova regimento interno

16 de Junho de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Divulgado por Sonale Queiroz ([email protected])

Na reunião ordinária do FAES do dia 02 de maio de 2011 foi deliberada uma comissão para elaboração da proposta do Regimento Interno, que foi construída durante várias reuniões realizada no mês de maio.

A proposta do Regimento Interno do FAES foi Apresentada e ajustada pelos demais membros, sendo Aprovado em 28 de Maio de 2011, conforme registrado em Ata da Reunião Ordinária do FAES com pauta deliberada para este fim.

A partir do Regimento Interno o FAES contará com uma ferramenta democrática para a normatização de seus processos norteadores, princípios organizativos e decisórios.

o FAES esta divulgando o regimento e carta de adesão para acesso a todos que compoem e aos que venham a integrar o movimento.

Acesse o Regimento em: www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1407&Itemid=99999999



Fórum Amapense de Economia Solidária – FAES aprova regimento interno

16 de Junho de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Divulgado por Sonale Queiroz ([email protected])

Na reunião ordinária do FAES do dia 02 de maio de 2011 foi deliberada uma comissão para elaboração da proposta do Regimento Interno, que foi construída durante várias reuniões realizada no mês de maio.

A proposta do Regimento Interno do FAES foi Apresentada e ajustada pelos demais membros, sendo Aprovado em 28 de Maio de 2011, conforme registrado em Ata da Reunião Ordinária do FAES com pauta deliberada para este fim.

A partir do Regimento Interno o FAES contará com uma ferramenta democrática para a normatização de seus processos norteadores, princípios organizativos e decisórios.

o FAES esta divulgando o regimento e carta de adesão para acesso a todos que compoem e aos que venham a integrar o movimento.

Acesse o Regimento em: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1407&Itemid=99999999



Relato da Audiência Pública do Amapá sobre o PL 865

15 de Junho de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Fórum Amapaense de Economia Solidária

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No dia 13 de junho ocorreu, na Assembléia Legislativa Estadual do Amapá, a Audiência Pública Estadual com o objetivo de debater e esclarecer ao movimento de economia solidária: os empreendimentos econômicos solidários, entidades de apoio e gestores públicos sobre o PL 865 que tramita no congresso nacional desde março e propõe a criação da Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa, transferindo para esta a política nacional de economia solidária e o Conselho Nacional de Economia Solidária, que atualmente são atribuições da Secretaria Nacional de Economia Solidária - SENAES, vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. A frente parlamentar nacional de economia solidária propôs a ampliação do debate em todos os estados da federação, visto que os objetivos proposto para política de micro e pequena empresa não convergem com a política da economia solidária.

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A mesa foi composta por três parlamentares estaduais: os dois requerentes da audiência pública: Deputado Estadual Agnaldo Balieiro, Deputada Estadual Cristina Almeida e a Deputada Estadual Roseli Matos, um parlamentar federal Deputado Bala Rocha, representante do governo do estado do Amapá, Jucinete Carvalho de Alencar, representante do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), João Claudio Tupinambá Arroyo, representante do Fórum Amapaense de Economia Solidária (FAES), Edna Maria Coelho Carvalho, representante do Ministério do Trabalho e Emprego no Amapá, Rui do Rosário, delegada do Ministério do Desenvolvimento Agrário , Elisangela do Espirito Santo Ferreira, representante da Secretaria de Estado do Trabalho e Empreendedorismo, Heraldo Pantoja. No plenário um público de 150 (cento e cinquenta) pessoas entre empreendimentos, movimentos sociais e gestores.

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O representante do FBES João Claudio Arroyo Tupinambá fez uma palestra, resgatando a trajetória do FBES, pontuando princípios e diretrizes que norteiam a politica da economia solidária, o marco legal que tramita no congresso a proposta da criação da secretaria especial de economia solidária dentre outros assuntos importantes, bem como o posicionamento do movimento brasileiro de economia solidária sobre o PL 865. A palestra contribuiu bastante na construção do debate.

Após a palestra todos representados na mesa fizeram seus pronunciamentos e manisfestaram-se a favor do movimento de economia solidária. Em algumas falas foram citados que até votam no PL 865, mas sem as atribuições da politíca de ecosol, visto que são formas de organizações diferenciadas.

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Houve quatro participações da plenária, onde os empreendimentos manifestaram-se contra a inserção da politica de ecosol no PL 865, para estes seria um retrocesso de todo um processo histórico, construído com muita luta.

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Os Deputados requerentes: Agnaldo Balieiro e Cristina Almeida se disponibilizaram ao movimento amapaense para articular junto as instituições públicas o fortalecimento de politicas para ecosol no Amapá e que está a disposição do FAES para construir propostas e projetos de lei em defesa da ecosol. Solicitaram que fosse criada uma comissão composta pelo faes e os membros parlamentares da casa para acompanhar os encaminhamentos do PL 865.

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"Todos que estão aqui são contra a inserção da economia solidária dentro de PL 865", afirmou o Deputado Estadual Agnaldo Balieiro. Os dois paralamentares requerentes Dep. Agnaldo Balieiro e Dep. Cristina Almeida apresentaram ao final da audiência a resolução que cria a Frente Parlamentar de Economia Solidária no amapá.

Em breve serão disponibilizados o relatório completo da audiencia e seus anexos



Carta do Cacique Mutua sobre Belo Monte

13 de Junho de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Escrito por Cacique Mutua

Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio...

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O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora. Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer água boa, água limpa. É o nome do nosso rio sagrado. Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo. Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.

Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio. O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.

Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.

Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes. Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta, a roça, o peixe, tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.

Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue. Pela manhã, o Vento me levou para a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo, soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.

Eu falei com a Floresta, com o Vento, com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco, do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para nós. Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados para o meu povo.

É verdade que, depois que homem branco chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei por quanto tempo.

Na roça, ainda conseguimos plantar a mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a gente faz o beiju. Conta a história que Mandioca nasceu do corpo branco de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.

O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada. Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o abraço de morte da jibóia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm sentimentos e não gostam de muito esperar.

Eu aprendi desde pequeno a falar com o Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta. O espírito do Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu. Com um grito agudo perguntou: 'Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu?' Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que foi o representante do reino dos homens.

O espírito do Gavião Real diz que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do rio se espalhará por toda a terra como sangue e seu cheiro será o da morte.

O Sol me acordou brincando no meu rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu, todos veremos o alimento virar areia.

A ave de cabeça majestosa me atraiu para a reunião dos espíritos sagrados na floresta. Pisando as folhas velhas do chão com cuidado, pois a terra está grávida, segui a trilha do rio Xingu. Lembrei que, antes, a gente ia para a cidade e no caminho eu só via árvores.  

Agora, o madeireiro e o fazendeiro espremeram o índio perto do rio com o cultivo de pastos para boi e plantações mergulhadas no veneno. A terra está estragada. Depois de matar a nossa floresta, nossos animais, sujar nossos rios e derrubar nossas árvores, querem matar o Xingu.

O Sol me acordou brincando no meu rosto. E no caminho do rio passei pela Grande Árvore e uma seiva vermelha deslizava pelo seu nódulo. Quem arrancou a pele da nossa mãe? Gemeu a velha senhora num sentimento profundo de dor. As palavras faltaram na minha boca. Não tinha como explicar o mal que trarão à terra. Leve a nossa voz para os quatro cantos do mundo, clamou. O Vento ligeiro soprará até as conchas dos ouvidos amigos, ventilou por último, usando a língua antiga, enquanto as folhas no alto se debatiam.

Nosso povo tentou gritar contra os negócios dos homens. Levamos nossa gente para falar com cacique dos brancos. Nossos caciques do Xingu viajaram preocupados e revoltados para Brasília. Eu estava lá, e vi tudo acontecer.

Os caciques caraíbas se escondem. Não querem olhar direto nos nossos olhos. Eles dizem que nos consultaram, mas ninguém foi ouvido.

O homem branco devia saber que nada cresce se não prestar reverência à vida e à natureza. Tudo que acontecer aqui vai voar com o Vento que não tem fronteiras. Recairá um dia em calor e sofrimento para outros povos distantes do mundo.

O tempo da verdade chegou e existe missão em cada estrela que brilha nas ondas do Rio Xingu. Pronta para desvendar seus mistérios, tanto no mundo dos homens como na natureza.

Eu sou o cacique Mutua e esta é minha palavra! Esta é minha dança! E este é o meu canto!

Porta-voz da nossa tradição, vamos nos fortalecer. Casa de Rezas, vamos nos fortalecer. Bicho-Espírito, vamos nos fortalecer. Maracá, vamos nos fortalecer. Vento, vamos nos fortalecer. Terra, vamos nos fortalecer. Rio Xingu! Vamos nos fortalecer!

Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer. Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver.

 

Cacique Mutua,

Xingu, Pará, Brasil, 08 de junho de 2011.



Categorias

Comunicação, Organização do movimento, Região Norte

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