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12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa divide opiniões no setor da economia solidária

29 de Maio de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Entidades ligadas à economia solidária no RS lotaram o Plenário 20 de Setembro
Entidades ligadas à economia solidária no RS lotaram o Plenário 20 de Setembro
Dentro do programa Destinos e Ações para o Rio Grande, ação conjunta da  Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e da Câmara dos Deputados, foi realizada na tarde desta segunda-feira (30), no Plenário 20 de Setembro, audiência pública sobre a economia solidária, com especial ênfase ao projeto de lei federal (PL) nº 865/2011, de autoria do Poder Executivo, que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Coordenada pelo deputado Luiz Fernando Schmidt  (PT), a audiência foi também uma iniciativa da Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável e do Fórum Democrático.
Abrindo os trabalhos, o presidente da Casa, deputado Adão Villaverde (PT), lembrou que o evento de hoje, a exemplo de debates anteriores realizados pelo programa Destinos e Ações para o Rio Grande, coloca a Assembleia Legislativa “na agenda real das questões que são importantes e determinantes para o estado”. Ele salientou ainda a importância da participação da Frente Parlamentar Mista Nacional da Micro e Pequena Empresa, representada pelo deputado federal Pepe Vargas (PT/RS), e da intensa presença de responsáveis por empreendimentos de economia solidária no Rio Grande do Sul. O presidente saudou também a iniciativa do governo do Estado em ter criado uma secretaria para tratar do tema.
Um dos proponentes da audiência pública, o deputado Valdeci Oliveira (PT) disse que está ligado ao tema da economia solidária há 15 anos. Como ex-prefeito de Santa Maria, citou a Feira de Economia Solidária que ocorre no município e as ações pioneiras do bispo emérito de Santa Maria, dom Ivo Lorscheiter, já falecido, e da Irmã Lourdes Dill, coordenadora do Projeto Esperança Cooesperança, que participou da audiência. O parlamentar enfatizou ainda a importância do debate de hoje para definir os rumos nacionais do movimento. “É possível fazer com que aquilo que for encaminhado hoje aqui possa contribuir para toda discussão que se estabelece no Congresso Nacional”, disse.
O secretário estadual de Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa, Maurício Dziedricki, representando o governador em exercício Beto Grill, afirmou que, no âmbito da economia solidária, o Estado gaúcho “tem um legado que precisa ser ouvido”. “Precisamos fazer com que o governo federal entenda a dimensão da economia solidária”, acrescentou. Segundo o secretário, é necessário que os setores da economia solidária recebam, em nível federal, um status político-administrativo diferenciado como já ocorre no Rio Grande do Sul.
PL 865/2011
Coube ao deputado federal Pepe Vargas (PT/RS) apresentar os pontos principais do PL 865/2011 e sua repercussão geral junto ao setor da economia solidária. Conforme o parlamentar, a proposição extingue a atual Secretaria Nacional de Economia Solidária, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, e atribui suas competências a uma nova estrutura, a Secretaria da Micro e Pequenas Empresas, com status de ministério e ligada à Presidência da República.
Segundo Pepe Vargas, de forma unânime, o setor da economia solidária defende que o governo federal crie um ministério específico para o tema, proposta que não foi contemplada pelo projeto. Diante da proposição apresentada, há diferentes opiniões. Os favoráveis argumentam que a criação da nova secretaria possibilitaria ao movimento deixar o Ministério do Trabalho e Emprego, que tem como foco o trabalho assalariado e não o trabalho autogestionado. Os críticos  do PL 856/2011 afirmam que o projeto não contempla os anseios da economia solidária, manifestados na 2ª Conferência Nacional de Economia Solidária (Conaes). Destacam ainda que a proposição não foi debatida com o setor.
O parlamentar se comprometeu a levar os encaminhamentos da audiência pública ao relator do PL 865/2011 na Câmara dos Deputados, deputado federal Eudes Xavier (PT/CE). Vargas aproveitou para destacar que discussões como esta estão sendo realizadas em todo o Brasil. Defendeu que, enquanto se espera pela criação um ministério específico para o tema, há condições de se aprofundar o debate sobre a economia solidária, seja dentro da nova secretaria, seja permanecendo no atual ministério. “A proposta não é apresentada por um governo inimigo da economia solidária”, lembrou, referindo-se ao governo da presidenta Dilma Rousseff.
Manifestações
Com “espanto e indignação”, a representante do Fórum Gaúcho de Economia Solidária, Sueli Angelita da Silva, disse não concordar com o PL 856/20141. Ela afirmou ter havido falta de diálogo com o movimento, que já tinha uma opinião formada, fruto das deliberações da 2ª Conaes. “Isso para nós é retrocesso, não queremos estar nesse ministério. Ou temos o nosso próprio ministério ou a nossa própria secretaria especial ou ficamos como estamos”, disse.
Opinião distinta foi manifestada pelo representante do Unisol, Antônio Prado. Segundo ele, ninguém esqueceu as decisões tomadas na 2ª Conaes, mas é preciso analisar a situação como ela se apresenta.  “Venho aqui defender que o novo espaço criado pelo projeto de lei é uma forma de fazer avançar a economia solidária, para que ela não fique subordinada a um ministério cuja prioridade é a carteira assinada (referindo-se ao Ministério do Trabalho e Emprego). Não temos medo de estar juntos com a micro e a pequena empresa”, afirmou.
Representante da Associação Latino-Americana de Micro, Pequenas e Médias Empresas – Capítulo Brasil, Sérgio Miletto disse que compreende a insatisfação existente em parte do setor da economia solidária. Entretanto, avaliou que seria bom haver uma aproximação entre a microempresa e o novo paradigma trazido pela economia solidária. “Os microempresários têm muito a aprender com a economia solidária”, disse.
Também se manifestaram na audiência pública representantes das seguintes entidades: pelo Fórum Brasileiro da Economia Solidária, Daniel Tygel;  pelo Departamento de Economia Solidária da Sesampe, Neuza Nespolo; pelo Fórum Municipal de Economia Solidária de Porto Alegre, Katiucia Gonçalves; pela Setorial Nacional do PT, Miro Barrios; pelo Fórum do Vale do Sinos, Eva Dorneles; pelo Fórum da Campanha, Pamela Muniz; pelo Fórum do Litoral Norte, Luiz Teixeira; pela Colacot, Rogério Dalló; pela Cáritas Brasileira e Cáritas do Rio Grande do Sul, Irmã Lourdes Dill; e pela Guayí, Milton Pantaleão.
*Com informações da jornalista Letícia Rodrigues.



CONSELHO GESTOR DO PROJETO PETROBRAS SE REUNE

17 de Maio de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

O Conselho gestor do Projeto Petrobras desenvolvido em cooperação pela COOPSSOL e a setorial do artesanato da UNISOL BRASIL reuniu-se nesta quarta 18/05 às 18h na Sede da COOPSSOL. A avaliação é de que essa parceria está buscando superar dificuldades no desenrolar de um projeto que envolve oito empreendimento e mais de 200 participantes para desenvolver produtos voltado ao turismo de eventos e construção de uma identidade. Para Maribel Kauffmann as dificuldades são naturais, mas vem sendo enfrentadas. Já ocorreram oficinas com a designer Karine e com a assessora de Marketing Dora Castagnino. Porto Alegre sediará a COPA de 2014 e até lá teremos muito a oferecer ao turista que vier a cidade afirma Miriam Pocebon Coordenadora do Projeto. Para os membros do Conselho haverá a necessidade de buscar novas parcerias para construir uma referência de um produto marcado pela construção coletiva, pela participação e para construir ssutentabilidade socioambiental.



O bom jornalismo se faz e se constrói com boas perguntas.

17 de Maio de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Luiz Claudio Cunha

O jornalismo é a atividade humana que depende essencialmente da pergunta, não da resposta. O bom jornalismo se faz e se constrói com boas perguntas. O jornalismo de excelência se faz com excelentes perguntas.

Eu era uma criança de 12 anos quando irrompeu o golpe de março de 1964. Mas, como as crianças da escola de Realengo, já tinha a idade suficiente para reconhecer a violência, para sofrer o trauma, para sentir o medo. Os efeitos do longo pesadelo de 21 anos se projetaram no calendário. Meu primeiro voto para presidente da República só aconteceu quando tinha 38 anos. Cassaram nossa cidadania, limitaram nossa liberdade, calaram nossos amigos, exilaram nossos líderes, machucaram nosso povo.

Atacaram com violência maior o que mais assusta os tiranos: a universidade, o santuário do conhecimento, a trincheira do livre-pensamento, a sede da consciência crítica. Profanaram o espaço desta universidade, a Universidade de Brasília, a academia que estava no coração da nova ordem sem coração, o regime que combatia a força das ideias pela ideia da força armada, desalmada, desatinada.

Um regime que expurgou da UnB seus dois primeiros reitores, nomes primeiros da educação e do compromisso ético com a escola e com a liberdade do pensamento: Darcy Ribeiro, criador e fundador da UnB, e Anísio Teixeira, lançador do movimento da ‘Escola Nova’  – uma escola que enfatizava o desenvolvimento do intelecto e a capacidade de julgamento. Juntos, Darcy e Anísio assentaram os pilares desta universidade. Anísio inventou na Liberdade, o bairro mais populoso e pobre de Salvador nos anos 1940, a ‘Escola Parque’, que tinha padaria, um jornal diário e uma rádio comunitária por alto-falante, com médico e dentista e turno integral para as crianças. O modelo revolucionário inspirou Darcy a criar os CIEPs anos depois, no Rio de Janeiro. Anísio também ajudou a fundar a SBPC e a CAPES e dirigiu o INEP, Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, onde defendia o fim do ensino religioso obrigatório nas escolas.

A nova ordem que trazia a desordem institucional afastou ambos, Darcy e Anísio, da UnB, de Brasília, das escolas, dos jovens, do país. Em 12 de março de 1971, auge da violência do mandato do notório general Médici, Anísio desapareceu no Rio, depois de visitar o amigo Aurélio Buarque de Holanda. Os militares disseram que ele estava detido, mas não informaram o seu paradeiro. Dois dias depois, seu corpo foi encontrado, sem sinais de queda nem hematomas, no fundo do poço do elevador do prédio de Aurélio, na praia de Botafogo. Causa da morte: ‘acidente’.

Aqueles eram tempos estranhos, muito estranhos, quando nem os acidentes deixavam rastro.

Pensadores e mestres como Darcy e Anísio resumem bem a história do país e da UnB. E nenhum estudante simboliza melhor esta universidade do que o primeiro lugar em Geologia do ano de 1965, um jovem goiano de 18 anos chamado Honestino Guimarães. É um dos 144 desaparecidos políticos do país. Presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília, foi preso pelo Exército e expulso da universidade por reagir à invasão do campus da UnB em 1968. Caiu na clandestinidade com o AI-5, chegou à presidência nacional da UNE e foi preso em outubro de 1973.

A jornalista brasiliense Taís Morais fez as perguntas certas e, no seu livro Sem Vestígios (Prêmio Jabuti de 2006), descobriu o macabro trajeto final de Honestino, percorrendo todo o alfabeto de siglas letais da repressão brasileira: detido no Rio de Janeiro pelo CENIMAR (Centro de Informações da Marinha), trazido a Brasília pelo CIE (Centro de Informações do Exército), torturado durante cinco meses no PIC (Pelotão de Investigações Criminais, no subsolo do prédio do Comando do Exército, na Esplanada dos Ministérios) e levado em fevereiro de 1974 a Marabá num jatinho fretado da Líder Táxi Aéreo por quatro agentes do CIE liderados por um certo major-aviador Jonas, do CISA (Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica).

Lá, no sul do Pará, Honestino foi executado e enterrado na selva pelas tropas que combatiam a guerrilha do Araguaia. Honestino desapareceu aos 26 anos, mas o hoje coronel-aviador da reserva (R-1), com nome, sobrenome e endereço conhecido, circula sem chamar a atenção por Brasília, sem que nenhum jornalista se aproxime dele para fazer uma simples e básica pergunta: − Coronel Jonas, o que aconteceu com Honestino?

A prepotência não permitia perguntas para números sem resposta: 500 mil cidadãos investigados pelos órgãos de segurança; 200 mil detidos por suspeita de subversão; 50 mil presos só entre março e agosto de 1964; 11 mil acusados nos inquéritos das Auditorias Militares, 5 mil deles condenados, 1.792 dos quais por ‘crimes políticos’ catalogados na Lei de Segurança Nacional; 10 mil torturados apenas na sede paulista do DOI-CODI; 6 mil apelações ao Superior Tribunal Militar (STM), que manteve as condenações em 2 mil casos; 10 mil brasileiros exilados ; 4.862 mandatos cassados, com suspensão dos direitos políticos, de presidentes a governadores, de senadores a deputados federais e estaduais, de  prefeitos a vereadores; 1.148 funcionários públicos aposentados ou demitidos; 1.312 militares reformados; 1.202 sindicatos sob intervenção; 245 estudantes expulsos das universidades pelo Decreto 477 que proíbe associação e manifestação; 128 brasileiros e 2 estrangeiros banidos; 4 condenados à morte (sentenças depois comutadas para prisão perpétua); 707 processos políticos instaurados na Justiça Militar; 49 juízes expurgados; 3 ministros do Supremo afastados, o Congresso Nacional fechado por três vezes; 7 Assembleias estaduais postas em recesso; censura prévia à imprensa e às artes; 400 mortos pela repressão;  144 deles desaparecidos até hoje.

No início de 1962 oficiais das Forças Armadas foram a São Paulo para um encontro com o jornalista Júlio de Mesquita Filho, a quem entregaram um documento sobre as normas que iriam comandar o governo militar após a queda de Jango. O grupo, integrado pelos generais Cordeiro de Farias e Orlando Geisel, foi mais explícito com o dono de O Estado de S.Paulo: o novo regime queria ficar no poder por pelo menos cinco anos, o que viria a ser a primeira mentira do golpe. O regime militar perdurou quatro vezes mais.

Animado com a conversa, Mesquita chegou ao ponto de sugerir oito nomes para o futuro ministério golpista. O jornalista, acreditem, chegou a fazer o rascunho de um Ato Institucional para fechar Senado, Câmara e Assembleias e para cassar mandatos. Ironia da história: o instrumento de força esboçado por Júlio Mesquita era o mesmo a que a ditadura submeteria seu jornal em 1968 com o AI-5.  Os ex-amigos do golpe confabulado pelo dono do Estadão forçariam o jornal a cobrir os espaços censurados nas páginas com versos de Camões e receitas de bolo.

Precisamos lembrar, devemos contar.

Guerrilha não se confunde com terrorismo, definido sim pelo deliberado objetivo de infundir terror entre a população civil, sob o risco assumido de vítimas inocentes – como no caso do terror consumado do 11 de Setembro em Nova York, como no caso do terror frustrado da bomba do Riocentro no Rio de Janeiro. É por isso que ninguém, nem mesmo um cínico, se atreve a escrever “terroristas de Sierra Maestra” ou “terroristas do Araguaia”.

Eram guerrilheiros, não terroristas. Terrorista era o Estado, que usou da força e abusou da violência para alcançar e machucar dissidentes presos, indefesos, algemados, pendurados, desprotegidos diante de um aparato impiedoso que agia à margem da lei, na clandestinidade, nos porões, torturando e matando sob o remorso de um codinome, encoberto na treva de um capuz. Terroristas eram os assassinos de Honestino Guimarães, Vladimir Herzog, David Capistrano da Costa, Manoel Raimundo Soares, Stuart Angel Jones, Manoel Fiel Filho, Paulo Wright, Zuzu Angel, entre tantos outros.

“A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram”, ensinou Ulysses Guimarães, no dia da promulgação da Constituição de 1988. “Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”, reforçou Ulysses.

A hipocrisia nacional diz que a mera lembrança desses nomes e fatos não passa de revanchismo, de mera volta ao passado.

Uma médica chilena, torturada em 1975 e eleita presidente em 2006, desmente isso: “Só as feridas lavadas cicatrizam”, ensina Michelle Bachelet.

O Supremo Tribunal Federal teve, no ano passado, a chance de lavar esta ferida. E, vergonhosamente, abdicou desse dever.

Apenas dois dos nove ministros do STF – Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Brito – concordaram com a ação da OAB, que contestava a anistia aos agentes da repressão. “Um torturador não comete crime político”, justificou Ayres Brito. “Um torturador é um monstro. Um torturador é aquele que experimenta o mais intenso dos prazeres diante do mais intenso sofrimento alheio perpetrado por ele. Não se pode ter condescendência com o torturador. A humanidade tem o dever de odiar seus ofensores porque o perdão coletivo é falta de memória e de vergonha”.

Apesar da veemência de Ayres Brito, o relator da ação contra a anistia, ministro Eros Grau, ele mesmo um ex-comunista preso e torturado no DOI-CODI paulista, manteve sua posição contrária: “A ação proposta pela OAB fere acordo histórico que permeou a luta por uma anistia ampla, geral e irrestrita”, disse Eros Grau, certamente esquecido ou desinformado, algo imperdoável para quem é juiz da mais alta Corte e também sobrevivente da tortura. A anistia de 1979 não é produto de um consenso nacional. É uma lei gestada pelo regime militar vigente, blindada para proteger seus acólitos e desenhada de cima para baixo para ser aprovada, sem contestações ou ameaças, pela confortável maioria parlamentar que o governo do general Figueiredo tinha no Congresso: 221 votos da ARENA, a legenda da ditadura, contra 186 do MDB, o partido da oposição.

Nada podia dar errado, muito menos a anistia controlada.

Amplo e irrestrito, como devia saber o ministro Grau, era o perdão indulgente que o regime autoconcedeu aos agentes dos seus órgãos de segurança. Durante semanas, o núcleo duro do Planalto de Figueiredo lapidou as 18 palavras do parágrafo 1° do Art. 1° da lei que abençoava todos os que cometeram “crimes políticos ou conexos com estes” e que não foram condenados. Assim, espertamente, decidiu-se que abusos de repressão eram “conexos” e, se um carcereiro do DOI-CODI fosse acusado de torturar um preso, ele poderia replicar que cometera um ato conexo a um crime político. Assim, numa única e cínica penada, anistiava-se o torturado e o torturador.

Em 22 de agosto de 1979, após nove horas de tenso debate, o Governo aprovou sua anistia, a 48ª da história brasileira. Com a pressão da ditadura, aprovou-se uma lei que não era ampla (não beneficiava os chamados ‘terroristas’ presos), nem geral (fazia distinção entre os crimes perdoados) e nem irrestrita (não devolvia aos punidos os cargos e patentes perdidos).

Mesmo assim, o regime suou frio: ganhou na Câmara dos Deputados por apenas 206 votos contra 201, graças à deserção de 15 arenistas que se juntaram à oposição para tentar uma anistia mais ampliada. Um dos mentores do ‘crime conexo’ era o chefe do Serviço Nacional de Informações, o SNI, general Octávio Aguiar de Medeiros, signatário da anistia de agosto de 1979.

Menos de dois anos depois, em abril de 1981, um Puma explodiu antes da hora no Riocentro, no Rio de Janeiro. Tinha a bordo dois agentes terroristas do Exército: o sargento Guilherme do Rosário, que morreu com a bomba no colo, e o capitão do DOI-CODI Wilson Machado, que sobreviveu impune e, apesar das feias cicatrizes no peito, virou professor do Colégio Militar em Brasília.

Em 24 de abril passado, em trabalho admirável, os repórteres Chico Otávio e Alessandra Duarte, de O Globo, revelaram ao país a agenda pessoal do sargento morto, a agenda que o Exército considerou desimportante para seu arremedo de investigação. Pois lá estão anotados os nomes reais (sem codinome) e os telefones de 107 pessoas, de oficiais graduados a soldados, de delegados a detetives, passando pelo Estado-Maior da PM e o comando da Secretaria de Segurança. Nessa ‘Rede do Terror’ que conspirava para endurecer o regime não consta o nome de um único guerrilheiro. Todos os terroristas, ali, integravam o aparelho de Estado, patrono da complacente autoanistia que não satisfazia nem seus radicais.

O nome mais ilustre da agenda é Freddie Perdigão, membro de um certo ‘Grupo Secreto’ organização paramilitar de direita que jogava no fechamento político. Perdigão era coronel da Agência Rio do SNI do general Medeiros. Nada mais cínico e nada mais conexo do que isso.

O ‘Grupo Secreto’ é responsável por algumas das 100 bombas que explodiram no Rio e São Paulo entre a anistia de agosto de 1979 e o atentado do Riocentro de abril de 1981, endereçadas a bancas de jornal, publicações alternativas da oposição, Assembleia Legislativa e às sedes da OAB e da ABI.

Apesar da equivocada decisão do Supremo, o Brasil acaba de ser condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA por se eximir da investigação e punição aos agentes do Estado responsáveis pelo desaparecimento forçado de 70 guerrilheiros do Araguaia. “A Lei da Anistia do Brasil é incompatível com a Convenção americana, carece de efeito jurídico…”, criticou a Corte da OEA.

Em novembro passado, o Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou ação civil pública pedindo a responsabilização civil de três oficiais das Forças Armadas e um da PM paulista sobre morte ou desaparecimento de seis pessoas e a tortura de outras 20 detidas em 1970 pela Operação Bandeirante (Oban), o berço de dor e sangue do DOI-CODI, a sigla maldita que marcou o regime e assombrou os brasileiros. O capitão reformado do Exército Maurício Lopes Lima é frontalmente acusado pelos 22 dias de suplício a uma das presas, líder da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Nome da presa torturada: Dilma Rousseff.

Agora presidente, Dilma Rousseff encara este desafio que intimidou os cinco homens que a antecederam no Palácio do Planalto a partir de 1985, quando acabou a ditadura: a punição aos torturadores do golpe de 1964. Não será por revanchismo, mas pelo dever ético de todo país que respeita a verdade, a memória e sua história. Como fazem com altivez a Argentina, o Uruguai, o Chile ao lavar suas feridas, feias como as nossas.

Quando fui chamado para trabalhar na revista Veja em Porto Alegre, em 1971, o chefe da sucursal era Paulo Totti. Aos 32 anos, era o mais talentoso jornalista do Rio Grande do Sul, a melhor escola que um repórter poderia ter. Em dezembro de 2007, cinco meses antes de completar 70 anos, Totti conquistou o Prêmio Esso de Economia com uma reportagem sobre a China, publicada no diário Valor Econômico. O melhor jornalista gaúcho há 40 anos é ainda hoje um dos grandes repórteres brasileiros. É dele esta frase consoladora:

– A função do repórter é a única que vai sobreviver no jornalismo do futuro. Sempre vamos precisar, no futuro, de alguém que pergunte.

Totti disse e eu completo: o importante – ontem, hoje e sempre – é duvidar e perguntar.

Espero que o título honroso que a UnB hoje me confere seja o reconhecimento não às respostas que obtive, mas às perguntas que fiz ao longo destas últimas quatro décadas.

Fonte: Sítio Conversa Afiada – Discurso do Jornalista Luiz Cláudio Cunha (uma das maiores referencias do jornalismo investigativo no nosso país)  ao receber título de cidadão emérito  na UnB



UNISOL RS AGORA É REALIDADE

8 de Maio de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Com a representação de todas as setoriais organizadas no RS – Confecção, reciclagem, artesanato, metalurgia, agricultura familiar, alimentação e serviços  foi fundada a UNISOL RS neste sábado 07/05/2011 em um Encontro Estadual de Empreendimentos afiliados. Havia um espaço para a estruturação da UNISOL no estado, porém o Congresso Nacional  da Entidade não autorizava as organizações nos Estados. Na reunião do Colegiado máximo em 2010 isso foi revisto e sera levado com um grande consesnso ao Congresso de 2012. No RS já tinhamos uma Coordenação que se reunia periódicamente, fazia encontros e representava a Instituição nos espaços de representação Estadual. Faltava o CNPJ que agora será encaminhado. O primeiro Coordenador Estadual  doi escolhido por consenso entre os indicados Eduardo da COOARLAS de Canoas , Demaicon da UNIAC  de Canguçu e Antônio Prado da COOPSSOL Brasil de Porto Alegre. Prado sustentou que já faz parte da Coordenação pelo Estatuto aprovado; Demaicon vê-se com dificuldade pela distância da SEDE e acúmulo com a presidência da UNAIC  e Eduardo será assim o Coordenador para os próximos três anos. Margareth e Helena cuidam das finanças e Ana  da Secretaria



COOPSSOL FAZ BALANÇO POSITIVO de 2010 E ELEGEU NOVA DIREÇÃO

30 de Abril de 2011, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Numa ASSEMBLEIA  vigorosa de cooperados e cooperadas presentes: Antônio Prado, Cesar Schutz, Elsa Roso, Miriam Pocebon, Bibiana Paiva Nunes, Décio Soares Vicente, Guilherme Fantin, Luana Borges, Amanda Sanches Alves, Gabriela Pinheiro Machado Brochner, Felipe Weber, Ruth Ignacio, Ledir Pereira, Michel Castro, Eder Lazzarotto, Saionara Pacheco, Gisele Méllo, a Assessora Técnica da UNISOL Brasil Zadelene Zaro, e o futuro Cooperado Rubens. A AGE e AGO da COOPSSOL fizeram um balanço positivo e  elegeu uma nova Direção para desencadear os movimentos necessários a consolidação do nosso empreendimento econômico solidário como uma ferramenta para geração de trabalho e renda de forma livre e associada.Pelo terceiro ano consecutivo o balanço geral e demonstrativo de Resultados do exercício demonstra uma situação equilibrado e com fortes indicativos de consolidação de uma gestão social dos cooperados e cooperadas com a responsabilidade da Gestão.A Contadora Jane Fragoso apresentou o balanço de 2010 e o DRE ressaltando que as demonstrações contabeis apontam para um equilibrio crescente que estão consolidando a COOPSSOL. Jane registra que seu trabalho registra o que aconteceu nas transações e apresentam-se agora com asobras que serão por decisão da AGO destinadas a atender despesas administrativas.

Foram aprovadas ainda o orçamento para 2011 e uma nova quota parte que poderá ser integralizada em doze meses. A nova direção buscará maior efetividade dos Cooperad@s e fortalecer núcleos multiprofissionais para atuar em diversas ações e áreas de conhecimento e projetos. Ao final da AGO-AGE os cooperados e cooperad@s agradeceram a anterior administração presideida pelo Sociólogo  Antônio Prado e seus esforços para consolidar  a COOPSSOL que já está sendo reconhecida como uma organização profissional. Prado agradeceu os agradecimentos e disse que ‘nada poderia ter sido feito não fosse a dedicação desse coletivo e que estará sempre como cooperado efetivo – olhando por essa iniciativa como a demonstração viva de nossa capacidade e coerência ética para produzir a vida com dignidade nesse ambiente onde todos e todas podem ser profissionais valorizados”.

DIRETORIA

Presidencia: Guilherme Fantin Niemxeski - Sociólogo PUCRS
Vice-Presidência : Eder Luiz Lazzarotto  – Sociólogo Esp PUCRS

Diretora financeira: Gisele Méllo Filósofa Esp (UNISINOS)
Vice Diretor Financeiro: Felipe Weber – Sociólogo UFSC

Diretora Administrariva: Renata Pittas Di Giorgio – Socióloga PUCRS
Vice Diretora Administrativa: Amanda Sanches Alves – Socióloga PUCRS

Vogais:
Michel William Castro dos Santos – Acadm Geografia UFRGS Elsa Franke Roso – Assistente Social – IPA

Luana Borges da Silveira – Socióloga PUCRS                                                         José Luiz Bica de Mélo -  Sociólogo Dr UNISINOS Ruth Lenara Gonçalves Ignacio – Socióloga Dr PUCRS e Dr. UFRGS

Cesar Henrique Schütz – Lic. CS PUCRS

Conselho Fiscal:
Stéfani Guimaraes Vianna – Socióloga UFSM
Décio Soares Vicente – Sociólogo ME PUCRS
Saionara Pacheco – Pedagoga UNISINOS
Suplentes
Bibiana
Paiva Nunes – Jornalista PUCRS
Gabriela Pinheiro Machado Brochner – Socióloga PUCRS
Ledir de Paula Pereira – Sociólogo Dndº UFRGS



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