Ministros defendem economia solidária e cooperativismo durante congresso da UNICAFES
July 24, 2011 21:00 - no comments yetFonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário
A importância da organização produtiva, econômica e social dos agricultores familiares e trabalhadores rurais foi a tônica da abertura do III Congresso Brasileiro da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), na manhã da última terça-feira (19) em Brasília (DF).

Os ministros do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, participaram da abertura do evento que ocorreu até a última quinta-feira (21) e reuniu mais de 600 representantes de movimentos ligados à economia solidária e cooperativismo, no campo e nas cidades.
Com o tema Desenvolvimento com Inclusão Social, os empreendimentos de diferentes ramos e cadeias de produção vão debater, entre outros pontos, o foco do cooperativismo para inclusão de trabalho e renda e combate à pobreza, e a importância da agricultura familiar para produção de alimentos e segurança alimentar.
Florence apontou a agricultura familiar, a economia solidária e o cooperativismo como pilares centrais "do novo modelo transformador que vem sendo implementado nos últimos anos no Brasil". O ministro frisou que é a organização dessas famílias que vai garantir a produção de alimentos e gerar renda ao setor. "A organização da produção com autonomia econômica cria um outro modelo de produção e de distribuição da riqueza".
"Esse congresso é uma injeção de ânimo em quem está no governo", comemorou Gilberto Carvalho, afirmando que a reunião dos empreendimentos em torno deste debate é fundamental para aprofundar a opção do governo federal em organizar os trabalhadores. "É importante ter consciência de que ao mesmo tempo em que resistimos no presente, estamos plantando uma semente essencial para uma sociedade democrática e solidária. Estamos construindo o Brasil que sonhamos".
O presidente da Unicafes, José Paulo Crisóstomo, falou sobre o caminho da entidade nos seis anos de existência e apontou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/ 2012 como estratégico para fortalecer a agricultura familiar e criar um novo modelo de produção que seja includente e democrático. "Este plano safra tem um papel estratégico para fortalecer o modelo que queremos. O cooperativismo é fundamental para acessarmos esse volume de créditos, assistência técnica e os mercados como o PAA e o PNAE."
Estavam também presentes ao evento, representantes dos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Meio Ambiente, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Fundação Banco do Brasil, Fórum Brasileiro de Economia Solidária, Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fretraf Brasil), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), da Unisol Brasil além de parlamentares.
À tarde, os secretários Laudemir Müller (SAF/MDA) e Jerônimo Souza (SDT/MDA) participam do painel - Dinamização Econômica da Agricultura Familiar e o Papel do Cooperativismo Solidário.
Representantes de governos estaduais, Senaes e FBES debatem edital 02/2011
July 21, 2011 21:00 - no comments yetPor Secretaria Executiva do FBES
No dia 8 deste mês a Senaes lançou o edital "Promoção de ações integradas de economia solidária para o desenvolvimento local e territorial visando a superação da extrema pobreza", e no dia 11/07 ocorreu reunião entre representantes de governos estaduais, FBES e Senaes para discussão e apresentação deste edital.
O edital e outras informações estão no site do FBES: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=6243&Itemid=62
Sendo curto o tempo de articulação para apresentação das propostas dos governos estaduais junto com o movimento, para construção e monitoramento dos projetos, divulgamos a relação dos contatos estaduais presentes nesta reunião do dia 11/07, bem como os debates efetuados e a contribuição do FBES.
Além disso, os contatos dos representantes estaduais são uma oportunidade dos Fórum Estaduais (re)estabelecer diálogo efetivo com o governo estadual, ou mesmo de cobrar por ações e políticas nos territórios.
Na reunião do dia 11/07 a fala das representantes do FBES da Coordenação Executiva, Shirlei Silva e Andrea Mendes, além de apresentarem o histórico do movimento e o FBES, bem como do que é economia solidária e sua inserção na construção de outro modelo de desenvolvimento, colocaram que será muito importante e prioritário que se mantenha o diálogo com a expressão local do movimento para a construção das políticas. Isso porque a política de economia solidária não deve ser "prefeiturizada ou governalizada", surgindo da cabeça de um gestor que pode desconhecer o processo ou mesmo enquanto política de apenas um partido ou tendência.
Andrea Mendes frisou a preocupação do FBES de manter ou ampliar o nível de dialogo e participação dos fóruns neste processo, e os fóruns estaduais estão abertos para a construção coletiva deste outro desenvolvimento solidário, justo, territorial e sustentável. Além disso, afirmou que a territorialização da Economia Solidária deve ocorrer na perspectiva de articulação com outras políticas, visto que muitas experiências ocorrem nestas dimensões (social, ambiental, cultural e política), por exemplo com povos e comunidades tradicionais.
Relembrou também o histórico de construção da Senaes, que completou 8 anos, com ações construídas a partir do diálogo e dos subsídios oferecidos pelo movimento. Especialmente a partir de 2003, têm contribuído com o desenvolvimento da economia solidária no país, e mais recentemente com a inserção de ações e programa temático de economia solidária no PlanoPlurianual; a construção da proposta de Lei Geral, vindos de um acúmulo de pelo menos 3 anos de diálogos com as bases e com o CNES; bem como a proposta de estrutura para o Ministério ou Secretaria Especial de ES, considerando a demanda da II CONAES.
As representantes do FBES também levaram a crítica sobre a construção deste Edital, em que não houve um diálogo aprofundado, não sendo garantida a participação social no mesmo.
Na sequência, houve debate entre os representantes dos estados presentes, com a colocação de perspectivas e ações de economia solidária em curso. Roberto Marinho da Senaes, apresentou o edital que tem prazo de execução de 24 meses, com repasse em 3 parcelas e contrapartida conforme a lei 12.309/2010, organizado em 4 eixos:
1) Organização Socio Comunitárias - Agentes de Desenvolvimento
2) Formação e Assessoria Técnica
3) Investimentos e Finanças Solidárias
4) Emeendimentos/sociedade, onde o estado entra com apoio, como por exemplo, as centrais de comercialização e os locais existentes de referência da economia solidária.
Nos debates, uma preocupação levantada é que os projetos efetivem a perspectiva territorial, inserindo também as áreas rurais, pensando em como estabelecer uma relação entre campo e cidade, para um desenvolvimento articulado.
Com relação aos espaços multifuncionais e de integração de ações, os mesmos não necessitam de estrutura física, podendo inclusive utilizar os CRA's por exemplo. Nos debates, as representantes do FBES propuseram que estes espaços possam ser locais já gerenciados pelos empreendimentos/sociedade, onde o estado entra com apoio, como por exemplo, as centrais de comercialização e os locais existentes de referência da economia solidária.
Por fim, as representantes do FBES reforçara que é necessário continuar o diálogo com todos/as, para não permanecer apenas na apresentação deste edital, e sim, consolidar e pensar no desenvolvimento articulado da economia solidária no Brasil.
Acesse a lista de contatos dos representantes dos governos estaduais presentes na reunião sobre o Edital 02/2011 em: http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1441&Itemid=99999999
Economia Solidária poderá integrar Programa Temático no PPA 2012/2015
July 20, 2011 21:00 - no comments yetRelato de Daniel Tygel*
Está se desenhando uma importante vitória para as políticas públicas de Economia Solidária dentro do PPA (Plano Pluri-Anual 2012-2015): Provavelmente será criado um PROGRAMA TEMÁTICO que articula os temas de Desenvolvimento Territorial, Regional e Sustentável e Economia Solidária.
O PPA do governo Dilma é diferente dos anteriores, pois se organiza em uns 60 a 70 Programas Temáticos, enquanto antes havia centenas de "programas". O atual governo decidiu criar poucos programas temáticos para estimular a articulação e negociação entre ações de diferentes ministérios, buscando maior sinergia e visão sistêmica. A primeira proposta do governo não continha em nenhum dos 60 programas temáticos a Economia Solidária. Ela estava invisível, escondida dentro do Programa Temático de "Emprego".
Por iniciativa da Secretaria Geral da Presidência, o governo dialogou com vários movimentos sociais sobre a sua proposta de programas temáticos, em especial numa grande oficina batizada de "oficina interconselhos", que contou com a participação de mais de 400 conselheiras/os de todos os Conselhos Nacionais existentes. O Conselho Nacional de Economia Solidária reuniu-se antes desta oficina, e preparou uma proposta de intervenção a partir de um documento inicial construído pela SENAES.
O resultado desta oficina interconselhos foi inequívoco: grande parte dos movimentos sociais dos mais diferentes temas apontou a Economia Solidária como uma importante estratégia de desenvolvimento. Apenas para se ter uma ideia, num dos momentos as/os mais de 400 conselheiras/os se dividiram em 9 grupos e tinham que apontar, em cada grupo, 3 prioridades de novos eixos. Em 6 dos 9 grupos, a Economia Solidária ficou entre os três!!! Seis de nove grupos, com conselheiras/os de todas as temáticas. Detalhe: Micro e pequena empresa praticamente não apareceram, e quando apareciam, não ficavam nas prioridades e nenhum dos movimentos via sentido em juntar com economia solidária....
Certamente, este é mais um dos frutos da bela mobilização realizada em todo o país pelo movimento de economia solidária nas audiências públicas! Ainda temos muito mais para mobilizar, e devemos continuar a luta, mas já mostramos que o movimento tem identidade e projeto político: parabéns a todas e todos que participaram deste grande mutirão!
Não tinha mais como dizer que a Economia Solidária seria invisível.
Tivemos informação informal que o Ministério do Planejamento realizou então uma oficina na última terça-feira dia 12 de julho, entre 5 Ministérios, para debater a criação de um novo Programa Temático: Ministério da Integração (Desenvolvimento Regional), Ministério do Trabalho (SENAES - Economia Solidária), Ministério do Desenvolvimento Agrário (Desenvolvimento Territorial), Ministério do Meio Ambiente (Zoneamento ambiental e sustentabilidade), e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Arranjos Produtivos Locais - APLs).
A SENAES e o MDA aparentemente tiveram uma participação muito boa na oficina, e o debate sobre modelo de desenvolvimento foi a tônica. Representante do Ministério do Meio Ambiente parece ter feito uma boa provocação: "se estamos falando de um Programa Temático que tem 'desenvolvimento sustentável', estamos afirmando uma inconsistência no governo, pois estaremos dizendo que o modelo de desenvolvimento não é sustentável, com exceção deste Programa Temático!".
Enquanto MDIC e Integração aparentemente afirmavam no início da oficina que "todos nós queremos desenvolvimento, o que muda é apenas o ponto de partida", Paul Singer deixou claro que o que muda é justamente o "ponto de chegada", ou seja, que há propostas e perspectivas completamente diferentes. Enquanto num caso se faz e defende um desenvolvimento voltado ao fortalecimento do grande Capital, no outro caso, ou seja, na Economia Solidária, Territorialidade e Sustentabilidade, a finalidade é outra, é desenhar outra estratégia de desenvolvimento, que acarrete em justiça social, democracia econômica, diversidade étnica/cultural/territorial/de gênero e sustentabilidade ambiental.
Essa é uma grande vitória para as políticas públicas de Economia Solidária! Enfim, uma boa briga! A partir de agora, para o movimento de Economia Solidária, vem o bom desafio de entrar em uma briga em que vale a pena disputar, sobre o modelo de desenvolvimento do país, pois a Economia Solidária está reconhecidamente agregada neste espaço.
Isso nos remete ao debate do PL 865, em que infelizmente houve um esfriamento dos diálogos da Frente Parlamentar e da Secretaria da Presidência, visto que ainda não realizaram-se as reuniões após as audiências, apesar das solicitações do FBES. Sabemos apenas que ontem, dia 20 de julho, houve reunião entre 5 ministérios (Casa Civil, Secretaria Geral, MDIC, Planejamento e SENAES/MTE) para tentar fechar um posicionamento do governo federal sobre o PL 865, e com isso uma proposta consensual entre eles para alterações do PL 865. Ainda não sabemos o resultado, nem se os resultados das audiências públicas serão analisados para esta tomada de decisão. Também temos o indicativo de reunião do GT de diálogo com a presidência na primeira semana de agosto. Neste momento, o movimento poderá apresentar o posicionamento a partir dos resultados das audiências.
As audiências públicas, que demonstraram uma mobilização em menos de dois meses de 22 audiências públicas envolvendo diretamente 2.500 representantes dos vários segmentos do movimento, assim como a II CONAES envolvendo mais de 20 mil pessoas, a IV Plenária (que em seu processo de dois anos envolveu diretamente mais de 4.000 pessoas nos debates) e a consulta do FBES aos mais de 130 Fóruns Estaduais, Municipais e Microrregionais de Economia Solidária, têm demonstrado de forma cabal que a Economia Solidária não é simplesmente uma forma econômica de produção, é mais que isso: é um movimento social que defende uma estratégia diferenciada de desenvolvimento.
Por isso o movimento não aceita a proposta do governo em fundir as políticas de Economia Solidária e de Micro e Pequena Empresa no PL 865. Esta fusão esvazia a economia solidária da verdadeira disputa que está em jogo: que sociedade, que economia e que mundo nós queremos? Queremos sim a transformação social, cultural e econômica através de iniciativas e articulações em redes e cadeias de produção, comercialização, consumo, finanças solidárias. Queremos um outro modelo econômico (ou outros modelos econômicos)!
No debate do PL 865, ainda há muita água para correr: setores do PT, do governo e uma parcela minoritária do próprio movimento ainda acham que a economia solidária tem uma janela de oportunidades se conseguir que a nova Secretaria Especial se chame "Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo Solidário". Nas audiências públicas, este foi efetivamente um posicionamento que apareceu, por parte destes setores, e isso foi respeitado e apresentado em vários estados, além de constar na sistematização realizada pelo FBES na vídeo-conferência após as audiências.
Entretanto, é impossível negar que a grande maioria, massiva, do movimento, afirmou nas audiências públicas que a identidade da Economia Solidária é muito mais próxima com a disputa sobre o modelo de desenvolvimento, e a afinidade muito maior com movimentos sociais de reforma agrária, agroecologia, povos e comunidades tradicionais, mulheres, agricultura familiar e campesina, saúde popular.
Este é o grande resultado das audiências: uma afirmação da identidade, sem diminuir ou desrespeitar a importância das micro e pequenas empresas. Outro resultado importante das audiências, além desta afirmação de identidade para além do meramente produtivista, foi o desejo de negociar com este governo que ajudamos a eleger, a partir do respeito aos resultados das audiências públicas. Que estas audiências sejam respeitadas, sistematizadas, compreendidas como sendo uma sabedoria oriunda dos acúmulos e história do movimento.
O desejo de negociar com o governo chega ao ponto do movimento aceitar que o governo escolha o local institucional que acredite ser mais adequado para que a política da economia solidária continue crescendo e se afirmando, mesmo sem ter sua casa própria, pois o nosso debate vai além do lugar institucional, é das políticas públicas e projeto político amplo de transformação social. Se o governo, entretanto, não abrir mão e fizer questão de colocar a economia solidária como uma secretaria dentro da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa, defendemos pelo menos que o nome da Secretaria Especial mantenha-se como "Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa", e não se agregue o nome "economia solidária" ou "empreendedorismo solidário" no nome.
Isso parece uma questão menor, mas é crucial: assim com a política de economia solidária "não está em casa" dentro do Ministério do Trabalho e Emprego, também não está em casa numa "Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa". Colocar "Economia Solidária" no nome implicaria em assentir numa acomodação, numa confusão de conceitos: "micro e pequena empresa" é uma forma jurídica, nada mais. Economia Solidária é uma estratégia de desenvolvimento, que tem inclusive como um de seus desafios a organização da chamada "economia popular". Se os dois nomes se juntam, o efeito em cascata no país será imediato, e serão criados projetos de lei, fundos, conselhos de "economia solidária e micro e pequena empresa", até mesmo "fóruns de micro e pequena empresa e economia solidária", e com isso fica cooptado o sentido transformador das políticas de economia solidária no cerne do debate sobre o desenvolvimento do país.
A vitória no PPA é importantíssima: ela coloca ao movimento de economia solidária, na construção de sua V Plenária Nacional, o desafio de refletir nas estratégias de articulação com os demais movimentos sociais e de mobilização para lutar por um outro modelo de desenvolvimento, voltado e construído autogestionariamente pelo povo e a partir de iniciativas econômicas autogestionárias, e não aos Eike Batistas, Carrefours, Belo Montes e Monsantos que tanto mal fazem ao país e ao mundo.
E se tivéssemos uma "Secretaria Especial de Economia Popular e Solidária" no PL 865 (ou mesmo uma "Secretaria Especial de Desenvolvimento Territorial, Sustentável e Solidário"), tendo a economia solidária como estratégia: de inclusão produtiva [erradicação emancipatória da miséria]; de organização da economia popular; e de desenvolvimento territorial e sustentável ? Aí sim teríamos a "casa" para a articulação das políticas públicas relacionadas a Economia Solidária, sem impedir que os outros 20 ministérios tenham suas ações de economia solidária também. Esta é uma das propostas tiradas a partir das audiências públicas e que será apresentada à Presidência da República.
Segundo a vídeo-conferência realizada pelo FBES após as audiências públicas, caso o governo não veja possibilidade nesta proposta, por causa de compromissos já assumidos em campanha pela Presidenta com o setor "sebraeano" ou do "CNI" das micro e pequenas empresas, então as audiências públicas, em sua vasta maioria, expressaram que é melhor lutarmos para que esta secretaria especial fique exatamente com o nome que consta no PL 865: "Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa", e a SENAES seja uma secretaria lá dentro, com mais estrutura, orçamento e autonomia do que tem hoje no MTE, pois ali não é o espaço da política pública de ES. E, de forma complementar, que o Conselho Nacional de Economia Solidária fique ligado à Presidência.
Estes posicionamentos, que foram consensuados na vídeo-conferência de balanço do FBES das audiências públicas, se fortalecem com esta vitória do PPA. Parabéns a todas e todos, da SENAES, do FBES, dos Fóruns Estaduais, e das várias entidades e representações de empreendimentos e do movimento!
*Com correções e sugestões de Andréa Mendes.
Mudança na data da X Reunião da Coord. Nacional do FBES: convergência com a Marcha das Margaridas
July 19, 2011 21:00 - no comments yetPor Secretaria Executiva do FBES
Para convergir com a Marcha das Margaridas, a data da X Reunião da Coordenação Nacional do FBES foi alterada para 18 a 20 de agosto, em Brasília.
Após consulta aos 100 membras/os da Coordenação, a mudança foi aceita e apoiada, para que as coordenadoras e coordenadores nacionais participem das atividades da Marcha da Margaridas: "Desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade", entre 16 e 17 de agosto, em Brasília.
A convergência é fundamental visto a forte e ampla maioria de mulheres construindo o FBES, além da questão de gênero, como um dos fundamentos e pilares da Economia Solidaria, bem como a importância de darmos continuidade à interação com outros movimentos sociais.
O lema da Marcha deste ano dialoga muito com as bandeiras do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, também nos eixos e nas pautas.
Dentre as pautas, destacamos: Questionamento sobre o modelo de grandes projetos desenvolvimentistas; Pressão para preservação e conservação da biodiversidade; Reforma agrária; Assistência técnica, apoio a transição agroecológica e crédito rural, em especial por iniciativas promovidas por mulheres; Apoio a organização produtiva de mulheres; Criar e ampliar os instrumentos de divulgação e de acesso aos produtos e serviços da agricultura familiar, especialmente aqueles oriundos da produção agroecológica, da economia feminista e solidária; Orientação para a formalização dos grupos e articulação em redes, articulação com a economia solidária, PAA e PNAE; Implementar a Política Nacional de Educação do Campo e assegurar políticas públicas não sexistas; Garantir a implementação pelo Estado de creches públicas de qualidade; Assegurar e ampliar os recursos orçamentários do Programa de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM; Criar as condições necessárias ao pleno cumprimento da Lei Maria da Penha nos Estados e municípios, assistência e atendimento às mulheres do campo e da floresta; e valorização dos saberes e práticas tradicionais previstas nas políticas de saúde voltadas para as populações do campo e da floresta.
O trabalho das mulheres é fundamental para o desenvolvimento sustentável e solidário, para a soberania e segurança alimentar e nutricional e para a renda familiar!
A Marcha das Margaridas
É uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta para conquistar visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena.
A Marcha das Margaridas se consolidou na luta contra a fome, a pobreza e a violência sexista e sua agenda política de 2011 tem como lema desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
Coordenada pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais composto pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura - Contag, por 27 Federações - Fetag's e mais de 4000 sindicatos, sua realização conta com ampla parceria.
Em 2011, as mulheres trabalhadoras rurais, mais uma vez, estarão nas ruas, em movimento, para protestar contra as desigualdades sociais; denunciar todas as formas de violência, exploração e dominação e avançar na construção da igualdade para as mulheres.
Junte-se a nós. Assuma o compromisso com a luta da Marcha das Margaridas de 201. Venha marchar por desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade para todas as mulheres.
É a maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil tem esse nome, como uma forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves.
Margarida Alves é um grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.
Principais eixos da plataforma de 2011:
BIODIVERSIDADE E DEMOCRATIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS - BENS COMUNS: Em defesa do patrimônio genético, gestão e manejo sustentável dos bens comuns, da matriz energética sustentável, de uma vida saudável, sem agrotóxicos e transgênicos. Em defesa do agro extrativismo, da terra, da água e da floresta viva.
TERRA, ÁGUA E AGROECOLOGIA: Na luta pela reforma agrária, o acesso das mulheres a terra, a democratização e racionalidade no uso dos bens comuns, da agroecologia como modo de produzir e se relacionar na agricultura.
SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: Queremos o fortalecimento da agricultura familiar, alimentos saudáveis para a população, a valorização da organização produtiva das mulheres, do comércio justo e solidário e do consumo responsável.
AUTONOMIA ECONÔMICA, TRABALHO, EMPREGO E RENDA: Em defesa da autonomia econômica das mulheres, dos direitos trabalhistas e previdenciários; apoio à organização produtiva com crédito e assistência técnica; valorização da política nacional salário mínimo; por creches nas comunidades rurais; pela. divisão sexual do trabalho e igualdade no mundo do trabalho,
SAÚDE PÚBLICA E DIREITOS REPRODUTIVOS: Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade; assistência integral à saúde da mulher; pelo direito ao nosso próprio corpo.
EDUCAÇÃO NÃO SEXISTA, SEXUALIDADE E VIOLÊNCIA: Por uma educação não sexista, pela autonomia econômica e pessoal, livre orientação sexual e o fim de todas as formas de violência contra as mulheres
DEMOCRACIA, PODER E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: Democracia plena; pela ampliação da participação das mulheres do campo e da floresta nos espaços de poder e decisão política no país e no MSTTR; reforma política com igualdade para as mulheres.
SENAES promove solenidade para marcar seus oito anos
July 19, 2011 21:00 - no comments yetFonte:Lea Cunha ([email protected])
A Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) realizou, ontem (18), no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), uma solenidade de comemoração pelos oito anos de sua fundação. Para a composição da mesa foram convidados Paulo Roberto Pinto, representando o ministro do Trabalho e Emprego, o secretário nacional de Economia Solidária Paul Singer, a secretária nacional de Juventude Severine Macedo, o secretário de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SDT/ MDA) Jerônimo Rodrigues de Souza, a representante da coordenação executiva do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) Joana Mota e a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Sesan/MDS) Maya Takagi.

O secretário Paul Singer, ao reencontrar várias pessoas que fazem o Movimento de Economia Solidária no mesmo espaço em que, há oito anos atrás, foi instituída a Senaes, se emocionou. "Tiramos as cadeiras do auditório para que o povo coubesse aqui dentro e sentaram todos no chão. Tenho o direito de me comover", lembrou. Singer fez menção ainda, aos três países - Equador, Venezuela e Bolívia - que aprovaram a Economia Solidária como sua forma oficial de Economia. "A Economia Solidária está espalhada pelo mundo inteiro. E isso quer dizer que o mundo continua fiel aos seus princípios", disse.
Joana Mota, do FBES, fez um apelo por um espaço institucional independente para a pasta no governo Dilma. "Reconhecemos o avanço que a Senaes promoveu ao longo desses anos, mas não podemos esquecer o desejo de ter o nosso espaço em uma secretaria especial ou em um ministério, para que essa economia consciente que agrega cada vez mais homens e mulheres possa crescer muito mais em um processo limpo e aberto que agregue a sociedade civil", reivindicou.
O coquetel da cerimônia, oferecido pelo Instituto Marista de Solidariedade, foi preparado com os produtos de empreendimento econômicos solidários comercializados pela Central do Cerrado.