Ir para o conteúdo
Mostrar cesto Esconder cesto
Tela cheia Sugerir um artigo

Notícias da Economia Solidária na região

12 de Janeiro de 2009, 22:00 , por Desconhecido - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
Fonte: site do FBES (www.fbes.org.br)

O consumo e as nossas escolhas: existem caminhos para a transformação social?

16 de Setembro de 2014, 6:52, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Thais Mascarenhas e Juliana Gonçalves (Instituto Kairós)

Se não tem água Perrier, eu não vou me aperrear

Se tiver o que comer, não precisa caviar

Se faltar molho rosé, no dendê vou me acabar

Se não tem Moet Chandon, cachaça vai apanhar

Esquece Ilhas Caiman, deposita em Paquetá

Se não posso um Cordon Bleu, cabidela e vatapá

Quem não tem Las Vegas, vai no bingo de Irajá

Quem não tem Beverly Hills, mora no BNH

Quem não pode, quem não pode

Nova York vai de Madureira

("Vai de Madureira", de Zeca Baleiro, 2008)

Image

Perrier, caviar, molho rosé, Moet Chandon, Ilhas Caiman, Cordon Bleu, Las Vegas, Beverly Hills, Nova York... Zeca Baleiro nos traz muitas referências de consumo desejadas nessa listagem de pratos chiques e lugares caros. Tudo de fora do país. Mas a nossa realidade é outra: dendê, cachaça, vatapá, bingo, BNH, Madureira. O que temos aqui para comer e onde temos para ir e morar são outras possibilidades.

Também no filme "Funk Ostentação"(1), na realidade das periferias, o que é "da hora", "classe A", são os tênis importados, as roupas de marca, os carrões e as bebidas caras. Os maiores desejos são ter e exibir esses bens de luxo. Mas de que consumo estamos falando?

O consumo faz parte do dia a dia de todo mundo. Temos que morar, comer, beber, nos locomover, trabalhar, nos divertir, descansar. E pensar na possibilidade de produzirmos tudo o que precisamos para viver parece impossível. Assim, temos que trabalhar para conseguir dinheiro para trocar por aquilo que necessitamos. Mas do que realmente necessitamos para viver? "Você tem sede de quê? Você tem fome de quê?", já cantavam os Titãs. O que é necessidade? E qual a diferença entre necessidade e desejo?

Tem gente que acha que precisa ir fazer compras em Nova York, tem gente que sempre faz compras em Madureira, bairro popular do Rio de Janeiro. Tem gente também - esses são mais raros - que se cansa de tantas compras e tenta viver sem comprar nada(2) (e produz seu próprio alimento, vestuário e outros itens de primeira necessidade).

Assim, o consumo do que precisamos para viver pode ser maior ou menor. A esse consumo desenfreado (quando compramos muitas coisas que são supérfluas, que não precisamos realmente, que não melhoram a nossa vida de verdade) chamamos "consumismo". E ele está presente tanto na vida dos jovens da periferia como das classes mais altas. Na verdade, ele está presente na sociedade toda, pois faz parte da estratégia do capitalismo, que se fortalece quanto mais consumimos.

Para se ter uma ideia, nessa estratégia, alguns produtos são planejados para pararem de funcionar depois de um tempo, assim ficam obsoletos e temos que comprar outro novamente. É comum que as coisas que compramos sofram desgastes e quebrem. Mas quando isso é proposital, é planejado pela empresa que a produziu, então chamamos de "obsolescência programada". Um exemplo bastante conhecido é a lâmpada, que, quando foi criada, durava muitos anos. Hoje em dia uma lâmpada dura cerca de 1.000 horas(3). Isso acontece bastante com produtos eletroeletrônicos, como celulares, computadores, impressoras, TVs, câmeras fotográficas, baterias, geladeiras e eletrodomésticos em geral. Podemos querer trocar de aparelho porque ele quebrou, ou porque foi lançado outro que funciona melhor ou porque foi lançado outro que tem um estilo mais desejado.

A publicidade também é usada para aumentar o consumo, além de ditar padrões de sucesso e beleza. O jeito como é mostrado um produto, sempre cheio de promessas de felicidade, faz com que a gente passe a desejar coisas que nunca tínhamos sentido falta antes. E muitas vezes essas coisas vão se transformando, se atualizando e nos vemos "precisando" do seu último modelo. Ou passamos a desejar certos estilos de roupa e a usar as coisas de um determinado jeito, como se aquilo que a gente consumisse dissesse ao mundo o que a gente é, falasse da nossa própria identidade e nos convencesse até de que pode nos ajudar a nos aproximar das pessoas ou a entrar para certos grupos. Assim, a publicidade, a mídia e a pressão social têm uma grande influência nas pessoas, e contribui para determinar nossas escolhas de consumo.

Algumas movimentações recentes trazem questionamentos importantes sobre o consumo. Os tímidos "Isoporzinhos" (em que jovens se encontram num espaço público levando, em isoporzinhos, bebidas compradas anteriormente e não precisam comprá-las a preços exorbitantes nos bares), realizados no Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais, no início do ano, apontaram alternativas aos preços altos e à falta de opções acessíveis de lazer. Os "Rolezinhos"(4), quando centenas de jovens da periferia se encontram para dar um passeio nos shopping centers (local em geral frequentado pelas classes mais altas), de um lado, revelam o consumismo como afirmação social e, de outro, denunciam a falta de equipamentos públicos de lazer e de possibilidades culturais na periferia. Essas movimentações escancaram também os preconceitos das classes mais altas sobre o consumo dos mais pobres, que, com o aumento da renda, conseguem usar os mesmos produtos. E por que não poderiam desejar e consumir esses produtos?

O aumento do consumo nas periferias tem um importante papel de afirmação social, mas precisa vir junto com o acesso a direitos básicos, como educação, saúde, cultura, lazer e transporte. De que adianta ter roupas chiques, tênis importados e aparelhos de último tipo e viver numa casa sem tratamento de esgoto? E ter que pegar três conduções feito sardinha em lata pra trabalhar do outro lado da cidade? Que transformação social estamos construindo?

No "Funk Ostentação", aparecem muitas contradições do consumo nas periferias. Sem entrar na discussão estética, vemos que trazem a produção cultural feita pela periferia e para a periferia e mostram a recusa por uma posição subalterna, mas carregam valores e referências que surgiram no consumismo das classes mais altas e nos cantos sedutores da publicidade. Há também iniciativas de jovens da periferia que questionam esses padrões de consumo e apostam na cultura como dispositivo de desenvolvimento da economia local e fortalecimento da organização popular. Nessas quebradas, consumir a produção cultural local significa participar de um circuito de ações que buscam a transformação social por meio da cultura(5).

Voltamos aqui ao que alimenta nossa sociedade baseada no modo de produção capitalista. Nela, não interessa que as pessoas reflitam antes de comprar e tenham uma postura crítica no ato do consumo, fazendo algumas perguntas. Por exemplo, quem, antes de comprar algo, se pergunta se realmente precisa daquele produto? De onde ele vem? E para onde ele vai depois de consumido?

Em geral, o que vemos são pessoas escolhendo quais produtos vão comprar a partir do desejo e da necessidade, sem pensar no que esse ato provoca para além do que seus olhos veem, no mundo à sua volta. Ao comprar alimentos, por exemplo, a maioria das pessoas se preocupa mais com a aparência, o sabor e o preço. Outras acrescentam também a qualidade do produto, pois estão preocupadas com a própria saúde. Mas o ato de consumo tem consequências também para os outros, para o meio ambiente, a sociedade, a cultura e a economia.

Nem sempre temos todas as informações que gostaríamos. Mesmo assim, é importante refletir sobre as escolhas de consumo e buscar saber o que acontece antes do produto chegar em nossas mãos, como foi produzido, com quais matérias-primas, se gerou algum impacto ao meio ambiente, se os trabalhadores foram explorados no processo de produção, ou se são os trabalhadores que decidem como produzir e gerir o empreendimento, como está sendo comercializado, se o comerciante está recebendo uma remuneração maior que os produtores, se esta remuneração é justa etc. Assim, com essas questões, podemos saber o que estamos apoiando (quais formas de produção e comercialização, se são sustentáveis ou prejudiciais para o meio ambiente e para as relações sociais, p. ex.) ao escolher comprar e consumir um determinado produto.

Ou seja, o consumo pressupõe escolhas e, dessa forma, é um ato político. O consumo pode contribuir para a transformação social ou favorecer a manutenção das dinâmicas de dependência e exploração. Refletir sobre o nosso consumo e buscar alternativas mais sustentáveis e responsáveis é um grande desafio que encontramos hoje para efetivamente contribuir na construção de uma melhor qualidade de vida para nós mesmos e para todos.

Assim, é importante buscarmos um consumo que seja responsável, ou seja, cultivar um conjunto de hábitos e práticas que fomentam um modelo de desenvolvimento comprometido com a redução da desigualdade social. O consumo responsável tem como objetivo melhorar as relações de produção, distribuição e comercialização, o uso e o descarte de produtos e serviços, de acordo com os princípios da economia solidária, soberania alimentar, agroecologia e o comércio justo e solidário(6).

Essas escolhas ocorrem a todo momento no nosso dia a dia. E quais são suas consequências?O que estamos apoiando e construindo com elas? Se tomamos Moet Chandon em Nova York? Se tomamos cachaça em Madureira? Se ouvimos música gringa? Funk? Se vamos no sarau do bairro? Se comemos salsicha produzida numa grande indústria? Se comemos um vatapá produzido pelo vizinho? Se comemos biscoitos comprados no supermercado? Se bebemos limonada feita com limão colhido direto do pé no quintal? Se comemos pão com geleia produzida por uma cooperativa de agricultores familiares? Se cozinhamos com óleo de soja produzida por latifundiários? Se lanchamos num restaurante que é um empreendimento de economia solidária? A busca e a construção de um mundo mais justo, com menos desigualdade, também passa por essas escolhas.

NOTAS

1. Filme "Funk Ostentação": www.youtube.com/watch?v=Z5jqujaN5as

2. Como a experiência da alemã Greta Taubert, relatada no livro "Apocalipse Now": http://www.hypeness.com.br/2014/07/alema-passa-um-ano-sem-comprar-e-relata-experiencia-em-livro/

3. Buscando denunciar esse comportamento das empresas, o espanhol Benito Muros, do Movimento Sem Obsolescência Programada, foi ameaçado de morte por ter desenvolvido uma lâmpada com longa durabilidade: http://decrescimentobrasil.blogspot.com.br/2013/07/movimento-sem-obsolescencia-programada.html

4. Sobre isso, tem um ótimo texto da Rosana Pinheiro-Machado chamado "Etnografia dos rolezinhos": http://rosanapinheiromachado.wordpress.com/2013/12/30/etngrafia-do-rolezinho/

5. Como a experiência da Agência Solano Trindade, na zona sul da cidade de São Paulo: http://agenciasolanotrindade.wordpress.com

6. Ver página virtual do Instituto Kairós: www.institutokairos.net / www.facebook.com/IKairos



Feira de economia solidária na Av. Paulista

16 de Setembro de 2014, 3:33, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Fonte: http://saudeecosol.org

Image

Incubadora Itinerante de Mauá abre curso de Economia Solidária

10 de Setembro de 2014, 10:01, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Fonte: http://www.abcdoabc.com.br/maua/noticia/incubadora-itinerante-maua-abre-curso-economia-solidaria-21898

A Incubadora Pública Itinerante, da Secretaria de Trabalho e Renda, está com inscrições abertas para 40 vagas no curso de introdução à Economia Solidária. A formação será aberta a moradores das cidades do Grande ABC e composta por seis encontros quinzenais para apresentar conjuntos de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito. O primeiro encontro será realizado no próximo dia 24.

Segundo o secretário de Trabalho e Renda, Marcelo Lucas Pereira, o curso faz parte da política de fomento à Economia Solidária que visa promover o desenvolvimento socioeconômico por meio da geração de trabalho e renda. "Esse curso vai apresentar às pessoas os conceitos da Economia Solidária, que vem se tornando uma alternativa viável e próspera para trabalhadores que desejam produzir, comercializar e distribuir seus próprios produtos sob a forma da autogestão, individual ou coletivamente", explicou.

INSCRIÇÃO - As inscrições serão realizadas até dia 22 de setembro ou até o preenchimento das vagas, no atendimento do programa Qualifica Mauá. Para se inscrever, o candidato deve ter idade mínima de 18 anos, apresentar original e cópia do RG, CPF, carteira de trabalho (páginas 7, 8 e 9), e comprovante de residência.

SERVIÇO - A Incubadora Itinerante é uma ferramenta móvel que percorre os bairros da cidade oferecendo apoio à gestão econômica, financeira, administrativa, contábil, jurídica, social e ambiental para empreendimentos econômicos solidários. O projeto é baseado em quatro eixos: Sensibilização, Incubação, Comercialização e Banco Comunitário de Desenvolvimento.

Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Tornou-se, nos últimos anos, uma inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão social. Compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário.

ATENDIMENTO - O atendimento do Qualifica Mauá, responsável pelas inscrições, está localizado dentro do CPTR, na Rua Manoel Pedro Junior, 45, próximo à Praça da Bíblia. O atendimento funciona de segunda a sexta, das 8h às 17h. O telefone para contato é 4514-6141.



Serra sedia feira de economia solidária

3 de Setembro de 2014, 12:30, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Fonte: http://www.serra.es.gov.br/secom-secretaria-de-comunicacao/2014/08/serra-sedia-feira-de-economia-solidaria

Começa nesta sexta (29) e continua até o dia 14 de setembro a Feira de Produtos e Atitudes Sustentáveis de Economia Solidária. A feira será realizada no Shopping Montserrat, em Colina de Laranjeiras. Divulgação Oficinas gratuitas serão oferecidas durante a feira

Serão realizadas 25 oficinas gratuitas de artesanato, oficinas de formação em Economia Solidária e Cadeias Produtivas Sustentáveis. Os produtos confeccionados durante as oficinas serão doados aos participantes.

Na feira também terá um espaço de trocas: "Pegue o que precise, doe o que não precise"!

Neste local, as pessoas poderão doar coisas novas ou em bom estado, ou trocar por algo que precise, como livros, roupas, acessórios e outros objetos.

Será realizada também coleta de óleo de cozinha usado para a fabricação de sabão ecológico e coleta seletiva de vidros e recipientes plásticos, como embalagem de xampu e garrafa pet.

As inscrições para as oficinas podem ser feitas na Sede da associação ou pelos telefones: 99530-8173, 99853-2148, 99912-7731.



Encontro de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares debate caminhos para a ecosol

3 de Setembro de 2014, 12:25, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Fonte: http://www.pti.org.br/imprensa/noticias/encontro-incubadoras-tecnologicas-cooperativas-populares-debate-caminhos-para-economia-solidaria

Cerca de 100 pessoas participaram, esta semana, do V Encontro Regional Sul da Rede de Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCP's). O evento, realizado entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro, em Foz do Iguaçu, abriu espaço para a discussão sobre os caminhos para a Economia Solidária, por meio da troca de experiências entre ITCP's situadas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Promovido pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI), por meio da Incubadora Social, pela ITCP da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela Incubadora de Direitos Institucionais e Organizações Solidárias (Indios), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), o evento reuniu coordenadores, professores, colaboradores e acadêmicos vinculados às incubadoras da Região Sul.

Durante os três dias do encontro, foram promovidos debates, oficinas e apresentações de cases, com o intuito de estimular a troca de experiências e a articulação entre as incubadoras. As discussões foram pautadas nos temas Redes de ITCP's, conjuntura política, contribuição para políticas públicas, desenvolvimento territorial e metodologias de incubação.

Os participantes foram divididos em três grupos de trabalho: um sobre atuação em rede, um sobre cadeia produtiva e um sobre território. Com base na experiência de cada incubadora, ao final do encontro foi elaborado um documento de intenção, com as propostas de ações para fortalecer as ITCP's e impulsionar a economia solidária. "As ações definidas nesse encontro vão embasar as propostas de políticas públicas que serão debatidas na próxima edição do Fórum Mundial de Economia Solidária", afirmou o coordenador da Indios, Hayrton Francis Ximenes de Andrade.

A Rede de ITCP's foi criada para apoiar a formação e a consolidação de empreendimentos de economia solidária, por meio da articulação entre ensino, pesquisa e extensão. O objetivo é desenvolver e disseminar conhecimentos sobre cooperativismo, contribuindo para o desenvolvimento da economia solidária e para a transferência de tecnologias e de conhecimentos.

ITCP's

Diferente das incubadoras tecnológicas tradicionais, que são voltadas especificamente para novos negócios, as incubadoras sociais têm como base o associativismo e o cooperativismo, pois trabalham uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza centrada na inclusão social.

O professor Hayrton citou como exemplo as cooperativas de catadores de materiais recicláveis. "O nosso papel é levar o conhecimento de toda a cadeia produtiva para os catadores. Um catador de latinhas deve dominar a cadeia produtiva do alumínio, aprendendo, por exemplo, a fundir o material para agregar valor ao produto. Hoje, eles só fazem uma parte da reciclagem, que é a coleta seletiva. O papel das ITCP's é justamente contribuir com a transferência de tecnologias para as cooperativas populares", explicou.



Categorias

Comunicação, Organização do movimento, Região Sudeste