UFRB coordena pesquisa inédita sobre patrimônio cultural, economia e sustentabilidade no Brasil
Giugno 26, 2025 14:43 - no comments yetO Observatório da Economia Criativa (Obec), coordenado pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), deu início às investigações em campo da “Pesquisa Patrimônio Cultural, Economia e Sustentabilidade”, uma parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A iniciativa inédita em âmbito internacional visa identificar as dinâmicas econômicas associadas ao patrimônio cultural brasileiro e como elas contribuem para a sua sustentabilidade, preservação, salvaguarda e promoção.
Viabilizada por um Termo de Execução Descentralizada (TED) celebrado no final de 2023 entre o Iphan e a UFRB, com vigência de três anos e aporte de R$ 1,5 milhão, a pesquisa contribui para a superação da escassez de dados e informações sobre a dimensão econômica do patrimônio cultural brasileiro, fornecendo subsídios importantes para políticas públicas e estudos futuros.
De acordo com a professora da UFRB Daniele Canedo, coordenadora do Obec e da “Pesquisa Patrimônio Cultural, Economia e Sustentabilidade”, a expectativa é que os resultados gerados ajudem a fortalecer as políticas públicas e as ações da sociedade civil para a proteção e salvaguarda do patrimônio cultural no Brasil, contribuindo para a gestão integrada e sustentável desses bens.
O recorte do estudo é composto por 12 bens culturais materiais e imateriais reconhecidos como Patrimônio Mundial e da Humanidade pela Unesco: os Centros Históricos de Olinda (PE), de Salvador (BA), de São Luís (MA); a Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE); o Parque Nacional Serra da Capivara (PI); as Ruínas de São Miguel das Missões (RS); o Complexo Cultural do Bumba meu Boi do Maranhão (MA); o Círio de Nossa Senhora de Nazaré (PA); a Arte Kusiwa - Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi (AP); o Frevo (PE); o Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA); e a Roda de Capoeira (abrangência nacional).
“Estamos investigando quais atividades econômicas existem por causa desses bens e como o reconhecimento como patrimônio influencia essas dinâmicas. Também buscamos entender quais os efeitos dessas relações para a sustentabilidade econômica dos bens culturais brasileiros”, explica Daniele Canedo, que ressalta ainda a importância da pesquisa como oportunidade de formação para professores, técnicos e estudantes envolvidos.
A equipe de pesquisa é composta por 12 integrantes do Obec e por servidores do Iphan e, nesta etapa, está realizando observação participante das práticas econômicas envolvidas e entrevistando detentores, moradores, trabalhadores do patrimônio e demais agentes vinculados aos bens investigados em oito estados brasileiros.
O primeiro destaque foi o Centro Histórico de Salvador, na Bahia, reconhecido como patrimônio mundial. Ao longo de uma semana, a etapa empírica da pesquisa coletou dados com agentes desse território.
Boletins
Ao final do estudo, a pesquisa “Patrimônio Cultural, Economia e Sustentabilidade” terá como produtos quatro boletins:
- Primeiro Boletim: sistematização da revisão de literatura sobre conceitos relacionados à sustentabilidade econômica do patrimônio cultural;
- Segundo Boletim: sistematização parcial dos dados, enfatizando aspectos da dimensão econômica e da sustentabilidade dos bens investigados;
- Terceiro Boletim: sistematização das informações considerando a realização da etapa de campo virtual da pesquisa, por meio de entrevistas online com gestores públicos e agentes vinculados aos bens;
- Relatório Final;
- Capacitação com a equipe interna do Iphan, detentores, trabalhadores da cultura e organizações atuantes no campo do patrimônio cultural brasileiro.
Esta é a segunda etapa do projeto. A primeira, já concluída e cujo boletim será publicado em breve, envolveu a contextualização dos bens culturais, a imersão nos marcos teóricos e a elaboração da metodologia da pesquisa a partir dos procedimentos de revisão de literatura, mapeamento de expectativas e encontro com especialistas.
Sobre o Obec
O Observatório da Economia Criativa é um grupo de pesquisa multidisciplinar e interinstitucional criado em 2012, a partir de um edital da Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura, como parte de uma rede nacional de observatórios vinculados a universidades federais para produzir conhecimento e experiências sobre a economia criativa local, estadual e nacional. É formado por docentes, discentes e pesquisadores da UFRB, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade do Estado da Bahia (Uneb), além de pesquisadores independentes ou vinculados a outras instituições públicas e privadas.
O objetivo é promover atividades de ensino, pesquisa e extensão no campo da economia criativa, entendendo a cultura como base para o desenvolvimento integrado e inclusivo. A atuação do grupo contempla diversas áreas do conhecimento, incluindo artes, comunicação, economia, administração, estatística, gestão e produção cultural.
Três eixos principais guiam as ações do Obec:
- Mapeamento e Pesquisa: investigando territórios, comunidades, redes e circuitos criativos, além de sistematizar dados e indicadores econômicos e sociais relacionados à economia criativa na Bahia. As linhas de pesquisa abrangem temas como economia criativa e turismo, economia da festa e do espetáculo, audiovisual, música e tecnologia, cidades criativas, entre outros.
- Estudo dos Processos: analisando estratégias de gestão da criatividade para solucionar problemas sociais, sustentabilidade mercadológica das iniciativas criativas e articulação em redes dos setores criativos do estado.
- Apresentação de Resultados: publicando artigos, ensaios, notas técnicas, vídeos e realizando eventos gratuitos para discutir temas relevantes e divulgar os resultados das pesquisas, reunindo artistas, produtores, gestores e representantes de organizações públicas e privadas.
Acompanhe as ações do Obec em instagram.com/obecbahia.
Com informações do Iphan.
UFRB e MinC oferecem curso gratuito sobre os impactos da inteligência artificial na cultura
Giugno 26, 2025 12:05 - no comments yetO setor cultural vem sendo impactado pela Inteligência Artificial, desde as transformações dos modelos de distribuição das indústrias da música e do audiovisual pelos algoritmos das plataformas até o uso da IA generativa na criação, produção, distribuição e mediação. Este é o tema do novo curso da Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural (Escult), que está com inscrições gratuitas abertas no site escult.cultura.gov.br até 27 de agosto.
A formação “Inteligência Artificial e Cultura” abordará os conceitos fundamentais, aplicações práticas, desafios éticos e regulatórios e suas implicações para profissionais da cultura. O curso foi desenvolvido pelo Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em parceria com o Ministério da Cultura (MinC) e é realizado na modalidade de ensino a distância, com aulas gravadas e perfil autoinstrucional.
Segundo a professora Beth Ponte, o curso foi desenvolvido pensando em um público amplo, que vai de artistas e produtores a gestores e outros agentes culturais. “Para aqueles que ainda estão começando a explorar o tema, o curso oferece uma base sólida para entender o que é a Inteligência Artificial e como ela já é aplicada na cultura e no patrimônio, além de trazer dicas de como fazer um uso mais informado e mais seguro. Já para os profissionais que utilizam essas ferramentas no dia a dia, o curso aprofunda o conhecimento, ajudando na discussão sobre Direitos Autorais e IA e apresentando múltiplos estudos de caso e exemplos de ferramentas e sistemas, além de dicas práticas de como incorporar a IA na gestão de projetos culturais”, explica.
O curso está alinhado a uma diretriz central da UNESCO, destacada na publicação "Recomendações para a ética da Inteligência Artificial", de 2021, que orienta os países a promoverem a capacitação em IA voltada para profissionais da cultura. A iniciativa também busca engajar o setor cultural no debate sobre o desenvolvimento da inteligência artificial, incentivando uma abordagem crítica e construtiva. Ao mesmo tempo, destaca as possibilidades de uso das novas tecnologias em benefício da cultura, sem deixar de lado os riscos e os dilemas éticos envolvidos.
Coordenação das atividades
A professora Beth Ponte é a responsável por guiar os participantes nas discussões sobre o tema. Gestora cultural e consultora, ela possui experiência em planejamento estratégico, indicadores culturais, gestão do conhecimento, estratégia e letramento digital. Possui Mestrado em Cultura e Sociedade (UFBA) e MBA em Gestão e Transformação Digital (USP). Desde 2013, é professora convidada de cursos de pós-graduação em gestão cultural no Brasil (SESC SP, ABGC, PUC Minas) e exterior (Leuphana University/ Lüneburg - Alemanha).
É pesquisadora associada do Observatório de Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA) e membro do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Organizações Sociais da Cultura (ABRAOSC). Foi German Chancellor Fellow (2018/2019) da Fundação Alexander von Humboldt, na Alemanha, onde desenvolveu o projeto "Quality for Culture" (Qualidade para a cultura) sobre gestão da qualidade para organizações culturais.
UFRB realiza sessão solene em Santo Amaro e anuncia doação de terreno para sede definitiva
Giugno 20, 2025 1:23 - no comments yetA Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) realizou, no último sábado (14), a tradicional transferência de sua sede administrativa para a cidade de Santo Amaro durante as comemorações do 14 de junho de 1822, data que marca o protagonismo histórico do município no movimento de emancipação política do país. A sessão solene do Conselho Universitário (Consuni) da UFRB aconteceu no Salão do Poder Legislativo Municipal e reuniu autoridades acadêmicas, membros do poder público e da sociedade civil.
Em uma cerimônia carregada de simbolismos, a sessão rendeu homenagens à história de Santo Amaro e dessa data emblemática para a cidade. Em 14 de junho, os santamarenses comemoram a assinatura da Ata da Vereação, documento que se posicionou pela Independência do Brasil e pela instalação de instituições autônomas no país, incluindo uma universidade pública. A relevância e o legado deste marco histórico foram lembrados pelos participantes do evento.
O vice-reitor da UFRB, professor Fábio Josué, ressaltou a importância de manter viva a memória dessa data, que já se consolida no calendário acadêmico da instituição, desde o ano de 2017, atendendo a um pleito do legislativo municipal. “O 14 de junho de 1822 representa muito para o povo de Santo Amaro, mas também para o povo do Recôncavo e, ousaria dizer, para o povo da Bahia e do Brasil”, pontuou. “A Ata da Vereação é um grande esboço de um projeto de independência do país, por tudo que representa do ponto de vista dos anseios de liberdade e de autonomia política, cultural e intelectual”, afirmou Fábio Josué, destacando a coragem e o pioneirismo desta luta que tornou possível, anos depois, a presença da UFRB na cidade.
A diretora do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult), campus da UFRB em Santo Amaro, professora Rita Dias, comemorou os avanços conquistados ao longo dos 12 anos de atuação da instituição no município, compartilhando esse mérito com a população local. “Hoje é um dia de celebração para nós, pela grata satisfação de fazer parte da construção de um ideal que se consolida dia a dia no Recôncavo”, declarou, para logo em seguida acrescentar: “Além da satisfação de saber que estamos desenvolvendo educação pública de qualidade, temos também a de estar contribuindo, em solo tão lutador, que é o solo do Recôncavo, com essa construção coletiva de autonomia e liberdade e de consciência altiva que cada cidadão daqui tem, independente das adversidades e apesar delas”.
A diretora ressaltou que, atualmente, são sete cursos de graduação que envolvem o pensar e o fazer em torno da cultura, além da promoção do acesso e da garantia desse direito que, em sua opinião, é extremamente secundarizado, mas que é responsável pela ampliação dos horizontes de compreensão da existência humana. “Nosso centro celebra esse ano cerca de 1500 alunos inscritos na graduação, a implantação de dois cursos de mestrado stricto sensu e uma parceria pioneira com o Ministério da Cultura em que são oferecidos cursos online para trabalhadores dessa área, que hoje alcançam 21 mil inscritos”, destacou.
Doação de terreno
A reitora da UFRB, professora Georgina Goncalves, definiu o campus de Santo Amaro como a “jóia da Universidade”, pela cultura do lugar e de seu povo. Em seguida, registrou o seu profundo agradecimento ao Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, pelo empenho e dedicação para a consolidação da UFRB nesta cidade, em especial pela doação de novo terreno para a construção de sua sede definitiva.
No último dia 30 de maio, o Governo da Bahia declarou de utilidade pública, para fins de desapropriação, a área de terra medindo 20.172,00m², situada no na BA-420, para a implantação do novo campus da UFRB em Santo Amaro. O projeto arquitetônico da instituição já está pronto e será adaptado para o novo terreno, cuja construção agora sinaliza a necessidade de liberação dos recursos pactuados com o Governo Federal.
Após o anúncio oficial da doação, a reitora ressaltou a importância do reconhecimento do debate democrático, que marca a Universidade, mas que marca também outras instâncias políticas. “Na Universidade do Recôncavo, mas sobretudo em Santo Amaro, nossa esperança como comunidade universitária deve se casar com a esperança da gente do nosso território, que luta por direito ao ensino público, gratuito e de qualidade”, disse Georgina Gonçalves, em seu discurso.
“Confiamos, enfim, na força do campo democrático que vence o medo, semeia a esperança. Viva o Povo de Santo Amaro, viva a luta pela liberdade, viva a Universidade do Recôncavo, que é uma instituição para sempre”, finalizou a reitora, que recebeu homenagens da Câmara de Santo Amaro e do movimento “Para ser do Recôncavo, tem que estar em Santo Amaro”, coletivo em defesa da implantanção da Universidade no município, fundado em 2009.
A sessão especial em Santo Amaro foi transmitida pela TV UFRB. Confira na íntegra:
Projeto Lean Healthcare da UFRB conquista registro no INPI de dois jogos voltados à saúde
Giugno 18, 2025 15:23 - no comments yetO projeto Lean Healthcare, desenvolvido pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), obteve dois registros de desenho industrial junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A iniciativa, coordenada pela professora Cristiane Agra Pimentel, do Centro de Ciência e Tecnologia em Sustentabilidade (CETENS), em Feira de Santana, utiliza jogos pedagógicos para ensinar conceitos de engenharia de produção aplicados à área da saúde.
Os registros 一 números BR 30 2024 005386 0 e BR 30 2024 005386 0 一 referem-se a dois jogos de cartas que abordam o ensino de ferramentas da engenharia de produção na farmácia hospitalar e na organização de caixas de emergência, comuns em Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). Segundo a coordenadora, os jogos facilitam o entendimento de termos e a aplicação prática dessas ferramentas pelos profissionais de saúde, tornando o aprendizado mais acessível e interativo.
Desenvolvidos durante a pandemia da Covid-19 como alternativa didática para o ensino remoto, os jogos se mostraram eficazes e continuaram a ser utilizados após o retorno das atividades presenciais. Eles são aplicados em unidades de saúde da região, como o Hospital Clériston Andrade e o Hospital da Mulher, além de eventos como recepções de calouros e feiras de ciências, fortalecendo a relação da universidade com a comunidade.
A equipe do Lean Healthcare é formada por estudantes de Engenharia de Produção e do ensino médio, que atuam como bolsistas de iniciação científica, contribuindo tanto no desenvolvimento dos produtos quanto na sua aplicação prática. Com os dois novos registros, o projeto acumula sete jogos registrados junto ao INPI 一 todos voltados para diversas áreas de unidades de saúde, como almoxarifado, centro obstétrico, farmácia, entre outros.
Um diferencial importante, destacado pela coordenadora, está no design dos jogos. “Nós fazemos a parte gráfica e os registros protegem essa parte, o chamado de registro de desenho industrial, para que ninguém copie. São designs fáceis e aplicáveis na área da saúde, otimizados com figuras ou com textos que alinhem tanto engenharia quanto saúde”, explica Pimentel. Alguns jogos já contam com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, e há planos para o desenvolvimento de versões digitais na forma de aplicativos ou de sites.
Os registros de desenho industrial conquistados pelo projeto Lean HealthCare se somam a outras conquistas alcançadas pelo grupo, como o destaque no Lean Summit Saúde e o reconhecimento na premiação do INPI, ambas em 2024. Para a coordenadora do projeto, elas simbolizam o desenvolvimento acadêmico e o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela equipe.
Sobre o Projeto Lean HealthCare
Criado em 2019, o Lean Healthcare é um projeto de pesquisa que propõe a implementação da filosofia Lean na área da saúde, promovendo controle e manutenção de uma saúde plena e preventiva. O projeto se destaca por unir o ensino de engenharia com práticas que podem transformar a gestão da saúde no Brasil.
A filosofia Lean diz respeito à otimização de processos, buscando eliminar desperdícios e aumentar a eficiência, com foco na entrega de valor ao cliente. Aplicada à área da saúde, a metodologia busca otimizar processos e reduzir desperdícios, com foco na melhoria da qualidade do atendimento e na maximização do valor para o paciente.
Acompanhe o perfil do Lean Healthcare nas redes sociais e saiba mais sobre as ações do projeto.
Com apoio da UFRB, Escult supera 100 mil matrículas em formações para setor cultural
Giugno 17, 2025 12:34 - no comments yetLançada em janeiro de 2024, a Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural (Escult) já registrou mais de 109,3 mil matrículas para os cursos e qualificações direcionados à ampliação das capacidades formativas dos trabalhadores da cultura responsáveis pelo setor produtivo cultural do país. Desde o lançamento, a plataforma on-line — parceria do Ministério da Cultura (MinC) com o Instituto Federal de Goiás (IFG) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) —, promoveu 14 formações em diferentes segmentos culturais e já somam mais de 20 mil certificados emitidos.
As formações com os maiores números de matrículas, até o momento, foram: Produção Audiovisual (18.060), Fotografia (16.354), Produção de Documentário (13.848, em andamento), Agente Cultural (11.059, em andamento), Sonorização (10.007) e Elaboração de Projetos de Propostas Simplificadas (9.730).
Parceria
Na construção e implementação da política nacional de formação cultural, duas instituições vêm desempenhando papéis essenciais que vão além da oferta de cursos: a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e o Instituto Federal de Goiás (IFG). Parceiros estratégicos do Ministério da Cultura (MinC) e cocriadores da iniciativa do Escult, UFRB, por meio do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), e IFG têm contribuído diretamente para o desenvolvimento e consolidação da política.
Enquanto o IFG lidera a concepção e o desenvolvimento técnico da plataforma digital da ESCULT, a UFRB tem atuado ativamente na definição das diretrizes pedagógicas e estratégicas. Professores(as) e técnicos(as) da Universidade colaboram de forma contínua, agregando experiências acadêmicas, metodológicas e territoriais à política pública.
Além disso, a UFRB é responsável pela oferta de cursos livres e da Especialização em Política e Gestão Cultural, via plataforma ESCULT. Para Luciano Simões, professor da UFRB e coordenador local da iniciativa, a parceria entre as três instituições evidencia o poder transformador da educação quando aliada ao compromisso com a valorização dos territórios e dos saberes locais.
Simões destaca que a grande procura pelos cursos revela uma demanda reprimida por qualificação no setor: "reflete uma necessidade represada e um direito fundamental para os trabalhadores e trabalhadoras da cultura”.
A Especialização em Política e Gestão Cultural, iniciada em março de 2025, ilustra bem essa demanda: foram 1.171 candidatos(as) para 120 vagas. A turma reúne estudantes das cinco regiões do país, representando 20 estados e o Distrito Federal. O curso é oferecido de forma on-line, com a previsão de três encontros presenciais ao longo da formação.
Segundo ele, a iniciativa cumpre um papel crucial ao garantir acesso gratuito à formação de qualidade, promovendo melhores condições de atuação no mercadopara os profissionais da cultura e fortalecendo os vínculos entre os saberes já acumulados e os novos conhecimentos apresentados nos cursos.
Elba Oliveira, de São Félix, no Recôncavo Baiano, é um exemplo do impacto da formação oferecida pela ESCULT. Pedagoga de formação e pós-graduada em Ensino da Matemática, Elba trilhou inicialmente o caminho da sua formação. No entanto, sua trajetória profissional a levou a assumir a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de seu município — momento em que a cultura passou a ocupar um lugar central em sua vida. Atualmente, ela está cursando a Especialização em Política e Gestão Cultural.
"Durante muito tempo, atuei na gestão pública da cultura de forma bastante intuitiva, sempre buscando conhecimento por conta própria", conta Elba. "A chegada da especialização em Política e Gestão Cultural, por meio da plataforma ESCULT e em parceria com a UFRB, foi realmente um divisor de águas. Pela primeira vez, tive a oportunidade de alinhar minha prática à teoria."
Segundo ela, a formação tem ampliado seu repertório e proporcionado uma vivência colaborativa com profissionais de diversas partes do país. “Interagir com pessoas de diferentes realidades nos dá uma dimensão mais ampla dos desafios e também das potências do setor cultural. Hoje, me sinto muito mais preparada e confiante para exercer meu papel com responsabilidade e conhecimento”, afirma.
De acordo com Simões, a abrangência nacional da ESCULT a consolida como um marco na qualificação de agentes culturais em todo o Brasil, contribuindo diretamente para o fortalecimento da cultura enquanto política pública e direito de cidadania. A sólida parceria entre MinC, UFRB e IFG reforça a convicção de que a educação tem um poder transformador, sobretudo quando enraizada nos territórios e nos saberes locais.
Futuro da Escult
Para o diretor de Políticas para os Trabalhadores da Cultura, Deryk Santana, os próximos passos da escola incluem a ampliação das entidades conveniadas, com o objetivo de formar uma rede com pelo menos uma parceira por região do país, além de nova oferta dos cursos já concluídos. Também está previsto o lançamento de formações inéditas, baseadas em um mapeamento de demandas não atendidas, e a implementação de escritórios de incubação de projetos e empreendimentos culturais. Um programa piloto está planejado para iniciar no segundo semestre deste ano, com foco na região do Recôncavo Baiano.
Formatos diversos
Os cursos da Escult são divididos em duas categorias com prazo de conclusão entre três e seis meses e oferta semestral. Os de Formação Inicial e Continuada (FIC) têm carga horária de 160 horas e são destinados à formação para ingresso ou reingresso no mundo do trabalho, à qualificação e atualização, ao aprimoramento profissional e/ou para a elevação profissional ou escolaridade do trabalhador. Já os cursos livres ou de curta duração, com carga horária de até 60 horas, são mais específicos de uma determinada área profissional.
Em 2024 foram realizadas, por exemplo, as formações de Elaboração de Projetos de Propostas Simplificadas; Submissão de Propostas Simplificadas; Prestação de Contas de Propostas Simplificadas; Produção Audiovisual; Fotografia. Já em 2025 as formações de Produção Musical na Plataforma Reaper, Trilha Sonora para Artes ao Vivo, Design do Espetáculo, Sonorização e Produção de Documentário.
Novidades
Três cursos livres estão atualmente com inscrições abertas — Cinegrafia, Agente Cultural e Produção de Single, EP e Álbum. Com o objetivo de oferecer habilidades profissionais de análise de mérito e financeira de projetos culturais submetidos às políticas de fomento à cultura promovidas por órgãos estatais, o curso livre e gratuito de Analista e Parecerista de Projetos Culturais recebe inscrições até 30 de agosto de 2025. Para mais informações, acesse o site da Escult.
Quem foi Solano Trindade?
Francisco Solano Trindade foi um poeta, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante do Movimento Negro nascido em Recife em 1904. Em 1950, foi co-fundador do Teatro Popular Brasileiro (TPB). Publicou os livros “Poemas de uma Vida Simples”, “Seis Tempos de Poesia” e “Cantares ao meu Povo”. Como ator, participou dos filmes “Agulha no Palheiro”, “Mistérios da Ilha de Vênus” e “O Santo Milagroso”. Trabalhou também como artista plástico, pintando quadros a óleo. Um deles hoje faz parte do acervo do Museu Afro Brasil.
Com informações do Ministério da Cultura