Egressa da UFRB é eleita para a Academia Propriaense de Letras, Ciências, Artes e Desporto
junio 5, 2025 15:00 - no comments yet | No one following this article yet.A cineasta, roteirista, educadora e pesquisadora Bia Víeirah, egressa do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi eleita para ocupar a cadeira nº 27 da Academia Propriaense de Letras, Ciências, Artes e Desporto (APLCAD), em Propriá (SE), sua cidade natal. A cadeira tem como patrono o advogado Josias Nunes e esteve anteriormente ocupada por Valdir Nunes Feitosa, membro fundador da academia.
Aos 33 anos, Bia será a mais jovem integrante da APLCAD e levará ao espaço acadêmico e literário a potência do cinema como linguagem de escrita e reexistência. Sua eleição representa um marco na renovação das instituições culturais locais, incorporando expressões artísticas contemporâneas e saberes oriundos das margens e das tradições afro-brasileiras. A cerimônia de posse será anunciada pela Academia.
“Minha formação na UFRB foi determinante para que eu pudesse entender o cinema como uma forma de escrita do mundo e da memória. Voltar para minha cidade e ser eleita para a Academia Propriaense é uma responsabilidade enorme, mas também uma forma de devolver em palavra e imagem tudo o que aprendi”, afirma Bia.
Formação e trajetória na UFRB
Graduada em Cinema e Audiovisual pela UFRB, Bia desenvolveu um percurso acadêmico-artístico fortemente vinculado à educação popular, à memória e às culturas negras. Ao longo da graduação, integrou projetos de extensão, grupos de pesquisa e coletivos de produção audiovisual, produzindo filmes e ações culturais que dialogam com questões sociais e identitárias.
Seu trabalho de conclusão de curso resultou no curta-metragem Em Busca de Lélia (2017), um tributo poético à intelectual Lélia Gonzalez. O filme foi premiado, exibido em mostras e festivais, e tornou-se referência no campo do cinema negro brasileiro.
A UFRB teve papel central na formação artística e política de Bia, sendo espaço onde ela consolidou sua visão de cinema como ferramenta de escuta, afeto e transformação. Bia é autora de textos publicados nos livros Cinema Negro Baiano (2021) e Histórias Forasteiras II (2022). Mesmo após sua graduação, Bia segue conectada à universidade, participando atualmente do projeto Axé nas Redes, como Diretora Geral das obras que serão resultadas do mesmo pelos alunos.
Atuação artística e cultural
Atualmente, Bia é pós-graduanda em Cinema e Linguagem Audiovisual e sócia-fundadora do Instituto Memorial Lélia Gonzalez (IMLG). Dirigiu e roteirizou os filmes Tinta Preta (2021), Fanfarra Polivalente (2024), Filomena e o Mar e Entre Águas e Telas (em pós-produção). Atuou ainda em produções como Narrativas Negras Não Contadas (Warner Bros/Max, 2024), Na Rédea Curta (2022) e Lápis de Cor (2014).
Bia também atuou em dois filmes dirigidos por Adélia Sampaio — em 2018 e em 2025 — a primeira cineasta negra brasileira a realizar um longa-metragem. Essa parceria reforça seu compromisso com o legado dos cinemas negros no Brasil.
Criadora dos projetos Cinemando no Quilombo e Cinema em Fluxo, voltados à formação audiovisual em comunidades quilombolas e ribeirinhas, Bia foi homenageada com o troféu “Destaque Memória e Resistência” na 9ª edição do Festival Goiamum Audiovisual.
0no comments yet
Por favor, escribe las dos palabras debajo