{youtube}vXwbXxHCouo{/youtube}

A emoção tomou de conta das pessoas presentes à solenidade comemorativa do cinquentenário de formatura da Turma de Engenheiros Agrônomos de 1972, diplomados pela Escola de Agronomia da UFBA (EAUFBA), na manhã do dia 26 de novembro, no auditório Professor Luiz Mendes (PPGCI), Campus Cruz das Almas.  

O evento foi incluído na agenda oficial como atividade comemorativa da programação do Bicentenário da Independência do Brasil, realizado pela UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), sucessora da EAUFBA. 

Estiveram presentes na solenidade, vinte e seis engenheiros agrônomos, cônjuges, e seus familiares; professores, técnicos-administrativos e terceirizados, bem como convidadas e convidados. 

A solenidade histórica começou com as execuções das músicas “Emoções”, de Roberto Carlos; do cinquentenário de Agronomia e Agradecer para ser Feliz, as duas últimas de autoria de integrantes da turma de 1972.  

No telão principal, montado no auditório, imagens recuperadas de arquivos pessoais e institucionais, foram transmitidas: Campus da EAUFBA, aulas, formatura, prédios históricos (como os alojamentos estudantis; as casas dos bairros de professores e de técnicos-administrativos), e do Paço Municipal de Cruz das Almas. 

Parte dos integrantes do Canto Coral da UFRB, comandado pelo maestro Alípio Martins, interpretou diversas canções ligadas à terra e à amizade. Em seguida, aconteceu a composição da mesa de honra, composta pelo reitor da UFRB, Fábio Josué; o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Euricles Neto, representante do prefeito Ednaldo Ribeiro; o diretor do Centro de Ciências Agrárias e Biológicas (CCAAB), Josival Santos Souza; o coordenador do Curso de Agronomia da UFRB, Anacleto Ranulfo dos Santos; e o engenheiro agrônomo José Antonio Nascimento da Cunha, representante da Comissão Organizadora do cinquentenário. 

Depois de composta a mesa, o coral cantou o Hino Nacional e o cerimonial registrou, nominalmente, os engenheiros agrônomos e seus cônjuges presentes no ato comemorativo. O engenheiro agrônomo José Antonio Nascimento da Cunha falou em nome da turma de 1972, e relatou os procedimentos para a execução da programação do cinquentenário da formação da turma, realizada integralmente no ambiente universitário. 

José Antonio lembrou que Cruz das Almas recebeu os alunos, no período de 1969-1972, como Escola de Agronomia da UFBA. 

O professor Anacleto Santos, com 43 anos de formado em Agronomia pela EAUFBA, saudou os presentes; relatou que o curso de Agronomia, atualmente, tem uma grade curricular com 58 disciplinas, correspondente a 4.282 horas/aulas e falou do avanço das tecnologias na Agronomia. 

O diretor do CCAAB, Josival Souza, disse que nasceu em 1972, ano em que os formados terminaram o curso. Aos 10 anos de idade, Josival disse que voltou a EAUFBA, na formatura de seu irmão, em Agronomia. Josival disse que vê muito carinho na forma com que os professores remanescentes da EAUFBA se tratam e falam uns dos outros e os alunos destes. “Se não fosse pela força e união dos professores e dos ex-alunos da Escola de Agronomia, a UFRB não existiria”. 

Para Josival Souza, outro marco importante, é o fato de EAUFBA ter sido o berço das ciências agrárias do Brasil e a primeira escola de Agronomia da América Latina. 

O secretário municipal, Euricles Neto, fez uma saudação aos presentes, lembrando que é filho de professor da instituição com quem conviveu na infância e adolescência com vários professores, dentre eles, Anacleto.  

A palavra seguiu com o reitor, professor Fábio Josué, que destacou a alegria imensa de receber os agrônomos formados na Turma de 1972. “É importante tê-los, novamente, nessa manhã de congratulação e de convívio”. Fábio Josué disse entender que para “além de nossas atividades rotineiras de ensino, pesquisa e extensão, é preciso estar aberta para a toda a sociedade; e é sempre motivo de alegria receber egressos de nossa instituição, porque temos a oportunidade singular de ouvir uma avaliação da experiência formativa que tiveram; e de falar de suas experiências após o recebimento do diploma da universidade”. 

Para Fábio Josué, o encontro contribui para ativar as lembranças, as memórias e os afetos dos engenheiros da Turma de 1972. O reitor falou da importância do povo do recôncavo da Bahia nos movimentos organizados pela independência do Brasil e historizou os acontecimentos importantes que marcaram à época, entre os quais, a reivindicação em Santo Amaro, pela criação de uma universidade pública, conforme registro da Ata 14 de junho de 1822. Entretanto, somente em 2005, o povo foi contemplado com a criação da UFRB. 

O engenheiro agrônomo José Azevedo Dias agradeceu ao reitor, Fábio Josué, “pelo modelo administrativo de acolhimento, que vai nos marcar para sempre”. Ele disse que quando chegou ao Campus Cruz das Almas fez uma viagem ao passado e a emoção lhe dominou. Dias disse que era hábito a Turma de 1972 se reunir regularmente, após a formatura. A próxima reunião será em Aracaju (SE), na qual o reitor foi convidado publicamente. 

No período Imperial, os produtores de álcool e açúcar da região nordeste entraram em decadência devido a vários fatores, entre eles, a concorrência holandesa, fim da escravidão e o desenvolvimento do setor cafeeiro na região sudeste. Logo, os produtores nordestinos buscaram uma solução para a crise agrícola. Em busca de mão-de-obra mais qualificada e conhecimentos, foi autorizada, em 1859, a criação do Imperial Instituto Baiano de Agricultura, por dom Pedro II. Em 1875, em São Bento das Lages, no município de São Francisco do Conde foi fundada a primeira escola de Agronomia no Brasil, que em 1920, foi transferida para a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 29 de julho de 2005 foi desmembrada a EAUFBA e criada a UFRB. 

Dias falou do progresso da agronomia nos últimos cinquenta anos, com a criação da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em 1973, e a formação profissional de engenheiros agrônomos nas universidades, dentre elas, a EAUFBA. Dias destacou com isso, o crescimento exponencial do agronegócio do Brasil, que passou a alimentar 1 bilhão de pessoas pelo mundo. 

O professor Alino Matta Santana, 82 anos, representando todos os professores da Turma de 1972, se disse muito emocionado e alegre pelo reencontro com os ex-alunos e falou de seu livro “Pérolas da Escola de Agronomia”, descrevendo as estórias, os causos e as histórias engraçadas e interessantes envolvendo servidores, professores e técnicos; e alunos.  

O reitor Fábio Josué fez a palestra “UFRB, a Federal do Recôncavo: apresentação institucional”, onde se conheceu a magnitude, a importância e universalidade da atual Universidade que tem transformando a vida de muitos jovens do Recôncavo, da Bahia e do Brasil.

Homenagens 

Como uma forma de registrar a passagem desses 50 anos de formatura, a Reitoria fez a entrega de um Certificado a cada um dos engenheiros agrônomos de um Certificado. 

Os engenheiros agrônomos registraram, com saudade, e prestaram uma homenagem póstuma a quatro ex-funcionários da Escola de Agronomia: Carlos Mathias dos Anjos (Amigo da Turma de 1972); Djalma Lima dos Santos; o velho Tomé; e Chico Banha (motorista do ônibus) entregando um Certificado “como um símbolo de gratidão pela convivência amiga e a dedicação de cada um deles ao trabalho que prestaram a Escola de Agronomia”.  

Na programação, a UFRB ofereceu um tour pelas instalações do Campus da Universidade; seguido pelo plantio da árvore da turma de 1972 – marcando os 50 anos de formatura - e encerrou com o Descerramento da Placa dos 50 anos da Turma de 1972, no Saguão do Prédio da Reitoria da UFRB.

{gallery}noticias2022/50anos{/gallery}