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Pesquisadores da UFRB destacam potencial de suas invenções no ano de 2022

27 de Outubro de 2022, 17:24 , por UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Pesquisadores e pesquisadoras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) destacaram o potencial tecnológico, econômico, cultural e social de suas invenções, reconhecidas com o Prêmio Inventor UFRB, entregue durante o encerramento da 8ª Reunião Anual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Recôncavo da Bahia (Reconcitec 2022), na última sexta-feira, dia 21, no auditório da PPGCI, campus Cruz das Almas.

O prêmio concedido, pelo segundo ano consecutivo, foi instituído pela Coordenação de Criação e Inovação (CINOVA), vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Criação e Inovação (PPGCI) da UFRB. Esta edição teve treze invenções reconhecidas, dentre elas Patentes, Programas de computador e Desenhos Industriais. O prêmio reconhece aqueles e aquelas que contribuíram para o desenvolvimento da inovação tecnológica na universidade durante o ano de 2022.

No Brasil, a propriedade intelectual está dividida em três ramos de direitos específicos: Direito autoral (Programa de Computador, Direito de Autor e Direitos Conexos); Propriedade Industrial (Patente, Marca, Desenho Industrial, Indicação Geográfica e Segredo Industrial & Repressão à Concorrência Desleal) e Proteção Sui Generis (Topografia de Circuito Integrado, Cultivar e Conhecimento Tradicional).

O professor e pesquisador Tássio Valle, um dos vencedores, disse que as invenções tecnológicas estão alinhadas com as ações definidas pelo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que tem por objetivo fomentar o empreendedorismo.

Segundo o coordenador de Inovação, Edilson de Araújo Pires, o Prêmio Inventor, esse ano promoveu aquelas tecnologias que foram apropriadas para registro ou depósito de patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). “As tecnologias protegidas e premiadas este ano estão num nível de maturidade mais alta, ou seja, para além daquilo que era necessário para se requerer proteção; essas tecnologias estavam sendo utilizadas, testadas e aprovadas e passaram por todo o processo de validação”, descreve Edilson.

“Temos produtos em fase de utilização e temos produtos que têm protótipos e têm condições de serem implementadas no mercado para consumo de imediato”, destaca Edilson, citando como exemplos, o beiju com ora-pro-nóbis; a plataforma digital do UFRB Eventos, utilizado pela comunidade acadêmica desde 2019, para inscrições e submissões de trabalhos acadêmicos para a RECONCITEC, com constantes aprimoramentos; e os desenhos industriais, que são jogos para uso da sociedade, dentre outros. Essas invenções podem ser exploradas, comercialmente, a partir da criação de startups, por alunos ou professores, ou se fazer licenciamento a partir da transferência da tecnologia para empresas ou organizações que vão colocar esses produtos no mercado.

Patentes

Dos inventos premiados pela UFRB, sete tiveram os pedidos de patentes de invenção depositados no INPI. A patente é o instrumento de proteção mais utilizado no processo de inovação tecnológica.

Os sete inventos premiados foram: Dispositivo de ensaio de fadiga por flexão pura; Bloco de construção com cavidades para garrafas aplicados na construção de paredes de blocos intercalados com garrafas; Sistema contínuo de secagem e torrefação de biomassas; Método analítico e aparelho online para determinação de antimônio, cobalto e vanádio em sistemas aquosos; Sistema e método para treinamento e avaliação do drag flick no hóquei sobre grama; Marcador luminescente para detecção de adulteração em etanol combustível e gasolina; e Formulação de beiju com ora-pro-nóbis.

Entre os premiados estão o Sistema e método para treinamento e avaliação do Drag Flick no Hóquei sobre grama, que consiste em um conjunto de elementos que proporcionam o treinamento e avaliação do dragflick por atletas de hóquei sobre grama. O sistema foi criado a partir de dissertação de mestrado de Diego Enrique Ramirez Goulart, em parceria com a orientadora e pesquisadora Rebecca da Silva Andrade e o professor Miguel Angel Iglesias Duro, no Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT). A dissertação de Diego Goulart teve como tema “Patenteamento de um dispositivo para treinamento e avaliação do Drag Flick no Hóquei sobre Grama/Indoor”.

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Embora seja um esporte que tenha maior número de competição e prestígio no exterior, os inventores estão buscando uma parceria com a Confederação Brasileira de Hóquei sobre a Grama e Indoor para ver o interesse no invento. “Estamos buscando algumas parcerias para ver a viabilidade de implantar essa tecnologia nos treinamentos das seleções nacionais”, disse Diego Goulart.

Beiju com folhas de ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata) é outro invento premiado. O beiju ou tapioca, como é conhecida em algumas regiões do País, associada ao ora-pro-nóbis, uma planta alimentícia não convencional, tem excelentes características sensoriais, nutritivas e de um sabor diferenciado. A invenção teve o pedido de proteção de Patente de Invenção (PI), solicitada pela Coordenação de Criação e Inovação (CINOVA).

O produto apresenta excelentes características nutricionais e um enorme diferencial com sabor exótico, diferenciado, elevado teor de proteína e completamente diferente dos existentes no mercado, o que pode possibilitar que consumidores e/ou empresários de outras regiões do país e do mundo sintam-se atraídos pela inovação.

A ora-pro-nóbis possui, em sua composição, cerca de 20% de proteína, uma quantidade similar ao valor encontrado em suplementos a base de proteína isolada (whey protein) e equivalente ao valor proteico de 3 ovos, está se tornando uma tendência nas cozinhas brasileiras, é de fácil cultivo e alto valor nutricional, podendo ser usada para ornamentação e alimentação. Muito utilizada para aliviar inflamações e na recuperação da pele queimada, essa planta possui muitos atributos devido ao seu alto valor nutricional e é rica em vitaminas A, B, C, fibras, ferro e fósforo.

A invenção é de autoria das professoras do curso superior de Tecnologia em Alimentos, Liz Oliveira dos Santos e Samantha Serra Costa (CETENS), em parceria com as estudantes Jasciene Goes Batista Giselia Cerqueira, Maria de Fátima Ribeiro e Veralucia Gonzaga Fiais.

“Foi um projeto desenvolvido a partir da disciplina Desenvolvimento de Novos Produtos, com a inserção de estudantes de graduação do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos da UFRB. As estudantes trabalham com manipulação de produtos de origem da mandioca e a partir do conteúdo da disciplina formularam essa invenção”, explica a professora Liz Santos.

O professor e pesquisador Ivanoé João Rodowanski foi contemplado com dois prêmios, nesta edição: um pelo invento do Bloco de construção com cavidades para garrafas aplicados na construção de paredes de blocos intercalados com garrafas; e outro, pelo Dispositivo de ensaio de fadiga por flexão pura, este último, em parceria com o estudante Hugo Emanoel de Andrade Costa, do Bacharelado em Engenharia Mecânica (CETEC).

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Hugo Costa ao estagiar durante o período de pandemia do coronavírus identificou uma dificuldade tecnológica apresentada na produção de vergalhão para construção civil, enfrentada pelas Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (USIMINAS) e o professor Ivanoé aceitou o desafio de encontrar com o aluno uma solução viável e prática para a questão, com a fabricação e montagem de protótipos de máquina para ensaios de fadiga por flexão pura. O invento é descrito no trabalho de conclusão de curso de Hugo Costa, intitulado “Desenvolvimento de protótipo de máquina para ensaios de fadiga por flexão pura”, em novembro de 2020, no período de pandemia do COVID-19.

O outro invento do pesquisador Ivanoé premiado é o bloco de construção. A invenção consiste em um sistema para levante de parede de construção civil utilizando garrafas alternadas com blocos de construção especificamente projetados de modo a facilitarem o arranjo e encaixe das garrafas durante o processo de construção.

O processo de levante se dá com a sobreposição do assentamento de fileiras de blocos alternadas com fileiras de garrafas adequadamente encaixadas sobre as cavidades existentes nos blocos e vice-versa. A parede a ser levantada pode ter finalidade estética ou não, a depender da necessidade.

O visual da parede dependerá apenas do padrão de bloco e do tipo de garrafa a ser utilizado, podendo ser utilizado garrafa de vidro típicas de bebidas como cervejas, vinhos, refrigerantes ou mesmo plásticas PET, por exemplo. Para cada tipo de garrafa, um bloco específico deve ser projetado de modo a permitir encaixe adequado das garrafas. O padrão do bloco também pode definir se a parede permite a passagem de ar e/ou luz, estilo ''cobogó''.

O bloco pode ser fabricado a partir de diversos materiais típicos de construção tais como: cimento, argila, gesso acartonado, isopor até mesmo materiais reciclados ou mesmo de rejeitos e sobras de processos industriais.

Ivanoé afirmou que a próxima etapa para seu invento é produzir as matrizes para fabricar os blocos em quantidade adequada para validar o experimento. Para isso está buscando parceria com empresas para recolher as garrafas e se obter um volume suficiente para levantar algumas paredes e fazer testes de laboratório e validações do ponto de vista estético, diretamente relacionado com a maior chance de sucesso comercial da invenção.

O marcador luminescente para detecção de adulteração em etanol combustível e gasolina, desenvolvido pelo professor e pesquisador Jorge Fernando Silva de Menezes em parceria com os pesquisadores Rodrigo Galvão dos Santos, Sidnel Souza Nascimento e Andrei Marcelino Sá Pires Silva, integrantes do Grupo de Materiais Fotônicos do Centro de Formação de Professores (CFP) da UFRB mereceu prêmio de reconhecimento da UFRB. A invenção é fruto de pesquisas desenvolvidas nos últimos doze anos, sob a liderança de Jorge Menezes.

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Os marcadores são produtos químicos inertes, presentes em pequenas quantidades, que permitem rastrear e identificar a origem e a qualidade dos combustíveis sem alterar as suas propriedades físico-químicas. Estes produtos são utilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para marcação de solventes e, pelas empresas distribuidoras de combustíveis, para identificação de seus combustíveis.

O Sistema contínuo de secagem e torrefação de biomassas de autoria dos pesquisadores Carine Tondo Alves, José Airton de Mattos Carneiro Júnior, Ednildo Andrade Torres e Silvio Alexandre de Melo receberam o Prêmio Inventor UFRB 2022.

O professor Luciano Hocevar (CETENS) explicou que o invento é fruto do trabalho de pesquisadores do curso de Engenharia de Energias, o primeiro implantado na Bahia, em processo de reconhecimento pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão vinculado ao Ministério da Educação. Esse invento será importante para o aproveitamento ou reaproveitamento de biomassas como fontes de energia limpa.

Outro Prêmio Inventor UFRB 2022 foi entregue aos responsáveis pelo Método analítico e aparelho online para determinação de antimônio, cobalto e vanádio em sistemas aquosos desenvolvidos pela doutoranda Luana Bastos (UFBA) em parceria com o Grupo de Pesquisa em Química Analítica da UESB, coordenado pelo professor Valfredo Lemos e o Grupo de Inovação e Pesquisa em Ciências Analíticas do Portal do Sertão (IPCA – Sertão) da UFRB, coordenado pela professora Liz Oliveira.

A quantificação de metais como antimônio (Sb), cobalto (Co) e vanádio (V), é de essencial importância pois são elementos químicos que podem ser essenciais ao organismo humano em baixas concentrações (Co e V), e quando os níveis estão acima do limite máximo estabelecido, as espécies desse elemento podem causar efeitos tóxicos à saúde, o que torna sua contaminação no meio ambiente uma preocupação em escala global.

Assim, o desenvolvimento de métodos robustos e confiáveis para a determinação de espécies desses elementos em amostras de água e alimentos é considerado imprescindível. Nem sempre é possível quantificar esses elementos e suas espécies de forma direta pelos equipamentos existentes no mercado, além de requerer um profissional altamente qualificado para essa função.

O invento que requereu-se a proteção por meio do pedido de patente objetiva facilitar a determinação de traços de antimônio, cobalto e vanádio em sistemas aquosos. Viabilizando a obtenção de um sistema simples e de baixo custo; a obtenção de baixos limites de quantificação dos analitos, com o mínimo contato do analista com as substâncias, reduzindo riscos ao operador e contaminações na análise; além da determinação dos analitos usando um procedimento ambientalmente correto, pois gera pequena quantidade de resíduos, elimina etapas de sistemas em batelada e proporciona detecção imediata, o que aumenta a frequência analítica do método.

Desenhos industriais

No ramo de Propriedade Industrial, os Desenhos industriais, tiveram dois inventos com pedido de proteção. Um dos inventos foi das pesquisadoras Nizanéia Nascimento de Matos e Rosilda Arruda Ferreira, que desenvolveram um jogo de tabuleiro para autistas. Rosilda Arruda é professora do Mestrado Profissional em Educação Científica, Inclusão e Diversidade; e a psicóloga Nizanéia Matos, aluna do mestrado, de onde desenvolve pesquisa com Jogos Cognitivos como potencializadores da aprendizagem no TEA.

O segundo invento com pedido de proteção e premiado pela UFRB foi um jogo de cartas para ensino de ferramentas de engenharia à área médica, visando facilitar o aprendizado e o desenvolvimento dos trabalhos. É o segundo ano consecutivo que integrantes do projeto de pesquisa Lean Healtchare, orientados pela professora Cristiane Pimentel, ganham o prêmio. Além de Pimentel estiveram envolvidas no processo de invenção as pesquisadoras Andressa Clara Barbosa de Araújo, Barbara Emanuelle Cavalcante dos Santos, Fernanda Alves da Silva e Kivia Karolainne Silva de Queiroz.

Programas de computador

No ramo de ramos de Direito Autoral, quatro programas de computador tiveram suas invenções protegidas pela UFRB: a plataforma UFRB Eventos, Coletágua, Donnos - aplicativo para doação de alimentos em cidades inteligentes; e Módulo de realidade aumentada para campus inteligente.

O professor e pesquisador Tássio Ferreira Vale com o auxílio de alunos e bolsistas do CETEC foi premiado pelo programa de computador UFRB Eventos – utilizado desde 2019 por estudantes, professores e pesquisadores para se inscreveram e/ou submeteram trabalho na RECONCITEC. Entre as funcionalidades, o UFRB Eventos tem, ainda, as abas de Certificados e Anais.

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“A construção do programa começou com a identificação do problema pela PPGCI, que usava uma plataforma da UFBA para os eventos, mas essa plataforma não atendia completamente as necessidades e fui convidado para elaborar o UFRB Eventos. Com o apoio de dois bolsistas, desenvolvemos a versão inicial do software e conseguimos colocar em uso três meses depois da demanda”, relata Tássio. “E ao longo do tempo fomos incluindo novas funcionalidades e melhorias para facilitar o uso”.

O professor João Soares de Oliveira Neto (CETEC) ganhou dois prêmios de inovação. Um deles em parceria com o estudante Joel Machado Pires, de Engenharia da Computação da UFRB, com o desenvolvimento do Módulo de realidade aumentada para campus inteligente.

O estudante Joel Pires disse que a invenção se destina num primeiro momento ao calouro da UFRB. Desenvolvido no sistema Android, a plataforma oferece identificação e interpretação dos ambientes e prédios da UFRB e pode ser estendida para pessoas com deficiência visual.

E outro prêmio de João Neto é em parceria com o estudante Deivid Gomes Silva denominado Donnos, aplicativo para doação de alimentos em cidades inteligentes. A pesquisa se contextualiza no desperdício alimentar em diferentes empresas que possam ser doadas a pessoas em situação de insegurança alimentar.

O prêmio reconheceu o programa de computador Coletágua com os pesquisadores Alessandra Cristina Silva Valentim e o estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental, Túlio Silva Reis com o Prêmio Inventor UFRB 2022. O aplicativo foi desenvolvido durante a pandemia de coronavírus como trabalho de conclusão de curso de Túlio.

Confira fotos da premiação.

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Fonte: https://www.ufrb.edu.br/portal/noticias/6710-pesquisadores-da-ufrb-destacam-potencial-de-suas-invencoes-no-ano-de-2022

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